sábado, 24 de fevereiro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 25/02/2018

ANO B


2º DOMINGO DA QUARESMA

Ano B - São Marcos

Cor roxa

“Deus não poupou seu único Filho...”

Mc 9,2-10

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Acolhemos com alegria a revelação que o Pai nos faz de sermos, em Jesus, seus filhos amados. Conscientes desta dignidade, somos encorajados a permanecer firmes em seu caminho, obedientes ao mandamento de escutar atentos sua Palavra. Participando do mistério de sua morte e ressurreição, recebemos seu corpo glorioso e somos motivados a transfigurar com Ele nossa realidade ainda tão desfigurada.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, sejam bem-vindos! Assim como Jesus chamou seus discípulos para o monte Tabor, para ali ser transfigurado, hoje Ele nos chama para fazermos a mesma experiência. Este lugar sagrado em que nos reunimos, torna-se, para nós, um espaço da manifestação da glória do Senhor, da qual participamos sacramentalmente pelo Batismo, sinal antecipado de nossa Páscoa.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A transfiguração de Jesus é o prenúncio da nossa transfiguração. Imitemos a Cristo, que se afasta do “triunfalismo” e assume o caminho da Cruz como método de vida e paradigma de salvação. Assim seremos uma Igreja servidora e em constante saída.

Comentário do Evangelho

Revelação do Deus de amor

O "alto de uma montanha, a sós" é o interior do coração onde se dá a comunicação divina. É aí que Jesus procura entrar e revelar-se, vencendo as barreiras das ideologias tradicionais. E é lentamente que os discípulos vão compreendendo a novidade de Jesus. O simbolismo da sua figura "muito brilhante e tão branca" indica a condição divina presente em Jesus, não percebida aos olhos vulgares.
"Filho de Deus" era o título usado pelos poderosos, reis e faraós, que legitimavam seu abuso de poder e a opressão sobre o povo em nome de Deus, como seu representante ou seu próprio filho na terra. Nesse sentido foi elaborada a tradição davídica que originou as expectativas messiânicas sob várias formas. Contudo, Jesus, "o meu Filho amado", não tem este caráter messiânico. Ele é a revelação do Deus amor, misericórdia e serviço. É a base do projeto de um mundo novo possível, onde a fraternidade e a partilha sejam os laços fundamentais de relacionamento social. Sem esquecer que a natureza, a montanha, as nuvens, os campos, vales e rios participam harmoniosamente deste projeto. A transfiguração não é uma "ida e volta" à glória futura, mas uma transparência do caráter divino e glorioso de Jesus humano, manso e humilde de coração. A questão é a percepção da realidade atual da humanidade revestida da divindade, mesmo que vulnerável ao sofrimento e à morte. Jesus já é portador da glória do Pai e da vida eterna, e esta glória é comunicada a todos que o seguem.
Na primeira leitura, Abraão, por obediência religiosa, se dispõe a sacrificar seu filho único, Isaac. Abraão é apresentado como modelo da obediência cega à Lei que exprime a vontade da divindade, pelo que é premiado. Esta concepção é prenhe de violência, particularmente quando a premiação é a conquista das cidades daqueles que eram considerados inimigos, passados ao fio da espada, e a supremacia do poder e da riqueza sobre todas as nações da terra. Na segunda leitura, Paulo interpreta a cruz de Jesus sob este modelo de Abraão: Deus entrega seu filho unigênito em sacrifício por nós. Hoje, a teologia interpreta que o dom do Filho de Deus é a encarnação, com a plenitude de amor revelada e comunicada por Jesus no convívio com os discípulos e as multidões.
Jesus, nascido de Maria, humano e divino, é portador da imortalidade e da glória. Somos convidados a ter a experiência, já, da glória de Deus, no amor fraterno. "Nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único" (Jo 1,14b).
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, faze-me contemplar o brilho de tua glória em cada discípulo de teu Filho que se entrega ao serviço do Reino, com total generosidade, mesmo devendo enfrentar a morte.
Fonte: Paulinas em 04/03/2012

Vivendo a Palavra

Pedro, Tiago e João experimentam um instante da glória do Cristo, enquanto se preparam para viver o difícil caminho da paixão e morte de Jesus. Tenhamos sempre presente que ‘páscoa’ significa ‘passagem’: o caminho da ressurreição passa pela dor, o sofrimento e a morte. Foi assim para Jesus, é assim para os seus seguidores.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/03/2012

VIVENDO A PALAVRA

Pedro, Tiago e João experimentam um instante da glória do Cristo, enquanto se preparam para viver o difícil caminho da paixão e morte de Jesus. Tenhamos sempre presente que ‘páscoa’ significa ‘passagem’: o caminho da ressurreição passa pela dor, o sofrimento e a morte. Foi assim para Jesus, deve ser assim para os seus seguidores.

