ANO A
Lc 20,27-40
Comentário do
Evangelho
O Deus dos vivos.
A observação do narrador de que os saduceus não creem na
ressurreição dos mortos, ao contrário dos fariseus, leva-nos a considerar que a
questão que eles põem a Jesus é ironia e, de certo modo, desprezo. Os saduceus
não constituem um grupo religioso, mas uma aristocracia ligada ao Templo de
Jerusalém, que se beneficiava do comércio lá existente. Ao caso absurdo
apresentado por eles, submerge a ideia de que a ressurreição é o prolongamento
da vida terrestre do ser humano. Certamente, o intuito deles era ridicularizar
a fé na ressurreição. Para isso recorrem à lei do levirato, para a qual o
cunhado da viúva devia perpetuar o nome do irmão falecido sem deixar
descendência (Dt 25,5-10). A resposta de Jesus revela a mais profunda
ignorância deles e denota o ridículo do caso apresentado. Eles interpretam mal
a Escritura e desconhecem o poder de Deus. Sem a relação com o Deus dos vivos,
a Escritura é letra morta. Jesus faz remontar a crença na ressurreição dos
mortos a Moisés. A ressurreição não é pura continuidade da vida terrestre. Mas
tentar descrevê-la é um esforço inútil. É preciso, confiantemente, abrir-se a
essa novidade do dom de Deus em Jesus Cristo, vitorioso sobre o mal e a morte.
Carlos
Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de imortalidade, reforça minha fé
na ressurreição e minha esperança de encontrar-me com o Deus da vida eterna.
Vivendo a Palavra
O tema da ressurreição atravessa as leituras do
dia. O Apocalipse fala na ressurreição de dois profetas e Jesus recorda a fala
de Moisés: “O Senhor é Deus de Abraão, Isaac e Jacó, como um Deus de vivos!”
Essas referências ganham força com a ressurreição do próprio Jesus, base real
de toda nossa fé.
Reflexão
Como todos nós vivemos num mundo marcado pelo
materialismo, cada vez mais somos tentados a fazer da matéria a causa da nossa
felicidade e nos fecharmos nessa realidade para analisar todas as coisas e, com
isso, não somos capazes de ver outros caminhos para a felicidade ou até mesmo
outras condições de vida que Deus pode nos conceder para o nosso bem, como é o
caso da vida eterna. O erro que os saduceus cometeram e que aparece no
evangelho de hoje é esse: se tornaram tão materialistas que ficaram incapazes
de abrir o próprio coração para a proposta da vida plena que nos é feita pelo
próprio Deus.
Comentário do Evangelho
A VIDA SUPERA
A MORTE
Ao questionar Jesus, os saduceus tinham a
intenção de ridicularizar os fariseus, cuja fé na ressurreição dos mortos era
bem conhecida, por ser uma crença propagada nos meios populares. Os saduceus
queriam também conhecer a posição de Jesus, para saber de que lado se
posicionava.
O
ponto de partida da pergunta foi uma história um tanto grotesca, fundada numa
teologia mal-enfocada. Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a
continuação pura e simples da vida terrena. Que a humanidade está envolvida por
um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico
destino eterno. Que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas
e sombra, que caminham todas as pessoas. Que Deus não tem o poder de interferir
no destino eterno delas.
Jesus
responde, estabelecendo uma distinção entre "este mundo" e o
"outro mundo". O erro dos saduceus consiste em confundi-los. O ser
humano está destinado a viver neste mundo, sem perder de vista o outro. Sendo
Deus o Senhor da vida, pode doá-la tanto neste mundo quanto no outro.
Entretanto, no mundo vindouro, a vida será vida plena, sem as limitações da
vida terrena. Cessam, aí, as preocupações terrenas, como casar-se e dar-se em
casamento, e desaparece, também, as ameaças da morte. A comunhão com o Pai
torna-se penhor de vida eterna. A morte dá início, neste caso, a uma explosão
de vida.
Oração
Espírito vivificador, que
a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de
vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.
(O comentário
do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, sede favorável
às nossas preces pela intercessão de santa Cecília. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA 22 DE NOVEMBRO – SÁBADO
Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
Espírito de imortalidade,
reforça minha fé na ressurreição
e minha esperança de encontrar-me
com o Deus da vida eterna.
