sábado, 1 de fevereiro de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/02/2020

ANO A


APRESENTAÇÃO DO SENHOR

Ano A - Branco

“Luz para iluminar as nações e glória"

Lc 2,22-40

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Quarenta dias após o Natal, celebramos o mistério da Apresentação do menino Jesus no Templo. Esta festa situa-se ainda no contexto natalino, apresentando outro aspecto da manifestação do Senhor: humano como nós, nasce de uma mulher e submisso às tradições da lei. É festa de pureza e de luz. Há quarenta dias celebrávamos com alegria o Natal do Senhor. E hoje chegou o dia em que Jesus foi apresentado ao Templo por Maria e José. Conformava-se assim, à Lei do Antigo Testamento, mas na realidade vinha ao encontro do seu povo fiel. Impulsionados pelo Espírito Santo, o velho Simeão e a profetisa Ana foram também ao Templo. Iluminados pelo mesmo Espírito, reconheceram o seu Senhor naquela criança e o anunciaram com júbilo. Também nós, reunidos pelo Espírito Santo, vamos nos dirigir à casa de Deus, ao encontro de Cristo. Nós o encontraremos e o reconheceremos na fração do pão, enquanto esperamos a sua vinda na glória.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Vamos ao encontro do Senhor portando velas em nossas mãos. Ouçamos com atenção a exortação que a Igreja nos faz a respeito da apresentação de Cristo, que foi levado ao Templo, conforme exigia a Lei. Acendamos as velas em sinal de acolhimento ao Senhor que vem nos salvar.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Na realidade, a apresentação de Jesus no Templo não é um mistério gozoso, mas doloroso. Maria apresenta a Deus o filho Jesus, oferece-o a Deus. Ora, toda oferta é uma renúncia. Começa o mistério do seu sofrimento, que atingirá o cume aos pés da cruz. A cruz é a espada que transpassará sua alma. Todo primogênito judeu era o sinal permanente e o memorial cotidiano da libertação da grande escravidão: os primogênitos no Egito haviam sido poupados. Jesus, porém, o Primogênito por excelência, não será popuado, mas com seu sangue trará a nova e definitiva libertação. O gesto de Maria que oferece se traduz em gesto litúrgico em cada eucaristia. Quando o pão e o vinho - frutos da terra e do trabalho do homem - nos são restituídos como Corpo e Sangue de Cristo, nós também estamos na paz do Senhor, pois contemplamos sua salvação e vivemos à espera de sua vinda.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Quarenta dias após o Natal, celebramos o mistério da Apresentação do menino Jesus no Templo. Esta festa situa-se ainda no contexto natalino, apresentando outro aspecto da manifestação do Senhor: humano como nós, nasce de uma mulher e submisso às tradições da lei. É festa de pureza e de luz.