Reflexão

A transfiguração de Jesus é relato presente nos três evangelhos sinóticos. Jesus sobe a montanha junto com três discípulos representativos e se transfigura; sua aparência se transforma e suas vestes ficam brancas. A descrição simboliza a antecipação da glória de Jesus ressuscitado. As personagens, Moisés e Elias, representam a totalidade do Antigo Testamento: Moisés a Lei e Elias os profetas. Pedro, diante de tamanha beleza, se entusiasma e propõe construir tendas e permanecer aí. É a tentação de quem se nega a descer para a planície e deseja fugir dos compromissos e dos problemas cotidianos. A visão não mudou a mentalidade de Pedro, que iguala Jesus, Moisés e Elias, ou seja, mantém o messianismo de Jesus nas categorias do Antigo Testamento. Da nuvem, símbolo da presença divina, sai uma voz, pedindo para que todos escutem o Filho amado. É a Jesus que agora devemos escutar. É ele que nos transforma em novos protagonistas do seu projeto; é ele a nova realidade que revela a presença de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O MESSIAS TRANSFIGURADO

A convivência com Jesus não foi suficiente para levar os discípulos a compreendê-lo em profundidade. Suas palavras, seu modo de se relacionar com as pessoas e seus gestos miraculosos ofereciam pistas para isso. Esta dinâmica de conhecimento, no entanto, aconteceu de forma lenta e penosa.
Nem sempre os discípulos tiveram suficiente agilidade mental para penetrar na identidade de Jesus. Não seria conveniente que o momento da paixão os encontrasse despreparados.
Correriam o risco de não compreender o verdadeiro sentido da cruz e morte de Jesus.
A experiência da transfiguração foi uma maneira de queimar etapas e colocar os discípulos, de forma transparente, diante da realidade de Jesus. O rosto radiante e as vestes esplendorosas simbolizavam sua santidade. O diálogo com Moisés e Elias situava-o no âmago das Sagradas Escrituras: a Lei e os Profetas apontavam para ele e tinham nele seu centro. Sumamente importante foram as palavras do Pai. Jesus era seu Filho querido, a quem todos deviam dar a máxima atenção. O Filho falaria em seu nome e comunicaria à humanidade seu desígnio de salvação. Ouvir a Jesus corresponderia a estar em contínua relação com Deus.
Revelava-se, desta forma, a verdadeira dimensão da cruz: um ultraje para Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, revela-me, sempre mais, tua verdade profunda, para que eu possa compreender a grandeza do amor que manifestaste na cruz.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. TRANSFIGURAÇÃO(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A cena da transfiguração contrasta com a perspectiva de sofrimento e morte que aguarda Jesus em Jerusalém, da parte dos chefes religiosos locais.
A narrativa, em estilo apocalíptico, caracterizada por fenômenos espantosos, abalos da natureza, nuvens e voz celestial, que indicam a presença e comunicação de Deus, confirma a fi liação divina de Jesus e seu caráter de enviado para anunciar e instruir a todos. Moisés, representante da Lei, e Elias, representante do profetismo, haviam subido à montanha ao encontro de Deus.
Agora, estando Jesus a orar no alto da montanha, Moisés e Elias vêm a ele. O ponto alto é a voz que proclama: "Este é o meu Filho amado. Escutai-o!"
Do ponto de vista de uma interpretação messiânica escatológica, a transfiguração seria o prenúncio da ressurreição, como coroação dos sofrimentos de Jesus em sua Paixão (segunda leitura).
A obediência cega à Lei, que exprime a vontade de Javé, é premiada, conforme o modelo de Abraão. Esta concepção é prenhe de violência, particularmente quando a premiação é a conquista das cidades dos inimigos e a supremacia sobre todas as nações da terra (primeira leitura).
Sob outro ponto de vista, pode-se ver na transfiguração a revelação da condição divina de Jesus de Nazaré, filho de Maria e de José, na simplicidade de seu convívio entre nós. Os discípulos devem perceber em Jesus a nova condição humana glorificada pela encarnação do Filho de Deus.
Não se trata de esperar um messias poderoso, mas, sim, de reencontrar a dignidade e a grandeza da condição humana, em tudo que ela tem de justo, bom, verdadeiro e belo. Ao entrarmos em comunhão de amor com Jesus e com o próximo, Deus é glorificado e nos é comunicada sua vida divina e eterna.
Fonte: NPD Brasil em 04/03/2012

A QUEM DEVEMOS OUVIR?

