sábado, 16 de novembro de 2013

LITURGIA DIÁRIA - O Domingo – Crianças

Dia 17 – Missa 33º Domingo Comum
A salvação pela perseverança!


Compromisso da Semana:
O Salmo 97 diz: “Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso rei!”  Nesta semana, vamos procurar entoar cantos a Deus. Podemos convidar nossos amigos, utilizar algum instrumento musical e até escrever uma música.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/11/2013

17 de Novembro de 2013

Ano C


Lc 21,5-19

Comentário do Evangelho

Ocasião para darmos testemunho.

O atraso da parúsia provocou muitas especulações acerca da “segunda vinda de Cristo”. Especulações estas que deram origem a um discurso milenarista. A expectativa da segunda volta de Cristo gerou, ainda, uma tradição de que alguns fenômenos atmosféricos anunciavam o fim do mundo e, mais, de que Deus seria o responsável, por causa de sua decepção ante a maldade do ser humano que ele criou. São Lucas, no entanto, vai se utilizar destes elementos para anunciar um tempo aberto na história para o testemunho: “Será uma ocasião para dardes testemunho” (v. 13).
A menção da destruição do Templo (vv. 5-6), que pode ser considerada uma profecia ex eventu, não é uma previsão do futuro, mas um modo de ajudar os discípulos e o leitor do evangelho a superarem as provações do tempo presente. Em outros termos, o que Jesus quer dizer é o seguinte: não importa o que aconteça, não se deve esmorecer, nem temer, nem ser envolvido pela perplexidade. É preciso apoiar a vida em valores verdadeiros e sólidos. Até o Templo, ornado com tantas pedras preciosas (cf. v. 6), desaparecerá, pois ele figura entre as coisas que passam. A vida do ser humano deve estar apoiada no que não passa nem decepciona: Deus. As palavras de Jesus, inspiradas numa linguagem apocalíptica, não predeterminam nenhuma data, mas fazem um apelo ao discernimento permanente. Jesus evita responder à pergunta: “... quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?” (v. 7). Mas alerta: “Cuidado para não serdes enganados…” (v. 8). Ele não responde à questão posta, pois a preocupação do discípulo não deve ser com o quando, mas com que atitude ter em meio às adversidades da vida e aos dramas da humanidade. Do discípulo é exigida uma atitude de confiança que nada pode abalar, nem mesmo as catástrofes naturais, nem as perseguições por causa do evangelho. A propósito das perseguições e da morte, é preciso pôr a vida nas mãos de Deus: em primeiro lugar, como dissemos, será uma ocasião de dar testemunho (cf. v. 13) e, em segundo lugar, de confiar que é Deus quem inspira, dá força e protege a causa de seus eleitos. Nos Atos dos Apóstolos, o próprio Lucas relata a atitude de Pedro e João, perseguidos pelas autoridades judaicas: “Quanto a eles, deixaram o Sinédrio muito alegres por terem sido julgados dignos de sofrer humilhações pelo Nome” (At 5,41). É na vitória de Jesus Cristo que deve estar apoiada a esperança dos cristãos: “No mundo tereis tribulações, mas coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Com São Paulo podemos, então, nos perguntar: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. E com ele respondermos: nada nem ninguém (Rm 8,31-39).
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Espírito de constância, vem em meu socorro nos momentos de provação e dificuldade, quando a perseverança se torna difícil, e a fidelidade, um desafio.

Vivendo a Palavra

Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ Jesus nos alerta sobre falsos profetas. O dia do Senhor virá, mas nós não devemos nos preocupar em saber quando será. Vivamos a normalidade da existência, procurando fazer o bem, tendo sempre a consciência da presença amorosa do Pai em nós e entre nós.

Recadinho


A vida está difícil? - Aproveite a ocasião que Deus me dá para dar um bom testemunho, o de quem sabe viver na paz de Deus mesmo em meio a sofrimentos? - Diante das provações da vida, que significam para mim: paciência, constância, coragem, confiança em Deus, perseverança e firmeza? - Peço a Deus a graça de se forte em meio às contrariedades? - Diante das angústias da vida confio em Deus e procuro fortalecer minha esperança e fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

REFLEXÕES DE HOJE


17 DE NOVEMBRO - DOMINGO


VEJA MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

REFLEXÃO
Ocasião para darmos testemunho.

