12 de Agosto de 2013
Ano C
Mt 17,22-27
Comentário do
Evangelho
Jesus
é maior que o Templo
Ante o segundo anúncio da
paixão-morte-ressurreição (o primeiro: 16,21-23), “os discípulos ficaram
extremamente tristes” (v. 23). Nós já observamos que os anúncios da paixão do
Senhor são acompanhados da incompreensão dos discípulos. Aqui se diz da “forte tristeza”.
De que tristeza se trata? Tristeza da incompreensão. Talvez se fixem somente
nas palavras paixão-morte e se esquecem de que a ressurreição passa pela paixão
e morte do Senhor.
O episódio do imposto devido ao Templo é próprio
do primeiro evangelho. A obrigação de pagar um imposto para o Templo se
encontra em Neemias 10,33ss: “Impusemo-nos como obrigação: dar uma terça parte
de um ciclo por ano para o culto do Templo de nosso Deus…” (ver também Ex
30,13). No entanto, a questão legal, aqui, é menos importante. Jesus amplia a
questão do v. 24, perguntando a Simão: “os reis da terra cobram impostos ou
tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?” (v. 25). Ao que Pedro
respondeu: “Dos estranhos!” (v. 26). Jesus ultrapassa, assim, um primeiro nível
de sentido: os filhos, aqui, são filhos do Rei, isto é, os que reconhecem em
Jesus o Filho bem amado do Pai. Desse modo, os discípulos estariam liberados do
imposto. E Jesus? Ora, Jesus não é só maior que o Templo, mas onde aprouve a
Deus habitar com a plenitude de sua graça.
A moeda na boca do peixe é um modo de sugerir a
Simão pagar o imposto com o fruto do seu trabalho, isto é, a pesca.
Carlos Alberto Contieri, sj
Vivendo a Palavra
Jesus quer nos mostrar que o mundo não nos
reconhece como filhos, mas como súditos. Portanto, haverá dificuldades em
nossas relações. Ele mesmo seria entregue nas mãos dos homens e também nós,
seus seguidores, teremos sorte semelhante. Mas, ao terceiro dia,
ressuscitaremos com Ele!
Reflexão
Uma coisa é termos direito sobre algo e
outra coisa é a conveniência do uso desse direito. No nosso dia a dia, muitas
vezes acontece que temos que renunciar a um direito em vista de um bem maior. O
próprio Jesus nos mostra essa necessidade no evangelho de hoje, quando renuncia
ao direito de não parar os impostos do templo para conseguir um bem maior que
está no fato de evitar escândalos. Assim, também nós devemos deixar de lado
determinados direitos, que podem até demonstrar mesquinhez,quando esses podem
se tornar causa de escândalos ou conflitos e fazer com que percamos um bem
maior como a paz e a tranqüilidade.
Meditação
Você fica muito triste
diante dos sofrimentos? - Como consegue recobrar ânimo? - Há muita escravidão
de seres humanos ainda hoje e de vários tipos. Você teria algum exemplo para
citar? - Faça algum comentário de algum caso em que os impostos devidos não são
pagos e também não são bem gerenciados por quem teria obrigação disso. - Jesus
paga o imposto devido para evitar escândalo. Corremos o risco de escandalizar
pessoas? Mencione alguma situação.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentários do
Evangelho
1 - ”Para não escandalizar.” - Helena
Serpa - 12 de Agosto - Postado
por JOSÉ MARIA MELO
– Deuteronômio 10,12-22 – “– Instruções para a felicidade”.
Moisés continua dando ao
povo de Israel instruções para que sejam felizes, com temor e seguindo os
caminhos do Senhor. Para nós também o caminho não mudou: amar e servir a Deus
com todo o nosso coração e com toda a nossa alma guardando os Seus preceitos.
