sexta-feira, 1 de março de 2024

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE D EUS TE ACOMPANHE…

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 21,33-43.45-46 - 01/03/2024


Permita-se ser cuidado e protegido por Deus

“Naquele tempo, dirigindo-se Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo, disse-lhes: ‘Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois, arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro’” (Mateus 21,33)



Meus irmãos e minhas irmãs, estamos de volta com a nossa Homilia Diária. Que bom reencontrá-los aqui no nosso canal! Vou me deter no versículo 33, porque ele nos dá uma noção ampla sobre o cuidado de Deus com a Sua obra mais preciosa: o ser humano.
Aqui, estão condensados todos os atos criadores de Deus. Fala-se de um proprietário – na verdade, o termo utilizado é oikodespotes, que quer dizer “dono de casa”, “chefe de família”. Esse termo se refere a Deus, que sabe muito bem o que é um ambiente vital para nós, seres humanos. Aquilo que chamamos de Sitz im Leben, aquele ambiente vital, aquele lugar privilegiado. Deus sabe do que os seus filhos têm necessidade, Ele sabe como funciona uma casa.
Bom, depois, diz que ele [proprietário] plantou uma vinha; essa vinha retoma a imagem daquele jardim do Éden, criado para nutrir o ser humano, o alimento necessário para sobreviver, aquilo que é essencial. A casa do Senhor se estabelece na Sua vinha, então, esse é o lugar para que o ser humano possa sobreviver.
Depois, diz a Palavra, que ele colocou uma cerca em volta; essa cerca é o confim, é o limite que separa o jardim do deserto. Não é uma prisão, mas é uma demonstração do limite. Ninguém vive sem limites; por natureza, somos seres limitados. Quem sabe pôr limites na própria vida experimenta a graça de Deus e quem não sabe experimenta, muitas vezes, o deserto.
Não é criar um gueto quando se diz “colocar uma cerca”, mas é um oásis onde não falta nada. Deus nos coloca em condições que não nos falta nada!

São os olhos da ternura e da sensação de ser amado, alvo da proteção e do cuidado de Deus

Colocar, depois, aí nessa vinha, um lagar, ou seja, um lugar onde vai brotar sempre o vinho novo, o vinho da alegria constante, a felicidade constante, duradoura e perene que Deus oferece aos seus filhos.
Depois, a Palavra diz que ele construiu uma torre. Aqui, em referência a Deus, aos olhos de Deus, mas não são os olhos do julgamento nem da punição, mas são os olhos da ternura e da sensação de ser visto, de ser amado, notado, alvo da proteção e do cuidado de Deus — essa torre de guarda.
Depois, ele arrendou a vinhateiros, ele entregou o ser humano nas mãos do Filho e do Espírito Santo; dois vinhateiros que darão tudo de si para o ser humano, para reapresentar os filhos de Deus ao Pai.
Por fim, diz que ele viajou para o estrangeiro; não é sinal de um abandono da parte de Deus, não é desinteresse de Deus por nós, mas é a expressão da liberdade com a qual fomos criados. Somos livres para caminhar, desenvolver-nos, amadurecer, transformar o mundo, cuidar dele, humanizá-lo e zelar, principalmente, por todos os seres humanos, sejam eles quais forem, à liberdade que Deus coloca nas nossas mãos. Ele não está distante, Ele está perto de nós e nos guarda!
Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Lc 16,19-31 - 29/02/2024


Nunca perca a oportunidade de fazer o bem ao próximo

“Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’.” (Lucas 16,25-29)



Um grande apelo de Deus para nós, neste tempo — que nós já estamos há uns bons dias escutando —, é o apelo à conversão. No Evangelho de hoje, é justamente a isso que somos conduzidos, somos conduzidos a refletir sobre o tempo que nos é oferecido aqui, neste mundo, para mudar de vida.
O tempo que nós temos é hoje, o tempo de que dispomos aqui, para mudar de vida, é o hoje. Não há outro tempo, por isso, temos de demonstrar agora, com a nossa vida, enquanto temos tempo, esse desejo de mudar, de viver essa conversão. O que verdadeiramente nos importa, o como nós estamos vivendo e para quem vivemos, é agora, precisamos viver isso agora.
Porque não teremos como prever quanto tempo ainda teremos; não sei se vou ter o dia de amanhã, não sei se vou chegar até amanhã.
Jesus nos conta essa parábola, partindo ali de Abraão, porque Abraão é essa chave de interpretação dessa leitura de hoje, ele é o pai da fé, ele é o pai do povo de Israel. E a ele e aos que como a eles foram prometidos essas bênçãos, Abraão é o pai das bênçãos e, nele, podemos ver essa fé que penetrou, que chegou no fundo do coração, uma fé viva, que dá fruto, uma fé movida pela caridade. Abraão foi caridoso. A fé nos leva à caridade.

Nenhum bem que nós fazemos aqui, ficará sem a recompensa eterna

O rico dessa parábola que nem nome possuía, embora, poderoso, considerava-se filho de Abraão, portanto, também herdeiro das bênçãos de Abraão, mas ele experimentou a morte, a morte que é como um juiz sobre a vida, mostrando-lhe que Deus olha quando fazemos o bem ou quando não fazemos o bem. Deus olha a sinceridade dos corações.
A parábola nos diz que uma fé sem obras é morta, uma fé que não parte das obras é morta. O rico não era um bom judeu, não tinha ouvido Moisés, mas, por outro lado, não são as sementes, as obras que salvam; de Lázaro, esse sim tinha nome, não se contam as obras, aqui não fala quais foram as obras de Lázaro.
Os padres da Igreja vão dizer que é a aceitação paciente, não só dos males, mas também do desprezo, do que sofre, também é uma obra que fortalece a fé. Lázaro aceitou pacientemente o sofrimento aqui, neste mundo, não se revoltou com Deus e foi merecedor de uma recompensa; e aí para nós a mensagem é esta: ver como podemos acolher o próximo no nosso coração, como podemos nos colocar a serviço do próximo de maneira material, mas, principalmente, espiritual. Como nós podemos ajudar o próximo?
O rico desprezou completamente Lázaro e olha só o destino dele. Lázaro, por sua vez, aceitou os males, aceitou aquilo que viveu neste mundo com gratidão a Deus e foi recompensado.
Que possamos também, meus irmãos, nesta Quaresma, aproveitar o tempo que nos é oferecido, aqui, neste mundo, e fazer o bem, não deixar de fazer o bem, acolher o próximo, amar o próximo. Seremos recompensados, talvez não aqui, mas no céu; disso você pode ter certeza. Nenhum bem que nós fazemos aqui, ficará sem a recompensa eterna!
Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antonio
Padre Bruno Antonio de Oliveira é Brasileiro, nasceu no dia 18/10/1987, em Lavras, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2012 no modo de compromisso do Núcleo.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 01/03/2024

ANO B


Mt 21,33-43.45-46

Comentário do Evangelho

Um alerta para produzir frutos

A parábola não é um retrato da realidade, mas tem por finalidade ajudar a compreender o mistério de Deus, do seu Reino e da vida humana. A vinha é símbolo do povo de Deus, povo que Deus criou e cuida com amor (ver: Is 5,1-7). Há os que são escolhidos para cuidar e proteger o povo, em nome do Senhor, mas o povo pertence a Deus. A parábola de hoje denuncia, em primeiro lugar, aqueles que querem se apossar da vinha (povo) que pertence a Deus, ao invés de produzirem frutos. Em segundo lugar, ela nos faz compreender que a morte de Jesus foi premeditada: "Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de sua herança" (v. 38). A parábola não termina com um juízo condenatório, mas é um alerta a viver em conformidade com o dom de Deus e, por isso, produzir frutos.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, no teu imenso amor, jamais perdes a esperança de ver realizado o teu projeto de salvação. Que eu me deixe tocar por teus apelos e me converta sinceramente para ti.
Fonte: Paulinas em 01/03/2013

Comentário do Evangelho

Forte apelo a reconhecer em Jesus o dom de Deus.