A MÃE LEVA O FILHO AO TEMPLO

A festa da Apresentação de Jesus no templo é muito significativa. Maria e José cumprem seu dever religioso e levam ao templo o menino Jesus, o filho primogênito de Maria. Os primogênitos eram consagrados a Deus, de maneira especial, significando que pertenciam a Deus e Ele podia contar com eles. Eles eram como elos de ligação entre as gerações para a transmissão da fé e da esperança nas promessas de Deus e ficavam encarregados de zelar pela continuidade da prática da religião na família e no meio do povo.
Jesus é o primogênito por excelência. Na Carta aos Colossenses, São Paulo diz que Jesus é o “primogênito de toda criação”, o “primogênito dentre os mortos” (cf Cl 1,15.18). Ele zela para que a verdadeira religião seja vivida por toda a humanidade. Ele mesmo é a realização das esperanças e das promessas de Deus à humanidade inteira e veio ao mundo como “luz para iluminar todas as nações” (Lc 2,32).
O gesto de Maria e José, ao levarem o filho ao templo de Deus, ensina várias outras coisas, que as famílias hoje não deveriam esquecer, quando nasce um filho ou uma filha. A primeira é levar a criança à igreja para agradecer e louvar a Deus pelo dom de mais uma vida humana e para consagrar essa nova criatura a Deus. Os pais, quando têm fé, reconhecem que o filho é uma dádiva de Deus para eles e para toda a comunidade humana. Eles sentem-se participantes da obra criadora de Deus e sentem a necessidade de “mostrar” o filho a Deus, de quem o receberam, e de pedir sua ajuda para criar esse filho...
Penso também na importância de buscar quanto antes o Batismo para que as crianças recebam o grande dom da “nova vida” mediante a graça sacramental. Pelo Batismo, a criança torna-se filha de Deus e membro da Igreja, família de Deus. É muito importante que ela possa receber logo esse dom da “pertença” a Deus e à família de Deus. Que pena, atualmente muitas crianças já não recebam mais o Batismo! Batizar os filhos e encaminhá-los na fé e na vida da Igreja é um compromisso assumido pelos noivos católicos no casamento, perante o altar.
Maria e José levam o menino Jesus ao templo para o introduzir na comunidade do povo de Deus. Assim fazem a verdadeira “iniciação” à prática religiosa. A “iniciação à vida cristã” das crianças deve ajuda-las a se sentirem parte da Igreja, família de Deus, desenvolvendo o sentido da pertença e da adesão a uma comunidade de fé. De fato, a prática da fé não pode restringir-se aos atos individuais. Nossa fé é vivida e praticada também na comunidade eclesial e as crianças precisam aprender isso desde cedo.
Lembremos hoje de todas as mães que têm filhos pequenos e peçamos que saibam desempenhar com fé e alegria seu papel de educadoras na fé, como Maria.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Realização da promessa

A festa da Apresentação do Senhor é celebrada quarenta dias depois do Natal. Remete-se ao século V. Comemora-se, nesse dia, o acontecimento bíblico relatado por Lucas em 2,22-40, relato próprio ao terceiro Evangelho.
O profeta Malaquias atuou em meados do século V a.C. A comunidade cristã que relê o texto do profeta Malaquias à luz da Ressurreição de Cristo encontra no trecho proposto para hoje uma clara referência a Jesus. A profecia serve de pano de fundo para o relato da apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém e o reconhecimento do Messias por parte de Simeão e Ana. O texto distingue dois personagens, presentes nos relatos da infância: o “mensageiro” cuja missão é preparar o caminho, entenda-se, o caminho do Senhor (cf. Ml 3,1a); e depois, o próprio Senhor, a pessoa esperada e desejada que entra no seu Templo (cf. Ml 3,1b). Na releitura cristã da profecia de Malaquias, trata-se de João Batista e Jesus.
Lucas parece não ter nenhuma preocupação com a exatidão histórica e cultural. Originalmente, os costumes da apresentação e purificação da mãe são distintos; Lucas parece confundi-los. A prescrição para a purificação da mulher que deu à luz encontra-se em Lv 12,1ss. Lucas modifica Lv 12,6 – não é só a mulher que deve ser purificada, mas “eles” (cf. Lc 2,22). A prescrição quanto à consagração ou apresentação do primogênito ao Senhor encontra-se em Ex 13,1.11-12. O nosso relato baseia-se em 1Sm 1,22-28. O filho primogênito tinha que ser resgatado ao completar um mês do seu nascimento, mediante o pagamento de um ciclo de prata a um membro de uma família sacerdotal (Nm 3,47-48; 18,5-16). Lucas omite toda a menção do resgate do primogênito e transforma a cerimônia numa simples apresentação do menino no Templo de Jerusalém. Seja como for, e sem nos atermos a todas as possibilidades de interpretação, parece-nos que a intenção do evangelista é fazer com que o Antigo Testamento, representado por Simeão e Ana, tome, pelo Espírito Santo, a palavra para poder proclamar que a promessa de Deus foi realizada em Jesus (cf. Lc 2,29-32). Se a cada noite a Igreja canta o nunc dimitis, é para proclamar a cada dia a realidade da salvação oferecida indistintamente a toda a humanidade. É essa luz que ilumina todos os povos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da salvação presente na nossa história.
Fonte: Paulinas em 02/02/2014