“Abri, pois o vosso coração e não endureçais mais vossa cerviz”, nos recomenda
Moisés, “pois o vosso Deus é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores”. Moisés
também nos propõe a imitarmos o Senhor, fazendo justiça ao órfão à viúva e ao
estrangeiro, isto é, a todas as pessoas indistintamente, mesmo a quem não
gostamos ou admiramos. Todos nós somos estrangeiros aqui na terra e de alguma
forma, também carecemos e necessitamos uns dos outros. Se tomarmos consciência
das instruções de Moisés, mesmo na nossa fragilidade e impotência diante dos
desafios nós podemos manter a tranquilidade e viver com serenidade sob a Luz da
Palavra de Deus. Deus nos deixou como herança a Sua Palavra que é fonte de
felicidade e de justiça, para que experimentemos desde já a santidade. Ele
escolheu a nossos pais e a nós também como Seu povo e promete abençoar a nossa
descendência, pois se afeiçoou de nós e nos amou desde sempre. Não podemos nos
esquecer de que as Suas promessas se cumprem no tempo hábil e a nossa
felicidade está garantida pela palavra que sai da Sua boca. – Você tem andando
nos caminhos do Senhor? – Como você tem perseguido a felicidade? – Você tem
consciência de que é carente e necessitado do amor de Deus e dos irmãos? - Nas
coisas de Deus você tem seguido mais o coração ou à razão? - Você é uma pessoa
que sabe acolher aqueles que encontra pela 1a vez?
Salmo 147 – “Glorifica o Senhor, Jerusalém!”
A Palavra do Senhor é o alimento para a nossa alma e a segurança para a
nossa caminhada. Ela é fonte de paz e mensageira das promessas do Senhor, por
isso, deve ser propagada e proclamada a todos a quem encontrarmos. Anunciar a
Palavra de Deus é nossa missão. Somos missionários do Seu amor e glorificamos o
Seu Nome quando revelamos ao mundo os Seus preceitos e as Suas ordens. Por
nosso meio o Senhor quer salvar todos os povos.
Evangelho – Mateus 17,22-27 – ”Para não escandalizar.”
Os discípulos de Jesus ainda não tinham percebido que neste mundo, todos
nós estamos sujeitos às leis, às regras e exigências dos homens, por isso
ficaram tristes quando Jesus lhes falou que seria entregue nas mãos dos homens.
Não podemos nos esquivar das obrigações, dos compromissos e até mesmo do
sofrimento que o mundo nos impõe. Jesus deu o exemplo de entregar-se por amor à
humanidade e se deixar crucificar, mesmo sem ter nenhuma culpa. Como homem,
Jesus também nos ensinou que embora sejamos livres, filhos de Deus, nós temos
encargos e obrigações sociais as quais temos o dever de cumpri-las, como pagar
impostos e taxas. Algumas vezes quando estamos cheios de razão batemos o pé e
não aceitamos as imposições. Jesus, porém, diante da cobrança dos cobradores do
imposto do templo não se revoltou nem tampouco alegou ser Ele Filho de Deus, mas
humildemente, recebeu da providência divina a “moeda” para cumprir com a Sua
obrigação diante dos homens. O cristão verdadeiro segue o modelo de Jesus: para
não escandalizar, paga o que lhe é cobrado para o bem estar social. A nossa fé
também se manifesta por meio da abertura do nosso “bolso”. Deus proverá para
nós tudo de quanto precisamos para cumprir com os nossos compromissos sociais.
O seguimento a Jesus não nos isenta de também participarmos do crescimento e
conservação da obra criada por Deus. – Você tem consciência de que mesmo sendo
livre, filho de Deus, você tem obrigações para com os homens? - Você costuma
pagar os seus compromissos sociais sem murmurar? - O que Jesus o (a) ensinou
neste Evangelho?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
2 - Jesus anuncia a sua morte -José
Salviano - 12 de
agosto - Evangelho - Mt
17,22-27
Jesus anuncia a sua morte, e tudo o que lhe
acontecerá. E porque Ele sabe o seu futuro? Primeiro porque tudo faz parte do
projeto do Pai que foi anunciado pelo Espírito Santo através das bocas dos
profetas.
Segundo, Jesus sendo Deus, sabia tudo o que iria
acontecer, até os pensamentos das pessoas em sua volta. Enxergava quilômetros
na sua frente.
Em seguida, Jesus disse: "Se alguém quer vir
após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me."