A parábola não é o retrato fiel da realidade. Ela visa transmitir uma mensagem cuja finalidade é levar a compreender o mistério de Deus e adequar o comportamento do homem de fé com o desígnio salvífico de Deus. No Antigo Testamento, a vinha é símbolo do povo de Deus, povo que Deus criou e escolheu e que cuida com amor (cf. Is 5,1-7). Entre os membros do povo de Deus, há aqueles que Deus escolheu para, em nome do Senhor, cuidarem e protegerem o povo que a Deus pertence. A parábola denuncia, em primeiro lugar, aqueles que, ao invés de cuidarem do povo, querem se apossar da vinha do Senhor. Para isso, rejeitaram todos os que foram enviados por Deus para alertá-los. É uma menção ao fim trágico de muitos profetas. Em segundo lugar, e essa é a intenção mais importante da parábola, faz o leitor compreender que a morte de Jesus foi premeditada e é fruto da ganância, da maldade deliberada (cf. vv. 38-39). Apesar do v. 42, a parábola não possui um juízo condenatório; ela é, isso sim, um forte apelo a reconhecer em Jesus o dom de Deus, a viver em conformidade com esse dom e, nele, produzir bons frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, no teu imenso amor, jamais perdes a esperança de ver realizado o teu projeto de salvação. Que eu me deixe tocar por teus apelos e me converta sinceramente para ti.
Fonte: Paulinas em 21/03/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Os vinhateiros homicidas


A pedra angular de antigamente equivale ao alicerce de hoje. A pedra podia ficar no centro de um arco, dando apoio às demais. Não sabiam que ele era a pedra angular e o rejeitaram. No entanto, sem ele nada se sustenta.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Também nós – talvez, principalmente nós... – precisamos entender que a parábola fala de nós. De nós, que usufruímos da vinha plantada pelo Senhor e quase sempre nos esquecemos de acolher os pobres que estão ao nosso lado – eles são os emissários do Senhor – para lhes entregar a parte que lhes cabe.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/03/2013

Vivendo a Palavra

Os agricultores da parábola entraram na lavoura já preparada e não cumpriram seu compromisso. Também nós chegamos a esta terra encantada, já pronta para nos acolher. Nosso compromisso é viver fraternalmente com nossos irmãos e conservar a terra para os que vierem depois de nós. Somos parecidos com aqueles agricultores, ou estamos cumprindo a nossa parte?
Fonte: Arquidiocese BH em 21/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

Para os ouvintes de Jesus a parábola contada, embora retratasse claramente a história de Israel, era ainda obscura no que se referia ao sacrifício do filho do senhor da vinha. Para nós, que lemos nos Evangelhos o processo injusto, o martírio e a morte de Jesus, o relado tornou-se verdade histórica – necessária, para o desfecho final, a Ressurreição de Cristo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/03/2018

VIVENDO A PALAVRA

Os agricultores da parábola entraram na lavoura já preparada e não cumpriram seu compromisso. Também nós chegamos a esta terra encantada, já pronta para nos acolher. Nossa obrigação é conservar a natureza para os que vierem depois de nós, e viver fraternalmente com os irmãos. Nós somos ingratos, parecidos com aqueles agricultores, ou estamos fazendo a nossa parte?
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2020

VIVENDO A PALAVRA

Os arrendatários da vinha do Senhor, hoje, somos nós. Chegamos a este planeta-jardim acolhedor, completamente preparado para nos receber. Os irmãozinhos pobres e enjeitados são os mensageiros que o Proprietário envia para receber a parte que devemos a Ele. Será que nós reconhecemos neles os enviados do Pai-Criador? Ou, quem sabe, essa parábola será para nós apenas mais um daqueles pitorescos contos orientais antigos?
Fonte: Arquidiocese BH em 05/03/2021

Reflexão

O Evangelho de hoje nos apresenta uma síntese de toda a história da salvação. Deus formou o seu povo, representado por Jerusalém que, nesta parábola, é simbolizado pela vinha. Aqueles que eram responsáveis pela vida religiosa do povo não foram fiéis a Deus, que lhes enviou os profetas para que voltassem ao caminho da justiça, mas os profetas não foram recebidos, foram vítimas de toda espécie de violência e acabaram mortos. Por fim, Deus enviou seu Filho ao mundo, mas ele também foi rejeitado e morto. Deus, então, estabeleceu uma nova Aliança com o seu novo povo, a Igreja, que deve produzir seus frutos no devido tempo.
Fonte: CNBB em 01/03/2013 e 21/03/2014

Reflexão

A vinha era figura familiar aos chefes dos sacerdotes e anciãos. Referia-se ao povo de Israel. Como pode uma lavoura de videiras não produzir uvas? Em poucas palavras, Jesus resume a história da salvação e mostra que os dirigentes não governaram o povo conforme os planos de Deus. Não produziram boas obras, eliminaram os profetas e mataram o Messias. A pergunta de Jesus é crucial: “Quando o dono da vinha vier, o que fará com esses agricultores?”. Ao responder, os chefes pronunciam a sentença para si próprios: morte para esses “malvados” (alusão talvez à destruição de Jerusalém) e entrega da vinha a “outros agricultores” que produzam fruto. Referência aos não judeus, que acataram a mensagem cristã e se espalharam pelo mundo incrementando o novo povo de Deus, os cristãos.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Pauluem 02/03/2018

Reflexão

A vinha era figura familiar aos chefes dos sacerdotes e anciãos. Referia-se ao povo de Israel. Como pode uma lavoura de videiras não produzir uvas? Em poucas palavras, Jesus resume a história da salvação e mostra que os dirigentes não governaram o povo conforme os planos de Deus. Não produziram boas obras, eliminaram os profetas e mataram o Messias. A pergunta de Jesus é crucial: “Quando o dono da vinha vier, o que fará com esses agricultores?”. Ao responder, os chefes pronunciam a sentença para si próprios: morte para esses “malvados” (alusão talvez à destruição de Jerusalém) e entrega da vinha a “outros agricultores”, que produzam fruto. Referência aos não judeus, que acataram a mensagem cristã e se espalharam pelo mundo incrementando o novo povo de Deus, os cristãos.
Oração
Ó excelente contador de parábolas, Mestre Jesus, com habilidade levas teus ouvintes a refletir sobre os próprios erros e desvios. O que esperas de nós é que façamos frutificar o Reino de Deus. Dá-nos a graça de assimilar tua mensagem de amor, a fim de corrigir a rota de nossa vida. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Pauluem 13/03/2020