Vivendo a Palavra

A Carta aos Hebreus lembra a humanidade do Cristo: “Ele não veio para os anjos, e sim para os filhos de Abraão”. Humanidade que não impediu Simeão reconhecer no Menino Jesus o Messias prometido. O Cristo permanece entre nós. Cheios de alegria, repitamos com o velho Simeão: «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz. Porque meus olhos viram a tua salvação.»
Fonte: Arquidiocese BH em 02/02/2014

VIVENDO A PALAVRA

A Carta aos Hebreus reafirma a humanidade do Cristo: “Ele não veio para os Anjos, e sim para os filhos de Abraão”. Humanidade que não impediu Simeão reconhecer no Menino Jesus o Messias prometido. O Cristo permanece entre nós – Ele está em nossos corações! Cheios de alegria, repitamos com o velho Simeão: «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em Paz. Porque meus olhos viram a tua Salvação.»

Deus está sempre vindo ao nosso encontro, mas precisamos estar abertos à sua presença, precisamos querer vê-lo. Simeão e Ana queriam ver o Messias e estavam abertos à ação do Espírito Santo. Por isso, tiveram a oportunidade de reconhecer o salvador da humanidade naquele menino que, juntamente com tantos outros de sua época, eram apresentados em cumprimento da Lei do Senhor. Quem quer ver Jesus hoje também deve estar aberto ao Espírito Santo que nos move constantemente para a caridade e nos leva a reconhecer a presença do divino Mestre nos pobres e necessitados que precisam na nossa caridade.
Fonte: CNBB em 02/02/2014

Reflexão

APRESENTAÇÃO DO SENHOR - GLÓRIA DE ISRAEL E LUZ DAS NAÇÕES

I. INTRODUÇÃO GERAL

A liturgia de hoje é o ponto culminante do natal do Senhor, porque indica o modo como se deu a encarnação do Filho de Deus e a que ela se destina. Cristo assumiu todos os condicionamentos da humanidade, até mesmo se submeteu à lei de Moisés, pela qual era regido o povo ao qual pertenceu. Além do contexto histórico, geográfico e econômico, o evangelho mostra que a vida terrestre do “Filho do Altíssimo” (Lc 1,32) estava inserida em um contexto cultural e religioso particular. Também o destaque dado ao tipo de sacrifício realizado por sua família (Lv 5,6-7; 12,6) manifesta que ele não somente assumiu nossa humanidade, mas se fez pobre entre os pobres.
A festa da Apresentação do Senhor é bem antiga, e já houve tempo em que era celebrada em 14 de fevereiro, quarenta dias após a festa da Epifania (manifestação aos magos). Também já foi considerada como festa mariana, com o nome de “Purificação da Bem-aventurada Virgem Maria”. Mas, a partir das recentes reformas litúrgicas, o nome da festa foi mudado para “Apresentação do Senhor” e ela passou a ser celebrada quarenta dias depois do Natal. O novo título e data da celebração são uma indicação mais correta da natureza e do objeto dessa festa, visto que nesse dia a Igreja celebra um aspecto importante do mistério salvífico, e não simplesmente um acontecimento da infância de Jesus.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Lc 2,22-40): Consagrado ao Senhor

