segunda-feira, 7 de agosto de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

GOTAS DE MISERICÓRDIA - Diário de Santa Faustina §485


Diário de Santa Faustina §485

Aceito com a mesma disposição, quer a alegria, quer o sofrimento, o elogio ou a humilhação, pois não esqueço que uns e outros são passageiros e não me importa o que falam de mim. Já há muito tempo renunciei a tudo que se refere à minha pessoa. Meu nome é hóstia, ou sacrifício, não em palavra, mas em ação - no aniquilamento de mim mesma, na configuração Convosco na Cruz, ó bom Jesus e meu Mestre."

JESUS, EU CONFIO EM VÓS!!!





HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 14,13-21 - 07/08/2023


Jesus alivia o sofrimento que você carrega em seu coração

“Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes.” (Mateus 14,13-14)



O Evangelho de hoje nos diz que Jesus, logo após ser informado sobre a morte de João Batista, retirou-se para um lugar deserto, ou seja, Jesus procurou ficar sozinho naquele momento.
O evangelista aqui não nos dá detalhes sobre essa informação, mas, certamente, Jesus viveu ali uma profunda tristeza diante da morte de João Batista. E, ao sentir essa profunda tristeza, necessitou se retirar, necessitou ficar a sós.
Jesus é Deus, mas é também homem; totalmente Deus e totalmente homem. E a divindade de Jesus não anulou em nada a sua humanidade. E assim Jesus, mesmo sendo Deus, viveu em plenitude os sentimentos humanos. Jesus também chorou e sofreu com a morte dos seus amigos.
A divindade de Jesus não poupou-Lhe de sentir a dor e o sofrimento pela morte dos seus amigos. Mesmo sabendo que a morte para aqueles que são fiéis é somente uma passagem, Jesus também sofreu.
Em outra passagem bíblica, podemos ver que Jesus chorou, expressando ali também os seus sentimentos de dor e de sofrimento. Sofrer pelo outro e sofrer com o outro são sentimentos profundamente humanos, e Jesus viveu cada um desses sentimentos.

Quem sente compaixão sofre junto e participa ativamente do sofrimento do outro

Mais à frente, neste mesmo Evangelho, ouvimos que Jesus, ao ver a multidão, encheu-se de compaixão. Compaixão é sentir com o outro, é ter essa capacidade de sentir a dor do outro; não somente de sentir, mas de ir mais profundo, além de compreender o que o outro está vivendo, o que o outro sente, fazer algo para amenizar essa dor e esse sofrimento do outro. Foi isso que Jesus viveu.
Porque, quem sente compaixão não fica somente assistindo de fora, como se o sofrimento do outro fosse um espetáculo a ser contemplado. Quem sente compaixão sofre junto e participa ativamente do sofrimento do outro, não é apenas um espectador, mas passa a ser um coadjuvante na vida do outro; na busca de uma solução, de algo que alivia aquele sofrimento.
Jesus, ao sentir compaixão, curou os que estavam doentes e ordenou aos seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Jesus jamais fica alheio aos nossos sofrimentos e dores, mas Ele é um Deus que participa ativamente da nossa vida, Ele sempre vem ao nosso encontro para aliviar os nossos sofrimentos.
Quando Ele diz aos Seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”, Jesus nos ensina que não podemos ficar distantes do sofrimento dos nossos irmãos e ensina-nos também que não podemos terceirizar uma responsabilidade que é nossa. Às vezes, vemos o sofrimento do outro e terceirizamos, fingimos que não é conosco. Precisamos nos preocupar com os nossos irmãos e agir na vida deles!
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 17,1-9 - 06/08/2023


Contemple a glória do Senhor que é reservada a você!

“Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto, apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então, Pedro tomou a palavra e disse: ‘Senhor, é bom ficarmos aqui’” (Mateus 17,1-4).



Celebramos, hoje, a Festa da Transfiguração do Senhor. Jesus sobe a um monte elevado levando consigo três dos Seus discípulos: Pedro, Tiago e João. E ali, diante deles, revela a Sua glória.
A Palavra, tirada hoje do Evangelho de São Mateus, nos diz que o Seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Esse fato extraordinário, porém muito concreto, foi visto e depois testemunhado pelos Seus apóstolos. Os três que estavam com Jesus, naquele momento, contemplaram a manifestação da glória do Senhor.
Sabemos que a montanha, dentro desse contexto bíblico, é o lugar da manifestação de Deus, é o lugar da teofania, é o lugar onde Deus se manifesta e manifesta a Sua glória. E Jesus, ali, manifestou a Sua divindade e a Sua glória a três de Seus discípulos.
Diante dessa visão maravilhosa, os três discípulos são sustentados; eles foram revigorados, foram reanimados a tal ponto, que o desejo de Pedro era construir uma morada e permanecer ali. Pedro que, como sempre, é esse porta-voz dos demais, exclama: “Senhor, é bom ficarmos aqui. É bom contemplarmos a Sua glória. Vamos construir três tendas e ficar aqui”.