O atraso da parúsia provocou muitas especulações acerca da “segunda vinda de Cristo”. Especulações estas que deram origem a um discurso milenarista. A expectativa da segunda volta de Cristo gerou, ainda, uma tradição de que alguns fenômenos atmosféricos anunciavam o fim do mundo e, mais, de que Deus seria o responsável, por causa de sua decepção ante a maldade do ser humano que ele criou. São Lucas, no entanto, vai se utilizar destes elementos para anunciar um tempo aberto na história para o testemunho: “Será uma ocasião para dardes testemunho” (v. 13).
A menção da destruição do Templo (vv. 5-6), que pode ser considerada uma profecia ex eventu, não é uma previsão do futuro, mas um modo de ajudar os discípulos e o leitor do evangelho a superarem as provações do tempo presente. Em outros termos, o que Jesus quer dizer é o seguinte: não importa o que aconteça, não se deve esmorecer, nem temer, nem ser envolvido pela perplexidade. É preciso apoiar a vida em valores verdadeiros e sólidos. Até o Templo, ornado com tantas pedras preciosas (cf. v. 6), desaparecerá, pois ele figura entre as coisas que passam. A vida do ser humano deve estar apoiada no que não passa nem decepciona: Deus. As palavras de Jesus, inspiradas numa linguagem apocalíptica, não predeterminam nenhuma data, mas fazem um apelo ao discernimento permanente. Jesus evita responder à pergunta: “... quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?” (v. 7). Mas alerta: “Cuidado para não serdes enganados…” (v. 8). Ele não responde à questão posta, pois a preocupação do discípulo não deve ser com o quando, mas com que atitude ter em meio às adversidades da vida e aos dramas da humanidade. Do discípulo é exigida uma atitude de confiança que nada pode abalar, nem mesmo as catástrofes naturais, nem as perseguições por causa do evangelho. A propósito das perseguições e da morte, é preciso pôr a vida nas mãos de Deus: em primeiro lugar, como dissemos, será uma ocasião de dar testemunho (cf. v. 13) e, em segundo lugar, de confiar que é Deus quem inspira, dá força e protege a causa de seus eleitos. Nos Atos dos Apóstolos, o próprio Lucas relata a atitude de Pedro e João, perseguidos pelas autoridades judaicas: “Quanto a eles, deixaram o Sinédrio muito alegres por terem sido julgados dignos de sofrer humilhações pelo Nome” (At 5,41). É na vitória de Jesus Cristo que deve estar apoiada a esperança dos cristãos: “No mundo tereis tribulações, mas coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Com São Paulo podemos, então, nos perguntar: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. E com ele respondermos: nada nem ninguém (Rm 8,31-39).
Carlos Alberto Contieri, sj



HOMILIA
ESTAR PREPARADOS E VIGILANTES Lc 21,5-19

Estamos no penúltimo domingo do Ano Litúrgico. A Palavra de Deus convida-nos a meditar no fim último do homem, no seu destino além da morte. A meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo Advento do Reino. De fato, no evangelho há numerosas passagens que aludem a este tema, como os textos “apocalípticos”, pois o gênero “apocalíptico” era uma espécie de moda dos crentes daqueles tempos.
O tema do fim do mundo sempre foi um tema muito presente durante a historia do cristianismo. Podemos dizer que fazia parte da identidade cristã. Ser cristão implicava crer que nossa vida terminaria com um juízo de Deus sobre nós e sobre o mundo no seu conjunto: Deus decidiria em algum momento, e muito provavelmente de surpresa, no final do mundo; toda a humanidade seria convocada ao juízo final.
A vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto ajuda-nos a desprender-nos dos bens que temos de utilizar e aproveitar o tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos, ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu. Por isso, o fiel cristão não deve esquecer que, além de ser cidadão da Terra, também o é do Céu. Assim, deve comportar-se entre os outros de uma maneira digna da vocação a que foi chamado, sempre alegre, irrepreensível e simples, compreensivo com todos, bom trabalhador e bom amigo, aberto a todas as realidades autenticamente humanas (cf. Fl. 1, 27; 2, 3-4; 2, 15; 4,4).
Jesus nos alerta sobre os falsos profetas: “Cuidado para não serdes enganados…”. Diante das catástrofes Jesus exorta à esperança: não ter medo… Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar, pelo contrário são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está por surgir. “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ergam a cabeça, porque a libertação está próxima” (Lc 21, 28).
“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 19). Aproveitemos o tempo!… Diante das dificuldades não nos deixemos levar pelo desânimo! Acreditemos na Vitória final do Reino de Cristo.
Na nossa vida cotidiana, no exercício da nossa profissão, encontraremos naturalmente, sem assumir ares de mestres, inúmeras ocasiões de dar a conhecer a doutrina de Cristo: numa conversa amigável, no comentário a uma notícia que está na boca de todos, ao escutarmos a confidência de um problema pessoal ou familiar… O Anjo da Guarda, a quem tantas vezes recorremos, porá na nossa boca a palavra certa que anime, que ajude e facilite, talvez com o tempo, a aproximação mais direta de Cristo das pessoas que trabalham conosco. Cristo nos garante: “Coragem, levantai a cabeça, porque se aproxima a libertação”.
Senhor e Pai da história, ensina-nos a transformar as relações entre os seres humanos construindo uma história humana de amor, de liberdade, de justiça e de paz, que nos leve à construção de uma humanidade nova onde se explicite efetivamente o Reino de Deus que em breve chegará. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