Os primeiros versículos (22-24) do evangelho proclamado na liturgia de hoje tratam especificamente da manifestação (epifania) do messiado de Jesus a partir do cumprimento dos ritos de iniciação na religião da sua família, o judaísmo. Jesus e Maria, recém-nascido e parturiente, submeteram-se a tudo que a lei de Moisés indicava a respeito do nascimento de um menino primogênito (Lv 12,1-8; Ex 13,2.12-13).
Pela circuncisão (Lc 2,21), Jesus tinha sido oficialmente marcado como membro de Israel, ingressando na aliança feita com os patriarcas e com os descendentes deles desde Abraão até os escravos libertos do Egito. No momento da circuncisão, de acordo com a lei dada por Deus a Moisés, foi imposto o nome do menino: ele foi chamado Jesus, conforme o anjo havia orientado. Naquela cultura, o nome designava a identidade e a missão da pessoa. Jesus quer dizer “Deus salva”. Isso significa que Deus nunca desistiu de salvar o mundo por meio de Israel e que cumpriu essa promessa mediante um israelita fiel, Jesus de Nazaré. Ao se tornar oficialmente membro do povo da aliança, Jesus realizou em sua vida, morte e ressurreição a vocação que Abraão e seus descendentes haviam recebido.
Pelo rito de iniciação à religião judaica, ou seja, de pertença à antiga aliança, Jesus não somente deveria ser circuncidado, mas também resgatado. O primeiro rito remetia aos patriarcas e o segundo, à libertação do Egito. O ritual do resgate estava vinculado à Páscoa, quando os primogênitos dos hebreus tiveram a vida poupada e se tornaram consagrados a Deus (Ex 13,11-15; Nm 18,15-16). O resgate significava que o primogênito era trocado por uma quantia em dinheiro e, a partir de então, podia deixar o santuário e voltar ao convívio familiar.
Propositalmente, Lucas não menciona o resgate de Jesus, que, à semelhança dos levitas (Nm 3,45), continuará sempre pertencendo a Deus. Em vez do resgate do primogênito, Lucas narra a apresentação de Jesus, evocando a entrada do Senhor no santuário para realizar uma grande purificação (Ml 3,1-4). Ao dizer que o menino foi purificado, o evangelho está afirmando que Israel inteiro foi igualmente purificado por meio dele.
Aqui cabe um esclarecimento sobre o significado de purificação. Esse termo nem sempre denota algo negativo; nesse trecho do evangelho, a impureza não é moral, mas ritual (Lv 12,2-4) e significa apenas que, após aqueles ritos, as pessoas eram reinseridas na esfera da vida comunitária, de forma análoga a uma âmbula que, após ser purificada, deixa o sacrário e pode ser mantida junto com outros objetos.
A segunda parte do evangelho de hoje (vv. 25-40) fala sobre o reconhecimento do Cristo pelos representantes dos piedosos que esperavam a vinda do Messias, ou seja, a consolação de Israel, a qual, conforme Is 40,1, é sinônimo da salvação que vem de Deus. Os “pobres de Javé” reconhecem o Messias libertador naquele frágil recém-nascido.
Primeiramente, aparece Simeão. Seu hino de louvor é também um discurso de despedida, como acontece no livro do Deuteronômio, que fecha o Pentateuco (Torah) com longa despedida de Moisés. O velho Simeão reconhece que a esperança de Israel converge para aquele menino, o qual realizará a libertação de Jerusalém, a cidade santa, que no Antigo Testamento representa todos os escolhidos de Deus. Além disso, o menino é uma luz que parte de Israel para as nações pagãs e será um sinal de contradição, pois diante dele todos terão de tomar uma decisão. Nesse sentido, ele será soerguimento para alguns e queda para outros, pois diante dele se revelarão as intenções dos corações.
Em seguida, Ana é mencionada. O nome dela significa “graça”, “favor”. Ao fazer referência à família de Ana como pertencente ao clã de Fanuel, Lucas alude a uma experiência mística do patriarca Jacó e a todos aqueles que sempre desejaram ver Deus face a face (Gn 32,30). Também a menção à tribo de Ana é algo bastante significativo, porque, no antigo Israel, a tribo de Aser ficava ao norte (Js 17,10); isso mostra que Ana era uma profetisa da Galileia e, portanto, seria considerada pelos legalistas de Jerusalém como suspeita de heresia. No entanto, é ela, e não os líderes religiosos da época, quem reconhece Jesus como Messias.