Reflexão

Dirigida aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do templo, a parábola retrata uma realidade conhecida do povo da Galileia: fazendeiros arrendam suas terras e vivem na capital ou viajam. Muitos poderosos se apossavam da vinha de seu legítimo dono, fazendo uso da violência. A partir dessa realidade, Jesus conta essa parábola, tentando sintetizar a história da salvação: perseguição aos profetas, enviados de Deus, e ao próprio Filho, Jesus. Deus muito amou seu povo, simbolizado na vinha, mas este nem sempre correspondeu. Ao enviar seu Filho, pedra angular da comunidade, as autoridades religiosas e políticas o mataram. Jesus confiou o seu projeto aos discípulos e discípulas (os agricultores), para que cuidem dele com muito carinho e o façam crescer, para que assim o dono (Deus) possa colher os frutos.
Oração
Ó excelente contador de parábolas, Mestre Jesus, com habilidade levas teus ouvintes a refletir sobre os próprios erros e desvios. O que esperas de nós é que façamos frutificar o Reino de Deus. Dá-nos a graça de assimilar tua mensagem de amor, a fi m de corrigir a rota de nossa vida. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Pauluem 05/03/2021

Reflexão

A essência da parábola é contar algo considerado verdadeiro, mas de maneira simples, sutil e elegante. Jesus sabe utilizar muito bem esse recurso que tem como alvo, hoje, os chefes dos sacerdotes e anciãos. Jesus critica os líderes do povo porque estes não administram a obra de Deus como deveriam. As lideranças, de modo particular, bem como todas as pessoas envolvidas com a obra de Deus, são meros administradores que prestarão conta de seus atos. A missão desses líderes é produzir boas uvas, ou seja, proporcionar vida plena a todos que estão, de algum modo, sob seus cuidados. Quando, ao contrário, tais lideranças são geradoras de morte – e morte aqui entendida de diversas formas -, precisam ser afastadas e substituídas.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Pauluem 18/03/2022

Reflexão

A vinha era figura familiar aos chefes dos sacerdotes e anciãos. Referia-se ao povo de Israel. Como pode uma lavoura de videiras não produzir uvas? Em poucas palavras, Jesus resume a história da salvação e mostra que os dirigentes não governaram o povo conforme os planos de Deus. Não produziram boas obras, eliminaram os profetas e mataram o Messias. A pergunta de Jesus é crucial: “Quando o dono da vinha vier, o que fará com esses agricultores?”. Ao responder, os chefes pronunciam a sentença para si próprios: morte para esses “malvados”(alusão, talvez, à destruição de Jerusalém) e entrega da vinha a “outros agricultores”, que produzam fruto, referência aos não judeus, que acataram a mensagem cristã e se espalharam pelo mundo, incrementando o novo povo de Deus, os cristãos.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«A pedra que os construtores rejeitaram, esta é que se tornou a pedra angular»

Rev. D. Melcior QUEROL i Solà
(Ribes de Freser, Girona, Espanha)

Hoje, Jesus, por meio da parábola dos vinhateiros homicidas, fala-nos da infidelidade; compara a vinha com Israel e os vinhateiros com os chefes do povo escolhido. Foi a estes e a toda a descendência de Abraão que tinha sido confiado o Reino de Deus, mas tinham maltratado esta herança: «Por isso vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e entregue a um povo que produza frutos» (Mt 21,43).
No início do Evangelho segundo São Mateus, a Boa Nova parece ser dirigida unicamente a Israel. O povo escolhido, já na Antiga Aliança, tem a missão de anunciar e de levar a salvação a todas as nações. Mas Israel não foi fiel à sua missão. Jesus, o mediador da Nova Aliança, congregará à sua volta os doze Apóstolos, símbolo do “novo” Israel, chamado a dar frutos de vida eterna e a anunciar a todos os povos a salvação.
Este novo Israel é a Igreja, todos os batizados. Nós temos recebido, na pessoa de Jesus e na Sua mensagem, uma graça única que temos que fazer frutificar. Não podemos conformar–nos com uma vivência individualista e fechada à nossa fé; há que comunicá-la e oferecê-la a cada pessoa que está próxima de nós. Daqui decorre que o primeiro fruto é viver a nossa fé no calor da nossa família, bem como no da comunidade cristã. Tal será simples pois «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18,20).
Mas trata-se de uma comunidade cristã aberta, o que quer dizer que é eminentemente missionária (segundo fruto). Pela força e pela beleza do Ressuscitado “no meio de nós”, a comunidade atrai através todos os seus gestos e atos, e cada um dos seus membros goza da capacidade de envolver homens e mulheres na nova vida do Ressuscitado. E um terceiro fruto consiste em que vivamos na convicção e na certeza de que no Evangelho encontramos a solução para todos os problemas.
Vivamos no santo temor de Deus, para que não aconteça que o Reino de Deus nos seja tirado e dado a outros.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Deus não precisa dos nossos trabalhos, mas da nossa obediência» (São João Crisóstomo)

- «O mau trato aos servos reflete a história dos profetas, o seu sofrimento ... Embora o" filho" tenha o mesmo destino, o "Mestre" não abandonará a vinha: a arrendará a outros... Não é isto uma descrição do nosso presente?» (Bento XVI)

- «A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus. Nesse campo cresce a oliveira antiga, de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a reconciliação de judeus e gentios (Rm 11,13-26). Ela foi plantada pelo celeste Agricultor como uma vinha eleita. A verdadeira Videira é Cristo: é Ele que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que, pela Igreja, permanecemos n'Ele, e sem o Qual nada podemos fazer» (Catecismo da Igreja Católica, nº 755)

Reflexão

Atualidade da “Parábola da vinha e seus arrendatários”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus retoma —modificando-o— o “canto da vinha” de Isaias (5,1-7): a vinha aparecia como imagem da “esposa”, Israel: aqueles aos que Deus tinha mostrado o caminho da “Torá”, mas que corresponderam quebrando a Lei...
Agora, nas palavras de Jesus, Israel está representado pelos arrendatários. A história da luta de Deus —continuamente renovada— por e com Israel, mostra-se em uma sucessão de “servos” que, por ordem do dono, chegam para coletar a renda. O maltrato aos servos reflete a história dos profetas, seu sofrimento... Embora o “Filho” terá a mesma sorte, o “dono” não abandonará a vinha: a arrendará a outros...
—Não é esta uma descrição do nosso presente? Declaramos que “Deus tem morto” e, assim, somos deus e a “vinha” é nossa! Começamos a descobrir agora as consequências de tudo isto... Porém, a morte do “Filho” não é a última palavra: Ele é a “pedra angular” que, com sua morte e ressurreição, traz um novo começo.

