domingo, 11 de junho de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 11/06/2023

ANO A


10º Domingo do Tempo Comum

Ano A – Verde

"Quero misericórdia e não sacrifício." Mt 9,13

Mt 9,9-13

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO:Cristo veio chamar cada um do lugar em que está. A salvação ou justificação do ser humano é realizada por Ele e não por nossos esforços, mas aderimos a ela mediante a resposta da fé, que como virtude deve ser não somente guardada, mas também testemunhada, olhando com misericórdia àqueles que encontrarmos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, somos a família de Deus reunida em nome de Jesus, na força do Espírito Santo. Viemos aqui para celebrar o mistério pascal de Cristo. Esse mistério nos envolve com sua luz e ilumina toda nossa existência. Deixemo-nos guiar pela Palavra de Deus que é o alimento de nossa fé. Acolhendo-a na vida e no coração, sejamos por Ela transformados para que também nós sejamos luz na vida de nossos irmãos e irmãs.

SEGUIR JESUS NA JUSTIÇA E MISERICÓRDIA

Com fé e alegria nos reunimos para celebrar o santo mistério da nossa fé, a Eucaristia. Este sacramento é a fonte e o cume da vida eclesial, pois nele está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, ou seja, o próprio Cristo, nossa Páscoa. Na Eucaristia são significadas e realizadas a comunhão com Deus e a unidade do seu povo, o que nos identifica como Igreja que caminha, vive e testemunha sua fé e seu amor. Neste 10º Domingo do Tempo Comum a Liturgia da Palavra nos convida a seguir Jesus e a ser justos e misericordiosos.
Na primeira leitura (Os 6,3-6) o profeta Oseias pede ao povo para fazer a experiência de Deus, conhecê-lo como o Senhor da vida, a se converter, ter um novo projeto de vida, uma nova perspectiva, a da justiça e do amor. O que agrada a Deus, de fato, não são os sacrifícios, nem os holocaustos, os ritos externos, mas o amor e o conhecimento do Senhor, é o verdadeiro culto. Deus é bondoso e compassivo, cheio de misericórdia, é justo e santo, não quer a exclusão, nem a morte, mas a plena vida.
O Evangelho de São Mateus (Mt 9,9-13) apresenta Jesus que continua chamando seus discípulos e que propõe a justiça e a misericórdia como caminho para viver as bem-aventuranças. É a dimensão concreta e prática do Evangelho. Jesus dá o exemplo, chamando Mateus, um cobrador de impostos, considerado ladrão, infiel à Lei. A sua resposta é imediata, assim como o improviso chamado: “Segue-me”. Segue a Jesus sem impor condições, o que demonstra que o chamado cura e liberta, perdoa, e se passa da escravidão, das amarras deste mundo, para a liberdade do seguimento, que só o Salvador pode conceder. Após aderir plenamente ao convite, na casa de Mateus, em uma refeição, Jesus mais uma vez escandaliza, pois veio para salvar os pecadores, é a nova justiça. De fato, aos que se consideravam justos e santos, separados (fariseu), afirma: “Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores”. E a todos convida para fazer um novo caminho, aprender dele, que é o Mestre e Senhor: “Misericórdia eu quero, não sacrifícios”. Trata-se de um convite decisivo a superar todo ritualismo e formalismo, e aceitar Jesus como verdadeiramente aquele que é o Filho de Deus, o Salvador. De fato, ser justo é ser misericordioso, logo, chamados a superar uma religião sem consequências sociais, pois o critério é o amor e a misericórdia, não apenas a observância ritual.
A Carta aos Romanos (Rm 4,18- 25) nos recorda a dimensão de fé de Abraão, que acolhe a Palavra de Deus com uma entrega incondicional e confiança ilimitada. Ter fé é, pois, entregar-se e entregar a própria vida a Deus: “esperando contra toda esperança, ele firmou- -se na fé e, assim tornou-se pai de muitos povos”. Este desafio da fé é de todos nós, que temos a vocação de ser povo sem fronteiras e sem raças, abertos de coração, que juntos caminham, construindo o Reino de Deus. Devemos ter, portanto, uma fé forte, profunda, paciente e inquebrantável. Somos chamados a fazer como Abraão, ou seja, dar a própria adesão a Deus e a Jesus, sem exigir provas, nem garantias, pois “nós cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor, e entregue por causa de nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”. Acolhamos o convite de Jesus “segue-me”, e sejamos discípulos missionários plenos de amor e misericórdia.
Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

A misericórdia precede e ultrapassa o sacrifício.