A segunda semana da Quaresma inicia sempre com o Domingo da Transfiguração de Jesus. Os Evangelhos narram sobre um momento extraordinário na vida de Jesus com seus apóstolos: diante de três deles, a figura do Mestre fica divinamente mudada. É uma cena de “epifania”, mostrando por um momento quem, de fato, é Jesus.
Seu rosto, suas vestes e o ambiente inteiro mostram o esplendor divino, que não aparecia normalmente em sua forma humana de viver. Os três apóstolos ficam fascinados e não querem mais sair daquele ambiente celeste, no qual se faz ouvir a voz de Deus Pai: “este é meu Filho amado. Ouvi- o” (cf Mc 9,2-10). É o testemunho de Deus em favor de Jesus.
Esse momento foi importantíssimo para os apóstolos, pois lhes deu a justa compreensão de quem era Jesus: não era apenas mais um profeta, ou mais um sábio Mestre da Lei de Moisés. Jesus foi apresentado diante dos apóstolos e confirmado por Deus Pai como o “Filho amado”. A mesma voz de Deus recomendou: “escutai-o!” Precisava de mais algum diploma ou carimbo de autenticação!?
Para a Igreja, vale essa mesma recomendação ainda hoje. Vivemos num mundo de “cacofonias” e de confusão de vozes e mensagens. Muitas pessoas já não sabem mais a quem ouvir e seguir. E são facilmente influenciadas por ondas do momento, da publicidade, dos índices de audiência, das pesquisas de opinião... A quem devemos ouvir?
Vale lembrar as palavras de S.Pedro, no final do discurso de Jesus sobre o “pão da vida”: “a quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Devemos ter respeito pelas pessoas que pensam diversamente de nós, mas isso não significa que devemos negar as verdades da nossa fé católica e o ensinamento de Jesus. Ele é “a verdade” que nos liberta, mesmo se isso vai no sentido contrário da opinião geral, ou das tendências do momento. O cristão deve orientar-se pelos ensinamentos de Jesus Cristo.
Ontem, foi aberta a celebração do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo, como um “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” para toda a nossa Igreja em São Paulo. É um tempo de graça, um esforço comunitário para correspondermos bem à missão que Jesus Cristo confiou à Igreja.
Aquilo que Jesus ordenou aos apóstolos - “vós sereis minhas testemunhas” – é nossa missão hoje, nesta Metrópole. Por isso, nosso sínodo deve colocar-se à escuta da verdade do Evangelho - “escutai-o” - conforme recomendação de Deus Pai. Rezemos ao Espírito Santo pelo bom êxito do sínodo e participemos das suas diversas iniciativas. Deus nos abençoe e conduza pelos seus caminhos!
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O AMOR QUE TRANSFIGURA...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Tivemos um jovem em nosso grupo, que acabou se tornando médico, recordo-me que após a formatura, a sua turma, vinda de famílias abastadas, como recompensa e merecido descanso, decidiu participar de um cruzeiro internacional, em um navio luxuosíssimo, com hospedagens em hotéis 5 estrelas, mas esse jovem, já formado, retomou contato com a humilde comunidade onde tivera a sua experiência pastoral e ao saber que a mesma fazia atendimento a uma área paupérrima do bairro, se dispôs a conhecer esse trabalho.
Observando uma carência total na área da saúde, ele não teve dúvidas, juntou-se a Pastoral da Saúde e elaborou um cuidadoso plano de ação, e quando seus amigos vieram procurá-lo, para surpresa geral o jovem Doutor abriu mão da fantástica aventura, para dedicar-se nas férias, à comunidade pobre que fazia parte da sua antiga paróquia.
Parece história da “Carochinha”, mas se prestarmos atenção ao nosso redor, vamos encontrar pessoas como esse jovem, que nem sempre saem nos jornais, e que a gente se pergunta, como é que podem existir pessoas assim, que no anonimato abrem mão daquilo que têm, em favor de quem precisa, fazendo um sacrifício, palavra estranha e sem sentido para o homem deste milênio, rodeado de conforto, facilidades, tecnologia, comodidade e bem estar.
Não há nenhuma razão lógica para alguém sacrificar-se assim por um ser humano, aquele jovem poderia primeiro curtir a sua merecida viagem com os amigos e depois, quem sabe, dar um pouco do seu tempo à comunidade pobre, mas aí é que está a diferença, o amor quando é autêntico, nunca se satisfaz em dar apenas um “pouco”.
Entre os jovens ainda é comum a palavra “FICAR”, que significa uma relação sem compromisso, um amorzinho bem vagabundo, desses de quinta categoria, mas quando dois jovens resolvem migrar do simplesmente Eros para o Ágape, daí vamos ter o amor em toda sua beleza e esplendor, amor de primeiríssima qualidade, indestrutível, inseparável, como nos ensina a segunda leitura desse domingo, sempre tolerante, compassivo, disposto a perdoar e a recomeçar, amor que sabe sonhar e construir juntos, na partilha e comunhão de vida, casamento na Igreja supõe tudo isso...
É assim que Deus se revela em Jesus Cristo, é assim que Cristo se revela em quem é capaz (e não precisa ser médico) de renunciar algo valioso, para doar-se aos irmãos, não existe outra forma de amar que não seja o serviço, feito com grande sacrifício, e isso parece algo tão simples e ao mesmo tempo tão complicado, difícil de ser compreendido pelo coração humano, que hoje é educado para buscar grandezas e ambições, prestígio, fama, sucesso e poder, em um egocentrismo exacerbado.
