domingo, 17 de julho de 2022

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 17/07/2022

ANO C


16º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C – Verde

Uma só coisa é necessária” (Lc 10, 42)

Lc 10,38-42

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Na Santa Missa sentimos a presença de Deus que nos comunica sua vida. Adentramos o mistério do Altíssimo, e Jesus entra em nossa casa dizendo ser “Uma só coisa necessária”: permanecer em comunhão com Ele. À exemplo de Maria, escutemos o que o Senhor tem a nos falar.

FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, aqui estamos como comunidade cristã, acolhidos pelo Pai, como hóspedes em sua casa. Por Cristo e em Cristo, Ele nos entrega o Espírito de Amor, o “único necessário”, e ceia conosco. Oferece-nos assim, a sua intimidade, a sua “melhor parte” que é a vida plena e a participação em seu Reino. Como fiéis discípulos, sentemo-nos aos pés de Jesus e, em nossas vidas, tornemo-nos atentos e sensíveis a todos os irmãos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Na Santa Missa sentimos a presença de Deus que nos comunica sua vida. Adentramos o mistério do Altíssimo, e Jesus entra em nossa casa dizendo ser “Uma só coisa necessária”: permanecer em comunhão com Ele. À exemplo de Maria, escutemos o que o Senhor tem a nos falar.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos em irmãs, aqui estamos como comunidade cristã, acolhidos pelo Pai, como hóspedes em sua casa. Por Cristo e em Cristo Ele nos entrega o Espírito de Amor, o “único necessário” e ceia conosco. Oferece-nos assim, a sua intimidade, a sua “a melhor parte” que é a vida plena e a participação em seu Reino. Como fiéis discípulos, sentemo- -nos aos pés de Jesus e, em nossas vidas, tornemo-nos atentos e sensíveis a todos os irmãos.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Jesus não se comporta como um hóspede comum, também quando é recebido por amigos de longa data, como Marta e Maria, ele exige atenção especial à sua mensagem e à sua pessoa. Acolher Cristo hóspede é principalmente "ouvi-lo", por-se em atitude de receptividade, mais do que de dar. É ouvindo-o que se entra em comunhão com ele e se é transformado. Quem se preocupa mais com as coisas a dar do que com a pessoa com quem se comunica, fica distante.
Fonte: NPD Brasil em 21/07/2019

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Cada Eucaristia que celebramos é uma nova oportunidade para sentirmos a presença de Deus que nos comunica a vida. É ele que nos acolhe como filhos. Ao celebramos a Eucaristia, entramos na casa de Deus, e Jesus entra em nossa casa. Nós nos sentamos aos pés do Mestre para escutar. E ele nos diz: "Um só coisa é necessária", ou seja, a única coisa que nos pede é que entremos em comunhão com ele e, por conseguinte, com seu projeto. Assumamos, nesta celebração, a mesma postura de Maria: silenciar para escutar o que o Senhor tem a nos dizer.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Deixemo-nos visitar por Jesus e acolhamos, com Maria, irmã de Marta, a Palavra da salvação. Assim seremos autênticos discípulos do Bom Mestre e missionários do seu Evangelho. Nesta semana vivamos por meio da oração e da participação no que nos for solicitado o grande evento da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. É um tempo de graça que Deus nos concede, pois a juventude é prioridade pastoral desde a Conferência de Puebla e semente de esperança para o futuro da Igreja e do mundo.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Jesus não se comporta como um hóspede comum, também quando é recebido por amigos de longa data, como Marta e Maria, ele exige atenção especial à sua mensagem e à sua pessoa. Acolher Cristo hóspede é principalmente "ouvi-lo", por-se em atitude de receptividade, mais do que de dar. É ouvindo-o que se entra em comunhão com ele e se é transformado. Quem se preocupa mais com as coisas a dar do que com a pessoa com quem se comunica, fica distante.
FonteNPD Brasil em 21/07/2013

ACOLHER HOJE

A acolhida se caracteriza, certamente, pela capacidade de receber aquele que chega e que sempre traz alguma novidade. Muitas vezes, aquele que chega é desconhecido e nos encontra despreparados. Entretanto, é neste cenário que se encontra o mistério da acolhida: saber reconhecer a presença de Deus no outro. Sim, a mística da acolhida é desconcertante, pois revela nosso grau de comprometimento com Cristo e, por conseguinte, com o próximo. Afinal de contas, a acolhida é a expressão maior da autêntica fraternidade, capaz de transformar tanto aquele que acolhe, quanto aquele que é acolhido, através da superação das mais variadas diferenças sociais, políticas, econômicas e, inclusive, religiosas.
Nesta perspectiva, podemos nos voltar para a primeira leitura e contemplar a figura de Abraão. Diante dos três homens que passam, Abraão aplica toda sua atenção para que eles sejam acolhidos. O patriarca oferece abrigo, água, pão e até mesmo manda providenciar um belo bezerro para receber os passantes. Um leitor desavisado poderia facilmente pensar que acolher implica em gastar tempo e dinheiro com um desconhecido, porém, a lógica da acolhida não observa as leis e teorias da economia, pois aqui aquele que acolhe não perde, mas ganha! E será através da experiência da acolhida que Abraão verá se concretizar seu sonho de ser pai.
Seguramente, a acolhida nos faz sair de nossa comodidade. Abrir nossas portas para quem passa é uma oportunidade de crescimento que nos permite mudar o itinerário de nossos caminhos com uma atenção cada vez mais crescente à realidade do outro.
O evangelho também nos fala da acolhida. Tudo se desenvolve em uma casa que é visitada por Jesus. A dona da casa, Marta, está com sua irmã, Maria. Quando se fala de acolher, não basta abrir as portas, mas é fundamental que se dê atenção. Marta se encontra atarefada e diante do visitante, não dá toda atenção devida. Ela abre sua casa, recebe Jesus, mas não O acolhe, está muito ocupada. Maria, por sua vez, suspende suas tarefas, reorganiza sua programação e parte ao encontro do Senhor, escuta-O. Interessante observar que em dado momento, a própria Marta pede que Jesus chame a atenção de sua irmã, talvez por se sentir abandonada nos afazeres da casa. No entanto, a atitude de Jesus a surpreende, pois é Marta a corrigida, precisamente aquela que não acolhera o Senhor com a atenção própria.
A liturgia deste domingo nos chama atenção para que priorizemos a vida em todas as circunstâncias e o façamos plenamente através da acolhida. Papa Francisco nos recorda que acolher é testemunhar o amor de Jesus. A acolhida se dá com o pobre, o migrante, a criança, o excluído, o necessitado, mas também com aqueles que convivemos de mais perto, seja em nossas famílias, trabalho ou lazer. A acolhida verdadeira é sempre uma oportunidade de transformarmos e de sermos transformados.
Dom Carlos Silva, OFMcap.
Bispo Auxiliar de São Paulo

“UMA SÓ COISA É NECESSÁRIA...”