Talvez seja esta afirmação de Jesus, o
segundo motivo pelo qual os sacerdotes são celibatários. Negar a si mesmo. O
primeiro motivo talvez seja porque Jesus disse. "Quem deixar mulheres e
filhos para me seguir terá cem vezes mais nesta vida e mais a vida eterna, com
direito a perseguições"; e o terceiro motivo dos padres não se casarem
talvez seja pelo fato de Jesus não ter se casado. O sacerdote imitando a
Cristo, não se casa.
Por favor, se estou errado, se não é exatamente
isso, alguém que me corrija, mas me dê a resposta certa. Não faça somente
critica. Apresente a solução.
"Tome cada dia a sua cruz..." Que
dureza! Cada um de nós tem a sua cruz para carregar. É o cheiro da fumaça do
cigarro do marido, é a sogra monopolizando a família, é a esposa reclamando de
tudo e de todos que desarrumam a casa (mas ela está certa), é o cachorro do
vizinho que não pára de latir nos nossos ouvidos quando precisamos estudar,
etc.
Temos vários tipos de cruzes. Algumas cruzes são
produzidas ou feitas por nós mesmo. Aquele jovem cheio de vida, apostando
corrida na madrugada com seus amigos, bateu com o carro e hoje tem de carregar
uma merecida cruz! Uma perna mecânica.
Ele é jovem, cheio de saúde, de boa aparência e por
isso vive rodeado de muitas garotas, bom emprego, arrasa nas madrugadas, e na
praia só dá ele, não tem pra ninguém... "peraí." Adianta a fita, digo
o DVD. Vamos ver como é o final desse filme, o final da vida deste campeão.
...Hoje, aposentado, ele tem de pagar 3 pensões
alimentícias para suas ex-esposas. Não é que ele fosse um mau marido, um traidor,
mas acontece que as garotas não o deixava respirar, dando em cima dele, e
exigindo que deixasse a sua esposa e se casasse com elas. E isso aconteceu por
três vezes.
Hoje esse ex-campeão mora sozinho na casa de sua
falecida mãe, e está carregando várias cruzes, pois o que ganha, já descontado
na fonte as pensões, mal dá para se alimentar. Como se não bastasse, agora
surgiu mais uma dolorosa cruz, uma DST (Doença Sexualmente Transmissível),
deixando-o magro, desanimado e sem os amigos das horas boas.
Depois de comentar algumas cruzes adquiridas, vamos
tentar examinar algumas cruzes acidentais. Aquelas em que dizemos que não
tivemos culpa de nada.
Ela ia passando pela praça, surge de repente um
tiroteio, uma bala atinge sua coluna, e hoje sua cruz é uma cadeira de
rodas. Porque aconteceu aquilo? Uma fatalidade? É muito complicado, e
apesar de que Jesus disse que não cai uma folha da árvore sem a vontade de
Deus, neste caso é bom a gente não emitir nenhuma opinião. Até que
ponto ela mereceu aquilo? Não nos cabe julgar. Simplesmente dizemos que
aconteceu, sem mais comentários.
As cruzes são importantes, pois elas nos purificam e
nos santificam, desde que não reclamamos do seu peso, e o pior, desde que não
nos revoltemos com elas, ou contra Deus, carregando-as com paciência como o fez
o Filho de Deus, e oferecendo diariamente aquele sofrimento a Deus..
Cruzes injustas. É importante não generalizar,
atribuindo a todo tipo de sofrimento, a denominação de cruz.
Não confundir cruz com injustiça. O seu vizinho abusado e
injusto, para não dizer louco, começa a dar tiros da sua janela aterrorizando
os vizinhos. Alguém muito beata diz. Não chame a polícia.
É a nossa cruz...
Aí, realmente é um caso de injustiça que produz
conflito, e, portanto é um caso de polícia imediatamente.
Outro exemplo. Sua vizinha liga seu possante
aparelho de som na maior altura por volta de meia noite, e você precisa dormir.
Isso é uma cruz que você vai ter de engolir, digo, carregar? Acho
que não! Vai ter de tomar providências, reclamando os seus direitos.
Por ser cristão, não é ser bobinho.