Como podemos entender o sacrifício de Abraão, que abre mão do Filho da Promessa, tão esperado e sonhado, e que veio em sua velhice, brotado como semente tardia, dom de Deus, da esterilidade de Sara, sua esposa? O Patriarca, ícone das três maiores religiões do planeta, sente em seu coração que o amor á Divindade em quem crê, só se concretiza ofertando algo valiosíssimo,e aqui retomamos o sentido do amor, que não é dar um pouquinho, mas o “tudo”, ou seja, aceitar perder algo, que não se vai mais recuperar...
Na religião da recompensa divina, sempre marcada pela mediocridade, ou nas relações mercantilizadas com as pessoas, se faz na verdade uma barganha, é muito complicado chegarmos a compreensão dessa gratuidade, pois pensamos que somos muito bons e nos doamos até um certo ponto, mas não se pode também exagerar e sair no prejuízo, é esse o grande problema, colocamos sempre um limite no nosso modo de amar, abrimos mão de ganhar alguma coisa, mas ter que perder, aí já é um pouco demais... Amar como Jesus amou, é sempre assumir o risco de uma perda.
Entretanto, quando desenvolvemos em nós essa virtude do evangelho, e aceitamos até perder tudo, estamos nos unindo Aquele que se deu por inteiro, e que para salvar a todos aceitou perder tudo, pois o Cristo na cruz é um homem derrotado e humilhado, diante doa amigos que acreditaram em sua proposta, é alguém que perdeu tudo, prestígio, família, amigos, dignidade, honra, considerado na visão profética um homem maldito diante de Deus, abandonado e esquecido, incompreendido e rejeitado, homem esmagado pelas dores, como nos lembra Hebreus, e se o Pai não o tivesse glorificado quem seria Jesus para o mundo de hoje?
Talvez ninguém, pois enquanto homem aceitou correr esse risco, não sabia bem no que ia dar tudo aquilo, e podia ser que nem a comunidade reconhecesse o seu gesto de amor.
Somos hoje convidados a contemplar exatamente essa glória, pois no Cristo transfigurado, está a humanidade, sonhada, planejada e criada por Deus, está aquele jovem, cuja história contei no início, está cada cristão, que tem essa disposição interior de doar-se por inteiro, e que ninguém tenha medo, Deus nunca exigirá de nós o mesmo sacrifício da cruz, mas que nossas pequenas ações possam pelo menos refletir um pouco, do Amor de Jesus de Nazaré, para isso é necessário buscá-lo e escutá-lo, pois somente ele e mais ninguém, nos ensina com tanta autoridade, como é que se ama de verdade...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Transfiguração de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Do Deserto da Tentação subimos hoje com Jesus à Montanha da Transfiguração. Conosco sobem Pedro, Tiago e João. Estavam eles lá sozinhos quando Jesus mudou de figura, se transfigurou. Sua roupa ficou muito branca e brilhante. Aparecem então Elias e Moisés que conversam com Jesus. Pedro, Tiago e João estão vendo tudo. Sem saber o que dizer, Pedro se propõe a fazer três tendas, uma para Jesus e as outras duas para Elias e Moisés, respectivamente. De repente, a sombra de uma nuvem os cobre e eles ouvem uma voz: “Este é meu Filho amado. Escutai-o”. Moisés e Elias desaparecem e eles ficam sozinhos com Jesus. Desceram da montanha e Jesus lhes ordenou que não contassem nada a ninguém até que ele tivesse ressuscitado dos mortos. Eles não entenderam o que significava “ressuscitar dos mortos”. Mais tarde, escrevendo aos romanos, Paulo dirá que Jesus morreu, ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por nós. Eles não entenderam nem podiam imaginar que a ressurreição aconteceria depois de uma morte dolorosa. Precisavam, pois, ver agora o Cristo transfigurado antes de vê-lo depois crucificado. De fato, diz São Paulo, “Deus não poupou seu próprio Filho e o entregou por nós e, com ele, deu-nos tudo”. Quem será então contra nós, se ele intercede por nós e Deus está a nosso favor?
Deus não poupou o seu próprio Filho, assim como Abraão não poupou Isaac, seu filho único bem-amado. Deus quis provar Abraão. Chamou-o, mandou que pegasse Isaac, fosse com ele à terra de Moriá e o oferecesse em holocausto. Quando Abraão ia sacrificar Isaac, um anjo o impediu e disse “Agora, sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu único filho”. Em lugar de Isaac, Abraão sacrificou um carneiro e, depois, o anjo lhe disse: “Eu te abençoarei e tornarei tua descendência tão numerosa como as estrelas do céu. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”. As promessas, diz Paulo, foram asseguradas a Abraão e à sua descendência. Não aos seus muitos descendentes, mas a um só, “a tua descendência”, que é Jesus Cristo. Por este descendente de Abraão que é Jesus Cristo, todas as nações da terra são abençoadas e todos podem se tornar filhos de Abraão, pela fé em Jesus Cristo. Naquele momento eles não compreenderam. Mais tarde compreenderão o alcance da Ressurreição do Senhor. E assim caminhamos para a Páscoa, preparando-nos nesta Quaresma para renovar a graça do batismo na Vigília Pascal. Experimentamos com Jesus a fragilidade humana no deserto e vimos a transfiguração do nosso corpo quando ele mesmo se transfigurou no monte.