Ninguém está excluído do seguimento de Jesus Cristo. O seu chamado exigente é para todos. Mateus, que Jesus chama ao seu seguimento, é coletor de impostos, isto é, pecador público (ver: Lc 19,7). O relato de Mateus omite que a refeição tenha sido na casa de Levi, ao contrário de Marcos e Lucas, que o dizem explicitamente (Mc 2,15; Lc 5,29). Em Marcos e Lucas, a refeição oferecida por Levi tem um tom de despedida de sua vida anterior. Aqui em Mateus, a impressão é que Jesus acolhe na sua própria casa os coletores de impostos e pecadores (cf. v. 10). O autor do quarto evangelho fará o Senhor dizer: “Na casa de meu Pai tem muitas moradas” (Jo 14,2). A pergunta dos fariseus é dirigida aos discípulos de Jesus (cf. v. 11), mas é Jesus quem toma a iniciativa de respondê-la (cf. v. 12-13), pois é a ocasião de explicitar sua missão: “De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” (v. 13). A citação de Os 6,6 (“É misericórdia que eu quero, e não sacrifício”), e repetida em Mt 12,7, deve funcionar como princípio de ação. A misericórdia precede e ultrapassa o sacrifício.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 05/07/2013 e 21/09/2013

Oração
Pai, coloca-me sempre junto àqueles que mais carecem de tua salvação, e liberta-me de toda espécie de preconceitos que contaminam o meu coração.
Fonte: Paulinas em 21/09/2013

Comentário sobre o Evangelho


Hoje, participamos da alegria de Mateus e dos seus amigos: Jesus escolheu-o! Todos estão contentes e celebram com uma refeição com o Mestre. Mas, estão todos contentes? Não!, porque os “desmancha-prazeres” de sempre – com os seus preconceitos de sempre - não suportam ver o Mestre a comer com “pecadores”.
- Mas, quem sou eu para dizer que os outros são “pecadores”? Em todo o caso, os que estão doentes é que precisam de médico: «Quero misericórdia (…). Não vim chamar os justos, mas os pecadores».

Vivendo a Palavra

O Senhor busca a cada um de nós. Assim aconteceu com Levi. Foi chamado quando exercia seu ofício – tão odiado pelos compatriotas... – de coletor de impostos para os romanos. Tornou-se o grande apóstolo e evangelista Mateus. Estejamos atentos aos sinais dos tempos: neles pode estar contido o chamado de Deus para a nossa missão.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/07/2013

Vivendo a Palavra

Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Na casa de Mateus, recém acolhido no Grupo dos discípulos, o Mestre define a grande virada no culto daquele povo. Proclama que a Misericórdia é que satisfaz ao Pai e não o cumprimento dos preceitos da Lei. E o Apóstolo grava para sempre a lição no seu Evangelho.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/09/2013

VIVENDO A PALAVRA

Eu quero a Misericórdia e não o sacrifício”. Na casa de Mateus, recém acolhido no Grupo dos discípulos, o Mestre define a grande virada no culto de seu povo. Proclama que a Misericórdia é que satisfaz ao Pai e não a exibição orgulhosa por ter cumprido os preceitos da Lei. E o Apóstolo grava para sempre a lição no seu Evangelho.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/09/2019

Reflexão

Todos nós vivemos afirmando que Jesus é misericordioso, que veio para trazer a salvação para todas as pessoas e coisas do gênero, mas na hora da convivência com as pessoas, parece que não é bem assim, pois somos proibitivos e sabemos sempre evidenciar os erros e os pecados que são cometidos para provocarmos discórdia, separação e exclusão. É muito comum ouvirmos nas comunidades: "Eu acho que Fulano não pode participar de tal coisa porque ele fez isso e aquilo". Devemos crer que de fato não somos nós quem chamamos para o serviço do Reino, é Jesus quem chama e ele sabe muito melhor que nós quem está chamando e porque ele está chamando. A nós compete criar condições para que todos possam assumir a própria vocação.
Fonte: CNBB em 05/07/2013 e 21/09/2013

