ANO A
Lc 21,34-36
Comentário do Evangelho
Último trecho do discurso escatológico, nosso texto se refere à parusia de Jesus Cristo. Fundamentalmente, o nosso texto diz que a maneira de esperar e de se preparar para a vinda do Senhor não é a fixação de uma data, mas a oração e a consequente atitude de vigilância permanentes. São essas duas atitudes que permitem discernir a presença do Senhor que continuamente vem ao encontro do seu povo, envolto no mistério (cf. At 1,9-11). As preocupações excessivas com a vida, com as coisas deste mundo, podem desviar a atenção das coisas de Deus e impedir de reconhecer que cada momento é tempo de graça e que em todas as situações o Senhor se aproxima do seu povo.
A atitude de vigilância requer a centralidade do Reino de Deus e a confiança no cuidado e na providência divina (cf. Lc 12,22-32). A vinda do Filho do homem tem um caráter de surpresa. É essa realidade que muitas parábolas de Jesus nos ensinam a viver engajados no compromisso próprio da missão recebida do Senhor (Lc 12,35-48; 17,22-37; 19,11-27). É em razão desse caráter de surpresa da presença do Senhor que os cristãos devemos estar atentos, vigilantes, despertos. Para ficar atento é preciso se unir profundamente ao Senhor através da oração silenciosa que possibilite a escuta de Deus (cf. Lc 10,38-42).
Pe. Carlos Contieri, sj, em ‘A Bíblia dia a dia 2015’, Paulinas.
Fonte: Comece o dia feliz em 28-11-2015
Vivendo a Palavra
O Evangelho alerta contra a grave tentação que nos persegue – o excesso na comida e na bebida. Aconselha moderação nos apetites. O guloso se torna preguiçoso, pesado, é incapaz de manter-se acordado e vigilante, ou de continuar de pé diante do Filho do Homem, quando chegar a sua hora.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/01/2012
Vivendo a Palavra
Neste dia em que nos despedimos do ano litúrgico com Lucas nos conduzindo pelo Evangelho da Misericórdia, é oportuno o seu conselho para que nos mantenhamos alertas, sóbrios e em permanente estado de oração, isto é, sabendo que, com o Cristo em nós, gozamos da Presença do Pai amado.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/11/2015
Vivendo a Palavra
O Evangelho alerta contra a grave tentação que nos persegue – o excesso na comida e na bebida. Aconselha moderação nos apetites. O guloso se torna preguiçoso, pesado, é incapaz de manter-se acordado e vigilante, ou de continuar de pé diante do Filho do Homem, quando chegar a sua hora.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/11/2016
VIVENDO A PALAVRA
O alerta final é: “Vigiem e orem!” Para conseguir isso, é preciso sobriedade nos costumes, temperança nos apetites, atenção e generosidade com os irmãos de caminhada, fé na Presença do Cristo Jesus junto a nós e esperança firmada nas promessas do Pai Misericordioso.
Reflexão
A nossa vida é marcada por preocupações constantes que são exigências da agitada vida moderna. Essas preocupações muitas vezes acabam por fazer de si mesmas o centro da nossa vida. Na verdade, a gente deixa de viver a vida que a gente quer para viver a vida que é exigida de nós. Assim, não temos tempo para a oração, para a contemplação, para o encontro com Deus e o estabelecimento de comunhão com ele. O resultado de tudo isso é que deixamos de viver na sua presença e nos fechamos num mundo que cada vez mais nos escraviza e nos impede de viver a verdadeira vida, a vida dos filhos e filhas de Deus em perfeita comunhão e relação com o Pai.
Fonte: CNBB em 26/11/2016
Meditando o evangelho
O DISCÍPULO CAUTELOSO
À espera da vinda do Senhor, o discípulo corre o risco de deixar-se contaminar com posturas contrárias ao Reino. Poderá endurecer seu coração com os prazeres, a embriaguez e as preocupação da vida. Desta forma, perderá uma oportunidade única de experimentar a comunhão que o Pai lhe reservou com tanto carinho.
Seu desafio maior consiste em "permanecer em pé diante do Filho do Homem", quando ele vier. Em outras palavras, manter viva a chama da fé em meio a tribulações e tentações; acreditar no amor, embora em meio ao egoísmo e à violência; ser solidário e generoso, onde grassa a cobiça e a ganância; estar sempre pronto a perdoar e a viver reconciliado, embora o ambiente possa incentivar a vingança; pôr-se a serviço da justiça e da verdade, mesmo onde impera a injustiça e a mentira. "Permanecer em pé", nestas circunstâncias, será obra da graça divina no coração humano. Sem esta força, o discípulo será incapaz de resistir às solicitações do mal e do pecado, e sucumbirá na própria fraqueza.