Homília

Pe. José Luiz Gonzaga do Prado

2º DOMINGO DA QUARESMA

CAMINHO DA CRUZ E DA VITÓRIA

I. INTRODUÇÃO GERAL

No segundo domingo da Quaresma, temos, todos os anos, o episódio da transfiguração. No início da caminhada, é sempre importante olhar para a chegada. Para os que se preparam para o batismo, ou para nós que nos preparamos para renovar os compromissos do nosso batismo a fim de vivê-los melhor, será bom ver o que o episódio nos ensina.
Aos discípulos que mais de perto o acompanham, Jesus quer mostrar que ele é o Messias sofredor, que o caminho da vitória e da glória é a cruz. Isso ele já vinha dizendo e voltará a dizer, mas essa verdade é tão distante da mentalidade geral, que os discípulos nem sequer querem ouvi-la. Hoje também.
A voz do céu lembra os poemas ou cânticos do Servo Sofredor do Segundo Isaías (“o meu amado”) e recomenda aos discípulos: “Ouvi-o, escutai o que ele está dizendo!” Hoje também.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18)

A narrativa do sacrifício de Isaac, na hipótese das fontes do Pentateuco, vem da fonte eloísta. Essa fonte ou tradição relata com frequência alguma tentação ou provação, refletindo o que acontecia no reino do norte, especialmente na época de Elias. A provação de Abraão reflete algumas dessas tentações.
A primeira dessas tentações é o sacrifício de crianças. O rei de Moab, na época, considerada a redação eloísta, sacrificou o próprio filho e sucessor em cima da muralha (2Rs 3,27). Esse costume chegou a entrar em Israel e Judá e é fortemente combatido pelos profetas.
A história pode vir também em reforço à obrigação de resgatar o primogênito. Segundo Ex 34,19-20, todo primogênito pertence a Deus. O dos animais domésticos deve ser sacrificado em honra de Javé, só o da jumenta pode ser resgatado pelo sacrifício de outro animal. O filho primogênito deve obrigatoriamente ser resgatado, como Isaac é substituído pelo carneiro.
Na leitura cristã, Isaac é comparado a Jesus morto-ressuscitado. Como ele subiu a montanha levando a lenha com que seria queimado em holocausto, Jesus subiu ao Calvário levando sua cruz. Como aquele voltou vivo e como esperança de grande descendência, assim Jesus se levanta da morte e torna-se o primeiro de muitos irmãos.