A glória do Senhor é reservada para aqueles que passam pelo sofrimento ouvindo a voz do Filho amado

E Pedro tem razão: é sempre bom — digo até que não só é bom, mas como é necessário estar diante do Senhor e contemplar a Sua glória!
De tempos em tempos, em nossa caminhada de discípulos, também precisamos de momentos de contemplação da glória do Senhor. E é aí, a partir desse momento de contemplação, desse tempo de contemplação, que seremos, com toda a certeza, sustentados, reanimados e revigorados por essa voz do Alto que nos estimula a escutarmos sempre, cada vez mais, o Filho amado.
São momentos assim, meus irmãos, que nos ajudarão a não desanimarmos quando vierem as dificuldades, os desafios e as crises. Com certeza, foi esse momento que reanimou os discípulos a não desanimarem quando a grande provação da cruz chegou.
Porque quando a cruz aparece em nossa vida, precisamos nos lembrar que, após a cruz, a glória do Senhor nos aguarda. Ela não é o fim. Depois da cruz vem, sim, a glória!
Lembremos que o sofrimento é momentâneo, todo sofrimento é momentâneo e passageiro. Agora, a glória do Senhor é reservada para aqueles que passam pelo sofrimento ouvindo a voz do Filho amado.
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 14,1-12 - 05/08/2023


Assuma, com coragem, a missão de ser um profeta de Cristo

“A fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. Ele disse a seus servidores: ‘É João Batista, que ressuscitou dos mortos, e por isso os poderes miraculosos atuam nele’. De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João tinha dito a Herodes: ‘Não te é permitido tê-la como esposa’. Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta” (Mateus 14,1-5).



Ao recebermos a graça do batismo, também recebemos a graça e a missão de sermos profetas. Quem é batizado recebe em si também um chamado de profetismo, de ser profeta; profeta que anuncia a Boa Nova do Reino de Deus, mas que também denuncia as injustiças e as incoerências de uma vida distante da vontade de Deus. Ou seja, todos nós batizados somos chamados a anunciar a Boa Nova, mas também a denunciar as injustiças.
Sabemos, porém, que todo anúncio e denúncia provocam incômodo. Os profetas incomodaram, e Jesus também incomodou muita gente! Um que se incomodou com as atitudes de Jesus — ouvimos no Evangelho de hoje — foi o governador Herodes. Antes, ele já havia mandado matar João Batista, justamente porque este o havia incomodado com o seu profetismo e suas denúncias. Agora, surge Jesus com as ações que mexiam com as atitudes perversas de Herodes e de seus companheiros naquele tempo.

Precisamos anunciar, precisamos assumir com coragem a missão que nós recebemos com a graça do batismo

O texto do Evangelho de hoje, embora relate aqui a situação de desconforto de Herodes, tem como objetivo mostrar o que está por vir na vida de Jesus e dos Seus discípulos: muita perseguição, muitas ameaças, intimidações, violência e morte. Esses são os desafios da missão de ser profeta, de anunciar a Boa Nova, de denunciar as injustiças. Esses são os desafios que estão presentes na vida de todo aquele que quer ver o Reino de Deus acontecer.
Portanto, a Liturgia deste dia apresenta-nos os caminhos para enfrentarmos esses desafios e nos encoraja para a missão. Não podemos ter medo de anunciar a Boa Nova! Não podemos nos calar diante das injustiças, ainda que sejamos ameaçados, ainda que sejamos martirizados. Precisamos anunciar, precisamos assumir com coragem a missão que nós recebemos com a graça do batismo.
Os “Herodes” sempre vão existir. Assim como existiu no tempo de Jesus, existirão também no nosso tempo. Mas é preciso que haja também profetas, é preciso também que haja pessoas de coragem, que não se calem, pessoas que não tenham medo de viver a Boa Nova do Reino dos Céus e de anunciar e denunciar as injustiças. Assumamos com coragem a nossa missão!
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 07/08/2023

ANO A


Mt 14,13-21

Comentário do Evangelho

Vós mesmos dai-lhes de comer

O texto da multiplicação dos pães tem uma forte conotação eucarística: “... tomou os cinco pães e os dois peixes… pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões” (v. 19).
Diante da precariedade do lugar e pela hora já adiantada, os discípulos querem despedir as multidões para que possam comprar comida. Jesus provoca os discípulos: “Vós mesmos dai-lhes de comer!” (v. 16). É a oportunidade de poderem compreender que o alimento que sustenta o povo de Deus ultrapassa o estreitamento material. A vida entregue ao Senhor é o verdadeiro alimento do povo que o Cristo reúne: “Trabalhai não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que perdura até a vida eterna, alimento que o Filho do Homem vos dará. […] O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,27.51).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.
Fonte: Paulinas em 05/08/2013

VIVENDO A PALAVRA

É missão nossa o cuidado com os irmãos peregrinos. Se os filhos de Israel reclamavam a Moisés no deserto, Jesus não espera nem mesmo que seus ouvintes manifestem a fome. Ele corre na frente e realiza o sinal dos pães que se multiplicam. Ele quer que façamos o mesmo para nossos irmãos!
Fonte: Arquidiocese BH em 05/08/2013 e 05/08/2019

Reflexão

Informado da morte de João Batista, Jesus se afasta da cidade símbolo da ganância e opressão, e se retira para um lugar deserto, onde vai celebrar o banquete da abundância de alimentos para todos. Sem demora, as multidões vão ao seu encontro. Sinal de que Jesus tem sempre algo valioso a oferecer. De fato as alimenta com o pão da Palavra e com o pão material. Em breve, o pão que nutre o corpo se tornará, para os cristãos, o banquete eucarístico, alimento espiritual. Jesus mostra que a solução da fome não está no sistema de compra e venda, que leva ao acúmulo e exploração de alguns sobre a pobreza e a fome de muitos. Caberá aos discípulos, principalmente às lideranças do povo, organizar a sociedade e promover a igualdade entre todos. Assim ninguém passará necessidade, como numa família unida.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 05/08/2019