Enquanto o grupo de discípulos segue o seu caminho, Jesus entra sozinho numa aldeia e dirige-se a uma casa onde encontra duas irmãs a quem aprecia muito. A presença de Jesus, seu amigo, provoca nas mulheres duas reações muito diferentes.
Maria, seguramente a irmã mais jovem, deixa tudo e fica “sentada aos pés do Senhor”. A sua única preocupação é escutá-lo. O evangelista descreve-a com os traços que caracterizam o verdadeiro discípulo: aos pés do Mestre, atenta à sua voz, acolhendo a sua Palavra e alimentando-se dos seus ensinamentos.
A reação de Marta é diferente. Desde que chegou Jesus, não faz mais do que esforçar-se em acolhê-lo e atendê-lo devidamente. Lucas descreve-a preocupada por múltiplas ocupações. Sobrecarregada pela situação e magoada com a sua irmã, expõe as suas queixas a Jesus: “Senhor, não te importa que a minha irmã me tenha deixado sozinha com o serviço? Diz-lhe que me ajude”.
Jesus não perde a paz. Responde à Marta com um grande carinho, repetindo pausadamente seu nome; logo, faz-lhe ver que também a Ele o preocupa a sua aflição, mas que deve saber que escutá-lo é tão essencial e necessário que nenhum discípulo pode ficar sem a sua Palavra. “Marta, Marta, andas inquieta e nervosa com tantas coisas; só uma é necessária”. “Maria escolheu a parte melhor e não lhe será tirada”.
Jesus não critica o serviço de Marta. Como o poderia fazer se Ele mesmo está a ensinar a todos com o Seu exemplo de viver acolhendo, servindo e ajudando os demais? O que critica é o seu modo de trabalhar de forma nervosa, debaixo da pressão de demasiadas ocupações.
Jesus não contrapõe a vida ativa e a contemplativa, nem a escuta fiel da sua Palavra e o compromisso de viver na prática o Seu estilo de entrega aos demais. Alerta sim, para o perigo de viver absorvidos por um excesso de atividade, em agitação interior permanente, apagando em nós o Espírito, contagiando o nervosismo e a aflição mais do que a paz e o amor.
Pressionados pela diminuição das forças, estamos a habituar-nos a pedir aos cristãos mais generosos todo o tipo de compromissos dentro e fora da Igreja. Se, ao mesmo tempo, não lhes oferecemos espaços e momentos para conhecer Jesus, escutar sua Palavra e alimentar-se do seu Evangelho, corremos o risco de fazer crescer na Igreja a agitação e o nervosismo, mas não o seu Espírito e a Sua paz. Poderemos vir a encontrar-nos com comunidades animadas por funcionários afligidos, mas não por testemunhas que irradiam o alento e a vida do seu Mestre.
José Antônio Pagola
Fontes: NPD Brasil em 21/07/2019 e

SERVIÇO E ATIVISMO

O dia a dia, a rotina, de cada um de nós está marcada pelas atividades que realizamos, e não poucas vezes parece não haver tempo suficiente para concluir tudo o que é preciso fazer. Algumas dessas atividades são fundamentais, e não podem ser deixadas de lado, enquanto outras podem ser adiadas. O problema é o acúmulo de coisas a serem feitas e a falta de tempo, e ainda parece pior quando alguém que está próximo e poderia ajudar não o faz, simplesmente permanece sentado ou fazendo alguma outra coisa sem importância.
Depois do início da sua vida pública, a passagem de Jesus por algum povoado era sempre uma ocasião de grande movimentação. Seja por parte dos curiosos que queriam vê-lo mais de perto, seja da parte de quem procurava por uma cura, ou ainda, da parte de quem queria condená-lo. Num desses dias, em que Jesus entrou num povoado, ele foi hospedar- -se na casa de Marta e Maria. Podemos imaginar a movimentação para acolher uma pessoa tão conhecida, juntamente como seus discípulos. Muito trabalho e pouco tempo para preparar todo o necessário. Mas o que é realmente necessário?
Quando temos muitas coisas a serem feitas, é preciso ter discernimento para ordenar aquelas que são mais urgentes e aquelas que podem esperar um pouco. Na ordem das coisas que precisam de maior atenção, Maria escolheu a primeira e a mais importante. A escolha de Maria não é uma rejeição e nem um desprezo pelas muitas tarefas importes, mas é uma escolha na ordem da precedência e da importância. Colocar- -se em atitude de atenção e escutar a Deus que fala é a primeira escolha, e é também a escolha que marca a diferença entre serviço e ativismo.
Marta estava preocupada e muito ocupada, e ela não tinha uma má intenção, ela queria acolher e preparar tudo. Da mesma forma, algumas vezes, o trabalho pastoral também acaba ocupando todo tempo. É importante cuidar e atender, é importante distribuir aos necessitados e também é importante preparar uma campanha nova. Tudo é importante, necessário e as vezes urgente: o trabalho não pode parar. Mas é preciso parar e entrar no recolhimento silencioso da intimidade com Deus, para não perder o verdadeiro sentido do serviço cristão.
Nas palavras do Papa Francisco, “a Igreja não é uma ONG”. A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus Cristo, Ressuscitado. Cabe à Igreja o anúncio da Boa Nova do Evangelho e o serviço da caridade, como consequência da fé. O trabalho sem a escuta é apenas ativismo, e por outro ouvir sem colocar-se a serviço é falta de compromisso. É pela justa, e necessária, relação entra a escuta e o serviço que acontece o testemunho da fé cristã. Pela atitude de Maria, Jesus ensina o que vem primeiro.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo auxiliar de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 21/07/2019