2. II leitura (Rm 8,31b-34)

Os cristãos judeus de Roma foram expulsos da cidade por Cláudio, por causa de agitações sociais provocadas por certo Crestos (Cristo, sem dúvida). Agora Nero permitiu a volta dos judeus e muitos estavam retornando.
Retornavam mais pobres do que tinham partido e também cheios de ardor nacionalista, mais apegados a suas tradições e influenciados pelas ideias de rebelião contra o império, as quais fervilhavam entre os judeus. Os irmãos de fé não judeus ficaram em Roma. Naturalmente ter-se-iam afastado sempre mais do que era simples tradição judaica e poderiam agora estar discriminando os judeus que voltavam.
Diante dessa situação, Paulo escreve a carta aos cristãos romanos, muitos dos quais gentios, para dizer-lhes que judeus e gentios são iguais em tudo e um não tem direito de julgar o outro. São iguais no pecado e na graça. A fé, independentemente da circuncisão ou da Lei, iguala-os. São iguais na morte que veio por Adão e na vida que vem por Cristo. São iguais na nova Lei que é o Espírito e solidários com todo o universo criado.
Paulo encerra essa parte da carta com um hino cujos primeiros versos constituem a 2ª leitura de hoje. Ele havia começado o capítulo 8 dizendo que, para todos os que estão no Cristo Jesus, não existe condenação.
No trecho da carta lido hoje, Paulo dá a razão para tanto: Se Deus é por nós, se entregou seu Filho por todos, judeus e gentios, não vai condenar ninguém. Jesus, que por todos morreu, ressuscitou e intercede por nós, também não o fará.

3. Evangelho (Mc 9,2-10)

Vejamos em que contexto está inserido o episódio da transfiguração. O Evangelho de Marcos consta claramente de três partes: a primeira, na Galileia, com a formação dos discípulos; a segunda, o caminho para Jerusalém; a terceira, em Jerusalém, com o confronto final, quando os inimigos matam Jesus, mas Deus o ressuscita e manda que os discípulos voltem a se encontrar com ele na Galileia.
O episódio da transfiguração está no início da segunda parte, a caminhada para Jerusalém, para a cruz, para a ressurreição.
No trecho (8,27 a 9,37) em que tem início a caminhada para a cruz-ressurreição, Marcos serve-se do paralelismo entre partes que se correspondem em ordem inversa, de modo semelhante a um sanduíche. Aqui “o sanduíche” teria duas fatias de pão (A e A’), duas de queijo (B e B’) duas folhas de alface ou rodelas de tomate (C e C’) e no miolo a carne. O episódio da transfiguração, inserido no centro das duas sequências paralelas ao inverso, é o miolo do “sanduíche”, o que mostra a sua importância.

Podemos ver isso esquematicamente da seguinte forma:
Pão A. Com os discípulos, Jesus pergunta: “Quem sou eu?” (8,27-30)
Queijo B. Anúncio da paixão. Pedro discorda e é chamado de satanás (8,31-33)
Alface C. Com a multidão. “Quem quiser seguir-me, pegue sua cruz” (8,34-9,1)
Carne D. A transfiguração (9,2-13)
Alface C’. Com a multidão. “Esse demônio, só se vence pela oração (...)” (9,14-29)
Queijo B’. Anúncio da paixão. Não entendem, mas não perguntam (9,30-32)
Pão A’. Com os discípulos, eles perguntam: “Quem é o maior?” (9,33-37)