Recadinho

Jesus é bem claro: revela a origem de sua autoridade. Ele fala como quem tem autoridade para isso. Não fala apenas por falar! - Jesus denuncia o abuso de autoridade. São muitos os que se servem de modo abusivo da autoridade que têm. - Jesus se refere aos profetas, enviados de Deus, que não foram aceitos justamente por aqueles que os deviam aceitar: os sacerdotes e anciãos. - Jesus desmascara as autoridades que manipulam e desprezam a religião em favor de interesses pessoais. - Conclusão: Jesus levou seus ouvintes a dizerem a verdade, sem que eles notassem que estavam condenando a si mesmos! Triste história e que se repete ao longo dos séculos! Vamos ler de novo, colocando-nos no lugar daqueles que mencionamos acima?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/03/2014

Meditação

“Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.” Nós que ouvimos o anúncio do Evangelho, e mais ainda, que crescemos numa Comunidade cristã, temos uma responsabilidade muito grande. Essa graça que recebemos exige de nós uma resposta generosa, uma coerência total entre nossa vida e nossa fé. E não teremos desculpa se não crescermos na vida nova, nesta participação na vida divina que nos torna possível viver no bem e na verdade.
Oração
PURIFICAI-NOS, Ó DEUS TODO-PODEROSO, para que, pelo fervor da penitência quaresmal, cheguemos de coração sincero à Páscoa que se aproxima. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Parábolas de Jesus: Os Lavradores maus


Hoje a parábola vai dirigida aos sacerdotes e notáveis de Israel. Eles mesmos são os labradores da vinha, ou seja, os pastores do Povo que o proprietário (Deus) pôs a seu cuidado. Liquidado um profeta depois de outro…
—Agora o Proprietário envia o seu próprio Filho… Vão matá-lo! E é Jesus Cristo, o Filho de Deus!

Meditando o evangelho

QUANDO SE AGE DE FORMA INSENSATA

A relação entre Jesus e a liderança judaica de sua época foi muito tensa e problemática. O Mestre se dava conta da profunda rejeição de que era vítima. Percebia que seus adversários opunham-se à sua pregação. Diante disto, era inútil esperar deles uma mudança de mentalidade que os direcionasse para o Reino.
Jesus questionou a indisposição dos sacerdotes e dos anciãos do povo contra ele. A parábola da vinha mostra que eles herdaram uma mentalidade muito antiga em Israel. Há muito tempo, Deus vinha esperando de seu povo atitudes compatíveis com sua fé. Os servos, enviados para receberem o lucro devido aludem aos que, ao longo dos tempos, tinham vindo em nome de Deus, para conclamar o povo para a conversão e exigir uma mudança radical de vida. Contudo, foram rejeitados. O envio do filho, identificado com Jesus, foi a última tentativa por parte do dono da vinha. O fato de ser o herdeiro da vinha teve seu peso: também ele foi assassinado.
A recusa resultou em aniquilação dos primeiros arrendatários e a cessão da vinha a outro povo que a fizesse frutificar. A insensatez dos líderes do tempo de Jesus custou-lhes caro. Eles não perceberam que era preciso agir logo e dar frutos, antes que fosse tarde demais. A tolerância divina teve seus limites.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu seja suficientemente sensato para produzir os frutos que tu esperas de mim.
Fonte: Dom Total em 02/03/201813/03/2020 e 05/03/2021

Meditando o evangelho

DEUS NÃO SE DEIXA VENCER

A história de Israel, que se desenrolou como uma espécie de luta entre Deus e o povo eleito, é como que a parábola de toda história humana. Enquanto Deus se empenha em salvar a humanidade, esta insiste em caminhar para a condenação. Ele vai lhe apresentando os meios necessários para que se salve, mas o ser humano continua destruindo a obra divina. Deus confia na conversão do coração humano; este, no entanto, frustra, continuamente, a confiança divina.
Apesar disto, o Pai mostra-se sobremaneira paciente. O primeiro gesto de rebeldia do ser humano seria suficiente para merecer a punição. Afinal, ele é quem tem uma dívida de gratidão para com Deus. Criado com todo o carinho, fora-lhe dadas as condições para viver em comunhão com o Criador e com os demais seres humanos. Dele se esperava frutos de amor e de justiça. No entanto, seu coração perverteu-se, levando-a a se rebelar contra Deus. Até mesmo Jesus, que representa o gesto supremo da boa-vontade divina de salvar o ser humano, acabou sendo crucificado.
Ao ressuscitar seu Filho, o Pai estabeleceu-o como sinal de seu amor pela humanidade. Sempre que o ser humano quiser voltar-se para Deus, pode contar com Jesus. Aquele que fora rejeitado pelo ser humano, o Pai constituiu-o como "pedra angular" da salvação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de sensatez, não permitas jamais que eu me rebele contra o amor do Pai, que quer a minha salvação e espera de mim docilidade a seus apelos de conversão.
Fonte: Dom Total em 21/03/2014 18/03/2022

Oração
Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso, que, purificados pelo esforço da penitência, cheguemos de coração sincero às festas da Páscoa que se aproximam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 21/03/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Lendo nas entrelinhas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nesta parábola escrita sob alegorias, a reflexão se tornará muito mais rica se nos localizarmos em meio a elas. É claro que facilmente compreendemos que se trata da rejeição a Jesus, que na parábola é o Filho.
A ideia de que a vinha é o Reino de Deus visível na cidade Santa de Jerusalém onde está o templo, nos ajuda na reflexão mas é claro que não podemos parar nisso, senão seríamos meros leitores, que vai se dar ao direito de condenar os Judeus e seus líderes religiosos, que rejeitaram e mataram a Jesus, embora seja exatamente esse o contexto histórico da parábola, que Mateus passa aos seus conterrâneos e depois as comunidades do primeiro século do Cristianismo.
Agora, pensemos na nossa comunidade, aquela que a gente frequenta, e que pode ser uma grande igreja com uma imponente arquitetura, ou uma pequena comunidade de um Bairro afastado. Não importa, é nela que cada um de nós batizado recebe a missão de administra-la. Claro que na administração da vinha entram os dons, carismas e ministérios, alguns com maior responsabilidade, mas todos importantes para fazê-la frutificar.
A essas alturas o leitor irá pensar, “se for assim está fácil, na minha comunidade ninguém matou profetas ou rejeitou Jesus, espancando-o e o condenando a morte”. É temeroso pensar assim...Vejam o argumento principal dos lavradores, ao verem o Filho enviado pelo Pai, para buscar os frutos da Vinha “Ele é o Herdeiro, matemo-lo e teremos a sua herança!”.
Querer ser os Donos do Reino, os Donos da Comunidade, os donos dos Sacramentos, os donos da Salvação e da Graça de Deus. Quantas pessoas buscam Jesus na pastoral, no movimento, nos sacramentos da Igreja, e a gente não colabora para que essas pessoas experimentem o Cristo na vida em comunidade. Apossamo-nos da Vinha, não frutificamos e não deixamos outros frutificarem, em uma atitude egoísta e egocêntrica. Por acaso isso não é também “Matar Jesus” que o outro está buscando?
E sempre o matamos fora da Vinha, isso é, da Comunidade, quando falta coerência em nosso testemunho e acabamos anunciando um Cristo morto, e a nossa vinha produz uvas azedas das divisões, das intrigas, fofocas, disputas e concorrências sem fim. Juramos que fazemos por causa de Cristo, mas na verdade é por causa de nós mesmos, do nosso ego, do nosso prestígio e sucesso. Não nos iludamos com cargos e funções ostentosas...Há pessoas na comunidade que em surdina, com muita discrição, sem alardes, produzem e oferecem aos irmãos e irmãs, em quem veem o Senhor, frutos doces e saborosos como nunca se viu.
De certa forma a Vinha foi nos tirada e dada a esses que demonstram ser administradores eficazes. Descubram quem são eles aí na sua comunidade e deixe de achar que só o seu fruto é bom, quando na verdade ele é azedo e muitas vezes nem existe...
Fonte: NPD Brasil em 01/03/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Os agricultores da vinha
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

