ANO C
Jo 2,1-11
Comentário do
Evangelho
A Mãe de Jesus, símbolo da Igreja que espera.
Hoje é festa da padroeira maior do Brasil: N.
Sra. da Conceição Aparecida. Ela, modelo de todo discípulo, intercede
junto a Deus por todos nós para que sejamos, como ela, ouvintes da Palavra.
O texto das “Bodas de Caná” mostra o primeiro
sinal que Jesus realiza, no evangelho segundo João. Dizer que é o primeiro ou o
início dos sinais significa dizer que ele é o fundamento de todos os demais:
“Manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele” (v. 11), isto é,
revelou o que ele efetivamente é: o Messias. Os sinais que Jesus realiza se
relacionam à fé dos discípulos. O sinal, sendo por natureza ambíguo, necessita
ser bem interpretado e discernido. Oferecendo, das próprias talhas de purificação,
o vinho novo da salvação, Jesus inaugura um novo tempo em que já não se está
mais sobre o regime da Lei, mas sob o da graça,
conforme está no Prólogo: “Da sua plenitude nós recebemos graça no lugar de
graça” (Jo 1,16).
A festa de casamento é, para a tradição bíblica,
símbolo do Reino de Deus, do amor do Senhor por seu povo. A mãe de Jesus,
chamada de “mulher” no relato, é símbolo da Igreja que espera, suplica e vê
realizada a salvação, em Jesus. As Bodas de Caná têm um valor simbólico: é
símbolo da união do Messias com sua Igreja.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, que o testemunho de Maria cale fundo no meu
coração, transformando-me em perfeito discípulo de Jesus. E que eu possa
conduzir muitas outras pessoas a crerem em teu Filho.
Vivendo a Palavra
«Façam o que Ele mandar.» É o recado de Maria
para a Igreja de todos os tempos. Nada de aprofundamentos teológicos ou
filosóficos. São poucas as palavras, mas dizem tudo que precisamos para viver,
já nesta terra, os primeiros sinais do Reino do Céu – onde um dia estaremos
plenamente nos braços do Pai Misericordioso.
Reflexão
Jesus veio ao mundo para trazer a Boa Nova do
Reino de Deus e firmar a Nova e eterna Aliança entre Deus e os homens através
do mistério pascal. Assim, a água da purificação dos judeus, sinal do Antigo
Testamento que está para terminar, será substituída pelo vinho da Nova Aliança
que alegra os nossos corações e nos trás a salvação. E isso acontece numa festa
de casamento, sinal das núpcias do Cordeiro e prefiguração da Igreja como
esposa de Cristo. E o início de tudo foi a ação de Maria, que pede o milagre a
Jesus, mas que com sua adesão ao projeto de Deus, abriu caminho para o início
do Novo Testamento.
Reflexão
As bodas de Caná representam o primeiro dos sete sinais no Evangelho de
João. O autor não fala em milagres, mas em sinais, pois não quer exaltar o fato
em si, mas o que está por trás dele: revelar a glória de Jesus para que os
discípulos acreditem nele. Ele e seus discípulos foram convidados para um
casamento, a mãe de Jesus também estava presente. Ao longo da festa, o vinho
veio a faltar. A mãe de Jesus intercede ao Filho em favor dos noivos e dos
convidados. Festa sem vinho (bebida) é festa incompleta, sem alegria. Jesus é
apresentado como o noivo da comunidade. A mãe tem importante papel na família,
na comunidade, em todos os lugares. Ela é perspicaz e sensível diante das
necessidades. Aqui ela desempenha a função de convidar para fazer o que o
Mestre pedir. Nós, católicos brasileiros, temos uma devoção e um carinho todo
especial para com Maria, mãe de Jesus e nossa. Entre muitos outros títulos, no
Brasil é conhecida como Nossa Senhora Aparecida. Ela olha com muito amor o povo
brasileiro e intercede a Jesus para que nunca falte o vinho da alegria e da
dignidade para seus filhos e filhas.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Você pode dizer que Maria “guia seus passos?”