Prezados irmão. Cruz é um assunto complicado e
longo, mas o espaço acabou. Vamos rezar para Deus perdoa os nossos pecados, nos
tornando assim, merecedores da redução do peso das nossas cruzes. Vamos pedir
também para Ele nos livre das cruzes acidentais e das cruzes injustas. Amém.
Sal.
3 - O Dinheiro na boca do
peixe-Alexandre Soledade - 12 de Agosto de 2013 - Segunda - Evangelho - Mt
17,22-27 - Alexandre Soledade
Bom dia!
O que eu imaginaria ou
faria, na posição de Pedro, ao ouvir a estranha história de lançar o anzol, e na
boca do primeiro peixe estaria uma moeda? Voltarei nesse pergunta mais para
frente.
“(…) Quem paga impostos e
taxas aos reis deste mundo? São os cidadãos do país ou são os estrangeiros”?
Nesse mundo em que
vivemos somos também considerados estrangeiros, pois ter fé, esperança e amor
ao próximo parecem nos rotular como tal. Tais “atributos” ou particularidades
são vistos por muitos como empecilhos a existência do hedonismo e do banalísmo,
“reis” empossados dos nossos dias.
Jesus e Pedro passavam
pela região. Não incomodavam, não atrapalhavam, não causavam tumultos ou sequer
perturbavam a ordem. Nada faziam para que sua conduta os desabonasse, mas por
que então a sua presença incomodava os cobradores ao ponto de indagar a Pedro
sobre os impostos? Pessoas de fé e solidas em suas convicções cristãs também
são e serão sempre questionadas.
Quantos pais conheço que
se sentem “profundamente incomodados” ao ver seus filhos participando de um
grupo de jovens na igreja? Quantos colegas ainda hoje se empenham a nos fazer
mudar de pensamento quando trocamos um dia na semana para agradecer a Deus
inseridos numa pastoral, movimento da igreja ou da missa? Quantos programas de
TV se empenham em tentar transformar nosso jeito de viver em “coisas de gente”
quadrada, retrógrada, que parou no tempo?
Como é duro reconhecer
que por vezes, os maiores opositores a uma vida diferente estão em nossas casas
ou em meio aos nossos amigos? Bem da verdade creio que eles não queiram nosso
mal, mas cada um deve ser respeitado pela escolha que fez sendo assim errado
também quando impomos nosso jeito “diferente” de ser aos outros sem respeitar o
livre arbítrio deles, ou seja, sua liberdade termina onde começa a do outro.
Apesar de todo esse
relato, não há o que temer ou criar motivos para brigar. “(…) Isso quer dizer
que os cidadãos não precisam pagar. Mas nós não queremos ofender essa gente”.
Muitos filhos, esposas,
maridos, (…) ao tomar um caminho, seja ele qual for, passam a gerar em suas
casas um local de guerra ao invés de um antro de paz. A diferença de opinião ou
de sentimento religioso acaba pondo fogo num lugar tão inflamável: o sentimento
humano de estar sempre certo.
“(…) Sereis por minha
causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho
para eles e para os pagãos. Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela
maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento
ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis,
mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. O irmão entregará seu irmão à
morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os
matarão. Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar
até o fim será salvo“. (Mateus 10, 18-22)
Gente que nunca brigou
passa a se digladiar; onde havia beijos e fotos, aos poucos são substituídos
por discussões banais e intermináveis que geralmente terminam com frases do
tipo “seu papa hóstia”, “sua beata”, “você não vai pro céu”. Nesse momento
então é prudente voltar na primeira frase da reflexão de hoje e acreditar que
dentro de um peixe encontrarei a solução que pague o meu imposto e o seu.
Portanto, não discuta!
Pesque! Que minha fé encontre o peixe que salve a mim e ao meu irmão. Não
percamos tempo com discussões que não levarão a nada, pois as brigas revelam
apenas o quanto quero estar certo e desejo que tenho que o outro esteja errado,
mas de fato ambos estão equivocados quando optaram pela briga.
João um dia resumiu “DEUS
É AMOR”
Não duvide, não
questione, não duvide, apenas lance o anzol!