A pedra angular de antigamente equivale ao alicerce de hoje. A pedra podia ficar no centro de um arco, dando apoio às demais. Não sabiam que ele era a pedra angular e o rejeitaram. No entanto, sem ele nada se sustenta.
Fonte: NPD Brasil em 02/03/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Certo proprietário plantou uma vinha - Mt 21,33-43.45-46
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Queriam a herança do Filho e ficaram com ela. Agora todos podem ser filhos do Pai de Jesus. O preço foi a sua morte. Aparentemente, sua morte foi uma derrota. Na realidade, é vitoriosa. Jesus busca um povo que entenda o que ele diz e produza frutos.
Fonte: NPD Brasil em 13/03/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Apropriação Indébita...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O Termo apropriação indébita se refere a posse ilegal de algo que não nos pertence. Deus edificou o seu Reino no meio dos homens, mas não se trata de uma parreira qualquer, abandonada à beira da estrada, dessas que parece que não tem dono. Ela foi cercada com uma sebe, cavada um lagar onde se pisoteia a uva para produção do vinho, e construída uma torre para vigiar, afastando intrusos ou animais silvestres que irão danificar a parreira.
No meio da humanidade Deus escolheu o povo de Israel, estabelecendo com ele uma vida de comunhão, dando-lhes todas as condições necessárias para viverem bem, sempre na amizade e proteção do Deus da ALIANÇA. Deus esperava desse povo uma vida íntegra, pautada pela justiça e igualdade, solidariedade, para assim ser um sinal entre todas as Nações, sinal visível de um Deus que ama e que caminha junto.
Não podemos dizer que Deus antes fez um rascunho do que seria o Reino Ideal e depois passou a limpo, o Antigo Testamento já é o início da edificação do Reino de Deus, claro que de maneira prefigurada, mas os Santos Homens que por aqueles tempos ajudaram nessa obra, têm os seus méritos e nem precisaram ser canonizados, a própria História da Salvação os canonizou.
O que o evangelho nos mostra é que Deus confia a administração do seu Reino aos Homens, que tornam-se seus colaboradores ou arrendatários, a Igreja está a serviço do Reino, mas ela não é o Reino, apenas um sinal visível dele. O Reino é maior e está acima de qualquer instituição humana. Evidentemente que, exatamente como o Proprietário da Vinha, Deus espera sempre colher os frutos da sua obra, mas não pensemos que Deus é um explorador como os Latifundiários da Galileia, os frutos aqui mencionados, e que Ele sempre cobra daqueles a quem confiou o Reino, são frutos que beneficiam os irmãos e irmãs, é na relação com as pessoas que o cristão produz os frutos da Parreira do Senhor: uvas doces da Justiça, igualdade, solidariedade, fraternidade e misericórdia.
Interessante porque o evangelho traz uma crítica duríssima contra os arrendatários do Reino de ontem e de hoje: além de serem péssimos administradores, porque só ocupam espaço  e não produzem nenhum fruto, ainda por cima se apossam do que não lhes pertence tornando-se os detentores da Salvação Divina, porque mataram o Herdeiro, isso é, aquele que é o verdadeiro Dono do Reino, o Filho de Deus, ou seja, Jesus deixa de ser uma referência para esses trapaceiros da Religião de Israel, e eles próprios tornam-se a referência como Zeladores da Lei antiga e Fiscais da Salvação, determinando quem vai se salvar...
É claro que Deus Pai abandonou esse projeto inadequado, pois o seu Reino de Santidade e perfeição tornou-se uma grotesca caricatura, e a partir da morte e ressurreição Daquele que os homens pensaram haver destruído definitivamente, o Reino se refez e tornou-se definitivo, e de propriedade exclusiva de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré. E assim, a pedra que os construtores de araque rejeitaram, tornou-se a pedra angular.
Longe de ficarmos olhando para o passado e condenando os que rejeitaram a Pedra Angular que é o Cristo, e se apossaram da Vinha do Senhor, é melhor olharmos o presente onde temos enquanto cristãos essa responsabilidade confiada pelo Senhor, de trabalharmos em sua Vinha que é a Igreja, a serviço do mundo. Também nós, se não correspondermos à Vontade de Deus, iremos perder nosso lugar nessa obra, porque o Dono da Vinha chama quem ele quiser para vir tomar conta de sua Vinha...

2. A pedra que os construtores rejeitaram, esta é que se tornou a pedra angular - Mt 21,33-43.45-46
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

“A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.” Assim foi com Jesus, assim foi com José do Egito, assim é com muitos de nós. A pessoa rejeitada, se não desanimar, poderá se tornar a peça principal da restauração do ser humano.
Fonte: NPD Brasil em 05/03/2021

HOMILIA

O REINO DOS CÉUS VOS SERÁ TIRADO

Os judeus, a quem Jesus se dirige no átrio do templo, compreendem muito bem a parábola que lhes conta, inspirada na alegoria da vinha (cf. Is 5, 1-7).
Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos são os vinhateiros que têm o privilégio de cultivar a vinha predileta de Deus, o povo de Israel. Estes vinhateiros hoje sou eu, és tu meu irmão minha irmã, a quem Jesus encarrega à missão de cuidar da vinha de Deus seu Pai.
Lembro-te que no momento da colheita, em vez de apresentarem os frutos ao dono, que é Deus, eles quiseram apropriar-se deles e maltratam os profetas que lhes foram enviados. E hoje não acontece a mesma coisa? Não nos apropriamos da vida de outrem ao em vez de protegê-la e fazê-la crescer em estatura e graça segundo o projeto do Criador? Não roubamos, traímos, mentimos e cometemos mil e uma orgias?
No evangelho Jesus fala-nos abertamente: o reino nos será tirando e será entregue à outros se não nos convertermos das nossas ambições, orgulhos e vaidades. Se não abandonarmos a vida do pecado e não aprendermos a praticar a justiça e o bem!
«Finalmente», Deus nos enviou o seu próprio Filho, que é Jesus que nos está falando. É a última oportunidade que Deus nos oferece para que nos tornemos seus colaboradores na obra da salvação. Não aconteça exatamente o que a parábola dizia sobre os vinhateiros malvados: compreenderam que eram eles os visados e procuravam prendê-lO. Veja que como os vinhateiros conduzidos habilmente por Jesus e eles mesmos tiraram conclusões das consequências de tal ato: o dono, que é Deus, «Dá morte eterna aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida». Assim eu, assim tu. Precisamos tomar consciência que se nós não fizermos render os talentos que recebemos de Deus teremos o mesmo destino.
Os novos vinhateiros, os pecadores, os pagãos, os criminosos, os alcoólatras, as prostitutos, os excluídos que acolhendo a mensagem da Quaresma que os chama a rasgar os seus corações e não as vestes, a fazer penitência com jejum e oração por causa dos seus pecados convertidos se tornam verdadeiramente os cultivadores da nova vinha, falando, anunciam e pregando ferozmente Paulo Àquele que antes tinha perseguido; São os defensores da Igreja, dando a Deus abundantes frutos, ora 100, ora 60 ora 30 por um!
Oxalá, minha irmã meu irmão não tenhas a sorte dos vinhateiros retratados por Jesus neste evangelho. Mas sim a daqueles que assumindo a sua vocação se tornam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo com uma missão específica!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 21/03/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SEXTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 21/03/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Uma liberdade que não tem preço, mas peso