Como? - Que lugar ocupa a devoção a Maria em sua vida? - Que tipo de devoção a
Maria mais lhe agrada? - Você sabe transformar a “água da vida” em “vinho
novo?” - Você sabe ter sempre uma boa palavra e dar um bom testemunho de vida
sempre?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
ANTECIPANDO A HORA DE JESUS
Embora o milagre em Caná focalize a pessoa de Jesus, a de Maria tem
também sua relevância. À primeira vista, sua presença, nas bodas, tem apenas a
função de explicar porque Jesus e seus discípulos estavam ali presentes, como
se o convite tivesse sido feito à família de Maria. Uma leitura mais atenta,
porém, revela a importância de sua atuação, no desenrolar do milagre.
Maria é quem percebe a situação constrangedora dos noivos, diante da
iminência de faltar vinho. Jesus é informado por meio dela, pedindo discretamente
que intervenha. A resposta de Jesus parece ser negativa, uma vez que lhe
assegura não ter chegado ainda a "hora" de se manifestar,
publicamente, como Messias. Sem abrir mão de seu intento, ela orienta os
empregados a seguirem as instruções de Jesus. Eles obedecem com inteira
convicção. E o milagre aconteceu. Maria fez Jesus antecipar sua
"hora"!
A piedade popular soube captar muito bem esta virtude de Maria. Por este
motivo, a tem como intercessora por saber ser ela um caminho seguro para chegar
até o Filho Jesus.
Sem dúvida, o momento mais importante da intervenção de Maria, no
contexto do milagre, foi quando orientou os garçons para que seguissem à risca
as ordens de Jesus. Resume-se, aqui, o ideal de sua vida: ver todas as pessoas
aderindo, pela fé, a seu Filho.
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito Santo, revela-me a identidade profunda da Mãe do Salvador, que
reconhecemos como intercessora e caminho seguro para chegar a Jesus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Aparecida e o Vinho Novo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz -
Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Pertencemos a uma sociedade sacudida pela violência, diante da qual nos
sentimos impotentes, onde predomina o sentimento de insegurança e medo, a
chacina de jovens e adolescentes vai ganhando proporções alarmantes e
assustadoras, há, por outro lado, uma falta de perspectiva por parte dos
jovens, os escândalos de ordem moral, em instituições consideradas inabaláveis,
são denunciados a cada dia pela grande mídia. Dizem que o Brasil, não tem mesmo
jeito, porque a nossa origem lá na época do descobrimento, já estava podre e
corrompida, e quem veio para cá era gente sem moral, sem escrúpulo e sem nenhum
compromisso com a ética e a moral.
Na família, há centenas de casamentos de curta duração, uniões
ilegítimas aumentam, o estado quer reconhecer como legítima, uma horrível
caricatura da Instituição Familiar, desmantelam e desmoronam valores sagrados
na ética e na moral cristã, se de um lado a humanidade avança em velocidade
espantosa no mundo científico, tecnológico, nas comunicações e informática, por
outro, as pessoas vão sendo acometidas de inúmeras enfermidades orgânicas e
psicossomáticas, as coisas boas e os acontecimentos alegres duram pouco, e não
conseguem nos livrar do peso das forças do mal, que vão nos levando para o caos
em meio a desordem estabelecida.
Nem o fenômeno religioso consegue reverter esse quadro, os templos
suntuosos cada vez mais lotados, tomados por uma multidão de coração vazio, que
busca muitas vezes na espiritualidade algo que ela não pode dar: a solução de
tantos problemas originados pelo pecado, como o egoísmo, a luxúria, a
proliferação de falsas divindades que prometem vida, felicidade e liberdade, e que
arrebanham a cada dia novos adeptos, arrastados impiedosamente para a desgraça
e a morte, entre eles a Droga e a Prostituição, uns dizem que já chegamos ao
fundo do poço, outros mais pessimistas, acham que o pior ainda não aconteceu. O
fato é que certa tristeza tem invadido o coração do homem deste terceiro
milênio.