Liturgia comentada

Sereis perseguidos... (Lc 21
, 5-19)

Sei que muitos “fiéis” têm preferência por outro tipo de Evangelho: aquele que fala de pardais e lírios do campo, da tal recompensa no outro mundo, multiplicada por cem...
Entretanto, o Evangelho de hoje, com as tonalidades típicas do final do Ano Litúrgico, aponta em outra direção. Jesus anuncia uma catástrofe, isto é, um movimento para baixo, uma decadência geral, quando já não ficará “pedra sobre pedra”.
Nós somos construtores: desde os jardins suspensos de Babilônia, passando pelas pirâmides do Egito e a hidrelétrica de Itaipu, experimentamos um especial prazer em edificar monumentos, empilhando pedra sobre pedra. Pena que tudo cairá...
Da destruição do Templo de Jerusalém, com suas pedras imponentes, Jesus salta rapidamente para um outro Templo: seu próprio corpo, que logo será destruído impiedosamente em sua Paixão e Morte. Mas não para nesse corpo de carne. Logo se projeta para outro “Corpo” seu: a Igreja. E a cota que lhe cabe é, nua e crua, a perseguição.
Aqui e ali, tenho encontrado “fiéis” lamuriosos, reclamando de perseguições, como se a Igreja estivesse à espera de aplausos e confetes. Quanta inocência! Como comenta Hans Urs von Balthasar, “a perseguição não será um episódio ocasional, mas um “existencial” para a Igreja de Cristo e para os cristãos individuais. Sobre este ponto, Jesus é formal (vv. 12-17). VÓS sereis perseguidos. VÓS, os representantes da Igreja, TODA a Igreja”.
Basta uma olhadela panorâmica sobre estes dois mil anos de vida eclesial para contemplar a profecia cumprida: prisões, condenações, traições pelos próprios familiares, arenas com leões e touros, em suma: o martírio.
Enquanto espera, que deve fazer o cristão? O mesmo von Balthasar dá sua resposta: “Trabalhar!” Trabalhar como Paulo, que suou a camisa para comer seu pão. O que se pede a cada cristão é uma espécie de compromisso com o mundo “que Deus ama”!
E Jesus observou: “Não se perderá um só cabelo de vossa cabeça...” (Lc 21, 18)
Orai sem cessar: “O meu socorro vem do Senhor!” (Sl 121, 2)
Texto de  Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
17 de novembro – 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM
LEVANTAR-SE-Á O SOL DA JUSTIÇA

I. INTRODUÇÃO GERAL

A liturgia de hoje aborda o tema do julgamento, mostrando que Deus não pode ser manipulado nem comprado. O “tribunal” de Deus não favorece uns em detrimento de outros. Por isso, quem clama por justiça verá que ela acontecerá. No entanto, em Deus justiça e misericórdia andam juntas e não são contrárias uma à outra. Deus é justo sendo misericordioso, e é misericordioso sendo justo.
O tema do julgamento está vinculado ao do último dia. Muitas pessoas temem falar sobre esse assunto, mas a liturgia nos adverte que é necessário estar sempre preparados enquanto o Senhor não vem. A ênfase dada pelos textos não se concentra no medo do inferno nem em eventos históricos desastrosos nem em cataclismos da natureza. Os textos focalizam a ação de Deus na destruição do mal, na implantação da justiça sobre a terra e na ação dos cristãos, a saber, dar o testemunho de fé.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Lc 21,5-19): Não tenhais medo