Reflexão

Mateus, chamado também Levi, era cobrador de impostos. Estava, portanto, a serviço dos ocupantes romanos, razão pela qual era malvisto e desprezado pelos doutores da Lei e pelos fariseus. No entanto, foi a ele que, enquanto exercia sua profissão, Jesus chamou: “Siga-me”. A adesão foi imediata. A Mateus é atribuída a redação de um dos quatro Evangelhos; antes em aramaico. O Evangelho de Mateus, tal qual o possuímos hoje, escrito em grego, sofreu influência de Marcos e de Lucas. Conservou, porém, sua fisionomia própria. É o Evangelho do Reino dos Céus, do cumprimento em Cristo da Antiga Aliança; o Evangelho do Sermão da montanha e da Igreja. A respeito do apostolado de Mateus e das circunstâncias de sua morte ou martírio, não há comprovações suficientes e confiáveis.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 21/09/2019

Reflexão

Jesus chama para o seu grupo de discípulos um cobrador de impostos. Ora, os cobradores de impostos estavam a serviço dos ocupantes romanos, e muitas vezes cometiam abusos e exploravam o povo. Eram classificados pelos fariseus como “pecadores”. Jesus faz Mateus passar da escravidão do dinheiro para a liberdade de segui-lo, já que “ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6,24). Os fariseus, porém, que se julgam sadios e santos, ficam escandalizados e murmuram ao ver Jesus fazendo refeição entre cobradores de impostos e pecadores. Na qualidade de agente da presença salvadora de Deus, Jesus cita o profeta Oseias (6,6), e deixa claro o motivo pelo qual se mistura com esse grupo: “Vão e aprendam o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’… Eu não vim chamar justos, e sim pecadores”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores»

P. Jorge LORING SJ
(Cádiz, Espanha)

Hoje, Jesus fala-nos da alegria que produz a conversão de alguém que havia afastado-se de Deus. Existem alguns textos do Evangelho que se pode entender com erros, como por exemplo: «Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores» (Mt 9,13), ou a outra frase de Jesus: «haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão» (Lc 15,7). Parece que Deus prefere que fossemos pecadores, e não é assim. A alegria acrescenta-se porque se trata de uma alegria distinta, nova.
Se um jovem emigrante voltasse para casa, sua mãe o receberia com uma grande alegria, que não lhe dão seus outros filhos que permaneceram com ela. A mãe preferia que seu filho não tivesse que emigrar a procurar um trabalho, mas ao voltar lhe dá uma alegria nova que não lhe dão os outros filhos. Se um filho estiver gravemente doente e recupera a saúde, dará aos seus pais uma alegria nova que não lhe darão seus filhos sadios. Mas o pai preferia que seu filho não adoecesse. É o caso da alegria que recebe o pai do filho prodigo quando ele voltar para casa.
É evidente que o Senhor quer que lhe sejamos fiel e não afastemo-nos de Ele. Mas quando separarmos, Ele sai a buscarmos, como o Bom Pastor que deixa as outras ovelhas no redil e sai em busca da ovelha perdida até encontrá-la. «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes» (Mt 9,12); Jesus Cristo, médico divino, não espera aos doentes acudirem a Ele, mas Ele mesmo sai ao seu encontro. Como diz Santo Agostinho, Jesus «convoca aos pecadores à paz, e aos doentes à cura».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Mateus, que estava destinado a ser apóstolo e mestre dos gentios, no seu primeiro contato com o Senhor arrastou atrás de si pelo caminho da salvação um grupo considerável de pecadores» (São Beda o Venerável)

- «Que Maria, que é Mãe de misericórdia, coloque em nossos corações a certeza de que somos amados por Deus; que fique perto de nós nos momentos de dificuldade e que nos dei os sentimentos do seu Filho, para que o nosso itinerário seja uma experiência de perdão, acolhida e caridade» (Francisco)

- «Jesus escandalizou, sobretudo, por ter identificado a sua conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus a respeito dos mesmos (399). Chegou, até, a dar a entender que, sentando-Se à mesa dos pecadores (400), os admitia no banquete messiânico (401). Mas foi muito particularmente ao perdoar os pecados que Jesus colocou as autoridades religiosas de Israel perante um dilema» (Catecismo da Igreja Católica, nº 589)

Meditação

Quando faço um julgamento sobre alguém é de modo positivo ou negativo? - Considero-me uma pessoa doente ou sadia de coração? - Preciso de médico? De que tipo de médico? - - Por que Jesus estava comendo com cobradores de impostos e pecadores? - Para você, em que consiste seguir Jesus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário em 05/07/2013