Postado por: homilia
março 1st, 2013

De fato, irmãos e irmãs, um dos grandes sinais de que o ser humano foi criado como imagem e semelhança do Deus Uno e Trino (triúno) consiste na liberdade a nós conferida como dom e tarefa.
As Escrituras não somente atestam esta verdade (cf. Gn 1, 26), mas comunicam a grande responsabilidade que daí advém, pois a Santíssima Trindade não nos rebaixou perante as demais criaturas: «Quando contemplo os céus, obra das tuas mãos, a Lua e as estrelas que Tu criaste: que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares? Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos, tudo submeteste a seus pés» (Sl 8, 4-7).
Embora a pessoa humana não seja igual – e jamais poderá ser – a uma Pessoa Divina, ela é chamada a assemelhar e refletir a Sua Presença Santa. Até que um dia, cada ser humano será confrontado pessoalmente com o Amor Triúno, para então dar conta de sua vida e liberdade no tempo: «E, assim está determinado que os homens morram uma só vez e depois tenha lugar o julgamento» (Hb 9, 27).
Este recordar do quanto o exercício das nossas escolhas é importante para Deus, servirá para melhor compreendermos o drama apresentado por Jesus, por meio de uma parábola, que pode ser intitulada de «agricultores assassinos» registrada em Mt 21, 33-43.45-46.
Meditá-la, fora de um vício anti-semita, é poder perceber que Deus nos quer todos em contato com as Sagradas Escrituras, e nos perguntando sobre o lugar em que podemos e precisamos ocupar na história de Salvação. Foi por isso que os mais resistentes – do tempo de Jesus – foram sendo introduzidos pelo mesmo na Revelação, feito parábola, onde o dono de uma vinha arrenda-a a agricultores que respondem de modo violento à confiança e dons a eles prestados.
Num certo momento da “estória” abriu espaço para a participação deles: «Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros? Eles responderam-lhe: Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida» (vv. 40-41).
O que eles não esperavam é o sábio Jesus conduzindo-os a um exame de consciência, a fim de que se convertessem e mudassem de vida. Mas, infelizmente, a decisão deles – comunicar o Evangelho – não correspondeu novamente à Misericórdia e Verdade expressas por Cristo Jesus: «Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados. Embora procurassem meios para prendê-Lo, temeram o povo, que O considerava profeta» (vv. 45-46).
Um Evangelho, como é próprio da graça de Deus, que nos convida a pensar na nossa realidade presente! Claro que o Reino de Deus sempre será um dom do Alto, mas ninguém está dispensado de uma resposta livre e consciente, a começar pelos cristãos.
O Papa teólogo, agora emérito, ensinou com maestria esta verdade: «Certamente, não podemos “construir” o reino de Deus com as nossas forças; o que construímos permanece sempre reino do ser humano com todos os limites próprios da natureza humana. O reino de Deus é um dom e por isso mesmo é grande e belo, constituindo a resposta à esperança. Nem podemos – para usar a terminologia clássica – “merecer” o céu com as nossas obras. Este é sempre mais do que aquilo que merecemos, tal como ser amado nunca é algo “merecido”, mas um dom. Porém, com toda a nossa consciência da “mais valia” do Céu, permanece igualmente verdade que o nosso agir não é indiferente diante de Deus e, portanto, também não o é para o desenrolar da história. Podemos abrir-nos a nós mesmos e ao mundo ao ingresso de Deus: da verdade, do amor e do bem» (BENTO XVI, Salvos na Esperança, nº35).
Por isso, neste tempo que a Igreja Católica vive (e sempre!), não podemos ficar esperando demasiado o surgimento de uma pessoa, líder ou Papa que venha resolver aquilo que passa pela minha disposição sincera e comprometida de tudo submeter ao Senhor da Vinha, do Reino e da Igreja. Submissão esta que não nos aliena e dispensa… Muito pelo contrário! Pois a nossa resposta e participação é tão válida e necessária que, também nós, podemos colocar nos lábios do Senhor da História e Justo Juiz de cada um, àquelas palavras tão duras quanto verdadeiras: «Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos» (v. 43).
Deus nos livre de construirmos, com más escolhas, tal sentença, anteriormente citada! Por fim, oremos para que o Espírito Santo venha iluminar os cardeais no próximo Conclave, para que surja um novo Papa tão bom quanto o anterior, disposto a nos ajudar nesta arte e necessidade de acolher os dons de Deus, sem nunca abusar de sua Divina Misericórdia, nem tampouco da nossa liberdade!
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 01/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

Com nossos atos, nós aceitamos ou rejeitamos Jesus?

Hoje em dia, com nossos atos, nós aceitamos ou rejeitamos a Palavra de Jesus, a salvação de Jesus, a mensagem que Ele nos trouxe?

”Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular’. Isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?’.” (Mateus 21,42)

Meus irmãos e minhas irmãs, a Palavra de Deus, hoje, nos mostra a parábola dos vinhateiros, uma longa parábola, uma longa história, a qual, no final, resume para nós como aconteceu a história da salvação, a manifestação de Deus entre nós: a Boa Nova nos foi trazida por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Você sabe que essa Boa Nova não foi aceita por todos. O motivo de Jesus ter morrido na cruz, foi porque Ele veio para os Seus, mas os Seus não O receberam, os notáveis da época, os conhecedores da Lei e os fariseus rejeitaram a pregação de Jesus e a mensagem d’Ele. Porque em outra época, Deus enviou os profetas, os patriarcas, todos aqueles que vieram e falaram em nome do Senhor, mas, nos tempos últimos, Deus enviou Seu próprio Filho para que Ele trouxesse a mensagem do Pai, a mensagem do Reino, trouxesse o dom da salvação para todos os homens. Mas o que fizeram a Ele? Rejeitaram, apedrejaram, mataram, eliminaram Jesus e a Sua mensagem.
Não adianta nós apenas olharmos para o passado, porque aí vamos dirigir um olhar de crítica e de culpa para aqueles notáveis que até já passaram, mas precisamos olhar para os tempos atuais, para o hoje, porque Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, e perguntarmos para nós, homens do dia de hoje: Nós aceitamos ou rejeitamos a Palavra de Jesus, a salvação de Jesus, a mensagem que Jesus trouxe a nós? Não resta dúvida de que vivemos no mundo onde a mensagem cristã, onde o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ainda é muito rejeitado.
Se vivemos em um mundo chamado culturalmente ”cristão” por prática ou por coisas parecidas, mas é no fundo o mesmo mundo que rejeita a mensagem de Jesus. O mundo aceita celebrar o Natal, a Páscoa, mas os celebra do seu jeito; um jeito muito ”mundano” de fazer as coisas e não de um jeito cristão de ver e de enxergar as coisas e o mundo.
Se olharmos para a nossa vida, muitas vezes, nós aceitamos Jesus, Suas Palavras e Seus ensinamentos, mas até Jesus não nos contrariar, até a Sua mensagem ser conveniente a nós, até a Sua Palavra não nos provocar naquilo que nos é mais caro, até Jesus não se tornar exigente demais conosco, até a Sua Palavra não exigir de nós aquilo que, muitas vezes, nós podemos dar, mas nós não queremos dar.
Meus irmãos e minhas irmãs, a Palavra de Deus, hoje, faz uma séria provocação a nós: Nós aceitamos ou rejeitamos Jesus? Nós acolhemos com nossa alma, com o nosso coração, com a nossa vida, a mensagem do Evangelho e permitimos que ela entre em nós para mudar a nossa cabeça, a nossa mentalidade, realizar uma conversão profunda em nosso ser ou simplesmente nos comportamos com indiferença e rejeitamos a Sua Palavra?
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 21/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Não sejamos como os irmãos de José