Comentário do Evangelho

Jesus aceita o convite das duas irmãs

O evangelho deste domingo está situado na parte central de Lucas, a “subida de Jesus para Jerusalém”.
É preciso, como ponto de partida, eliminar um equívoco, a saber, a oposição entre ação e contemplação. Neste caso, Jesus daria prioridade à contemplação sobre a ação.
Aqui, a questão é bem outra: trata-se de receber Jesus, de recebê-lo de verdade.
Foi Marta quem o recebeu: “… e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa” (v. 38). Daí que é não só precipitado, mas uma má leitura do texto, desqualificá-la. Jesus aceita o convite de Marta. Aliás, ele espera ser convidado: “... eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Nós temos sempre uma porta a abrir para acolher Jesus.
A fé em Jesus é hospitalidade – trata-se de recebê-lo em si, em sua intimidade pessoal e familiar. E recebê-lo bem! Receber bem é deixar o outro falar e se dispor a ouvi-lo. Escutar é um trabalho, exige esforço.
Frequentemente, há muito barulho à nossa volta, muito barulho em nós. Escutar alguém exige atenção. Escutar distraidamente, continuando a fazer as tarefas, é um modo de dizer àquele que fala que o que ele diz não tem nada de decisivo ou de importante. Escutar alguém exige, como ponto de partida, admitir que ele possa ter razão no que diz. Nosso relato tem um valor simbólico. Ele responde a uma questão fundamental para o cristão: o que é ser, realmente, discípulo de Jesus? A lição deste episódio é que ele não opõe duas opções. Ele afirma uma prioridade: escutar, receber uma palavra que se instala em nós como um hóspede se instala em nossa casa.
O erro de Marta foi ter obstruído este tempo de escuta, de ter considerado que receber Jesus é simplesmente preparar a mesa, pôr pequenos pratos, como é o costume até hoje no Oriente. Marta queria fazer-se apreciar.
Tal zelo acaba se transformando em tristeza, amargura, inveja; ela estima que o seu trabalho não é reconhecido o bastante: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda, pois, que ela venha me ajudar!” (v. 40).
O texto é um apelo a dar prioridade a uma palavra que precede tudo e que nos faz agir em consequência dela.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
Fonte: Paulinas em 21/07/2013

Vivendo a Palavra

O Evangelho aborda o tema fundamental das nossas opções de vida. Que tesouro nós estamos construindo e acumulando? Aquele que a traça rói, a ferrugem consome e os ladrões podem roubar – ou o que permanecerá para a eternidade? Somos Marta, ou Maria? Estamos preocupados com muitas coisas ou nos entregamos confiantes ao Pai Misericordioso?
FonteArquidiocese BH em 21/07/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho aborda o tema fundamental das nossas opções de vida. Que tesouro nós estamos adquirindo e acumulando? Aquele que a traça rói, a ferrugem consome e os ladrões podem roubar – ou o que permanecerá para a eternidade? Somos Marta, ou Maria? Estamos preocupados com muitas coisas ou nos entregamos confiantes ao Pai Misericordioso.
FonteArquidiocese BH em 21/07/2019

Reflexão

QUAL É A MELHOR PARTE?

O evangelho deste domingo já forneceu matéria para muita discussão. Muitos procuram ver nele certa divisão: Marta representaria a parte laboriosa da missão e Maria, a parte espiritual. Em outras palavras, Marta seria a mulher da ação e Maria, a da contemplação. Na verdade, com esse relato, Jesus não quer contrapor “vida ativa” a “vida contemplativa”. As duas fazem parte de nossa caminhada.
Marta é censurada não pelo “fazer” em si, mas por causa do “fazer” que não parte de uma escuta atenta da palavra de Deus e que, portanto, pode cair no vazio ou num agir estéril, cujas motivações são apenas a autopromoção e o exibicionismo. Jesus não condena o serviço de Marta, pois ele mesmo já havia pregado e demonstrado a necessidade de pôr-se a serviço do próximo necessitado.
Marta limita-se a acolher Jesus em sua casa; Maria o acolhe em si mesma, torna-se “tabernáculo”, oferece-lhe hospitalidade no seu interior. Marta oferece algo a Jesus, Maria se oferece a si mesma.
Na correria do dia a dia, é difícil deixar-nos iluminar pela palavra de Deus para ver qual o melhor a realizar. Não há tempo para parar, para escutar o Senhor e perceber qual é sua vontade. Somos peças de uma engrenagem que não nos permite quietude, e aí está o risco de não percebermos qual é a “melhor parte”.
Agitadas por tantas tarefas e preocupações, a Igreja e as comunidades necessitam parar, sentar aos pés de Jesus e ouvir a voz do Espírito, que as conclama a sair de si e voltar-se aos desafios do mundo, em vez de se preocuparem com a roupagem. É bem possível que a maioria de nós tenha maior necessidade de ouvir a voz do Mestre do que a voz dos pregadores que circulam por aí. Quem sabe, acostumando-se a essa prática, nossas comunidades venham a se tornar mais confiáveis!
Também hoje as mulheres, quer na Igreja, quer na família, não podem ser confinadas às “tarefas do lar”, mas têm o direito de sentar aos pés do Mestre – que as acolhe em seu grupo como discípulas em pé de igualdade com os homens.
Pe. Nilo Luza, ssp
FontePaulus em 21/07/2013

Reflexão

Na caminhada para Jerusalém, Jesus é recebido na casa de suas amigas Marta e Maria. Marta acolhe o Senhor e está atarefada em servi-lo; Maria se coloca à escuta da palavra do Mestre. Muitos viram, nesse episódio, dois estilos de vida: vida ativa (Marta) e vida contemplativa (Maria). Outros ainda citam esse relato para demonstrar a superioridade da vida contemplativa sobre a vida ativa. Acreditamos que a comunidade de Lucas não tinha essas intenções ao colocar essa cena no seu Evangelho. No tempo de Jesus, as mulheres não podiam sentar aos pés de algum rabino para escutar sua palavra. Jesus quebra esse preconceito contra as mulheres; por isso aceita Maria aos seus pés, a qual se torna modelo de discipulado, acolhendo e vivendo a palavra. Com esse gesto, Jesus acolhe entre os discípulos também as mulheres. Acolher a Palavra (contemplação), na Bíblia, é justamente para pô-la em prática (ação), como faz Marta, que se colocou a serviço. Logo à frente, Lucas dirá: “Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11,28). A escuta da Palavra de Deus não tira as pessoas da ação; mas procura dar novo sentido ao fazer. Em cada um de nós existe um pouco de Marta e um pouco de Maria. Não somos somente Marta nem somente Maria.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
FontePaulus em 21/07/2019