O texto de hoje utiliza-se de um recurso literário muito usado na apocalíptica judaica, o testamento de herói. É uma das formas de mostrar a continuidade da história, do plano divino da salvação em tempos difíceis. Consiste, principalmente, em discursos do pseudoautor antes da própria morte/ascensão, nos quais desvela o futuro dos destinatários e faz exortações a que permaneçam na fidelidade a Deus. Por meio desse recurso literário, o verdadeiro autor interpreta para os seus contemporâneos os acontecimentos desastrosos, e assegura-lhes que Deus fará os fiéis vitoriosos sobre o mal.
O texto começa com a observação sobre o templo de Jerusalém, e prossegue com a afirmação de Jesus de que tudo será destruído. As palavras de Jesus querem responder a duas perguntas: quando vai acontecer e quais os sinais indicativos da proximidade do fim dos tempos. Essas perguntas são fundamentais para as comunidades do final do século I d.C.
Jesus diz aos discípulos quais são os sinais; estes não são uma indicação da proximidade do fim dos tempos, mas uma garantia de que certamente a parusia virá. Por isso, os discípulos não devem ter medo diante dos rumores sobre o fim, pois o dia e a hora não são conhecidos. Enquanto a parusia (a vinda de Cristo) não acontece, os discípulos são exortados à fidelidade, principalmente em tempos de perseguição, como é desenvolvido nos vv. 12-17. Contudo, o mais importante é saber que quando chegar o fim será pelo testemunho de fé que os discípulos serão salvos.

2. I Leitura (Ml 3,19-20a): Sereis livres

O texto de Malaquias enfrenta o problema do malvado que prospera enquanto o justo sofre. É compreensível se fazer certas perguntas: que vantagem há em ser bom? De que vale praticar os mandamentos?
A resposta encontrada pelo profeta é que Deus cuida de nós, isto é, não estamos sozinhos quando sofremos e no “Dia do Senhor” a justiça triunfará.
O autor do texto usa a imagem do fogo reduzindo uma árvore a cinzas, para afirmar que o mal será completamente eliminado do mundo, não restará mais nenhuma maldade, nem seus ramos nem suas raízes (3,19).
A Bíblia também se serve do simbolismo do sol para enfatizar a mesma ideia. No contexto em que o profeta vivia, o sol era tido como dispensador de calor e de vida, de luz e de justiça porque sempre brilha para todos. Quando amanhecer o “Dia do Senhor”, a justiça vai brilhar e o último rastro de maldade será varrido da terra.