Meditação

Será que temos humildade suficiente para aceitar que, mesmo entre discípulos de Jesus, haja pessoas que falharam ou que falham? - Qual é nossa primeira atitude diante de alguém que erra? Culpar a pessoa ou compreender a realidade? - Lembra-se sempre de que Deus é bondade e misericórdia? - Você faz alguma coisa em favor dos que estão longe de Deus? Cite algum exemplo. - Procura se lembrar que Jesus vai atrás não somente dos bons, mas principalmente dos que precisam de sua presença?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/09/2013

Meditando o evangelho

QUEM PRECISA DE MÉDICO?

No tempo de Jesus, a postura preconceituosa de certa ala do farisaísmo era bem conhecida. Julgando-se melhores que todo mundo por observarem, escrupulosamente, a Lei mosaica, sentiam-se no direito de desprezar quem não agia assim. Olhavam com desprezo para os pecadores e todos os que eram incapazes de praticar a Lei de modo "tão perfeito" como eles. Por outro lado, por serem contrários aos romanos, recusavam-se a conviver com os colaboradores do poder opressor. Nesta categoria, incluíam-se os cobradores de impostos. Isto explica por quê se admiraram ao ver Jesus sentado à mesa com eles e com os pecadores. O gesto de Jesus parecia-lhes digno de censura.
Entretanto, o modo de proceder do Mestre ia na direção contrária. Sabendo-se revestido da missão de libertar o povo do seu pecado, buscava a companhia e a amizade dos que mais necessitavam da misericórdia divina. Longe de desprezá-los e marginalizá-los, sempre tinha para com eles gestos benevolentes de acolhida.
Um provérbio popular bem conhecido ajudava-o a compreender sua missão. Afinal, ao médico interessa quem está doente e carece de ajuda, e não quem está sadio e em boa forma. Sendo ele o médico enviado por Deus para curar o pecado da humanidade, urgia colocar-se junto às vítimas do pecado. É o que fazia, sem se importar com os preconceitos dos fariseus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, coloca-me sempre junto àqueles que mais carecem de tua salvação, e liberta-me de toda espécie de preconceitos que contaminam o meu coração.
Fonte: Dom Total em 21/09/2019

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. UMA REFEIÇÃO SUSPEITA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Os adversários de Jesus queriam submetê-lo a seus esquemas preconceituosos. Por isso, eram críticos mordazes de sua ação. Qualquer gesto ou palavra de Jesus era sempre motivo de comentários maledicentes, que deturpavam seu verdadeiro sentido.
A refeição com os cobradores de impostos e pecadores, vindos em grande número à casa de Mateus para almoçarem com Jesus, foi colocada sob suspeita. Os opositores de Jesus não podiam entender como um rabi que se prezava pudesse se misturar com gentalha daquele tipo, povo digno apenas de desprezo. Jesus, segundo eles, estava se rebaixando demais e, com isso, se desprestigiando.
O pensamento de Jesus seguia na direção oposta. O Pai lhe conferiu a missão de levar a salvação até os pecadores. O caminho escolhido por ele foi o da proximidade e da solidariedade. Sua ação era diferente da dos fariseus que tendiam a marginalizar toda sorte de pecadores. Jesus, de forma alguma, tornava-se impuro no contato com os pecadores. Antes, os pecadores eram limpos de seus pecados no contato com Jesus. Ele não pactuava com o modo de vida criticável dos pecadores. Pelo contrário, sua presença revelava a malícia contida no coração dos pecadores e urgia deles a conversão. Portanto, naquela refeição criticada Jesus estava no lugar adequado para cumprir a tarefa recebida do Pai.
Oração
Senhor Jesus, faz-me trilhar o caminho da solidariedade e da proximidade com aqueles a quem a salvação deve ser levada.
Fonte: NPD Brasil em 05/07/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Conversa com Mateus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

___Olha São Mateus, primeiramente parabéns pelo seu dia que é hoje, o Senhor poderia nos falar sobre aquele dia que o Mestre passou na sua banca e o chamou para ser discípulo?
___Bom, foi um dia inesquecível, eu pensei que o Galileu fosse pagar algum imposto, mas de repente vi o seu olhar sobre mim, não era um olhar acusador como o da maioria do povo, mas era um olhar firme, que me deixou encantado, suas palavras apenas expressaram o que os seus olhos já me haviam dito.