Reflexão

Na caminhada para Jerusalém, Jesus é recebido na casa de suas amigas Marta e Maria. Marta acolhe o Senhor e está atarefada em servi-lo; Maria se coloca à escuta da palavra do Mestre. Muitos viram, nesse episódio, dois estilos de vida: vida ativa (Marta) e vida contemplativa (Maria). Outros ainda citam esse relato para demonstrar a superioridade da vida contemplativa frente à vida ativa. Acreditamos que a comunidade de Lucas não tinha em mente essa ideia ao colocar tal cena no seu Evangelho. No tempo em que as mulheres não tinham acesso ao estudo, não podiam sentar aos pés de algum rabino para escutar sua palavra. Jesus quebra esse preconceito e aceita Maria perto de si. Ela é modelo do discipulado, que acolhe e vive a Palavra de Deus. Com seu gesto, Jesus acolhe entre os discípulos também as mulheres. Ao se colocar a serviço do Mestre e da família, Marta já está vivendo essa Palavra. A Palavra de Deus é para ser acolhida e também vivida, posta em prática, não apenas ser guardada no coração. Logo à frente, Lucas dirá: “felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”. A escuta da Palavra de Deus não tira as pessoas da ação, mas procura dar novo sentido ao fazer. Em cada um de nós existe um pouco de Marta e um pouco de Maria.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Reflexão

O ÚNICO NECESSÁRIO

I. INTRODUÇÃO GERAL

Neste domingo, a liturgia nos propõe dois exemplos de hospitalidade, o de Abraão e o de Marta. A história de Abraão dirige nosso olhar para o mistério escondido na hospitalidade. A história de Marta e Maria nos ensina que, antes de se desdobrar em gestos de hospitalidade, importa saber acolher. A verdadeira hospitalidade não consiste em preparar muitas coisas, mas em acolher o dom que é a pessoa. Receber as pessoas com atenção, dar-lhes audiência, pode ser uma ocasião para receber a única coisa verdadeiramente necessária, a palavra de Deus: sua promessa (no caso de Abraão), seu ensinamento (no caso de Maria). O lema que se repete durante a celebração pode ser: “Em primeiro lugar, escute o Senhor”.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Gn 18,1-10a)

A primeira leitura nos mostra como a hospitalidade de Abraão é recompensada pela promessa de Deus. Sob a aparência de três viajantes, Deus apresenta-se, incógnito, a Abraão, que demonstra toda aquela hospitalidade tão apreciada no Oriente. Aos poucos, o foco da narrativa se desloca da hospitalidade de Abraão para a promessa de Deus. Abraão não perguntou pela identidade de seus hóspedes. Agiu por bondade gratuita. Com a mesma gratuidade, Deus lhe concede o que era estimado impossível: um filho de sua mulher Sara, já idosa.
A leitura mostra que, quando se está oferecendo hospitalidade, na realidade se está recebendo a generosidade de Deus. A hospitalidade que Abraão, generosa e gratuitamente, oferece a três homens, perto do carvalho de Mambré, transforma-se em receber. Ele recebe a coisa que mais deseja: um filho de sua mulher legítima, Sara. Talvez por isso se diz que a hospitalidade é “receber” uma pessoa: o hóspede é um dom para nós…
Deus passa por nossa vida, junto de nossa casa, e importa fazê-lo entrar (Gn 18,3), para que a nossa vida não fique vazia. Deus pode chegar como um viajante, um necessitado, e nossa gratuita bondade deve estar pronta para o “receber” no momento imprevisto.

2. Evangelho (Lc 10,38-42)

O evangelho, com o episódio de Jesus na casa de Marta e Maria, focaliza “o único necessário”.
Quem acolhe um hóspede parece estar oferecendo algo – a hospitalidade –, mas pode ser que, na realidade, esteja recebendo mais do que oferece, como foi o caso de Abraão na primeira leitura. Lida nessa ótica, a história de Marta e Maria se torna reveladora. Hospedar e cuidar é bom; mais fundamental, porém, é “receber” o dom que é o hóspede, com tudo o que tem de mais importante. E o mais importante, no caso, é a palavra de Jesus. Ele não veio para se fazer servir como um freguês num hotel; veio para servir (Mt 20,28), e serve por meio de sua palavra, de sua vida inteira. Ele é inteiramente palavra, palavra de Deus, no seu dizer, no seu fazer, no seu sofrer. Acolher essa palavra é o único necessário.
Quem se esgota em “fazer coisas” para o outro, sem realmente o “receber”, pode ser chamado de ativista. O ativismo é um mal de nosso tempo, mas não data deste século. É doença que espreita a humanidade desde sempre. Jesus aproveita as intensas ocupações da “dona Marta”, sua anfitriã, para falar desse assunto. Marta dá muita importância aos próprios afazeres e pouca àquilo que recebe de Jesus. Ela deseja que Maria, imersa na escuta das palavras do mestre, interrompa sua escuta e a ajude a preparar a comida. Mas por que preparar comida se não se sabe para quê? Se alguém não se abre para receber a mensagem, para que acolher o mensageiro? Um bom anfitrião procura servir o melhor possível, mas, se não escuta o que o visitante tem para dizer, fará uma montão de coisas, mas a finalidade real da visita não se realizará. “Marta, Marta, tu te ocupas com muitas coisas; uma só, porém, é realmente necessária…” Jesus não diz o que é essa coisa necessária, mas a história nos faz entender que é o que Maria estava fazendo: escutar Jesus. Maria escolheu a parte certa. Mais fundamental do que a casa bem arrumada e a mesa bem provida com que Marta se preocupa é acolher Jesus, com suas palavras, no coração. Então a mesa bem preparada servirá para sua verdadeira finalidade.
O ativismo, mesmo a serviço dos outros, corre o perigo de ser um serviço a si mesmo: autoafirmação à custa de quem é o “objeto” de nossa caridade. A superação do ativismo consiste em ver o mistério de Deus nas pessoas, assim como Maria o enxergou em Jesus, o porta-voz de Deus, o portador das “palavras de vida eterna” (cf. Jo 6,68).
O hóspede vem a nós com uma recomendação de Deus, e por isso lhe dedicamos atenção. Nossa preocupação não deve ser o nosso próprio afazer, mas a interpelação que o rosto do outro nos dirige. Então não lhe imporemos uma hospitalidade que nós inventamos em proveito de nossa autoafirmação, mas abriremos o coração àquilo que ele diz e é. É isso que Jesus lembra a Marta.
A verdadeira contemplação não é uma fuga a pensamentos aéreos, mas aquele realismo superior que nos leva a ver Deus no homem e o homem em Deus. Essa contemplação é também o fundamento da verdadeira práxis da fé, que consiste, precisamente, em tratar o homem como filho e representante de Deus. Para isso, o centro de nossa preocupação não deve ser nossa atividade, mas a pessoa humana que nos é dada e que nós “recebemos” como um dom da parte de Deus.