3. II Leitura (2Ts 3,7-12): Permaneçais firmes

Para a mentalidade dos tessalonicenses, o ser humano se realiza essencialmente na sua dimensão espiritual alienada das realidades terrenas. O trabalho manual era visto como algo degradante. Partindo da mentalidade judaica, o autor afirma que a condição corporal do ser humano não é algo negativo como se fosse um castigo, portanto, o trabalho manual dignifica o ser humano.
Os espiritualistas, que apregoavam o final dos tempos para breve, estavam criando um clima de ansiedade e de tanto frenesi que não havia mais lugar para as tarefas cotidianas. O autor convoca os tessalonicenses para permanecer firmes tendo o Apóstolo como exemplo.
O autor da carta não é um fanático, ainda que espere ardentemente pela volta de Jesus ele exorta os cristãos a viver na fidelidade a Deus e a comprometer-se plenamente com suas tarefas e obrigações terrenas.
Quando essa carta foi escrita, não somente o ensinamento de Paulo, mas a própria vida do apóstolo exercia uma influência muito grande dentro da comunidade, a ponto de ele ser citado como exemplo a ser imitado.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Os textos de hoje têm o objetivo de animar os cristãos em sua caminhada de fé mediante os desafios enfrentados em circunstâncias de perseguição. Quer incentivá-los a permanecer fiéis e a dar testemunho de sua fé, enquanto esperam a vinda gloriosa de Jesus Cristo.
A imagem que o evangelho apresenta sobre catástrofes não deve ser tomada ao pé da letra. São imagens próprias do gênero literário apocalíptico. Querem ressaltar a mudança radical que acontecerá com a chegada do reino de Deus. Esse simbolismo apenas enfatiza que o “mundo” presente, dominado pelo mal, será destruído para que surja então um mundo novo, onde o mal não existe.
É importante deixar claro que a justiça divina não se assemelha a dos homens (facilmente manipulada pela vingança, por leis excludentes e distorcidas). Deus não se deixa manipular por ninguém. Sua justiça é temperada com misericórdia.
Também se deve dar um destaque para o v. 8: “Tomai cuidado para não serdes enganados”. O que se quer ressaltar com isso é que os cristãos não devem se deixar enganar por discursos sensacionalistas que pregam o fim do mundo, fruto de uma leitura literal desse texto bíblico. Nem tampouco se deixar seduzir por doutrinas que semeiam o medo de um juízo implacável de Deus. Esse tipo de doutrina gera fanatismo e uma vida alienada da realidade, na qual se busca uma via de “santidade” fora do mundo, sem nenhum comprometimento com a transformação da realidade pelo testemunho de uma vida em Deus.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Pa
ulinas). 
E-mail: aylanj@gmail.com.
17 de novembro – 33º DOMINGO COMUM
A QUE LEVA O TRABALHO?
Em sua segunda carta aos fiéis de Tessalônica, o apóstolo Paulo fala-nos do trabalho-o qual, sem reducionismo, entendemos como todo tipo de atividade laboral, seja intelectual, industrial, manual, serviçal ou artística, seja realizado pelo homem ou pela mulher.
O trabalho é um grande bem do homem e da mulher, uma vez que, por meio dele, não só transformam a natureza, mas se realizam como indivíduos. Ou seja, tornam-se mais humanos. Por ser, em essência, um processo que mobilizam dinamismo pessoal, mais do que uma ação objetiva e produtiva, o trabalho envolve a pessoa em sua totalidade: corpo e espírito. Portanto, temos de considerá-lo não como pena, castigo ou fatalidade, e menos ainda como mero “ganha-pão”, mas como dever e direito, como bênção de Deus para a nossa realização pessoal.
Podemos ainda ver nele uma segunda característica, a de obra da criação. De fato, além de promover a realização da pessoa, o trabalho é participação e colaboração na atividade criadora de Deus, que entregou sua obra ao ser humano para que este lhe dê continuidade em favor da vida do mundo. Por isso, todo trabalhador é um criador. A consciência de que o trabalho humano é participação na obra da criação de Deus está presente nos ensinamentos do Concílio Vaticano II(cf.Gaudium et Spes, n. 34).
Outra característica é sua importância para a construção da paz social. Como em Tessalônica, atualmente há quem viva de rendas e dividendos à custa da exploração da mão de obra barata, do trabalho escravo, dos salários de fome etc. O assalariado brasileiro trabalha, mas com o fruto desse trabalho mal consegue comprar o alimento. Isso sem falar das horas de trabalho nos finais de semana,que lhe roubam o lazer e a possibilidade do convívio social e familiar. A fé e a mensagem cristã não afastam o crente da edificação do mundo nem o induzem ao alheamento dos outros e do progresso;ao contrário, impõem-lhe o dever de contribuir para o bem de toda a humanidade. O que elas fazem principalmente, hoje por meio do apóstolo na segunda leitura, é apontar pistas para o grave clamor da classe trabalhadora, que grita em alta voz: “Nós trabalhamos, mas não comemos”.
Jorge Alves Luiz, ssp

Liturgia de 17.11.2013 - 33º DTC

Permanecer firme na fé!