___É Verdade que o Farisaísmo entrou em polvorosa?
___Nossa, e como! Eles consideravam muito o Mestre e tinham grande admiração e respeito por ele, mas certas atitudes os desconcertavam, e esse chamado que ele me fez, ali diante deles, foi realmente muito desconcertante, imagine eu, um Cobrador de impostos, explorador do povo e a serviço do poder romano, ser chamado por Jesus. E o que é pior, ele foi jantar em minha casa naquela noite.... Deu o maior "buchicho"

___Pois é, percebe-se no seu relato, eles começaram a "apertar" os discípulos, o por que desse jantar em sua casa.
___Sim, mas não só isso, meus amigos cobradores de impostos também vieram, achei que o Mestre iria nos fazer um discurso moralista, prá gente mudar de vida.

___Ué, mas então ele não pregou a palavra, não fez ameaças para vocês se converterem? Pensei que ele tivesse dado uma "dura" no seu grupo de pecadores.
___Pois é, eu também pensei assim, e até achava que aquele jantar seria bem chato, pelo clima que o Mestre iria criar. Mas... Surpreendeu-me o fato dele ter ficado à vontade em minha casa, sabe, parecia um de nós, comia, bebia, falava, ria de coisas gozadas que a gente falava, e uma hora até ameaçou uma dança, como era nosso costume....Foi uma festa imemorável, descobri que ele nos queria muito bem, apesar de sermos uns "casos perdidos".

___Então não foi o discurso ou ensinamento que te levou a mudar de vida e segui-lo?
___Não, de modo algum! Foi a sua atitude e o modo como se relacionou comigo e com os outros, Jesus é simplesmente encantador, é impossível não segui-lo, quando se experimenta o quanto ele nos ama...daí sim é que vem a conversão..

Conclusão: daí o Império Romano perdeu um excelente cobrador, e o Mestre ganhou um novo discípulo, e nós enquanto Igreja, ganhamos um grande Santo e Apóstolo...

2. Vim chamar pecadores
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Mateus, o grande catequista, é celebrado hoje pela liturgia latina. Estava sentado na coletoria de impostos, quando foi chamado. Levantou-se e seguiu Jesus. Houve então uma festa de “pecadores” com Jesus e seus discípulos. É claro que os fariseus, que não se reconheciam pecadores, não participaram da festa. Tinham ainda que aprender o que significa: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Jesus não veio chamar os justos. Veio chamar os pecadores e por isso se põe no meio deles. Vamos então pecar para que Jesus nos chame e se ponha no meio de nós? Evidentemente, não é bem assim, e não é esse o caminho do encontro com Jesus. Será melhor ser justo, como foi São José, e ir com Jesus ao encontro dos pecadores. Pecadores somos todos, mas alguns não reconhecem suas limitações. Há quem observe toda a Lei e peque por orgulho. Há quem observe todos os preceitos e se mantenha prisioneiro de seus bens. Quem não reconhece seu pecado acredita não precisar de nenhum perdão, nem mesmo o de Deus. Corre o risco de não saber perdoar e de pensar que Deus lhe deve obrigações. O melhor é ser humilde e não pecar.
Fonte: NPD Brasil em 21/09/2019