Reflexão

Informado da morte de João Batista, Jesus se afasta da cidade, símbolo da ganância e opressão, e se retira para um lugar deserto, onde vai celebrar o banquete da abundância de alimentos para todos. Sem demora, as multidões vão ao seu encontro, sinal de que Jesus tem sempre algo valioso a oferecer. De fato, alimenta-as com o pão da Palavra e com o pão material. Em breve, o pão que nutre o corpo se tornará, para os cristãos, o banquete eucarístico, alimento espiritual. Jesus mostra que a solução da fome não está no sistema de compra e venda, que leva ao acúmulo e exploração de alguns sobre a pobreza e a fome de muitos. Caberá aos discípulos, principalmente às lideranças do povo, organizar a sociedade e promover a igualdade entre todos. Assim ninguém passará necessidade, como numa família unida.
Oração
Senhor Jesus, em vez de despedir as multidões famintas, desafiaste teus discípulos a alimentá-las, sem recorrer ao comércio. Foi assim que, recolhendo o alimento que traziam, saciaste a fome de todos, e ainda sobrou muita comida. Ensina-nos a partilhar generosamente os bens que possuímos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 02/08/2021

Reflexão

Os sinais de Jesus se multiplicam. Antes, com poucos pães e peixes, ele sacia a fome da multidão faminta. Agora, caminha sobre as águas em direção à barca dos discípulos. Caminhar sobre as águas é uma prerrogativa divina. Somente Deus domina completamente as forças caóticas que se desencadeiam no mundo e no coração humano. Em nossa vida pessoal e na missão, deparamo-nos com obstáculos, entre os quais a nossa falta de fé, que nos paralisam e nos impedem de alcançar resultados satisfatórios. Também as lideranças religiosas, representadas por Pedro, correm o risco de perder a fé. Se, porém, em vez de alimentar o medo e a insegurança, dermos espaço à presença e à palavra de Cristo, então as coisas poderão mudar. A paz e a calma voltam ao coração. E a missão pode tornar-se fecunda.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Ergueu os olhos para o céu...»

Rev. D. Xavier ROMERO i Galdeano
(Cervera, Lleida, Espanha)

Hoje, o Evangelho toca nossos "esquemas mentais"... Por isso, hoje, como nos tempos de Jesus, podem surgir as vozes dos prudentes para sopesar se vale a pena determinado assunto. Os discípulos, ao ver que se fazia tarde e, como não sabiam como atender àquelas pessoas reunidas em torno de Jesus, encontraram uma saída honrosa: «Que possam ir aos povoados comprar comida!» (Mt 14,15). Não podiam esperar que seu Mestre e Senhor contrariasse esse raciocínio, aparentemente tão prudente, dizendo-lhes: «Vós mesmos dai-lhes de comer!» (Mt 14,16).
Um ditado popular diz: «Aquele que deixa Deus fora de suas contas, não sabe contar». E é verdade, os discípulos —e nós também— não sabemos contar, porque nos esquecemos freqüentemente, de acrescentar o elemento de maior importância na soma: Deus mesmo entre nós.
Os discípulos fizeram bem as contas; contaram com exatidão o número de pães e peixes, mas ao dividi-los mentalmente entre tanta gente, eles obtinham sempre um zero periódico; por isso optaram pelo realismo prudente: «Só temos aqui cinco pães e dois peixes» (Mt 14,17). Não percebem que eles têm a Jesus —verdadeiro Deus e verdadeiro homem— entre eles!
Parafraseando a São Josemaria, não nos seria mal recordar aqui que: «os empreendimentos de apostolado, está certo —é um dever— que consideres os teus meios terrenos (2 + 2 = 4). Mas não esqueças nunca! Que tens de contar, felizmente, com outra parcela: Deus + 2 + 2...». O otimismo cristão não é baseado na ausência de dificuldades, de resistências e de erros pessoais, mas em Deus que nos diz: «Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,20).
Seria bom se você e eu, quando confrontados com as dificuldades, antes de darmos uma sentença de morte à ousadia e ao otimismo do espírito cristão, contássemos com Deus. Tomara que possamos dizer como São Francisco, naquela oração genial: «Onde houver ódio que eu leve o amor», isto é, onde as contas não baterem, que contemos com Deus.
Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Possivelmente não nos encontremos em situação de dar muito, mas sempre podemos dar a alegria que brota dum coração que ama a Deus» (Santa Teresa de Calcutá)

- «Esses poucos pães e peixes, partilhados e abençoados por Deus, foram suficientes para todos. E atenção! Não é magia, mas é um 'sinal': um sinal que convida a ter fé em Deus, Padre providente» (Francisco)

- «A sagrada Comunhão do corpo e sangue de Cristo aumenta a união do comungante com o Senhor, perdoa-lhe os pecados veniais e preserva-o dos pecados graves. E uma vez que os laços da caridade entre o comungante e Cristo são reforçados, a recepção deste sacramento reforça a unidade da Igreja, corpo Místico de Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.416)

Reflexão

O “pão” e a “bênção” na Eucaristia

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje se destacam os elementos muito próprios da Eucaristia. Primeiro: para instituir a Eucaristia Jesus Cristo escolhe o "pão", porque é como uma imagem da paixão. O pão se supõe que a semente —o grão de trigo— caiu na terra, "morreu", e que de sua morte cresceu a nova espiga. O pão terrenal pode chegar a ser portador da presença de Cristo porque reúne em si "morte" e "ressurreição".
Segundo, a "bênção". Dizem-nos que Jesus tomou o pão e pronunciou a bênção (e a ação de graças). Não se come sem agradecer a Deus pelo dom que Ele oferece. As palavras da instituição estão neste contexto de oração; nelas, o agradecimento se converte em bênção e transformação: finalmente, Cristo é Ele mesmo o "pão de vida" que nos é oferecido como alimento espiritual.
Bendito sejas por sempre, Deus do universo, porque no novo "maná" te entregas a nós mediante o amor acolhedor do Filho.