Em uma sociedade assim, inquieta, insegura e temerosa, traumatizada por
tanta dor e sofrimento, marcada pela injustiça e desigualdade, a V Conferência
Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, realizada de 13 a 31 de maio
de 2007 em Aparecida, resgata o nosso papel de Discípulos e Missionários de
Jesus Cristo, fazendo um forte apelo para que proclamemos aos homens a Verdade
de Deus, revelada em Jesus Cristo, porém, o que leva alguém a ser cristão não é
uma decisão ética ou uma grande idéia, mas sim um encontro com um
acontecimento, com uma pessoa: Jesus Cristo, que dá um novo horizonte à vida, e
com isso uma orientação decisiva de se viver bem, vivendo em Deus. Foi essa a
experiência dos primeiros discípulos, que os evangelhos nos apresentam, um
encontro de fé com a pessoa de Jesus.
Neste dia de Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil, o evangelho
das Bodas de Caná é um convite a irmos ao encontro do único e verdadeiro amor
de nossas vidas, Maria aparece como a intercessora e mediadora, aquela que
sabendo olhar a necessidade dos irmãos, vai dizer ao Filho que está faltando
algo essencial para uma festa.
A devoção popular é citada pelo documento de Aparecida, que tornou-se
uma importante referência nas reflexões da Igreja, como um dos muitos elementos
que propiciam esse encontro pessoal com Jesus Cristo e nesse sentido,
considerando-se toda a história de Aparecida, desde o século XVIII, podemos
afirmar sem medo, que Maria nunca deixou faltar no coração dos cristãos da
América Latina, esse vinho novo da graça de Deus.
O Deus dos cristãos continua obstinado em seu amor pelos homens. Com a
mediação de Maria, Jesus oferece em nossos conturbados tempos, o Vinho novo, de
incomparável sabor, que não caiu do céu, mas surgiu a partir da água da
purificação, Jesus transforma a antiga forma de se relacionar com Deus, no
Judaísmo, em uma relação nova, onde basta ao homem crer e abrir o seu coração
para esta graça que une para sempre Deus e o homem, solidificando a comunhão um
dia rompida, e pela qual Jesus pagou com a vida ao morrer na cruz., descendo
com o homem ao fundo do poço para de lá resgatá-lo e libertá-lo, vitorioso e
ressuscitado, arrancando-o da vida sem graça, dominada pela morte do pecado, e
devolvendo-o ao paraíso, na condição de Filhos e Filhas de Deus.
Esse processo de ressurreição é dinâmico e acontece todo dia, hora e
momento, o Cordeiro Santo, Perfeito e Imaculado, se casa com a sua Igreja,
tornando-a sem ruga e sem mancha, de modo que nem os pecados da Igreja
conseguem abalar esta íntima comunhão. Esse casamento de Deus com o homem, na
encarnação de Jesus, deverá ter um final feliz, porém, como povo da Nova
Aliança, não teremos uma segunda chance, quem recusar esse amor e buscar os amores
ilusórios e efêmeros, nos amantes e deuses da Modernidade, sentirá um dia na
pele e no coração, a dor de ter perdido para sempre o autêntico e verdadeiro
amor de sua vida.
Somos essa Igreja, a noiva do Senhor, por quem ele dá a vida, a espera
da Lua de Mel, da Vida Eterna, para a qual ele nos conduzirá. Por hora, só é
preciso uma coisa: FAZER TUDO O QUE ELE NOS DISSER, como nos pede Maria, Mãe de
Jesus, a primeira a experimentar a delícia desse amor Divino.
Essa noiva das Bodas de Caná tem um rosto e um nome, é você, sou eu, são
todos os que buscam a Deus em Jesus Cristo, é também o rosto de cada homem,
desfigurado pela tristeza do pecado, a espera desse vinho da eterna alegria...
2. Minha hora não chegou - Jo 2,1-11
Jesus nos deu sua Mãe para ser nossa mãe. Para confirmar que é mãe de
todos os brasileiros, permitiu que sua imagem fosse encontrada no rio Paraíba.
Os brasileiros a chamam de Senhora Aparecida. Não foi uma aparição. Foi um
acontecimento do nosso jeito, simples e pobre, numa hora de necessidade, sem
maiores pretensões. Foi encontrada “decapitada” como São João Batista, que
dizia que ele devia diminuir e Jesus crescer. Ela não veio tirar o lugar de
Jesus. Ela veio nos dar Jesus, que está sempre com ela, e nos ensinar a guardar
no coração tudo o que diz respeito a seu Filho. Como em Caná, ela socorre quem
precisa.