Canal do youtube: Dermeval Neves


33º Domingo do Tempo Comum

Domingo 17/11/13


Canal do Youtube: arqrio


Permaneça firme!
O mais importante é permanecermos firmes, não perdermos a convicção e a firmeza de quem nós seguimos.
“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lc 21,19). 
Meus queridos irmãos e irmãs, a Palavra de Deus nos chama à atenção para termos o cuidado de não sermos enganados, porque o nosso coração vive uma sede de Deus, uma vontade de encontrar-se com Ele, de que Ele venha em nosso auxílio naquilo que nós precisamos. 
Às vezes, há tantas pessoas revestidas de Deus, da Sua Palavra, mas de forma errônea, condenatória e sem nenhuma autoridade vinda do próprio Senhor. Falam em nome d’Ele, prometem isso e aquilo. Quantas enganações em nome de Deus! 
Não cabe a nós julgar, basta ver quantas confusões existem em nome do Senhor; quantas ofensas, quantas promessas falsas, quantos falsos testemunhos. Nós, muitas vezes, nos deixamos confundir, porque o que queremos de Deus parece que se resume às coisas aqui na Terra, essa busca desenfreada de cura nos deixa longe do essencial, do amor de Deus, da palavra d’Ele, longe da vontade daquilo que Ele realmente tem para nós. 
Não sigamos essa gente, não nos apavoremos com quem nos prega um Evangelho de medo, de pânico; não nos apavoremos quando alguém nos condena. Ninguém tem o poder de julgar, ninguém tem o poder de nos condenar, a não ser Jesus, o único e justo juiz. O mais importante é permanecermos firmes na nossa fé, é termos confiança e convicção naquele que é o nosso Senhor. 
Nós, muitas vezes, passamos por tribulações difíceis por causa do nome de Jesus, por causa do Seu segmento. Nós, muitas vezes, seremos incompreendidos, tidos como loucos, insensatos, seremos julgados até pelos nossos. O mais importante é permanecermos firmes, não perdermos a convicção e a firmeza de quem nós seguimos. 
Isso não significa viver uma fé de uma forma louca, insensata, sem juízo. Para seguir Deus é preciso ter sabedoria, sensatez, equilíbrio; para segui-Lo nós não precisamos ser fanáticos, mas ter convicção, paixão. Precisamos, no equilíbrio, buscar a profundidade d’Ele em nossa vida. Ter uma fé profunda não significa vivê-la de forma desequilibrada. Ao mesmo tempo, não basta dizer que temos fé se não tivermos seriedade no compromisso com Deus. 
Quando vivemos nossa fé com seriedade, com equilíbrio, levando o Senhor a sério, nós não precisamos nos incomodar com falsos pastores, falsas promessas, falsas ilusões, nós não precisamos nos incomodar com aqueles que nos ameaçam usando a Palavra de Deus. 

Deus abençoe você!
LEITURA ORANTE

Lc 21,5-19 - Ser vigilantes e se preparar



Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Jesus Mestre, creio com viva fé
que estais aqui presente, junto de mim,
para indicar-me o caminho que leva ao Pai.
Iluminai minha mente, movei meu coração,
para que a Palavra produza em mim frutos de vida.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 21,5-19
Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.
- Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos.

O Evangelho trata da  parusia, ou seja, da volta gloriosa de Jesus Cristo, no final dos tempos.Quanto à época, Lucas diz apenas: “chegará o dia”. Esta expressão era usada também pelos profetas para dizer um futuro indefinido. Depois descreve os fenômenos da natureza: "tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra". "Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu."  Diz ainda que os seus seguidores serão perseguidos. Serão julgados, mas não devem se preocupar porque "lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir".Através destes fenômenos cósmicos e sociais, Deus intervém na História. Nesta apresentação apocalíptica, a intenção de Jesus não é incutir medo nos discípulos, mas pretende convidá-los a permanecerem vigilantes e preparados para o encontro com o Senhor.
E Jesus garante: “Nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos".

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos, na Conferência de Aparecida, lembraram algo muito simples para estarmos vigilantes e preparados: “É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda nossa vida na rocha da Palavra de Deus”. (DAp 247).
E eu me interrogo:
Como me alimento da Palavra?
Faço a Leitura Orante e assumo compromissos concretos a partir dela?
Ouço com atenção a Palavra proclamada na comunidade?
Comunico a Palavra aos demais?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente,  e concluo com a oração:

Jesus Mestre, santificai minha mente
e aumentai minha fé.
Jesus, Mestre vivo na Igreja,
atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro,
dos pensamentos inúteis e das trevas eternas.
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós,
tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Jesus, caminho da santidade,
tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus caminho, tornai-me perfeito
como o Pai que está nos céus.
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Jesus vida, fazei-me viver eternamente
na alegria do vosso amor.
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus caminho, que eu seja
vossa testemunha autêntica diante dos homens.
Jesus vida, fazei que minha presença contagie 
a todos com o vosso amor e a vossa alegria.

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Trarei no coração a certeza de que tudo que faço é me preparando para o grande encontro com o Senhor.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém
. 

Ir. Patricia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, que saibamos acolher a mensagem do fim do ano litúrgico que se aproxima: assim como o tempo termina, também a nossa existência é fugaz. Ajuda-nos, Pai amado, a viver os nossos dias como uma caminhada já em teu Reino de Amor, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.