3. II leitura (Cl 1,24-28)

A segunda leitura nos fala da manifestação do mistério de Cristo na missão do apóstolo. Servir a Cristo é participar de seu sofrimento. No sofrimento próprio, Paulo vê confirmada sua comunhão com Cristo, e isso é para ele uma alegria. Ele quer revelar o “mistério de Deus” – que é Cristo – por sua vida. Cristo é a “esperança da glória”. “Cristo no meio de nós” (1,27) não é um belo pensamento, mas força que nos impele ao encontro dos irmãos. Cristo é, em nós, a esperança, a impaciência do Dia que há de manifestar, plenamente, o que ele é e o que nós seremos nele.
Deus vem ao ser humano. Paulo sabe dessa união de Deus e Cristo com o ser humano, que lhes pertence. O apóstolo considera o seu sofrimento como a complementação, no próprio corpo, do sofrimento de Cristo. Não que faltasse algo ao sofrimento de Cristo por parte deste – faltava algo por parte de Paulo; o sofrimento de Cristo precisava ser completado pela participação de Paulo. Isso, aliás, vale para todos nós. Só nos apropriamos, por assim dizer, da paixão de Cristo por nossa “com-paixão”.
Paulo anuncia a palavra de Deus em sua plenitude: o mistério escondido desde a eternidade, a realidade só conhecida por quem dela participa, a esperança da glória, “Cristo em vós”. Na comunidade dos fiéis, da qual Paulo se tornou apóstolo, está presente aquele que assume todo o sentido de nossa vida e da criação toda (Cl 1,15-20, cf. domingo passado). Para que fossem levados à perfeição os que receberam sua pregação, Paulo oferece sua vida.
(Querendo usar um texto mais afinado com o tema do evangelho e da primeira leitura, veja-se 1Pd 4,9-11: “Sede hospitaleiros”.)

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O importante e o necessário: Grande mal em nossa sociedade, e também na Igreja, é o ativismo, a falta de disposição para aprofundar o essencial, sob o pretexto de tarefas urgentes.
Na primeira leitura vimos a virtude da hospitalidade, na figura de Abraão. Deus, que nos anjos se tornou seu hóspede, recompensa-o com a promessa de um filho. Será que o evangelho não contradiz essa lição? Jesus dá a impressão de valorizar mais a presença passiva de Maria, que fica a escutá-lo, do que a preocupação de Marta em bem recebê-lo. Ou será que o jeito certo de recebê-lo é o de Maria: escutar sua palavra?
Jesus observa a Marta que ela anda ocupada e preocupada com muitas coisas, enquanto uma só é necessária. Essa observação não é uma crítica à hospitalidade, mas indica uma escala de valores: a melhor parte é a que Maria escolheu! O que esta faz é fundamental e indispensável: escutar. O resto (as correrias pastorais, as reuniões) é importante, mas deve ter fundamento no escutar. Jesus censura Marta não porque ela cuida da cozinha, mas porque quer tirar Maria do escutar para fazê-la entrar no ritmo das suas próprias ocupações. Marta não conhecia a escala de valores de Jesus.
Paulo, na segunda leitura, pode ser um exemplo. Ele passou pela “passividade” do sofrimento, assumindo no próprio corpo a sua participação no sofrimento de Cristo. Dessa identificação profunda com Cristo ele tirou a força para seu surpreendente apostolado.
Gente ocupada é o que menos falta. Mas sabemos muito bem que toda essa ocupação não gira, necessariamente, em torno do fundamental. Dá até pena ver certas pessoas complicar a vida com mil coisas das quais dizem que vão simplificá-la. Por outro lado, encontramos também, especialmente entre os pobres “de coração” (não aqueles com mania de rico), pessoas que levam uma vida simples, porém com muito mais conteúdo e, sobretudo, com um coração sensível e solidário.
Importa acolher (a Deus, a Jesus, os outros) em primeiro lugar no coração. Só então as demais atuações terão sentido. Isso vale na vida pessoal e também na vida comunitária. Comunidades que giram exclusivamente em torno de preocupações e reivindicações materiais acabam esvaziando-se, caem em brigas geradas pelo personalismo e pela ambição. Mas comunidades que primeiro acolhem com carinho a palavra de Jesus num coração disposto saberão desenvolver os projetos certos para pôr essa palavra em prática.
“Buscai primeiro o reino de Deus…”

Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br
FonteVida Pastoral em 21/07/2013

Meditação

Como e em que circunstâncias você procura ouvir a voz de Deus? - É fácil dosar as atividades puramente materiais com as espirituais? - Como é sua vida de apostolado? - Como você acolhe os que batem à sua porta? - Sua vida é um bom exemplo de ação e contemplação?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fontea12 - Santuário em 21/07/2013