HOMILIA

Espiritualidade Bíblico-Missionária

Misericórdia e não sacrifício: As leituras que escutamos neste domingo repetem com insistência a preferência pela misericórdia e não pelo sacrifício. Na primeira leitura, o profeta Oseias questiona a autenticidade da fé de um povo que não adere profundamente ao projeto de Deus: “O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz” (Os 6,4). De nada adiantam o culto fervoroso e os ritos que realizamos se estes não forem expressão de uma atitude interior de amor e de vida voltada para Deus. A insistência na misericórdia demonstra que Deus não está interessado nos rituais externos que estejam desvinculados do compromisso com sua aliança. E a misericórdia em favor dos irmãos é a manifestação mais concreta de nossa comunhão com Deus.
A fé que move montanhas: O que nos ajuda a assumir de maneira definitiva a vontade de Deus para nós é a nossa fé, que significa adesão radical, confiante e ilimitada à oferta de salvação que, em Jesus, Deus nos faz. A segunda leitura recorda-nos que a salvação não é uma conquista nossa, mas um dom do amor de Deus. Daí a importância de não vermos o que temos e os progressos alcançados como retribuição pelo nosso bom comportamento, mas como um dom gratuito de Deus.
Congregar e não dividir: Nos dois momentos do Evangelho de hoje, vemos Jesus cumprindo a profecia de Oseias: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Mateus, que era considerado pecador e gente desclassificada pela sociedade de seu tempo, é a confirmação de que Jesus propositalmente escolheu para compor o grupo dos seus discípulos não os perfeitos e santos, mas pessoas comuns, que vivem os dramas e as angústias que fazem parte da vida humana. Assim, descobrimos que no Reino de Deus há lugar para todos, e não apenas para alguns poucos privilegiados. Na segunda parte do Evangelho, ao sentar-se à mesa com os cobradores de impostos e pecadores na casa de Mateus, Jesus reforça que sua proposta de salvação é para todos, sem exceção, o que irá causar a indignação dos fariseus, que representam os que se acham perfeitos e autossuficientes. Infelizmente, ainda em nossos dias, corremos o risco de regredir à mentalidade farisaica de fechar-nos em uma Igreja de “perfeitos”, separando ou dividindo o mundo entre “bons” e “maus”. O Evangelho é bem claro: não foi isso que Jesus veio fazer.
Pe. Fábio Evaristo Resende Silva, C.Ss.R.

REFLEXÕES DE HOJE

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 21/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Não podemos discriminar ninguém

Não podemos discriminar ninguém; ao contrário, precisamos acolher a todos.

Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’” (Mt 9,12-13).

Hoje, as pessoas estão escandalizadas em volta de Jesus. Primeiro, porque Ele acolheu Mateus – o qual se tornou o evangelista do Evangelho que estamos meditando. No entanto, Mateus era um cobrador de impostos, e você sabe que isto era muito mal visto, porque, na verdade, ele cobrava tributos indevidos do povo, o que fazia com que os cobradores fossem muito mal vistos pela população.
A forma como o cobrador gastava esse dinheiro era vergonhosa. E o povo sofria por causa disso. Mas esse cobrador de impostos, chamado Mateus, conheceu Jesus e Este mudou sua vida. Por isso Jesus diz a ele: ‘Segue-me!’. A partir disso, ele deixou tudo para seguir o Senhor.
Sabe, meu irmão, minha irmã, nós, muitas vezes, queremos condenar a proximidade com que a Igreja e todos nós precisamos ter com os pecadores.
Não podemos discriminar ninguém; ao contrário, precisamos acolher a todos. Mas é claro que não basta só acolher, pois amar é a primeira e a mais importante das decisões que precisamos ter para com todos os filhos de Deus.
Todos aqueles que vivem em pecados grandes dentro de casa – como o pai que não compreende o filho, porque não o aceita como ele é; às vezes, drogados, sujos, com isto ou com aquilo – é para esses que o Senhor veio.
Os que já estão limpos, justificados, já tem Deus. Ele veio para aqueles que ainda não O têm, e nós precisamos levar Deus, saber que Ele, em primeiro lugar, quer estar com esses que ainda não conhecem o Seu amor e a Sua misericórdia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 05/07/2013

HOMILIA DIÁRIA

O Senhor tem compaixão e misericórdia de nós

O Senhor tem compaixão e misericórdia de nós. Ele quer que tenhamos a mesma compaixão e misericórdia por aqueles que estão afastados do caminho do Pai.

Jesus disse: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes” (Mt 9,12).