HOMILIA
A PERGUNTA SOBRE A RESSURREIÇÃO
A propósito de
uma pergunta capciosa dos seus adversários que negavam a ressurreição dos
mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da
ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno. A
ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da
morte, em que Deus vive como Deus de vivos, como Ele Se tinha revelado no
episódio da sarça ardente, ao apresentar-Se a Moisés como Deus dos que tinham
vivido antes, mas que para Ele são sempre vivos, Ele “o Deus de Abraão, o Deus
de Isaac, o Deus de Jacob”.
Os saduceus,
grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes(20,27-40). Não
acreditavam na ressurreição, e propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar
que é absurdo crer na ressurreição. Jesus retifica a questão, mostrando que a
vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão
presente. E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de
Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e
da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com ele. Com efeito, o
sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim. Ruma
para a plenitude, sempre. O que está com Deus está vivo para gozar a vida em
abundância.
Os saduceus
queriam embaraçar Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (Dt
25.5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão
falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar
o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem
será a mulher na ressurreição? Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e
mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a esta ordem das coisas
não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas
não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está
presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e
provisórios, ainda.
A continuidade
entre o agora e o então está em Deus e na sua graça. E Jesus faz excursão mais
profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito de Deus
como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. A ressurreição é contrastada, por
isso, pela imposição da morte; pelos determinismos e fatalismos da cultura, da
religião, da política corrompida, nos sistemas de pensar. A ressurreição é a
dádiva da vida e vem de Deus. Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e
vivida sob o poder da graça. Em Lucas a ênfase recai na expressão: “não podem
mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.
Pai, és Deus
da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo
para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.
http://www.liturgiadapalavra.com/
HOMILIA DIÁRIA
A Ressurreição de Cristo é a
verdade maior da nossa fé
Aquele que crê em Jesus, o Senhor da vida, não crê em
reencarnação nem dá ouvidos a quem prega a negação da verdade principal da
nossa fé. A Ressurreição é a verdade maior da fé cristã!
“Mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos
mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em
casamento.” (Lucas
20, 35)
A Palavra de Deus apresentada hoje nos dá a graça de refletirmos dois
pontos fundamentais da nossa vida eterna, da nossa vida futura, mas que começam
a ser vividos já na vida presente. A primeira delas é a convicção na Ressurreição, porque
a questão, hoje apresentada pelos saduceus a Jesus, é para colocá-Lo em uma situação difícil, porque
estes não acreditavam na Ressurreição.
Se um homem está casado com uma mulher e
este vem a falecer, e essa mesma mulher casa-se com um irmão e depois com
outro. Na vida futura, falando de ressurreição, afinal de contas, quem será o
marido dela? (cf. Lucas 20,34-36).
A primeira coisa: a Ressurreição é um fato,
não é fantasia nem teoria para nos deixar consolados. A Ressurreição é a
verdade maior da nossa fé! Se com Jesus morrermos, com Ele também
ressuscitaremos. É muito importante que, a cada dia, tenhamos mais convicção
disso. Vivemos cercados de uma atmosfera religiosa chamada de “mística” ou
“espiritual”, mas, na verdade, são filosofias, religiões, são crenças que,
muitas vezes, nos confundem. Sim, existem religiões que fazem muitas coisas
boas, pregam a bondade, mas não creem na Ressurreição. Estão disseminado, no
meio de nós, a crença na reencarnação.
Preciso ser bem objetivo com você: aquele
que crê em Jesus, o Senhor da vida, não crê em reencarnação nem dá ouvidos a
quem prega a negação da verdade principal da nossa fé. Assim como Jesus
ressuscitou, nós também ressuscitaremos, e não voltaremos mais a essa vida nem
nos casaremos de novo em outra vida.
A outra dimensão do Evangelho de hoje é a pureza definitiva. Aqui,
na terra, as pessoas se casam, porque vão se multiplicar, gerar outros filhos.
Na vida futura, não teremos mais necessidade disso. Primeiro, porque estaremos
plenamente saciados pelo amor divino. Segundo, porque não multiplicaremos mais
aquele amor humano, aquele amor paixão, o amor eros. O amor que
une um homem e uma mulher dura enquanto dura esta vida; depois, o único amor
que permanece é a caridade, que nos faz irmãos e irmãs.
Podemos até dizer: “Ah, e na outra vida,
padre, como vai ser? Não vou mais conhecer a minha mulher?”. Claro que vai! É
claro que seus filhos serão seus filhos, mas já não serão mais nessa condição
humana. Será numa condição divina, suprema e espiritual que Deus prepara para
nós.