Meditando o evangelho

A MELHOR PARTE

A cena evangélica desafia-nos a fazer uma leitura integrativa, sem contrapor Maria e Marta, como se uma fosse símbolo da ação e a outra, da contemplação, como se uma tivesse feito uma ação louvável e a outra, uma ação censurável. Portanto, quando Jesus fala que Maria escolheu a melhor parte, pensa-se logo que a contemplação é mais importante que a ação ou, mais radicalmente, a contemplação pode prescindir da ação.
Tanto a atitude de Maria quanto a de Marta foram de carinhosa acolhida a Jesus e a seus discípulos. A primeira deteve-se a escutar o amigo recém-chegado, enquanto a outra pôs-se a preparar uma refeição para esses hóspedes. Diante de amigos com fome, nada melhor do que oferecer-lhes algo para restaurar as forças. O erro de Marta consistiu em não começar por acolher a quem chegava, talvez depois de um longo período de ausência. Era preciso acolher o Mestre, antes de pôr-se em ação. Afinal, Jesus estava mais interessado em partilhar alguns momentos de convívio com uma família amiga do que em degustar uma excelente refeição.
No caso de Maria, sua amabilidade inicial transformar-se-ia em insensibilidade, se fosse incapaz de perceber a situação dos amigos e não se apressasse em dar-lhes comida. Ela, porém, agiu corretamente. Sua ação foi precedida da escuta da palavra do Mestre. Ou seja, a contemplação culminou e expressou-se na ação caridosa para com os visitantes.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de contemplação, ensina-me a inspirar o meu agir na escuta atenta da Palavra, de forma que minhas ações sejam expressão de comunhão com o Senhor.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. SER ou FAZER, eis a questão!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Pensei em conversar com Maria ou a própria Marta, mas o Evangelista São Lucas seria o mais indicado, afinal como autor, ele é imparcial na história dessas duas mulheres.

___São Lucas, quem ganha essa parada, Marta ou Maria? Está muito claro que Maria escolheu a melhor parte, será que a reflexão é só isso mesmo?
São Lucas____Não podemos nos esquecer que o evangelho é uma reflexão das comunidades onde nós evangelistas estávamos em contato permanente e é como uma colcha de retalhos, pegavam uma palavra de Jesus aqui, um relato diferente acolá, alguma coisa que alguém de outra comunidade falou sobre o fato, costura-se tudo e se faz o evangelho, sempre inspiração do Espírito Santo, Palavra de Deus revelada.

___O Senhor está querendo com isso, dizer o que? Que esse episódio não ocorreu?
___Quero dizer que o mais importante é prestarmos muita atenção na reflexão em si, que se tira desse ensinamento do mestre, a reflexão é a essência, é como uma laranja onde a casca é importante, mas não mais do que aquilo que está dentro. Ao chupar uma laranja, se você ficar prestando atenção excessivamente nos detalhes da casca, irá perder o melhor, que são os gomos com o suco doce.

___Mas São Lucas, Jesus ia sempre hospedar-se na casa dessas duas irmãs, que são também irmãs de Lázaro, não?
____Claro que sim, eles formavam a Comunidade Betânia, mas sendo um escrito pós pascal, por trás de Marta e Maria há duas comunidades, isso é muito claro. Uma dessas comunidades, muito hospitaleira por sinal, havia ao que parece  muitas atividades que hoje chamaríamos de pastorais. Era uma correria com reunião prá cá, reunião para lá, decisões e encontros, planejamento. Um ativismo exacerbado.

___Opa! Parece que o Senhor está falando de nossas comunidades? Ás vezes é assim também aqui em nosso tempo!
____ E a outra comunidade fazia um pouco menos de todas essas tarefas, pois tinham como prioridade as celebrações com a escuta da Santa Palavra, dos ensinamentos de Jesus. Não chegava a ser uma comunidade contemplativa, mas eram capazes de ficarem horas e horas meditando a Palavra e não se cansavam em ouvi-la.