A inveja e o ciúme não podem tomar conta de nós

“Ao passarem os comerciantes madianitas, tiraram José da cisterna e, por vinte moedas de prata o venderam aos ismaelitas: e esses o levaram para o Egito.” (Gn 37, 3-4. 12-13a. 17b-28)

Umas das passagens mais tristes da Sagrada Escritura é esta: a dos irmãos de José o vendendo. Na verdade, a primeira intenção deles era a de matar e eliminar José de suas vidas. José era o irmão mais novo e muito querido do seu pai: Jacó. Isso pode atribuir-se devido as circunstâncias em que José nasceu: na velhice do pai. Desse modo, o pai tinha uma certa afeição, zelo, ternura com José.
A inveja e o ciúme quando tomam conta do coração humano, matam os melhores sentimentos que há na nossa alma. Eles condensados dentro de nós, nos faz vermos o lado negativo, triste, ou ainda, interferem no olhar que temos sobre a outra pessoa, pois ficamos azedos, amargos e a partir daí começamos a planejar (mentalmente) tudo que é negativo em relação a outra pessoa.
Não se esqueça: a inveja e o ciúme matam. Matam o amor de Deus em nós, matam o amor fraterno que há em nós, matam o respeito e o zelo que devemos ter uns para com os outros. É triste ver os irmãos que invejam, tramam e falam mal dos seus irmãos; seja no contexto familiar, relacionado aos “irmãos” de fé, de caminhada ou daqueles do trabalho.
Devemos nos prevenir da inveja. Primeiro da inveja que há em nós para que, essa semente maldita não cresça em nós, porque, depois que cresce é uma força muito difícil de dominar.
Caim matou seu irmão Abel por inveja. Os que levaram Jesus à morte: O venderam, O mataram e O condenaram por inveja; e nós, muitas vezes, não reconhecemos a inveja em nós, porque ela não quer que a reconheçamos. Ela é como um vírus que entra e invade a alma e não se deixa conhecer, e assim, vai penetrando o nosso coração, a nossa alma e os nossos sentimentos. Com isso, cria uma certa amargura dentro de nós, um sentimento de competição, de rivalidade. Quando falamos daquela pessoa, falamos de uma perspectiva negativa e tem sempre algo ruim para falar em relação a essa pessoa. O problema não é ela, e sim, o mal que cresceu em nós: a inveja “tomou corpo” em nós.
E, por causa dessa inveja, os irmãos de José o venderam, e nós, estamos “vendendo” uns aos outros; falando mal; e então, cometemos um dos pecados mais sérios contra o amor fraterno que nos diz: “amai vos uns aos outros”. Essa é uma exigência da vida evangélica e amar não é, simplesmente, ter uma afeição boa com quem eu gosto; amar é não fazer o mal para o outro.
Se não queremos fazer mal a ninguém, não podemos deixar que a inveja corrompa o nosso coração. Não podemos deixar que a inveja corroa o sentimento da nossa alma, levando-nos a fazer o mal, ou seja, “vender” o irmão. Que Deus purifique o nosso coração para que o amor fraterno seja sincero.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 02/03/2018

HOMILIA DIÁRIA

A nossa missão é produzir bons frutos

Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.” (Mateus 21,43)

O proprietário, o dono da vinha, mandou operários para rever a sua vinha. Eles foram rejeitados, não foram acolhidos. O proprietário enviou seu filho e até ele foi rejeitado, e não só o rejeitaram, como também o mataram. O proprietário ajustaria as contas, porque a propriedade pertencia a ele.
Este mundo pertence a Deus, foi Ele quem o criou. Um dia, vamos dar conta a Ele da vida que temos e cultivamos aqui na Terra, porque a nossa vida pertence a Ele. Estamos apenas cuidando dela, da nossa parte, temos a responsabilidade para que a Terra produza frutos, para que a nossa vida produza frutos, para que o amor esteja reinando nas nossas relações mútuas, para que criemos solidariedade e tenhamos responsabilidade uns com os outros. Essa é a nossa missão neste mundo.
A nossa missão é produzir frutos. Não podemos ser aquelas pessoas egoístas, orgulhosas e soberbas, que, simplesmente, se apoderam das coisas, porque admiram do que são criadas, porque se admiram das possibilidades que têm nesta vida e o olho cresce, a arrogância cresce, a cobiça toma conta e nos avantajamos, apropriamo-nos das coisas que não pertencem a nós.

O Reino de Deus é dado a nós para que também produzamos frutos

Tudo o que Deus criou é para todos, mas, infelizmente, muitos se apossaram daquilo que é de todos e deixaram a grande maioria sem nada, sem ser provido do amor, do cuidado e da ternura.
O Reino de Deus é assim também, o Reino de Deus foi dado, primeiro, para um povo, para que este produzisse frutos e não produziram os frutos que esperavam deles. O Reino de Deus é dado a nós para que também produzamos frutos. Não é, simplesmente, para nos acharmos donos da Igreja, donos da fé, não é para nos acharmos proprietários de Deus, dos dons e da graça d’Ele.
Não somos proprietários; na verdade, somos filhos d’Ele, estamos cuidando do que é d’Ele, mas Ele é o dono. É Deus que deve cuidar de nós.
Nós nos apropriamos, mas não produzimos frutos. É por isso que, muitas vezes, perdemos a graça, o Reino de Deus e o sentido da vida. Perdemos o sentido da entrega, da consagração e do batismo.
Muitas vezes, perdemos o sentido do casamento, o sentido daquilo que fazemos, e aí vem o desânimo, a falta de alento, a falta de compromisso e comprometimento com as coisas de Deus. Vamos perdendo a graça, e a graça de Deus vai se esvaziando em nós. Outros vão se apropriando, vão recebendo de Deus o que era para cuidarmos.
Não façamos pouco-caso do dom, da graça e da presença de Deus na nossa vida, não cuidemos de qualquer jeito, mas cuidemos daquilo que Deus nos confiou com amor, produzindo muitos frutos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 13/03/2020

HOMILIA DIÁRIA

Deixemos o Reino de Deus produzir frutos em nossa vida

“Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.” (Mateus 21,43)