2. I leitura (Ml 3,1-4): Para purificar o seu povo

O dia do SENHOR, mencionado várias vezes no Antigo Testamento, geralmente é considerado como uma visitação ou vinda; como uma intervenção divina quase sempre iminente. O texto do profeta Malaquias afirma que o SENHOR virá ao templo de Jerusalém como um fogo purificador.
A imagem do fogo não tem por objetivo causar medo, mas é simplesmente uma metáfora tirada da vida cotidiana. Alguns aspectos do processo de refinação de metais são simbolicamente empregados várias vezes pela Escritura para discorrer sobre a purificação do pecado e como prova de fidelidade a Deus.
A prata era obtida pelo processo de fusão. Sob alta temperatura, as substâncias agregadas à superfície do metal se transformavam em pó, o qual era repelido por uma rajada de ar. Nas diversas referências bíblicas, a refinação do metal é usada simbolicamente para ilustrar o tipo de provação à qual os seres humanos são submetidos. Em momentos difíceis da história é que se pode constatar quem de fato é ou não fiel a Deus. Aqueles que permanecem fiéis, firmes na fé, experimentarão a libertação definitiva, mesmo que eventualmente suportem algumas circunstâncias difíceis.

 3. II leitura (Hb 2,14-18): Em solidariedade com cada ser humano

O tema central da carta aos Hebreus é o sumo sacerdócio de Cristo (8,1). Sacerdote significa mediador, ou seja, alguém por meio do qual se efetiva a relação entre Deus e a humanidade, entre Criador e criatura. A mediação realizada por Jesus Cristo somente é possível porque ele é totalmente divino e totalmente humano, ou seja, faz parte da esfera do Criador (é Filho) e da criatura (é homem).
Na relação de Cristo com Deus, temos o aspecto da autoridade, pois foi glorificado à direita do Pai. Já na relação com a humanidade, temos o da misericórdia, visto que, por experiência própria, participou de nossa fraqueza, sendo em tudo semelhante a nós, exceto no pecado (Hb 4,15).
Cristo é sumo sacerdote tanto por sua intimidade com o Pai quanto por sua solidariedade com a humanidade. Ambas as relações foram levadas ao extremo. A credibilidade e a solidariedade de Cristo fazem dele o fundamento da nossa fé. O ser humano pode lançar toda a sua existência sobre esse fundamento, por duas razões: porque Cristo é o Filho de Deus constituído em dignidade; porque amou a humanidade a ponto de morrer na cruz para libertá-la do poder da morte e associá-la à oferta de sua própria vida ao Pai.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Cristo é semelhante a nós e tornou-se solidário conosco, participando de nossas fraquezas, exceto do pecado; da mesma forma, estamos unidos a ele, sendo associados à sua oferta ao Pai. A apresentação/consagração do menino Jesus no templo é também a nossa consagração a Deus, por causa da nossa união com o Filho humanado.
A morte significa separação. Mas, como estamos unidos a Cristo e ele está junto do Pai, nada poderá nos separar de Deus; portanto, estamos livres do poder da morte.
Por tudo que foi mostrado pelas leituras de hoje, o presidente da celebração deve enfatizar a centralidade do mistério da salvação, evitando separar a infância de Jesus do restante de sua vida, principalmente do momento da cruz, ressurreição e ascensão.
Para enfocar a totalidade do mistério salvífico, pode haver, durante a celebração, o acendimento de velas no círio pascal ou uma procissão com velas, destacando a unidade entre a Apresentação de Jesus e a Páscoa, quando de fato o Cristo se tornou “luz para as nações”.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.
Fonte: Vida Pastoral em 02/02/2014

Reflexão

Apresentação do Senhor (festa)