O discípulo cauteloso mantém-se vigilante e em oração a fim de ter forças para sair vitorioso diante das provações que advirão. Sabendo que não será poupado de se apresentar diante do Filho do Homem, cujo dia "cairá como uma rede" sobre toda a humanidade, volta-se confiante para o Pai, de quem espera o auxílio necessário para perseverar. Vigilância e oração serão sempre dois apelos indispensáveis para ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, ajuda-me a estar em permanente vigilância e oração, preparando-me para o encontro com teu Filho Jesus e ser acolhido por ele.
Fonte: Dom Total em 26/11/2016
Meditando o evangelho
FIQUEM ATENTOS!
A demora da vinda do Senhor pode ter como efeito, no coração do discípulo, uma espécie de torpor espiritual, que o leva a viver sem esperança no futuro, e sem criatividade no presente. Jesus quis manter viva, no discípulo, a chama da esperança, de forma a impedi-lo de enveredar-se pelo caminho da busca desenfreada de prazeres mundanos e de limitar-se a preocupações mesquinhas centradas em coisas irrelevantes.
Vigilância e oração seriam a forma de manter viva a esperança. A vigilância confronta continuamente o discípulo com as realidades escatológicas, não permitindo que ele ceda à tentação de acomodar-se e levar uma vida medíocre. Essa vigilância apresenta-lhe as exigências atuais do Reino como pré-condição para ser acolhido no Reino definitivo, e o move a viver conformando sua vida com elas.
A oração, por sua vez, faz o discípulo viver em comunhão com o Senhor que vem. Ou seja, já no presente, o discípulo orante experimenta a comunhão que, no futuro, se plenificará. Este íntimo relacionamento com o Senhor reflete-se na vigilância. O discípulo orante tudo fará para ser fiel ao Senhor e ao seu Reino. A oração leva-o a ter uma atenção redobrada, para não perder de vista o Senhor que vem. Leva-o, também, a antecipar as alegrias do Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, pela oração e pela vigilância, quero estar sempre à tua espera, ansiando por experimentar a plenitude das alegrias do Reino.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um Novo Ano
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Liturgicamente hoje termina o nosso ano Litúrgico “A” e amanhã começa o novo ano, que na liturgia é identificado pela letra “B”. Chegamos ao fim de uma caminhada e vamos iniciar uma outra. Nesse contato contínuo com a Santa Palavra, nesse espaço, nas Celebrações Eucarísticas ou da própria Palavra, nos milhares de comunidades espalhadas pelo mundo afora, nos alimentamos dessa Vida Nova que a Graça nos transmite.
Também, com o passar do tempo, sempre tendo como sentido e referência única a Palavra de Deus, fomos tirando dos nossos corações aquelas coisas que antes considerávamos tão importantes, mas que diante da urgência da nossa conversão, fomos achando que eram inúteis, e assim o nosso coração ficou mais leve e arejado.
O evangelho de hoje recorda-nos tudo e nos questiona se essa caminhada valeu a pena. Portanto hoje a Palavra nos convida a olharmos para dentro de nós, bem lá dentro do nosso coração. Que sonhos e que anseios há nele? Estamos já convencidos de que o Reino que Jesus inaugurou entre nós, cuja causa nós abraçamos, vestindo a “Camisa”, é a coisa mais importante desse mundo, ou ainda vacilamos na Fé e temos o coração pesado, nesse sentido?
O que têm nos sustentado nessa caminhada? Nossas orações se tornam também ações a favor desse Reino, ou ainda somos daqueles que ficamos o tempo todo rezando para que as coisas melhorem em nossa vida e na vida das pessoas?
Pois, se vivemos uma Fé desse jeito, não entendemos nada do que a Palavra nos falou ao longo de todo esse tempo e o que é pior, quando o Reino chegar em definitivo, será para nós uma grande armadilha e iremos nos apresentar diante de Deus, não em pé e com a cabeça erguida, mas deitados, derrotados e cabisbaixos por termos negligenciado a Força da Graça de Deus, que nos capacita a todo momento, a construímos esse Reino com as nossas próprias mãos.
2. Ficai atentos e orai a todo momento
Nos dias do julgamento do universo é preciso estar de pé diante do filho do Homem. Literalmente de pé, sem estar caído por terra por causa de excessos, de embriaguez ou das preocupações da vida. Caídos por terra e pesados, somos presa fácil dos acontecimentos. Leves e livres como o vento, escapamos de tudo o que deve acontecer. De nós se pede atenção e oração. Estar atentos para não sermos surpreendidos por nada. Estar em oração a todo momento, em estado contínuo, intimamente unidos a Deus, vivendo já agora o que virá depois e se perpetuará na eternidade. Estamos terminando o Tempo Comum e vamos começar o Advento. É o Dia do Senhor, o Dia de Cristo, a hora do julgamento do universo. Olhamos para a frente, para o alto, de onde virá o Juiz Salvador. Ele já veio na fragilidade de uma criança. Ele virá na força do vencedor. Ele está vindo o tempo todo na sua misericórdia. Viver o momento presente como se fosse o último de nossa existência terrena nos torna vigilantes e livres. Nosso mundo é belo e é para ser vivido com intensidade e sabedoria, na leveza do Espírito que sopra onde quer. O mundo condenável é o da embriaguez e do excesso de apego ao que é transitório na multiplicação de desejos e preocupações. Neste mundo nos perdemos, vagando sem rumo certo, com o coração pesado, sem poder estar em pé. Que os nossos corações se fixem onde estão as verdadeiras alegrias.