Meditação

Em sua comunidade paroquial há pessoas que passam fome? - Como sua comunidade vive a realidade da partilha? - Partilham-se realmente os bens ou apenas as sobras? - Encontram na partilha a verdadeira razão de viver? - Em seu contexto de vida nota algum desperdício de bens?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 05/08/2013

Meditação

Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado.” Apesar de o evangelista não o dizer, dá-se a impressão de que Jesus ficou triste com a morte de João, que era seu parente e talvez amigo. Por isso, queria ficar um pouco a sós com sua dor. Bem como acontece conosco, que também sabemos o quanto dói a separação, principalmente pela morte. O Filho de Deus encarnado sentiu o que sentimos, por isso, pode compreender-nos e nos ajudar. Aí está o fundamento e o sentido da fé que devemos viver, pois sejam quais forem as circunstâncias, o Senhor estará conosco.
Oração
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

A multiplicação dos pães e dos peixes


Hoje, assistimos à primeira multiplicação de pães e peixes. É uma antecipação da Eucaristia. Não costumamos contar com Deus e, então, não chega: não há para todos! (“sábia” conclusão).
- «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes». E Jesus? Não conta? Vinte séculos e nunca se esgotou nem o Seu Amor nem a Eucaristia!

Meditando o evangelho

COMPRAR OU DAR?

A situação delicada em que se encontrava a multidão faminta deu ocasião para os discípulos manifestarem sua mentalidade e serem corrigidos pelo Mestre. Quando julgavam que a solução seria despedir a multidão para que fosse comprar algo para comer, Jesus ordenou que eles mesmos lhe dessem de comer. Esta ordem só seria entendida se os discípulos se abrissem para o novo projeto de sociedade subjacente à pregação do Mestre. É para esta novidade que Jesus quer levá-los a se converter.
Comprar os pães supunha orientar as relações sociais pelas leis da economia, onde impera a concentração de bens e a exploração injusta. Neste contexto, quem tem dinheiro tem o direito de comer; quem não tem, torna-se vítima da fome. Aos comerciantes importa apenas o lucro. As pessoas, contaminadas pelo egoísmo, acabam virando as costas para o próximo em dificuldade. Estamos muito distantes do ideal do Reino!
Dar os pães comporta uma dinâmica diferente. Tudo parte do amor ao próximo, cuja penúria torna-se um apelo para a solidariedade e a partilha. Quem possui algo para comer, deixa-se tocar por quem não o tem, e abre mão, generosamente, do que lhe pertence para saciar a fome do próximo. Esta atitude funda-se na pura gratuidade e exclui qualquer desejo de recompensa. A alegria já é sentida no ato mesmo de repartir. Nesta direção é que os discípulos devem caminhar!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria partilhar com ele o que me deste.
Fonte: Dom Total em 05/08/2019 e 02/08/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

"DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER!" - Olívia Coutinho

O evangelho que a liturgia de hoje  nos apresenta, mostra-nos mais uma vez, a sensibilidade de Jesus, diante a necessidade humana!
A fome de tantos irmãos é uma ferida que sangra constantemente no coração de Jesus, e está em nossas  mãos,  a cura desta ferida! Uma cura, que pode vir  de pequenos gestos de amor!
Quem de nós, não tem “5 pães e dois peixes”?
É difícil acreditar, mas é a mais dura realidade; num mundo de tanta fartura, ainda hoje,  morrem milhares de pessoas vítimas do nosso abandono. São muitos os irmãos, que continuam morrendo  de fome, ou por doenças causadas pela desnutrição, conseqüência do nosso egoísmo,  que nos impede de abrirmos o nosso coração ao amor solidário, o amor que nos leve a partilha.
A todo instante, pessoas  necessitadas de  ajuda,  desfilam diante dos nossos olhos, são  irmãos nossos, pessoas desprovidas do mínimo necessário para a sua sobrevivência. E quantas vezes, nós, que dizemos seguidores de Jesus, tampamos os nossos ouvidos para não ouvir os seus clamores, preferindo ignorá-los, para nos  isentar  de quaisquer responsabilidade sobre  eles. E assim,  vamos  buscando  mil desculpas para justiçar a nossa impassibilidade, diante a esta triste realidade.
Precisamos  aprender a olhar o irmão com o mesmo  olhar de Jesus,  um olhar que  não apenas constata  a sua  necessidade, como também, ajuda-o a encontrar o caminho que o possibilitará uma vida digna.
A exemplo de Jesus, não podemos fechar os olhos diante as necessidades do nosso irmão, e  muito menos transferir para outros, a nossa responsabilidade para com eles.
Precisamos  conscientizar, de que somos co-responsáveis pela vida do outro, por tanto, não podemos permanecer indiferentes as suas necessidades.
Podemos observar, que quase sempre, o que o nosso irmão busca em nós, não é muito, é sempre algo que está  ao nosso alcance, às vezes, nem é algo material, e sim,  uma palavra de esperança, um tempo para escutá-lo, ou simplesmente um simples sorriso acolhedor!
Como verdadeiros seguidores de Jesus, precisamos colocar em prática os seus ensinamentos, e assim como Ele, estarmos  sempre atentos às necessidades do outro, prontos para ajudá-lo no que for preciso.
De nada adianta, erguermos as nossas mãos para louvar  a  Deus, se  não somos  capazes  de abaixá-las, para erguer um irmão!
O evangelho de hoje  narra o episódio que marcou o milagre da multiplicação dos pães: o milagre da partilha! O ponto fundamental deste acontecimento é o amor, o amor que  leva a partilha.
Sabemos que Jesus, se  quisesse, poderia realizar sozinho a multiplicação dos pães, mas Ele  quis envolver todos os seus discípulos, o que  nos mostra, que Jesus quer agir  no mundo, fazendo do coração humano o seu próprio coração.
Hoje,  Jesus nos encarrega de saciar a fome de tantos irmãos, fome de pão e fome de amor, na certeza de que: colocando em suas mãos o pouco que temos, Ele  transformará  em muito!
Onde existe amor, existe partilha, onde existe partilha, Deus entra, e o milagre da multiplicação acontece!
É nosso compromisso cristão, despertar no outro a necessidade de Deus, mas antes, é preciso saciar a sua fome, criar no seu coração a  necessidade  de Deus,  como fez Jesus: a  partir da necessidade do pão material, Ele criou a necessidade do pão da vida eterna.
Quem partilha com o outro, o pão material, desperta nele, a necessidade de Deus!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 05/08/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Cinco pães e dois peixinhos...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Confesso que quando reflito este evangelho, conhecido como da multiplicação dos pães, fico intrigado com algo bem simples: o milagre poderia ser muito mais espetacular, se Jesus tivesse mandado as pessoas sentarem-se em grupos, e depois, ao fazer o ritual da benção, os pães e os peixinhos, aparecessem como em um passe de mágica, na mão das pessoas, surgindo do nada. Mas neste milagre há uma palavra chave, de significado muito profundo, trata-se do milagre da multiplicação... Deus criou tudo do nada, diz o livro do Gênesis, mas quando se trata do pão, ele faz questão de multiplicar.
Alguém cedeu o seu lanche, fazendo parceria com Jesus, no ato prodigioso! Mateus nos dá a entender que esse alimento pertencia aos próprios discípulos “Só temos aqui, cinco pães e dois peixes”. A fome da multidão é muito maior do aquilo que podemos dar, será sempre assim, o que temos para dar é muito pouco, para resolver o problema da família, da comunidade, os problemas sociais, a violência, as drogas, o desamparo aos idosos, as crianças pobres, as tristezas do outro, a depressão do irmão, suas angústias e desgraças, doenças e mortes, a idade avançada, diante de tudo isso, a gente até se comove, mas justificamos com aquele pensamento tão nefasto: Sinto muito, nada posso fazer!
Por que dizemos isso, em tantas situações da nossa vida, diante de um irmão que sofre, que chora, que se desespera? Porque não confiamos no que temos, por acharmos muito pouco, vamos ter de nos separar, vou ter de abortar, vou ter de me omitir, vou ter que ficar quieto, nos sentimos impotentes, sem força alguma para mudar a situação, se tivéssemos muito, se tivéssemos poder, se fôssemos respeitados, se estivéssemos no comando, seu fossemos ricos, ah! Tudo seria diferente... Daríamos um jeito nessa situação, resolvendo o problema.
Mas, como nada somos, e ainda termos tão pouco, é melhor ficar no velho e conhecido “cada um por si, Deus por todos”, queremos sempre despedir as pessoas para que cada uma se vire do seu jeito. É o comodismo e o egoísmo, que domina este mundo da nossa modernidade onde o espírito consumista afirma que, somente quem tem muito, consome muito, pode realizar sonhos e projetos de vida. Jesus desmonta este esquema mesquinho e centralizador, que concentra a riqueza material, nas mãos de uma minoria.
Dai-lhes vós mesmos de comer, eles não precisam ir embora! Após a oração de graças e a benção, começa a ocorrer o milagre: os discípulos começam a distribuir aquele pouco que têm, às multidões. Nos projetos e empreendimentos humanos, quem mais tem é que decide o que fazer só quem tem muito, poderá fazer grandes coisas, no projeto de Jesus a palavra de ordem é partilhar, mesmo que seja o pouco, acreditando que esse pouco, para o próximo vai ser muito.
O milagre, portanto, não está na quantia de pães e peixes, mas no gesto de partilhar, acreditando que naquele momento, o pouco que eu posso dar ou fazer, é exatamente tudo o que o meu próximo precisa. Nesse sentido, os cinco pães e dois peixinhos desse evangelho, pode ser um simples sorriso, dado a quem está triste, um abraço, um beijo ou um aperto de mão, em quem está sofrendo alguma dor, uma mão no ombro de quem está desanimado, uma palavrinha de consolo a quem chora, uma palavra de coragem a quem perdeu a vontade de viver. E pronto, está feito o milagre!
Você não sabe como foi importante para mim, a sua presença, o seu gesto, naquela hora!” Todos nós já escutamos esta frase, entretanto o que demos ou fizemos foi tão pouco e parecia tão insignificante. Chegamos ao ponto chave da reflexão, quando acreditarmos na força do nosso “pouco“, iremos conseguir mudanças prodigiosas na família, na comunidade e na sociedade, mas não precisa ficar cobrando para que o outro faça a sua parte, um gesto de partilha já é por si suficiente, para promover grandes mudanças, para transformar a miséria em fartura, pois quando dizemos – eu já fiz a minha parte, espero que cada um faça a sua, estamos nos colocando acima das outras pessoas e, portanto no direito de cobrar, e se seguíssemos essas lógica, ditada pelo orgulho e a prepotência, estaríamos perdidos diante de Jesus, que nos ama sempre com um amor sem medidas, sem nunca nos cobrar.
Dos pedaços que sobraram encheram-se doze cestos, e a multidão ficou saciada, o projeto de Jesus de Nazaré parecia tão pouco e ridículo diante da grandeza do Messianismo, sonhado e esperado pelos seus compatriotas, entretanto, a graça que nasceu da Salvação, libertou não só a Israel, mas a todas as nações da terra. Há alguém faminto ao seu lado, de uma fome que vai bem além do estomago vazio, ofereça o seu “pouquinho” com alegria, e creia nesse milagre!