_____ São Lucas, nem precisa dizer mais nada, agora ficou fácil a meditação. Pois o Documento 94 das DGAE (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora)  nos ensina a fazer tudo, A PARTIR DE JESUS.  Ele é o ponto inicial e o ponto final, sem ele, não caminhamos e nem chegamos a lugar nenhum. Uma Igreja Sacramentalista e Pastoralista parece Marta, que até acolhe, mas depois prioriza o FAZER em detrimento do SER, e o ideal mesmo é ser como Maria, primeiro o SER que vem com a Palavra de Jesus que transforma o nosso íntimo, daí o nosso FAZER será requalificado.
___Pois é, acho que o fechamento da reflexão foi perfeito. É isso mesmo, e em vez de ficar se perguntando que estava com a razão, se Marta ou Maria, olhe para o modo de como vocês fazem as coisas hoje nas comunidades, e se Jesus Cristo está no centro de tudo…
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
FonteNPD Brasil em 21/07/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Hospedar ou acolher, eis a questão...!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há uma grande diferença entre hospedar e acolher . Quando Jesus chegou na casa de Marta, ela mal teve tempo de saudá-lo e já se entregou às tarefas domésticas, limpar e organizar toda casa, preparar o quarto para o hóspede ilustre e ainda fazer a refeição. Jesus era um hóspede e foi assim que Marta o tratou, de maneira formal tendo como lema, primeiro o serviço e depois a amizade. É mais ou menos assim, quando chegamos de surpresa na casa de alguém, e que não tendo quem nos faça sala, a pessoa diz “Olha, estou ocupada, mas pode falar que estou ouvindo”. Acho que se Maria não estivesse em casa, era isso que Marta iria acabar fazendo: “Olha Senhor sinta-se a vontade, daqui a pouco minha irmã chega para lhe fazer sala, não repare se estou trabalhando, pois hoje é dia de faxina e ainda tenho de preparar a refeição”. Maria ao contrário, sentou-se aos pés de Jesus para ouvi-lo, sem pressa ou nenhuma outra preocupação.
E que diferença, quando a pessoa nos acolhe de maneira fraterna, carinhosa, dando-nos toda atenção, e faz o clássico convite “olha, você já é de casa, vamos lá prá cozinha bater um bom papo que vou passar um café fresquinho”. E a conversa vai longe, e o cheirinho bom do café sendo coado, quem sabe um biscoitinho, um docinho caseiro, isso é mais que uma simples hospedagem, é acolhimento e faz uma diferença enorme porque é um tratamento personalizado.
Parece-me que esse evangelho está querendo nos perguntar, se em relação a Jesus Cristo e o seu Santo Evangelho, sua palavra cheia de sabedoria e seu ensinamento, a nossa atitude é de quem recebe um hóspede, por algumas horas ou dias, ou o acolhemos realmente, como alguém que faz parte da nossa vida? É muito importante respondermos a essa pergunta, mesmo porque, a casa onde acolhemos ou simplesmente hospedamos Jesus, é exatamente a nossa vida. Será que ele é nosso íntimo e pode adentrar em nossa “cozinha”, isso é, dentro do nosso coração, ou o recebemos com pressa, no portão da casa, e nem o convidamos para entrar...
Maria o acolheu, não apenas como alguém importante e ilustre, mas como seu Senhor e Mestre, um amigo querido, que com suas palavras sábias lhe conquistava o coração, ouvi-lo não era tarefa cansativa, mas algo edificante, extremamente gratificante e prazeroso, com ele Maria aprendia e sentia, pois as palavras lhe tocavam o coração. Notem que Maria nada diz e nem se revolta ou reclama da atitude grosseira da irmã, não faz ares de santinha, que está com a razão, ao contrário, Lucas não narra essa parte, mas provavelmente Maria, com palavras suaves se desculpou com Jesus, pela má educação da outra.
Maria não é vaquinha de presépio que só diz “amém”, mas sabe relacionar-se com as pessoas, com respeito, ternura, delicadeza, com toda certeza, pensamento meu, ela chamou Marta de lado e pediu-lhe calma, que depois ela a ajudaria em todas as tarefas. Já Marta andava bastante estressada, provavelmente não tinha planejado as tarefas, e Jesus chegara meio sem aviso, e agora tinha de dar conta do recado, “assoviar e chupar cana”, limpar a casa, preparar o quarto de hóspedes e ainda por cima, preparar a refeição. Gostava de Jesus, mas não tinha tempo para ficar ouvindo-o, ou porque já sabia tudo de cor, ou porque achava que aquilo nada tinha a ver com sua vida, como muitos cristãos fazem quando vão a missa ou celebração do domingo, muitos saem até sem receber a bênção final, vivem com pressa e falta-lhes paciência para ouvir.
Vivemos em uma sociedade onde as pessoas estão sempre apressadas, em um ativismo doentio, fazendo um monte de coisa ao mesmo tempo, às vezes sem planejamento e organização (não é assim em nossas comunidades?) tem que se produzir para consumir, ninguém tem tempo para mais nada, fala-se muito e ouve-se pouco, ou quase nada, escuta-se o outro, já pensando no que vamos responder, o que o outro fala não é tão importante como aquilo que temos a dizer (ah... Nossas reuniões pastorais...).
Nas celebrações onde o Senhor nos fala, nas orações, nos cantos, nas leituras e na Eucaristia, até o ouvimos, mas não nos colocamos como discípulos que querem apreender cada vez mais, para poder segui-lo. Nem nos sentamos para ouvir, ficamos em pé, com uma pressa danada de que ele termine logo, pois outras tarefas mais importantes nos aguardam. Como Marta, colocamos a Palavra de Deus em um segundo plano.
As conseqüências disso estão na relação com as pessoas, começamos a achar que estamos fazendo sozinhos, que ninguém colabora, ninguém ajuda, e despejamos o nosso amargor, destilamos o nosso veneno “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todas essas tarefas? “ Maria escolheu a melhor parte, porque bebeu das palavras de Jesus, abriu-lhe o coração e a mente, deixou que Ele entrasse em sua vida e certamente aprendeu com o Mestre, como servir as pessoas, com alegria e humildade, de maneira gratuita e incondicional.
Quanto a parte que Marta escolheu, além de dor nas costas, irritação e palavras amargas ditas a Jesus e a irmã, em tom de cobrança, nada restou, nada se aproveitou. Se o mesmo acontece em nossos trabalhos pastorais, está na hora de sentarmo-nos aos pés de Jesus, sem pressa nem correria, para saborearmos cada momento da celebração, e depois sentirmos no coração esta incontida alegria que nos leva a amar e a servir, com qualidade, eficiência, alegria e ternura... Essa é sem dúvida a melhor parte, o resto não passa de “choramingos e resmungos”, que geram desconfiança e inimizades no seio da comunidade. Que parte nós escolhemos?
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Maria, escutava a sua palavra...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Na primeira etapa da viagem de Jesus para Jerusalém, São Lucas nos colocou no meio da atividade missionária dos discípulos de Jesus. Na segunda etapa entramos num clima de oração. Missionários que agem, colhem e rezam. O clima de oração, num ambiente de hospitalidade, nos é dado pela atitude de Maria, que se senta aos pés de Jesus e escuta a sua palavra. Ela escolheu a melhor parte, enquanto Marta, sua irmã, está ocupada com muitos afazeres. As duas irmãs acolhem Jesus, e o acolhem bem. Uma lhe fez companhia, enquanto a outra prepara a refeição. O Evangelho é um convite à hospitalidade, apesar da reação de Marta contra sua irmã que não a ajuda nos afazeres da casa. A refeição pode ficar em segundo lugar. O necessário, que não pode deixar de acontecer, é a escuta da palavra de Jesus. O discípulo, seguidor de Jesus, escuta, porque tem que aprender do Mestre. No entanto, tirando a cena de ciúmes de Marta ou da reação comum quando há trabalho a ser feito, a hospitalidade é perfeita: alguém faz sala e alguém prepara a refeição.
Abraão e Sara acolhem três viajantes com muita atenção e generosidade. A recompensa da acolhida foi a gravidez de Sara que até então não tinha filhos. O nascimento de Isaac, o filho da promessa, é confirmado. Abraão não conhecia os viajantes e os acolheu muito bem. Sem saber, acolheu o próprio Deus. Abraão vê três homens e fala com eles no singular como se fosse um só. Volta depois a falar no plural com os três que perguntam onde está Sara. Abraão responde e volta o singular: uma pessoa promete o nascimento de um filho. Os homens partem e Deus permanece com Abraão. O texto parece falar de três anjos com aparência humana ou de um só Deus em três Pessoas, ou Deus acompanhado por dois Anjos. Jesus também se hospeda em nós. Ele está presente em nós.
Paulo tem essa missão: anunciar ao mundo que Deus está no meio de nós, que Deus habita em nossa cidade, em nossa casa, que Jesus está em cada um de nós. Os batizados em conjunto formam o corpo de Cristo, que é a Igreja, comunidade de irmãos e irmãs vindos do judaísmo e do paganismo. Dos dois povos ele faz um só. Paulo se dedica ao bem desse corpo formado por nós e por Cristo. Ele se une aos sofrimentos de Cristo e procura completar o que ainda lhe falta para estar mais próximo das tribulações sofridas por Cristo. A obra de Cristo está completa, tudo foi consumado, nada lhe falta, nem mesmo as tribulações. Conosco, porém, não é assim. A hospitalidade é a flor da caridade e deixamos a flor murchar. Temos que completar o que falta em nós das tribulações de Cristo. Em Cristo não falta nada. Falta em nós.
Fonte: NPD Brasil em 21/07/2019