Um imenso abraço
fraterno!
Liturgia comentada
Nas mãos dos homens... (Mt 17, 22-27)
Muitos teólogos têm realçado a “descida” do Filho
de Deus, o seu despojamento (sua kênosis) na encarnação. Na verdade, trata-se
de uma escolha divina que vem ultrapassar infinitamente nossa limitada
capacidade de compreensão: Deus se faz homem. O eterno se submete ao ciclo
temporal. O Infinito se deixa conter no seio da Mulher. O Imortal se entrega à
morte.
Neste Evangelho, ao anunciar pela segunda vez a sua
Paixão e Morte, Jesus frisa que tal “entrega” se faz “nas mãos dos homens”.
Logo ele, o Filho de Deus, que prefere apresentar-se como o FILHO DO HOMEM! O
Verbo de Deus, segunda Pessoa da Trindade, abre mão, por um tempo, da glória,
do poder e da alegria de ser Deus, assumindo uma natureza humana igual à nossa
em tudo, exceto o pecado. Trata-se de um “presente”, um dom do Pai à
Humanidade, tendo como resposta uma terrível rejeição, que iria culminar com o
drama do Calvário. Tal como registra o Evangelho de São João, “Ele veio para o
que era seu, e os seus não o acolheram”. (Jo 1,11.)
Se nós contemplamos atentamente a Paixão de Jesus
Cristo, vemos como Ele “rolou de mão em mão”, de Herodes a Pilatos, dos algozes
aos carrascos, tendo como pano de fundo as vaias e apupos da turba e a cínica
zombaria dos soldados romanos. Em todos estes casos, eram mãos humanas. Humanas
como as nossas, que também pecamos e, de certo modo, confirmamos a morte do
Senhor.
É bem verdade que, em sua experiência na terra,
Jesus Cristo passou por muitas outras mãos. As mãos maternas de Maria, que o
acariciaram. As mãos paternas de José, que ajudaram o Menino a andar. As mãos
impuras da hemorroíssa, que tocaram a franja de seu manto, obtendo a cura de
sua enfermidade crônica. As mãos prestativas de Marta, que lhe preparavam a
refeição. As mãos misericordiosas do Cireneu, que sustentaram parte do peso da
cruz. As mãos piedosas do rico Nicodemos, que embalsamaram o corpo de Jesus em
mirra e aloés. As mãos trêmulas de Tomé, que lhe tocaram as feridas.
Seremos ainda capazes de admiração e espanto diante
de um Deus que se entrega nas mãos de homens? Caso positivo, olhemos para o
altar: ali – em cada missa – Jesus Cristo se entrega de novo. Mais uma vez, o
homem ergue as mãos (o sacerdote) e, sob as humildes aparências do Pão, é o
mesmo Corpo que se entrega. Na figura sensível do Vinho, é o mesmo Sangue que
se derrama.
E nós? Quando nos entregaremos nas mãos de Deus?
Orai sem cessar: “Terei confiança no Senhor!” (Is
8,17)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Temos de ser livres
Nós temos de ser livres para proclamar o Reino
de Deus. No entanto, a liberdade não tira as nossas responsabilidades.
E Jesus disse: “Mas, para não escandalizar
essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que
pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a
eles, por mim e por ti” (Mt
17,27).
Os homens estavam incomodados, querendo saber se Jesus pagava o
imposto do templo, por isso perguntaram a Pedro: “O vosso mestre não paga o
imposto do Templo?”. Pedro disse: “Sim, paga”.
Jesus então disse a Simão: Os reis da terra cobram impostos ou
taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?”. Pedro respondeu: “Dos estranhos!”
Então Jesus disse: “Logo os filhos são livres”.
Jesus, hoje, está chamando a nossa atenção, pois, muitas vezes,
as leis humanas são criadas para nos prender e não para fazer de nós homens
livres. Não devemos nos conformar com leis injustas, com leis que não estão
corretas, as quais, muitas vezes, exploram o nosso povo, a nossa gente e cada
um de nós. Impostos altos, pedágios pesados… São tantas as situações que nós
enfrentamos que não é simplesmente dizer: é isso mesmo.