2. Ao entardecer, aproximaram-se dele
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Informado da morte de João Batista, Jesus se retira para um lugar deserto, mas o povo vai atrás dele. Seu coração se compadece e ele cura os doentes. O tempo passa, e é preciso despedir as pessoas para procurarem alimento enquanto é dia. Jesus diz então aos discípulos algo aparentemente impossível: “Vocês mesmos vão dar-lhes de comer”. Eles tinham cinco pães e dois peixes, quase nada, mas bom começo para a partilha. E o milagre aconteceu. Um passe de mágica certamente não foi. Todos se alimentam e sobram doze cestos. Não importa saber como aconteceu a multiplicação. Basta ver e imitar. Inventem um modo de dar ao povo o pão de cada dia, e dar-lhe também o Pão da Eucaristia.
Fonte: NPD Brasil em 05/08/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Um evangelho gostoso de meditar, porque retrata nossas paróquias
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Às vezes lemos este evangelho de maneira fria, alguém deu a notícia a Jesus de que seu primo João Batista tinha sido morto por Herodes. João Batista morre e Jesus começa sua missão. Mateus informa que Jesus retirou-se para um lugar deserto, movido pela tristeza de ter perdido o primo e também por precaução, pois o cerco estava se apertando. Mas Jesus nem teve tempo de pensar nos próprios problemas, pois o povo soube e uma multidão foi procurá-lo, indo á pé para o outro lado onde estava Jesus. A travessia do mar da Galiléia, a pé, é uma forma de Mateus lembrar a seus conterrâneos como ocorreu a libertação do povo hebreu, que atravessou o mar vermelho a pé enxuto. Essa terra prometida, a terra das delícias, onde corre leite e mel e o povo se sacia plenamente, é Jesus Cristo.
Jesus ensina e realiza curas dos enfermos, sinais evidentes do seu messianismo, sinais de um Reino de Deus que já está no meio dos homens. Não é um reino da fantasia ou da Alice no país das maravilhas, as comunidades têm preocupações, tal como os discípulos, ao cair daquela tarde “Este lugar é deserto, já se faz tarde, despede essa gente para que vá comprar víveres nas aldeias”. Como os discípulos, muitas vezes queremos “separar” das duas dimensões da nossa Santa Igreja, que deve cuidar da alma e do Espírito, com a Palavra e os Sacramentos, quando ao corpo e suas necessidades básicas, incluindo-se a alimentação, é melhor não se envolver com problemas que não temos como resolver.
Uma Equipe de Eventos tem muito trabalho pela frente, e preocupações dessa mesma ordem, precisamos construir salas de catequese, novas comunidades, adquirir imóveis para abrigar novas comunidades que vão surgindo...Há os que não conseguem fazer uma experiência profunda de Jesus em trabalhos desse tipo, e por isso muitos irmãos e irmãs, jogam o problema para o padre, o tesoureiro, o pessoal do CAE. “Ah...esse assunto de dinheiro não é problema da nossa pastoral, ou do nosso movimento" - ” pensam os omissos, os que não gostam de vestir a camisa. Se Jesus obedecesse ao conselho dos seus discípulos, diria a multidão “ Olha pessoal, por hoje chega de ensinamento, vão para suas casas, comprem alimentos, amanhã, já de barriga cheia, vocês voltem para continuarmos com o assunto…”
Jesus se compadece, sofre junto, afirma que a comunidade tem a solução para aquele problema, e são necessárias duas coisas: partilha do pouco, e organização, para resolvê-lo. A Comunidade sempre tem pouco, nunca têm muito, materialmente falando. O mês sempre começa com muitas contas a pagar, já efetivadas, valores dispendidos para materiais de construção, no caso de empreendimentos imobiliários. Na despesa não tem como mexer, os boletos e contas estão lá para serem pagos. Mas, e a Receita?
Será que o Dízimo e coleta será suficiente naquele mês? Jesus sente compaixão das pessoas, nossas comunidades precisam aprender com ele a sentirem também compaixão, uma das outras. Pensar juntos, enfrentar os problemas juntos, dispor do pouco que cada um tem, para somar e se viver a comunhão, fazendo o milagre acontecer, mas de maneira organizada…
Depois as multidões sentam-se na relva em grupos que lembram também nossas comunidades grandes ou pequenas. Jesus eleva os olhos ao céu, agradece e abençoa o pouco que foi partilhado, e os grupos se saciam abundantemente e ainda há sobras. É a Eucaristia que alimenta a todos, despertando a todos para a Vida em Comunhão, comunhão não fechada na minha comunidade, na minha pastoral, no meu movimento, mas solidária com toda paróquia.
Pensar assim, é ser discípulo de Jesus, comprometido com ele. Pensar diferente disso, é omitir-se, é tirar o corpo fora dos problemas que não são do nosso “grupo” em particular. É agir de maneira farisaica achando que cada um deve resolver os seus problemas, rompendo a comunhão, negando na prática a Eucaristia que recebemos.

2. Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer! - Mt 14,13-21
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Todos comeram e ficaram saciados e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios.” Recolheram, não jogaram fora, não desperdiçaram. Eis outro aspecto a ser meditado no episódio da multiplicação dos pães e dos peixes. Basta olhar as estatísticas e teremos uma ideia do desperdício de alimentos, no mundo em geral e no Brasil em particular, com suas consequências. As estatísticas também nos mostram o número de pessoas que passam fome no mundo e quais são as regiões mais afetadas por falta de água e de alimentos. Sabemos de tudo isso, talvez só não saibamos deixar de desperdiçar. Evite o desperdício e tenha um pouco mais para poder partilhar com quem não tem nada.
Fonte: NPD Brasil em 02/08/2021

HOMILIA DIÁRIA

Quem confia no Senhor jamais será abandonado

Aqueles que confiam no Senhor jamais serão abandonados. Mas quem não sabe confiar no Senhor, muitas vezes abandona-O por causa daquilo que lhe falta.

Os filhos de Israel começaram a lamentar-se, dizendo: ‘Quem nos dará carne para comer?”’(Nm 11,4b)

Meus irmãos, hoje a Liturgia com a riqueza da sua palavra, nos chama a atenção para o Livro dos Números, onde o povo de Deus se encontra reclamando, murmurando, porque está passando fome e não tem o que comer.
Deus sempre cuidou do seu povo ao longo do caminho, mas eles preferiram se recordar das cebolas, das coisas que haviam no Egito mas não tinham Deus. Agora, eles têm Deus. Mas sentem, às vezes, a falta disso ou a falta daquilo. E às vezes começam, então, a murmurar.
Nós somos assim também: muitas vezes andamos longe de Deus, mas estamos cercados de coisas materiais, estamos com abundância disso ou daquilo. Aí nos vangloriamos! Sabe por quê? Porque a nossa visão é materialista, é carnal. O que importa para nós é ter as coisas.
Quem é de Deus, não. Às vezes falta isto, falta aquilo… Mas tem Deus. Sabe agradecer, louvar. Sabe que no tempo certo Deus há de prover. E aqueles que confiam no Senhor jamais serão abandonados. Mas quem não sabe verdadeiramente confiar no Senhor, muitas vezes abandona-O por causa daquilo que lhe falta.
Você pode estar passando por algum aperto, por alguma necessidade. Pode até ser que você se encontre desempregado, e não consiga dar a seus filhos aquilo que deseja. Mas eu quero dizer a você, meu filho: “Aguenta firme no Senhor!” Pode lhe faltar tudo, mas que nunca falte a sua fé e confiança no Senhor.
Não murmure. Não reclame. Não comece simplesmente a lamentar e murmurar contra Deus, porque isso só vai tirar a paz do seu coração, só vai abalar sua fé. Quando, na verdade, o que você precisa – mais do que nunca agora – é viver uma experiência de fé. Crescer na fé, na confiança, na convicção de que a Divina Providência do Senhor está do seu lado.
Quero, hoje, convidar você a não desanimar. Se você passa por alguma circunstância difícil na sua vida, por algum aperto, necessidade, coloque no Senhor a sua confiança e não desanime jamais.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/08/2013

HOMILIA DIÁRIA

Tenhamos compaixão dos mais necessitados

Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes.” (Mateus 14,14)

Hoje, olhamos para Jesus e queremos pedir que em nós estejam os sentimentos d’Ele, porque Jesus era profundamente de Deus, todo de Deus e profundamente humano.
A humanidade de Jesus estava triste, porque, mesmo Ele se retirando, estava triste com o que aconteceu. João Batista tinha sido martirizado, Ele se recolheu para meditar, porém, viu a multidão e compadeceu-Se dela.
Precisamos nos compadecer uns dos outros, mas precisamos ter compaixão, sobretudo dos mais sofridos e dos mais necessitados. Se nós perdemos a compaixão, perderemos o sentimento evangélico mais nobre que é a capacidade de sofrer e sentir com o outro, estar com o outro.
Pode ser que não mudemos o mundo, mas podemos sofrer com o mundo, lutar com o mundo e dar o melhor para aliviar o sofrimento do outro.
Jesus, compadecido, curou e cuidou dos doentes. O primeiro lugar onde se deve voltar o olhar é para os doentes, para os enfermos e sofredores. Existe uma multidão de irmãos nossos que estão nos hospitais, em nossas casas, no meio de nós sofrendo e padecendo os mais diversos males no corpo, na alma, no espírito e nas emoções. Quantas doenças emocionais estão se manifestando no meio de nós, e não podemos confundi-las com o mal. Por mais doente que a pessoa esteja, ela merece o nosso amor, o nosso cuidado e a nossa compaixão.