O contexto mostrou-nos com clareza que o objetivo da transfiguração é levar os discípulos a acreditar no fracasso da cruz como caminho da vitória, da vida, da ressurreição.
O evangelista não pretende falar da dificuldade dos discípulos de então em aceitar a ideia da morte humilhante de Jesus, fala da consequência principal: ser discípulo, em qualquer tempo, é pegar a cruz e seguir o Mestre! No ambiente de quando o evangelho é escrito certamente já surgia o carreirismo e a disputa pelo poder.
O evangelista não tem a intenção de acusar a incompreensão de Pedro e companheiros, quer falar aos dirigentes e fiéis da Igreja de então, quando o evangelho é escrito. Como diz o pessoal da roça, “está batendo na cangalha para o burro entender!” E queira Deus o burro entenda!
Jesus leva Pedro, Tiago e João. Pedro é aquele que, logo depois de professar a fé em Jesus como Messias, não admite que seja um Messias sofredor, humilhado pelos poderosos. Tiago e João (Mc 10,35-38) pedem a Jesus os primeiros lugares para quando ele chegar à sua glória (o poder?) e, assim, provocam discussões pelo poder entre os doze. “Ah! Espelho meu!” diriam os dirigentes da Igreja quando esse evangelho foi escrito...
Os três precisam de uma boa lição, por isso são levados à montanha, sozinhos, à parte. Já tinham visto Jesus ressuscitar a filha de 12 anos do chefe da sinagoga e serão levados também para acompanhar a oração de Jesus no horto das Oliveiras.
A roupa de Jesus toma um branco excepcional. Veste branca tinha o mesmo significado que tem hoje faixa de campeão ou medalha de ouro: era um distintivo dos vitoriosos nas competições esportivas. Apesar do fracasso aparente, Jesus é o vitorioso!
O Primeiro Testamento, aqui representado por Elias e Moisés, fala de um Messias sofredor, especialmente em quatro poemas do livro de Isaías (1o Is 42,1-7; 2o 49,1-7; 3o 50,4-9; 4o 52,13-53,12). Essa é a conversa de Jesus com a Lei e os profetas, o que aos discípulos parece interessar pouco.
A nuvem, a sombra e também o temor lembram a presença de Deus na manifestação do Sinai. Agora devem ouvir a Jesus, a voz da nova aliança. Eles não estavam suportando ouvi-lo anunciar a própria morte. Nem entendem como se possa falar em ressurreição dos mortos.
No primeiro anúncio da paixão (8,31-33), Pedro quer impedir Jesus de tocar no assunto. No terceiro anúncio (10,35-38), Tiago e João o interrompem para discutir a divisão do poder... Ah! O espelho! “Escutai-o! Escutai-o! Escutai-o!”, diz a voz de Deus.
Pedro, dizendo que ali estava bom, propõe fazer uma cabana para cada um, como faziam os participantes da festa das Tendas. Mas fala por falar, sem saber o que diz.
Depois de os discípulos ouvirem a voz de Deus, Jesus se encontra só; sozinho ele resume toda a Escritura. Os discípulos estão com ele, e mesmo assim parece que continua só.

III. DICAS PARA REFLEXÃO

– Jesus sozinho resume toda a Escritura, o Primeiro e o Segundo Testamento. Isso não pode ser afirmação gratuita ou mera teoria. Ele resume todas as esperanças do Primeiro Testamento e antecipa a realização do Novo. Escutai-o! Ele só fala de cruz, o que não é tão fácil de entender e pôr em prática. “Nem que a gente vivesse mais duzentos anos acabaria de entender o significado da morte de Jesus”, ouvi de uma pessoa do povo. É preciso todo dia buscar praticar e entender melhor, sabendo que nunca se vai entender completamente. Só a prática melhora o verdadeiro entendimento.
Com os discípulos que só pensam em poder e cargos cada vez mais importantes, ele está sozinho, continua só. Jesus perguntou: “Quem sou eu?”; enquanto isso, os discípulos estão se perguntando: “Quem de nós é o maior?”. Por isso ele continua sozinho.
Ele se transfigura e conversa com a Lei e os profetas para dar segurança aos discípulos na hora da paixão, mas parece que eles não entenderam que a vitória, a ressurreição, devia passar pela morte. Esse caminho é diferente demais, difícil de achar, incompreensível até. Como é que a vitória poderá ser encontrada no último lugar?
– “Rabi, está bom ficarmos aqui!” Contemplando a vitória, não será preciso procurar o caminho. É preciso que venha a voz de Deus para dizer: “Ele é o servo sofredor, escutai-o!” É preciso escutá-lo todos os dias, a todo o momento, senão a gente perde o caminho.
Fonte: Paulus em 04/03/2012