3. MÃE E DISCÍPULA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no
Portal Dom Total).
Embora as atenções do texto evangélico se concentrem em Jesus, não se
pode subestimar o papel de Maria, co-protagonista no primeiro sinal que ele
realizou, como manifestação do amor misericordioso de Deus derramado sobre a
humanidade.
Sua condição de “mãe de Jesus”, sua maternidade e os vínculos de
dependência com o seu filho passam para um segundo plano. Destaca-se, sim, sua
adesão pessoal e sua confiança radical em Jesus. Por sua intervenção, o Messias
antecipou a “hora” de se manifestar ao mundo. A transformação da água em vinho
de excelente qualidade simboliza os tempos messiânicos, tempo de festa e de
alegria pela salvação operada por Deus.
Por outro lado, Maria conduz os discípulos à fé em Jesus: “Façam tudo o
que ele mandar!”. Ela os estimula a assumir uma postura de acolhida obediente
em relação aos ensinamentos de Jesus, desempenhando uma função pedagógica e
orientadora. Ensina-os a serem servidores e amigos de Jesus, perfeitamente
sintonizados com ele.
A postura de Maria é uma luz para a comunidade empenhada viver com
perfeição o discipulado cristão. Sua dupla atenção, a Jesus e ao que acontecia
a seu redor, permitiu-lhe intervir a favor de um casal de noivos em apuros.
Assim se comporta o discípulo no seu esforço de coadunar fé (adesão a Jesus) e
vida (profunda atenção às necessidades do próximo). Como Maria, o discípulo
deve ajudar as pessoas a abrirem o coração para a fé.
Oração
Pai, que o testemunho de Maria cale fundo no meu coração,
transformando-me em perfeito discípulo de Jesus. E que eu possa conduzir muitas
outras pessoas a crerem em teu Filho.
Liturgia comentada
E a mãe de Jesus estava lá... (Jo 2,1-11)
E se Maria de Nazaré não fosse até Caná para o
casamento de Natanael? Quem teria impelido Jesus ao seu primeiro milagre? Quem
teria proposto o ato de fé?
Eis o que escreve Mons. Claude Rault, Bispo do
Saara marroquino, em seu livro “Jésus, l’Homme de la reencontre”:
“As bodas de Caná, em sua simplicidade, nos
revelam qual é o lugar de Maria na vida do discípulo. E não é um papel de
segundo plano que Deus lhe atribuiu na história dos homens. É fácil ver que ela
tem um lugar à parte, um lugar onde ela está, simultaneamente, cheia de
iniciativa e de humildade.
Maria é aquela que “põe no mundo”. Ela pôs Jesus
no mundo uma segunda vez ao lançá-lo em sua vida pública. Por sua palavra –
“Fazei tudo o que ele vos disser!” -, Maria pôs no mundo os discípulos, em sua tarefa
de servidores da Nova Aliança. Esta palavra os “gerou” para o serviço.
Em minha vida de discípulo, ela é aquela que me
põe em presença de Jesus. Ela me gestou para minha vocação de servidor da
alegria simbolizada pela abundância do vinho. A seguir, ela se apaga. Acolher a
Maria em minha casa é acolher a nova Mãe, a mãe dos viventes, como imagem da
Igreja. Uma Igreja na qual eu não sou apenas servidor, mas irmão.”
Esta compreensão a respeito de Maria como imagem
e espelho da Igreja – aquela que a Igreja deve contemplar para aprender a viver
centrada unicamente em Jesus Cristo – parece-me suficiente para estender pontes
em direção a outras Igrejas cristãs. Fica evidente que nós, católicos, não
usamos a Mãe de Deus como substituta do Salvador, mas a vemos como aquela que
mais nos aproxima dele.