Se nós perdemos a compaixão, perderemos o sentimento evangélico mais nobre que é a capacidade de sofrer com o outro

As pessoas estão famintas, não têm o que comer, o que vestir; e, é mais fácil afastar-se delas. Assim queriam fazer os discípulos, mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Nós não podemos nos fechar no sentimento egoísta de que o que temos é só nosso, além de não sermos capazes de tirar do bolso, da mão ou do coração para alimentar a fome e a sede do outro; para dar o que vestir a quem não tem o que vestir. O nosso cristianismo não pode se tornar egoísta, porque, esse caminho cristão ou essa religião não é a de Jesus.
Jesus está ordenando aos seus: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Quando não temos o alimento para dar, nós mesmos nos tornamos alimento para o outro, damos o alimento da nossa atenção, os escutamos e precisamos fazer isso com os nossos irmãos que estão sofrendo. Precisamos repartir e partir o pão. Porque Jesus tomou o pão e deu aos Seus discípulos e eles distribuíram às multidões.
Eu sei que todos nós gostamos de estar com Jesus na Eucaristia, mas antes do milagre da Eucaristia que foi o Seu próprio corpo, Jesus pegou o pão que alimenta a fome de matéria (a que todos nós temos para a sobrevivência) e o repartiu.
Não se pode repartir a Eucaristia, tomar a Eucaristia, se não sabemos repartir o nosso pão de cada dia. A Eucaristia se celebra na Igreja, e sim a vive nas ruas e em todas as dimensões do sofrimento humano, em que seremos o pão de Cristo para os sofredores, para os doentes e enfermos, para o mundo que está padecendo fome, miséria e tantas situações opressoras.
Precisamos ser presença viva de um Jesus que é vivo e Se compadece do Seu povo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/08/2019

HOMILIA DIÁRIA

Saciemos a fome dos nossos irmãos

Jesus porém lhes disse: ‘Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!’” (Mateus 14,16)

Os discípulos querem despedir as multidões porque o dia já vai avançando e aquele povo todo está ouvindo Jesus, se saciando de Jesus, porque Ele anuncia a eles a Palavra que dá vida, é a Palavra que dá vida preenche a nossa alma e o nosso coração.
É gostoso e saboroso ouvir Jesus, como precisamos realmente nos deliciar com a graça de ouvir a Palavra de Deus. E como nós precisamos levar esse gosto, esse sabor, essa delícia que é ouvir Jesus, estar na presença d’Ele ao coração de todos os homens e todas as mulheres, daqueles que nos cercam.
Escutamos muitas coisas, assistimos filmes, vemos programas, escutamos as pessoas contando piadas e histórias engraçadas, mas é somente para nos distrair, porque, realmente, quem nos sacia, quem realmente traz plenitude e vida para a nossa vida é Jesus, por isso, precisamos ouvi-Lo de todo o nosso coração.

É desumano e triste ignorarmos a fome dos irmãos

Aqui tem uma coisa importante: assim como precisamos cuidar e alimentar a nossa vida espiritual, nossa vida psíquica e psicológica, o nosso ser inteiro precisa se alimentar de Deus, precisamos do pão do cotidiano. Assim como não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que vem da boca de Deus (cf. Mateus 4,4), não é só da palavra que vem da boca de Deus que vive a nossa humanidade. Nós trabalhamos para ter o pão de cada dia, para termos resistências, para termos fortaleza e é uma bênção podermos nos alimentar bem com a graça de Deus.
Não é somente nós e os nossos, mas todos os filhos de Deus tem direito ao pão do cotidiano, ao pão de cada dia. Não podemos permitir que ninguém ao nosso lado, ao nosso redor, próximo a nós, ninguém que venha a nós volte de mãos vazias, volte com fome ou com sede.
Deus criou este mundo com abundância de alimentos capaz de saciar mais três planetas, dez planetas como este ou quantos forem necessários, porque Deus criou tudo em abundância. Por isso, é triste e desumano quando qualquer ser humano passa fome, mas é mais desumano e mais triste ainda ignorarmos a fome dos irmãos, fazermos como os discípulos: “Deixa eles irem embora para que eles se virem”. Não! “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
O primeiro significado é que eu preciso ser alimento para o outro, preciso me dar ao outro, escutar a fome e a necessidade do outro, mas eu preciso dar o pão para saciar a necessidade do outro. Vou pegar o pouco que tenho, o pouco que temos ao nosso lado, que seja cinco pães, que seja os dois peixes e, com a graça de Deus, saber multiplicar os dons.
Na humanidade perversa em que nós vivemos, as pessoas retém e guardam, as pessoas acumulam para si. A sociedade do Evangelho é aquela que multiplica o pouco para que se torne muito, divide o que tem para que ninguém passe necessidade. Saciemo-nos de Jesus e levemos Jesus aos outros, mas não nos esqueçamos que nem nós e nem eles vivemos sem o pão do cotidiano. Por isso, nos alimentemos, mas alimentemos também uns aos outros e dai-lhes vós mesmo de comer.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/08/2021

Oração Final
Pai Santo, faze-nos atentos às carências dos irmãos, abertos para ouvir os seus desejos e disponíveis para atendê-los com espontânea generosidade. Mantém-nos humildes e discretos, na certeza de que há maior alegria em dar do que em receber. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/08/2013 e 05/08/2019