HOMÍLIA DIÁRIA
Nosso coração precisa ter sensibilidade
Quando uma pessoa perde a sensibilidade do coração, é terrível, porque ela já não faz mais distinção do que é certo e errado
“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós” (Lucas 21, 34).
A Palavra de Deus, com toda sabedoria, traz a nós: “Tomai muito cuidado para que nossos corações não caiam na insensibilidade”, pois esta é, de fato, a perda do sentido, do lado sensível e tátil da vida.
Eu já vi várias pessoas que perderam a sensibilidade das mãos e do corpo, de tocar e não sentir nada, passarem pelo gelado e pelo quente e ser a mesma coisa. Mas há uma sensibilidade muito mais aguçada do que essa física: a do coração.
Quando uma pessoa perde a sensibilidade do coração, é terrível, porque ela já não faz mais distinção do que é certo e errado, perde o calor humano, o afeto humano e divino.
Temos razão e lógica, mas a nossa vida não é só isso, ela é também sensibilidade humana. Há os elementos que Jesus está nos mostrando, hoje, que vão minando a sensibilidade da nossa alma e do nosso coração. Muito cuidado, primeiro, com a gula; os alimentos são necessários para a nossa vida, nós precisamos comer e beber, mas todo excesso faz mal a nossa natureza, a nossa capacidade de visão e reflexão. A prudência em saber comer e beber é fundamental para se ter sensibilidade.
Quem vive somente em função do comer torna-se uma pessoa irracional. É próprio dos animais viver em função da caça, em função daquilo que vão buscar. Sabe, meus irmãos, isso se torna tão insensível, porque é uma realidade prática para os nossos dias, a nossa própria forma de ver o prato do alimento que comemos.
Às vezes, você, que preparou a comida para tantas pessoas comerem, ou a cozinheira sabe que a comida dá para todos e ainda sobra, mas basta ver três gulosos comerem primeiro, encher o prato daquela forma, porque acha que somente eles têm de comer, e nem pensam nos outros. Prepararam uma carne para todos, mas o primeiro foi e colocou metade dela no seu prato. Coitados dos outros que vêm depois dele!
A gula faz a pessoa centrar-se somente nela, os outros que se virem. Não é só em casa não! Por exemplo: em um restaurante, a pessoa vê tudo arrumado, “bonitinho”, ela enche o seu prato e bagunça tudo o que está lá, porque pensa só no seu prato. “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Há insensibilidade no dividir, no pensar no outro.
A mesma coisa faz em nós a tal da embriaguez. Não preciso dizer da insensatez que são as pessoas serem levadas pelo vício da bebida, o que ela faz realmente em nossa vida. A bebida causa insensibilidade, porque a pessoa perde o sentido do que é correto, perde o sentido de respeito, perde a família. Já sabemos tudo aquilo que o álcool causa no meio de nós.
As pessoas que têm preocupações de mais na vida ficam neuróticas com suas preocupações. E é realmente uma neurose preocupar-se com tudo. Há aqueles que têm preocupações até com a limpeza, preocupações com filhos.
Cuidado! Esses três elementos – gula, embriaguez e preocupações excessivas –tiram de nós o sentido reto da vida, tiram de nós a verdadeira compreensão e retidão de como ela deve ser, para que não percamos a sensibilidade, a direção do essencial, e para própria vida, no dia em que chega ao fim. Por isso, para muitos, a morte acaba sendo uma tristeza, uma desastre, porque perderam a sensibilidade da vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 26/11/2016
Oração Final
Pai Santo, faze-nos sóbrios nos costumes e nos desejos. Ensina-nos a nos encantarmos com a tua Presença Paternal em tudo que somos e temos: nos acontecimentos de cada dia, nos irmãos que caminham conosco e na natureza que nos ajuda a viver. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/11/2016
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós agradecemos por mais este ano litúrgico que iniciamos na tua presença misericordiosa. Oferecemos o esforço que fizermos para permanecer atentos e diligentes no caminho desta vida que, sabemos, já faz parte do teu Reino de Amor – embora ainda não em plenitude. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.