A frase (uma só!) que ela pronuncia em Caná
orienta nossa missão de servir. Assim, Claude Rault conclui: “A Igreja só pode
ser uma reunião sem fronteiras, uma comunhão fraternal em Jesus, uma assembleia
da Aliança. Jesus sempre recusou ver sua Igreja, sua Comunidade, ao modo de
outros grupos humanos. No seio do grupo dos discípulos, ele sempre se viu como
‘irmão servidor’. Isto se verá por ocasião de seu último gesto de lhes
lavar os pés”.
Nas Bodas de Caná – imagem do casamento
definitivo de Deus com a humanidade – todos se põem a serviço, prontos a
obedecer. E o fazem sem reservas, como os serventes que enchem as talhas de
pedra: até as bordas!
Orai sem cessar: “Com alegria tirareis água nas fontes da
salvação!” (Is 12,3)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
HOMILIA DIÁRIA
Renove a sua consagração a Nossa Senhora
Aparecida
Queria, hoje, convidar você a
renovar a sua consagração, a sua entrega, a sua pertença a Nossa Senhora da
Conceição Aparecida.
Viva Nossa Senhora Aparecida! Hoje, o nosso
querido Brasil, e os brasileiros de qualquer lugar do mundo, acordam com o
coração em festa, com o coração vibrando. Celebrando aquela que é nossa Rainha,
a nossa Padroeira.
Queria, hoje, convidar você a renovar a sua
consagração, a sua entrega, a sua pertença a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Que gesto profundo de humildade e de devoção nos mostrou o nosso querido Papa
Francisco, em sua visita recente ao Brasil, durante a Jornada Mundial da
Juventude. Foi sua escolha pessoal vir até Aparecida (SP), se colocar aos pés
da Mãe; renovar a sua consagração, a sua pertença àquela, que é a boa Mãe,
àquela que cuidou de Jesus.
Se o Papa veio de Roma para se consagrar, para se
entregar a Nossa Senhora Aparecida, por que nós não faríamos o mesmo? Por que
faríamos diferente? Às vezes, corremos para lá e para cá; há pessoas que passam
pela Rodovia Dutra, de uma ponta a outra e nunca parou aos pés da Virgem
Aparecida, para se consagrar a ela. Muitas vezes, na casa de nós brasileiros,
não há nenhuma pequena imagem que demonstre o nosso amor, a nossa devoção e a
nossa pertença àquela que é a nossa Rainha e Padroeira.
Se olharmos bem a nossa história recente, os três
últimos Papas: João Paulo II, Bento XVI e nosso amado Francisco, fizeram
questão de estar aos pés da Mãe Aparecida. Nós precisamos fazer o mesmo! Estou
convidando você a entregar sua casa e sua família aos cuidados da Mãe.
Nesses anos todos, desde que a imagem dela foi
encontrada, no Rio Paraíba, por aqueles pobres pescadores; e por que não dizer:
pobres pecadores também, a Mãe dos pescadores, a Mãe de todos nós, tem sido um
sinal a nos apontar para a presença de Jesus no meio de nós.
A Santíssima Virgem Maria não possui nenhuma
glória para si, a glória de Maria é a glória do seu Filho Jesus; é ela quem nos
diz no Evangelho de hoje: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Ela nos ensina o
seu segredo mais precioso, mais bondoso, o segredo que a fez ser uma mulher
plena de Deus: a obediência à Palavra do seu Filho Jesus, a obediência ao Pai
Eterno, a submissão ao Espírito Santo.
Que, hoje, a Mãe Aparecida nos mostre o caminho,
nos mostre a direção, nos mostre que fora de Jesus não existe salvação. Que
ela, no seu colo, nos pegue, nos lave, cuide de nós, das nossas feridas, dos
nossos pecados e nos ajude a sermos bons discípulos de Jesus.
Viva a Mãe de Jesus e nossa! Viva Nossa Senhora
da Conceição Aparecida!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos as virtudes da simplicidade de
coração, da sobriedade de vida, da humildade e da compaixão - para construirmos
uma comunidade de irmãos, a Igreja querida pelo Cristo Jesus, teu Filho que se
tornou humano como nós e nos ensinou a convivência fraterna. Por Ele, Jesus
Cristo, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.