A festa de hoje, cuja origem remonta ao século IV, era chamada Purificação de Nossa Senhora, lembrando o cumprimento da lei, conforme descrição do segundo capítulo de são Lucas. Quarenta dias após o nascimento Jesus foi levado ao Templo para se cumprir a lei a respeito dos primogênitos e a respeito da purificação da mãe. A reforma litúrgica de 1960, querendo dar o verdadeiro sentido ao acontecimento de origem, que é a oferta de Jesus ao Pai, símbolo do sacrifício da cruz, deu o nome de Apresentação do Senhor. Nem Jesus, nem Maria estavam sujeitos a essa lei, pois eram sem pecado, mas quiseram dar-nos exemplo de submissão às autoridades. É comovente lição de humildade, juntamente com a de pobreza demonstrada no presépio.
O encontro do Senhor com o profeta Simeão e a profetisa Ana no Templo ressalta o caráter sacrifical da celebração e a comunhão pessoal de Maria com a morte de Jesus na cruz. Simeão profetizou a respeito de Maria: “Uma espada traspassará tua alma”. Maria, por causa da sua íntima união com a pessoa de Cristo, foi associada ao sacrifício do Filho. O imperador Justiniano decretara feriado para todo o império do Oriente nesse dia.
Roma adotou a festividade na metade do século VII. O papa Sérgio I instituiu a mais antiga das procissões penitenciais de Roma. Partia da igreja de santo Adriano e chegava até a igreja de santa Maria Maior. O rito da bênção das velas se inspirava nas palavras do velho Simeão: “Meus olhos viram a tua Salvação que preparaste diante de todos os povos, como luz para iluminar as Nações”. Data de Beda, o Venerável, a notícia que esta procissão opunha-se à procissão dos Lupercalia dos romanos e era destinada à reparação das extravagâncias que se faziam em tais circunstâncias.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Fonte: Paulus em 02/02/2014

Reflexão

Apresentação do Senhor - LEVANTAR E CAMINHAR PARA  A FRENTE

Diz um pensamento que a humildade é o mais alto grau da sabedoria. Faz sentido. A humildade nos dá abertura. A arrogância, ao contrário, fecha-nos à novidade. Os humildes estão sempre aprendendo. Não se dão por completos. Os arrogantes e orgulhosos podem parar no tempo. A celebração de hoje nos convida a meditar sobre o reino de Deus, o reino dos humildes.
O reino de Deus, ao contrário dos reinos que, ao longo da história se instalaram no mundo, é o reino dos pobres. Não é o reino da ostentação, das pompas e circunstâncias. Não é o reino do orgulho, da segregação, do poder dominador e cruel. O reino de Deus é acolhida, simplicidade, união das diferenças. É o reino do entendimento, da concórdia, da paz, do amor. É o reino daquele que se esvaziou por amor, daquele que, do alto da cruz, mesmo na dor, não desistiu do projeto do Pai: amar até o fim.
É nesse sentido que podemos meditar sobre o texto das bem-aventuranças. As bem-aventuranças são oito ilustrações de como se pode viver centrado no projeto de Deus. É um ensinamento sobre a relação entre o discípulo e o reino. Deus age na vida do discípulo. O grande esforço deste consiste em fazer o querer de Deus. Nisso consiste sua felicidade. Mas não é uma felicidade do “bem-bom”. A felicidade está na consciência de que sua vida é centrada em Deus. Mesmo nas perseguições.
Por isso, o seguimento implica, além da humildade, muita coragem. Quando Jesus diz “bem-aventurado”, ele quer dizer “levante, caminhe para frente”. Ou seja, a felicidade é um caminho. Ninguém é feliz no comodismo, no medo. A felicidade se faz caminhando. Todo dia. Mas não é um caminhar para lugar nenhum, tampouco na solidão. É um caminho partilhado com os irmãos na fé e na humanidade. O caminho da felicidade nos leva até Deus.
As bem-aventuranças nos mandam alargar o pensamento, não olhar somente para nosso umbigo, não ser indiferentes aos que têm fome e sede. Não ser medíocres, mas ajudá-los a levantar e caminhar com eles, assim como fez Jesus. Ele nunca temeu apoiar os mais sofredores, os aflitos, os famintos, os discriminados e dirigir-lhes palavras de esperança.
As bem-aventuranças são o anúncio de que Deus nos ama e está do nosso lado. Elas confirmam que dias melhores virão e que a situação de dor vai mudar. As bem-aventuranças nos asseguram que encontramos a felicidade vivendo na dinâmica do reino de Deus.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, SSP
Fonte: Paulus em 02/02/2014