Vale a pena esperar aquilo que o Senhor
preparou para quem O ama de verdade!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE

Graça e Paz a todos os que se reúnem
aqui, na web, em torno da Palavra.
Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois
coros ou um solista e os demais repetem)
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar
(bis)
- Ao Deus do universo, venham
festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre
(bis)
- Sua fidelidade dura eternamente
(bis)
- Toda a terra aclame, cante ao
Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor
(bis)
- Nossas mãos orantes para o céu
subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste
hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo
Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)
1.
Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente
o texto na Biblia: Lc 20,27-40 e observo pessoas, palavras,
relações, lugares.
Alguns saduceus, os
quais afirmam que ninguém ressuscita, chegaram perto de Jesus e disseram:
- Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: "Se um homem morrer e
deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem
filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu." Acontece que
havia sete irmãos. O mais velho casou e morreu sem deixar filhos. Então o
segundo casou com a viúva, e depois, o terceiro. E assim a mesma coisa
aconteceu com os sete irmãos, isto é, todos morreram sem deixar filhos. Depois
a mulher também morreu. Portanto, no dia da ressurreição, de qual dos sete a
mulher vai ser esposa? Pois todos eles casaram com ela!
Jesus respondeu:
- Nesta vida os homens e as mulheres casam. Mas as pessoas que merecem alcançar
a ressurreição e a vida futura não vão casar lá, pois serão como os anjos e não
poderão morrer. Serão filhos de Deus porque ressuscitaram. E Moisés mostra
claramente que os mortos serão ressuscitados. Quando fala do espinheiro que
estava em fogo, ele escreve que o Senhor é "o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó." Isso mostra que Deus é Deus dos vivos e não dos
mortos, pois para ele todos estão vivos.
Aí alguns mestres da Lei disseram: - Boa resposta, Mestre!
E não tinham coragem de lhe fazer mais perguntas.
Os saduceus foram a Jesus porque
queriam entender a questão da ressurreição. Jesus inicia fazendo uma correção.
A ressurreição verdadeira consiste em passar a uma nova categoria, a de filhos
de Deus. O matrimônio, após a morte, não permite gerar filhos. Tampouco se casa
após a morte. Após a morte, "os que vivem, vivem para o Senhor", como
diz São Paulo aos Romanos (Rm 14,8).
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Meu Deus é o Deus dos vivos como
propõe Jesus?
Ou, fico ainda com conceitos e idéias de um Deus dos mortos?
Em
Aparecida, disseram os bispos: "Jesus Cristo é a plenitude que
eleva a condição humana à condição divina para sua glória: “Eu vim para dar
vida aos homens e para que a tenham em abundância” (Jo 10,10). Sua amizade não
nos exige que renunciemos a nossos desejos de plenitude vital, porque Ele
ama nossa felicidade também nesta terra. Diz o Senhor que Ele criou tudo “para
que o desfrutemos” (1 Tm 6,17)." (DAp 355).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, renovando minha fé na
ressurreição:
Creio
Creio em Deus
Pai, Todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
Creio em Jesus
Cristo,
Seu único Filho, Nosso Senhor,
Que foi concebido pelo Espírito Santo.
Nasceu da Virgem Maria,
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu à mansão dos mortos,
Ressuscitou ao terceiro dia,
Subiu aos céus,
Onde está sentado à direita de Deus Pai
E donde há de vir julgar os vivos e os mortos,
Creio no Espírito
Santo,
Na santa Igreja católica,
Na comunhão dos santos,
Na remissão dos pecados,
Na ressurreição da carne,
Na vida eterna. Amém.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de
renovada fé. Sinto que minha fé é pequena, por isso, passarei o dia repetindo a
oração de uma pessoa do Evangelho:” Creio, Senhor, mas aumenta a minha
fé!" (Mc 9,24).
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Irmã Patrícia Silva, fsp
Patricia.silva@paulinas.com.br
Oração
Final
Pai
Santo, a nossa compreensão é limitada e o orgulho quer nos impedir de aceitar o
fato de que a fé ultrapassa os limites da razão humana. Nós queremos crer, Pai
amado, no teu Amor inefável que, ressuscitando o Cristo Jesus, teu Filho
Unigênito que se fez nosso Irmão, justificou a nossa esperança de atingirmos
igual destino glorioso.