Nós nos orgulhamos de fazer parte do Reino de Deus, nos orgulhamos de sermos de Deus, mas tomemos cuidado, porque, se o Reino de Deus não produz frutos em nossa vida, ele nos é tirado e vamos, aos poucos, perdendo o Reino de Deus de vista, porque estamos com uma visão mundana até das coisas de Deus.
Vamos cometendo aquilo que o povo e muitos do povo de Deus também cometeram na Palavra. Eles desprezaram os profetas, desprezaram quem vinha falar em nome do Senhor. Quando se diz “desprezar os profetas” é desprezar a correção de Deus, é desprezar o Deus que corrigia, orientava, falava e direcionava o Seu povo.
Estamos sendo direcionados pelo nosso ego, estamos sendo governados pela nossa vontade, estamos sendo levados pelos nossos sentimentos e afetos. Estamos sendo levados pelos impulsos do nosso coração e não pela direção que o próprio Deus quer nos dar.
Aqui é preciso buscar a condição da humildade, porque o povo que era de Deus não só foi capaz de desprezar os profetas, os patriarcas, os que vieram falar em nome de Deus, mas foram capazes de desprezar o próprio Filho de Deus. E por que O rejeitaram? Por que O desprezaram? Porque foram incomodados.

Se o Reino de Deus não produz frutos em nossa vida, ele nos é tirado

Que beleza quando a Palavra de Deus nos incomoda! Que beleza quando a Palavra de Deus nos tira do nosso comodismo e do nosso egoísmo! Que beleza quando a Palavra de Deus rompe dentro de nós as sentenças de julgo que criamos, formamos e alimentamos dentro de nós! Que beleza quando a Palavra de Deus nos tira de visões fechadas e distorcidas que nós mesmos alimentamos na vida!
Que trágico quando não deixamos a Palavra de Deus nos libertar. Que trágico quando não permitimos que a Palavra de Deus nos liberte do nosso próprio ego. Que trágico quando rejeitamos a Palavra de Deus em função da religião que criamos, da crença que formamos e, sobretudo, quando manipulamos Deus e a Sua Palavra em favor dos nossos próprios interesses. Deus vai sendo rejeitado, a Igreja vai sendo rejeitada, quem não comunga comigo vou excomungando e vou formando a religião dos meus conceitos.
A Palavra de Deus hoje é, acima de tudo, um convite à conversão, a produzirmos frutos que mostrem um coração convertido, frutos da humildade e da submissão a Deus, para que Ele não seja rejeitado pelas nossas atitudes.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 05/03/2021

HOMILIA DIÁRIA

A sua vida é uma dádiva de Deus

“Naquele tempo, dirigindo-se Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo, disse-lhes: ‘Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’. Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’.” (Mateus 21,33.37-38)

Meus irmãos e minhas irmãs, a nossa vida é essa vinha, nós nos identificamos com essa vinha porque não fomos nós quem quisemos a nossa vida, não fomos nós quem plantamos a nossa existência nesta terra e não fomos nós quem a tornamos possível. Tudo é dom de Deus, tudo veio de Deus, a nossa vida é uma dádiva de Deus, a nossa vida é um presente que o Senhor nos concedeu e foi confiada a nós como essa vinha que foi arrendada a esses servos.
A nossa vida também foi entregue nas nossas mãos com muita confiança da parte de Deus, o nosso Criador. E aqui é bonito porque a ausência do proprietário dessa vinha, que fala o Evangelho, fala-nos do nosso Deus que nos deixou completamente livres, que nos criou livres e nos deixa livres; fala desse pai responsável que cuida de nós como filhos.
Deus não cuida de nós como marionetes, Ele não cuida de nós como escravos, Ele não cuida de nós como bebês. Deus cuida de nós como filhos maduros. Por isso, a ausência não pode ser mal interpretada, a ausência nos chama a atenção para essa liberdade de Deus, para essa assistência de Deus, esse olhar amoroso d’Ele, mas que deixa espaço para a liberdade, para construirmos na liberdade uma experiência de maturidade.

A nossa vida também foi entregue nas nossas mãos com muita confiança da parte de Deus, o nosso Criador

Muitas vezes, infelizmente, por causa do nosso pecado, essa ausência pode ser mal interpretada, imaginando que Deus possa ter abandonado. Quantas vezes você passa por um sofrimento e a tentação bate à porta do seu coração imaginando e fazendo você pensar que Deus te abandonou. Não é assim! Mas também a ausência pode criar em nós aquele vício da autossuficiência, ou seja: “Eu me basto”, “Não preciso de Deus”, “Deus pode ficar de lado, a minha vida resolvo eu”. Esse tempo quaresmal é, justamente, uma oportunidade para purificar o nosso coração destas tendências: ora desprezar Deus; ora imaginar que Deus tenha nos desprezado.
A reação violenta que aparece aqui no Evangelho é, justamente, fruto do afastamento do rosto de Deus, que é amor. Quando nós nos afastamos de Deus, realmente nos tornamos uma fera, no nosso coração pode brotar sentimentos de raiva, de rancor, de vingança, de ressentimento. Essa reação violenta, que fala o Evangelho, é todas as vezes que nos afastamos de Deus, que é amor.
E aí, a Palavra diz também que, por fim, diante de várias tentativas do amor de Deus, Ele enviou o Filho que veio para nos curar desse abismo, dessa distância que existia entre nós e Deus, dessa nossa ideia errada de Deus, do nosso pecado, o Filho é morto. Aqui é uma prefiguração da Paixão de Jesus, do sofrimento de Jesus, que foi o preço que a Santíssima Trindade pagou por nos amar, o Pai deu Seu próprio Filho, o Pai entregou Seu próprio Filho; e, na força do Espírito Santo, o Filho não pode dizer “não” ao Pai, cumpriu a Sua vontade até o fim, dando o Seu sangue para a minha salvação e para a sua salvação.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender que só é realmente nosso aquilo que partilhamos com os irmãos. Que a nossa gratidão pelos dons que nos ofereces se mostre na compaixão, na generosidade e no cuidado com os companheiros de jornada, seguindo os passos de Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/03/2013

Oração Final
Pai Santo, infunde em nós profunda gratidão pelo mundo que preparaste para nos acolher e pelos irmãos que colocaste perto de nós. Dá-nos também, Pai amado, o dom de sermos cuidadosos com a natureza e compassivos com os companheiros de jornada, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos agricultores diligentes e agradecidos pelos dons recebidos de teu amor paterno-maternal. Que saibamos cultivar nosso campo, cuidar da plantação, e que nos lembremos, sobretudo, de devolver-te a tua parte dos frutos colhidos, sob a forma de partilha com os companheiros de caminhada, que são os teus mensageiros. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/03/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, infunde em nós profunda gratidão pelo mundo que preparaste para nos acolher e pelos irmãos que colocaste perto de nós. Dá-nos também, amado Pai, o dom de ser cuidadosos com a natureza e compassivos com os companheiros de jornada, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai amável, nós cantamos ao teu Nome um Canto Novo! Dá-nos discernimento para compreender o Evangelho que ouvimos e coragem para viver o nosso papel que ele sugere, de tal modo que nossa vida seja um caminhar de retorno ao saudoso Lar Paterno, junto com os irmãos e seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Mestre, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/03/2021