Reflexão

Apresentação do Senhor - A DANÇA DAS VELAS

Celebramos hoje a festa da luz. Aquela luz que é o próprio Cristo, a iluminar os que andam nas trevas e nas sombras da morte.
Será que a luz da pequena vela consegue ainda despertar em nós alguma emoção e provocar-nos algum estremecimento? Porque aquela chama, por pequena e frágil que seja, simboliza a chama de nossa fé em Cristo, recebida no batismo.
É bem possível que, no festival colorido de tantas luzes artificiais, a memória daquela pequena chama tenha se apagado em definitivo. Isso significa que nossa fé em Cristo, por ela simbolizada, entrou em crise.
Continuamente provada pelas inúmeras tentações da vida, nossa fé sempre corre perigo de “dançar” ao sabor dos ventos do materialismo. Oportunistas que somos, confessamo-la nas situações favoráveis. Levantamo-la quando todos a levantam; escondemo-la quando há perigo de zombaria ou de perseguição por causa dela.
Há momentos de entusiasmo em que daríamos até a vida por ela; há momentos em que somos até capazes de renegá-la. Em outras palavras, na hora em que tudo corre de acordo, confessamo-nos cristãos; na hora dos reveses, viramos descrentes.
Esta é a “dança” a que nossa fé está submetida. Mas aquela fé que aprende a dançar ao ritmo dos acontecimentos humanos não demonstra ter raízes profundas. Cabe-lhe aprender a permanecer firme: no meio da tempestade e no meio da bonança, na hora da derrota e na hora da vitória, perante a morte e perante a vida.
Então, o que estamos fazendo com a luz da fé que um dia nos foi entregue? A luz é para aquecer e iluminar. Com tanto frio e tanta escuridão invadindo a terra, não temos o direito de apagá-la nem de escondê-la debaixo de tampas sepulcrais.
Pe. Virgílio, ssp
Fonte: Paulus em 02/02/2014

Reflexão

Quarenta dias após o nascimento, Jesus é consagrado ao Senhor, conforme previa a lei mosaica. Segundo essa lei, todo primogênito masculino devia ser levado ao Templo e oferecê-lo ao Senhor e, ao mesmo tempo, fazer a purificação ritual da mãe. Os pais o resgatam mediante a oferta de um par de pombinhos (oferta dos pobres). Essa festa teve início no Oriente com o nome de “festa do encontro” (hipapante), depois se estendeu ao Ocidente, e tomou o nome de “festa das luzes” (candelária). Com essa festa, encerram-se as comemorações natalinas. O evangelho narra justamente esse acontecimento. Ao mesmo tempo que os pais do menino o apresentam ao Senhor, ele é, nas figuras de Simeão e Ana, apresentado à humanidade. A vela acesa representa o “menino luz” que ilumina mulheres e homens de boa vontade. A vela que cada um acende simboliza que nos comprometemos com o projeto de Jesus e, ao mesmo tempo, nos tornamos também luzes do mundo. A oferta do filho que os pais fazem ao Pai se completará quando Jesus, na cruz, entrega toda a sua vida nas mãos de Deus.
Oração
Ó Jesus Menino, luz para iluminar as nações, em Jerusalém foste apresentado ao Senhor. Indizível alegria para Simeão, que esperava a “consolação de Israel”. Desafio para tua mãe que, ao ser abençoada, ouviu de Simeão a profecia de que tu serias “causa de queda e reerguimento de muitos em Israel”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

É fácil hoje envolver os filhos nas coisas da fé? - Acho difícil cumprir os preceitos da Igreja? - Eu me ocupo em primeiro lugar das coisas de Deus? - Consigo crescer espiritualmente ou estou sempre na mesma?- Tenho oportunidade de rezar em família? Em que circunstâncias?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional 02/02/2014