REFLEXÕES DE HOJE

  25 DE FEVEREIRO-DOMINGO


VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

HOMILIA DIÁRIA

Jesus Cristo é a plena manifestação da luz de Deus

Postado por: homilia
março 4th, 2012

A “Festa da Transfiguração do Senhor” remonta ao século V, no Oriente. Na Idade Média estendeu-se por toda Igreja Universal, especialmente com o Papa Calisto III.
Presente Pedro, João e Tiago, Jesus se transfigura diante deles. Seu corpo ficou luminoso e suas vestes resplandecentes. Com isto, Jesus quis manifestar aos discípulos que Ele era realmente o Filho de Deus enviado pelo Pai.
Jesus é o cumprimento de todas as promessas de Deus. Ele é o “Deus conosco”, a manifestação da ternura e da misericórdia do Pai entre os homens. A Sua paixão e morte não serão o fim, mas tudo recobrará sentido quando Deus Pai O ressuscitar e O fizer sentar-se à Sua direita, na Glória. Tudo isto é dito de uma maneira plástica: luz, brancura, glória, nuvem… que indicam a presença de Deus.
Jesus nos revela um Deus que surpreende. Fala da Glória. Todavia, nos mostra que o caminho necessário para ela é o caminho da cruz, da paixão e morte, da entrega total de Sua vida pelo perdão dos pecados.
Já o profeta Daniel ficou surpreendido ao ver entrar na Glória e receber realeza divina – com poder eterno – alguém semelhante a qualquer “filho do homem”.
Surpreendidos ficaram também os três apóstolos no Tabor, ao verem Jesus tão divinamente transfigurado, estando precisamente a rezar preocupado, como qualquer homem, com o que ia sofrer em Jerusalém.
Na Liturgia de hoje, o evangelista afirma que Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João a um monte elevado e se transfigurou diante deles, tornando-se resplandecente de tal brancura que “lavadeiro algum da terra poderia branquear as suas vestes assim”. É neste mistério de luz que hoje a Liturgia nos convida a fixar o nosso olhar.
No rosto transfigurado de Jesus brilha um raio da luz divina que Ele conservava no Seu íntimo. Esta mesma luz resplandecerá no rosto de Cristo no dia da Ressurreição. Neste sentido, a Transfiguração manifesta-se como uma antecipação daquilo com que nos revestiremos quando tudo se consumar em todos. Aí sim celebraremos o mistério pascal!
A Transfiguração convida-nos a abrir os olhos do coração para o mistério da luz de Deus, presente em toda a história da salvação. Já no início da criação, o Todo-Poderoso diz:“Faça-se a luz!” (Gn 1,3), e verifica-se a separação entre a luz e as trevas.
Como as outras criaturas, a luz é um sinal que revela algo de Deus. É como o reflexo da Sua glória, que acompanha as Suas manifestações. Quando Deus aparece, “o seu esplendor é como a luz, das suas mãos saem raios” (Hab 3,4s.). Como se afirma nos Salmos, a luz é o manto com que Deus se reveste (cf. Sl 104,2). No Livro da Sabedoria, o simbolismo da luz é utilizado para descrever a própria essência de Deus. A sabedoria, efusão da glória de Deus, é “um reflexo da luz eterna”, superior a todas as luzes criadas (cf. Sb 7,26.29s.).
No Novo Testamento, é Cristo que constitui a plena manifestação da luz de Deus. A Sua ressurreição aboliu para sempre o poder das trevas do mal.
Com Cristo ressuscitado a verdade e o amor triunfam sobre a mentira e o pecado. Nele, a luz de Deus já ilumina definitivamente a vida dos homens e o percurso da história. “Eu sou a luz do mundo” – afirma Ele no Evangelho – “Quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Marcos, no Evangelho de hoje, recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, faz uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o Seu projeto de salvação em favor dos homens através do dom da vida.
Para você que muitas vezes está desanimado e assustado, Jesus diz que o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Seguir a Cristo é a garantia da vitória final.
Portanto, nesse 2º Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova. E este não é senão o caminho da escuta atenta de Deus e dos Seus projetos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 04/03/2012

Oração Final
Pai Santo, que a visão de Jesus transfigurado nos anime e reforce a esperança de vivermos, como Ele, fazendo o Bem a todos e, assim, nos aproximarmos do teu Reino de Amor e do teu Abraço Misericordioso. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/03/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que a visão de Jesus transfigurado nos anime e reforce a esperança de vivermos, como Ele, fazendo o Bem a todos e, assim, nos aproximarmos do teu Reino de Amor e do teu Abraço Misericordioso. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.