São Mateus era um cobrador de impostos, mas, um dia, ouviu o chamado do Mestre: “Segue-me!”. O pecador levantou-se e, imediatamente, seguiu Jesus.
Você sabe que, assim como as prostitutas, os cobradores de impostos eram muito mal vistos pelas pessoas em geral. Afinal de contas, eram grandes ladrões, na opinião do povo, por aquilo que eles faziam; os impostos eram muito altos e, muitas vezes, eram cobrados sobrecargas sobre eles. Então, as pessoas tinham uma verdadeira ojeriza pelos cobradores, porque eles eram colaboradores num sistema injusto.
Foi Mateus que, tantas vezes, praticou esse mal, estava ali, coletando impostos, quando o Mestre o chamou.
Os fariseus, mais uma vez, ficaram indignados e questionaram: “Como o Mestre Jesus come com cobradores de impostos e pecadores?”. Jesus, conhecendo o coração deles, disse: “É para os pecadores que eu vim, porque são os doentes que precisam de médicos!”.
Meus irmãos, muitas vezes nós não encontramos Jesus dentro de nós, cuidando de nós, porque a nossa atitude é a mesma dos fariseus, daqueles que se sentem justificados e não se comportam como necessitados da Misericórdia Divina.
Todos nós somos pobres pecadores, e se estamos de pé, é por graça de Deus; não temos por que nos vangloriar disso. Mais ainda, não temos por que condenar ninguém nem nos acharmos melhores do que os outros.
O Senhor tem compaixão e misericórdia de nós. Ele quer que tenhamos a mesma compaixão e misericórdia por aqueles que estão afastados do caminho do Pai. A todos nós que temos muitos ou poucos pecados, foi para nós que o Senhor veio.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Necessitamos da misericórdia de Deus

Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores” (Mateus 9,12-13).

São Mateus, apóstolo, evangelista e, acima de tudo, um discípulo e seguidor de Jesus, um pecador convertido, que foi muito amado por Jesus.
Podemos imaginar que, na época de Jesus, havia pessoas muito religiosas, até ditas como santas, exemplares. Jesus, no entanto, voltou-se para Mateus, cobrador de impostos, tão mal visto, e já havia cometido tantas falcatruas! Corrupto, fez muitas maldades, pegava o dinheiro do outro de uma forma desonesta. Enricou-se de forma ilícita. Um condenado esse Mateus!
Jesus, no entanto, não veio condenar, Ele veio salvar. Ele não veio primeiro julgar, mas veio primeiro apresentar o Reino de Deus. Ele não veio buscar quem já está justo, quem já está justificado e nas alturas, Ele veio buscar quem, na profundidade do pecado, arrasado na miséria humana. Ele veio para tirar do pecado, do poder das trevas, do poder do maligno, do poder de satanás aqueles que são escravizados pelo pecado, alguns de uma forma mais sútil.
Muitas vezes, achamo-nos bons, porque não temos grandes pecados, não pertencemos a nenhuma máfia, não assaltamos nenhum banco, não cometemos grandes pecados nem nos acostumamos com os pequenos demônios, e nos sentimos bem assim.

É da misericórdia de Deus que nós necessitamos, é a misericórdia que nos cura e restabelece

Não importa o tamanho do tormento espiritual da nossa alma e do nosso coração. Jesus veio para nos libertar de toda tormenta do mal, Ele veio nos libertar da corrupção do pecado, Ele veio para nos salvar, Ele veio cuidar dos doentes, da nossa doença espiritual e da nossa enfermidade.
Somos nós que precisamos de médicos, precisamos do bom médico Jesus. É da misericórdia de Deus que nós necessitamos, é a misericórdia que nos cura e restabelece. Primeiro, reconcilia-nos com Deus, e quando a misericórdia toma conta de nós, tornamo-nos apóstolos da misericórdia.
Que beleza é a vida de Mateus, convertido e impregnado pela misericórdia divina que o transformou em um novo homem! Pela Palavra de Deus, vai levar a misericórdia a tantos corações.
O que temos levado para os homens? O julgamento, a condenação e o inferno ou temos levado a misericórdia, a ternura, a bondade, a conversão, a mudança, o acolhimento e o Reino de Deus que está no meio de nós?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/09/2019

Oração Final
Pai Santo, envia sobre nós o teu Espírito e nos inunda com tua Palavra Criadora. Cheios de tua Graça, saberemos discernir nos acontecimentos que nos circundam a tua presença amorosa e o teu chamado para seguirmos nesta vida os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo
Fonte: Arquidiocese BH em 05/07/2013

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos e nos dá coragem para exercer a misericórdia com todos os irmãos peregrinos e nos livra da tentação de procurarmos o orgulho da perfeição. Dá-nos discernimento para descermos a escada da humildade, seguindo os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos e nos infunde coragem para exercer a Misericórdia com todos os irmãos peregrinos. Livra-nos, amado Pai, da tentação de cultivar o orgulho por estarmos subindo em direção à perfeição. Dá-nos discernimento para escolhermos descer a escada da humildade, seguindo os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.Fonte: Arquidiocese BH em 21/09/2019

Oração
Ó DEUS, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.