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 21/07/2019

HOMILIA DIÁRIA

Ter o Senhor como nossa prioridade

O Senhor deve ser o centro de nossas vidas, temos que colocá-Lo como prioridade no nosso dia a dia

“Marta recebeu Jesus em sua casa e sua irmã chamada Maria sentou aos pés do Senhor e escutava sua Palavra” (Lc 10, 38-39)

Nós temos a graça de celebrar, neste domingo, o modelo de duas seguidoras de Jesus. Marta e Maria, irmãs de Lázaro, têm a graça de receber Jesus em sua casa e, no mesmo momento, manifestarem seu jeito de servir ao Senhor.
Marta é ocupada com os afazeres. Claro que ela compreendia a importância de Jesus, mas tinha suas obrigações, e o Senhor já é tido como “um de casa”. Por isso, ela se preocupa em deixar a casa arrumada para Ele.
Já Maria faz questão de mostrar que, primeiro, ela quer estar aos pés do Mestre, ouvindo Sua palavra. Não é que Maria não tinha seus afazeres, mas, naquele momento, ela escolheu a melhor parte.
Nós estamos atarefados demais, até mesmo com muitos serviços na Igreja, e não temos tempo de escutar o Senhor. É perceptível aos olhos a dificuldade que muitas pessoas vivem por não terem tempo de cultivar uma intimidade por meio da adoração, colocando-se aos pés do Mestre para escutá-lo.
Hoje, somos chamados pelo Senhor a priorizá-Lo. Fazer isso não significa ter muitas tarefas, mas ter um tempo reservado para conhecer a Palavra, colocar-se na sua presença do Senhor e aprender a ouvir o que brota do Seu coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
FonteCanção Nova em 21/07/2013

HOMILIA DIÁRIA

O essencial é estar em Deus

Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lucas 10,41-42).

Jesus é aquele que olha e conhece o coração humano, Ele sabe o quanto o nosso coração anda agitado, preocupado com muitas ocupações. O que são as nossas preocupações senão as nossas ocupações com todas as situações da vida?
A verdade é que todas as ocupações vão ocupando os espaços do nosso coração, e ocupam tanto espaço, que não sobra lugar para outras coisas. O pior é que essas ocupações vão sufocando, vão matando o essencial da nossa vida.
O essencial é aquilo que Maria escolheu, o essencial é estar em Deus, estar com o coração colado n’Ele, tomado pela graça divina, colocando-se aos pés do Senhor para se abastecer d’Ele.
Veja a nossa dificuldade: temos dificuldade em rezar, de nos colocar em atitude de oração, porque o coração está tão agitado, perturbado… As inquietações da vida são tantas! Somos assaltados, a todo momento, em nossa mente, por fantasias, fantasmas, devaneios mentais; e o coração está tão atolado de coisas, sejam de coisas não resolvidas, sejam das nossas angústias, dos nossos medos, temores, seja um coração tomado pelas mágoas, angústias e revoltas da vida.

O essencial é estar em Deus, estar com o coração colado n’Ele, tomado pela graça d’Ele

Isso vai nos agitando, perturbando-nos, preocupando-nos e gerando em nós tantas intranquilidades, que o coração fica inflamado. Então, ficamos emocionalmente instáveis, doentes, enfermos, sofrendo, nos angustiando com a nossa cara de preocupação, amargurados, azedos, impacientes uns com os outros. Ficamos bravos, brigamos, revoltamo-nos, criamos situações de contendas e discórdias, porque não nos ocupamos daquilo que é essencial.
Isso não quer dizer que as outras coisas não sejam importantes, não que o trabalho de Marta de cuidar da casa e dos afazeres não fosse importante. Tudo isso é fundamental, mas não é o essencial. Veja a diferença: existem coisas que são importantes para a nossa vida, mas o importante não pode estar acima daquilo que é essencial.
É o essencial que vai dar luz e graça para as coisas que são importantes para a nossa vida. A pessoa vai escolher o que ela tem para fazer na vida e vai ver todas as suas responsabilidades, ela tem que cuidar da casa, cuidar dos meninos, lavar as roupas, tem que trabalhar, estudar e todas as coisas importantes. Mas ela pega o essencial, que deve iluminar todas essas coisas, e deixa por último ou de fora; e daqui a pouco, o coração dela está agitado, preocupado e tenso, porque não tem a luz essencial para iluminar as coisas importantes da vida.
“Marta, tu te preocupas com muitas coisas. Não se esqueça, uma só delas é essencial e esta não lhe será tirada”. Todas as outras coisas passarão, ocupações com filhos, trabalhos e estudo. E o que fica? Só o Senhor, e ninguém pode tirá-Lo quando Ele está em nós e permanece em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
FonteCanção Nova em 21/07/2019

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, inunda-nos com o teu Espírito para que façamos o discernimento correto e optemos por viver os sinais do teu Reino de Amor já nesta terra encantada, conscientes de que sua plenitude virá um dia, quando recebermos o teu abraço paterno/maternal, prometido pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/07/2019