Primeira coisa, nós não podemos escandalizar; nós temos de dar o
exemplo. Se as leis existem, sendo justas ou injustas, precisamos cumpri-las,
nem que tenhamos de fazer como Jesus e ir na boca do peixe pegar a moeda para
pagar os impostos, os pedágios e tantas coisas que nessa vida são injustas.
Mas nós precisamos ser livres, ou seja, não concordar com muitas
das coisas que fazem os homens, muitas leis que se criam e que não favorecem a
vida, não favorecem a boa convivência dos filhos de Deus.
Temos de ser livres para dizer o que o Evangelho ensina, o que o
Mestre vem nos ensinar. Temos de ser livres e não presos a essa ou aquela
ideologia, a esse ou aquele partido. Nós temos de ser livres para proclamar o
Reino de Deus. No entanto, a liberdade não tira as nossas responsabilidades.
Vamos dar o exemplo e cumprir as leis, mas ser livres para dizer quando elas
não estão corretas.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE

- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!Preparo-me
para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 17,22-27, e procuro compreender as palavras de
Jesus.
Um dia os discípulos estavam se reunindo na Galileia, e Jesus disse a
eles:
- O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas
três dias depois ele será ressuscitado.
E os discípulos ficaram muito tristes.
Quando Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum, os cobradores do
imposto do Templo foram perguntar a Pedro:
- O mestre de vocês não paga o imposto do Templo?
- Paga, sim! - respondeu Pedro.
Depois Pedro entrou em casa, mas, antes que falasse alguma coisa, Jesus disse:
- Simão, o que é que você acha? Quem paga impostos e taxas aos reis deste
mundo? São os cidadãos do país ou são os estrangeiros?
- São os estrangeiros! - respondeu Pedro.
- Certo! - disse Jesus. - Isso quer dizer que os cidadãos não precisam pagar.
Mas nós não queremos ofender essa gente. Por isso vá até o lago, jogue o anzol
e puxe o primeiro peixe que você fisgar. Na boca dele você encontrará uma
moeda. Então vá e pague com ela o meu imposto e o seu. Este texto traz,
num primeiro momento, Jesus anunciando sua morte e ressurreição. Depois, em
Cafarnaum, tem um confronto com os cobradores de impostos do Templo que querem
saber se Ele paga os impostos. Jesus fala de sua paixão. O povo se maravilhava
com os feitos de Jesus e alimentava esperança de um Messias triunfalista,
poderoso. Inclusive, queriam proclamá-lo rei. Este não era o projeto de Jesus.
Para evitar que se confundam, mais uma vez Jesus fala de sua condenação. A sua
declaração deixa os discípulos “muito tristes”. Mas, deveriam compreender que a
dor fazia parte da opção do Mestre na fidelidade ao Reino de Deus. Quanto aos
impostos, se o Templo é a casa de Deus, o Filho de Deus não deve pagar
impostos. Nem seus outros filhos.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. O que o texto me diz no
momento? O meu Projeto de vida coincide com o do Mestre Jesus Cristo?
Em
Aparecida, os bispos falaram de um Projeto fundamentado nas bem-aventuranças: "Cristo, o
Homem perfeito, é o fundamento em quem todos os valores humanos encontram sua
plena realização e, a partir daí, sua unidade. Ele revela e promove o sentido
novo da existência e a transforma, capacitando o homem e a mulher a viverem de
maneira divina; ou seja, para pensar, querer e agir segundo o Evangelho,
fazendo das bem-aventuranças a norma de suas vidas." (DAp 335).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo:
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.(Bv. Alberione)
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de
pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus
Mestre.
Escolho uma frase ou palavra para memorizar. Vou repeti-la durante o dia. Esta
Palavra vai fazendo parte da minha vida, da minha mente, vai me transformando.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, nos nossos momentos de desencontro com o
mundo, dá-nos o discernimento para que nos lembremos de que não temos aqui
morada permanente, mas vivemos já agora os sinais do teu Reino de Amor,
anunciado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, e contigo reina
na unidade do Espírito Santo.