Meditando o evangelho

MEUS OLHOS VIRAM A SALVAÇÃO

Fiéis às tradições religiosas do povo, Maria e José cumpriram o rito de apresentação do filho primogênito. Este gesto simples revestiu-se de simbolismo. Quem tinha sido levado ao templo, mais que filho de Maria e José, era o Filho de Deus. A liturgia de apresentação evidenciou os dois grandes eixos da existência de Jesus: sua humanidade e sua divindade. Fora apresentado o homem Jesus, com todas as suas características socioculturais e familiares, em sua fragilidade de recém-nascido, na pobreza de seus pais, inferiorizado, em termos religiosos, por ser galileu. No menino Jesus, expressou-se a humanidade, de forma irrestrita. Ele não fora poupado em nada, ao aceitar encarnar-se na história humana. Entretanto, ao consagrá-lo a Deus e fazendo-o, daí em diante, pertencer-lhe totalmente, a liturgia evidenciava a divindade de Jesus. Aquele menino indefeso pertencia inteiramente a Deus, em quem sua existência estava enraizada. Era o Filho de Deus. Por isso, no templo, estava em sua própria casa. Suas palavras e ações seriam a manifestação do amor de Deus. Por meio dele, seria possível chegar até Deus. Uma vez que podia ser contemplada em sua pessoa, sua divindade fazia-se palpável na história humana. Assim se explica por que Simeão viu a salvação de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, como Simeão, eu vejo em ti a salvação atuando em minha vida e na vida da humanidade, sedenta de Deus.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. UM DEUS EM FAMÍLIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A igreja ensina que toda criança de pais cristãos deverá ser batizada nos primeiros meses de vida, pois o batismo é uma consagração da criança a Deus, era costume entre os judeus a apresentação do primogênito no templo, quando a mesma era circuncidada, uma espécie de batismo que marcava a criança como propriedade de Deus e pertencente a ele, além da sua inserção na comunidade.
Os avós ou as pessoas idosas, queridas da família, costumam carregar a criança e sonhar com um futuro maravilhoso para ela. Na comunidade onde Jesus foi apresentado, Simeão e Ana eram os mais idosos e coube a eles recepcionar Maria e José na porta do templo, como faz os irmãos e irmãs da pastoral do batismo. Eles representam toda a comunidade e o povo de Israel, que pode enfim contemplar o prometido de Deus, aquele que veio trazer a salvação a toda humanidade.
Nesta vida sonhamos tantos sonhos, mas parece que quando chega a idade, paramos de sonhar. Simeão e Ana guardavam no coração a esperança de ver o Messias, aqui não se trata de uma esperança humana, mas de uma esperança que brota da fé, essa crença muito viva presente no coração das pessoas simples, de que Deus irá agir e a humanidade encontrará seu verdadeiro caminho e cada ser humano resgatará sua imagem e semelhança do Criador.
Nas palavras proféticas do velho Simeão, aquele menino irá derrubar e erguer muitos em Israel, e os pensamentos de muitos corações serão desvendados. Para reformar uma casa velha, é preciso derrubar para depois reerguer. As lideranças religiosas não aceitaram e não quiseram fazer esta reforma que renova o íntimo do homem, pela ação salvífica realizada por Jesus.
Esta rejeição irá doer e traspassará a alma de Maria como uma espada cortante. Não se trata de um mau agouro, mas de uma verdade presente até hoje em nosso meio quando o evangelho de Cristo e o seu reino de amor e de justiça continuam sendo rejeitados por toda a sociedade. Aonde começa essa rejeição? Precisamente no seio da família que é sagrada porque inicia a criança nessa vida nova recebida no batismo, levando-a aos poucos a descobrir-se como filha querida de Deus.
Família não é um agrupamento de pessoas que moram sob um mesmo teto, mas sim de pessoas que tem uma comunhão de vida dentro de uma corresponsabilidade, partilha e fraternidade. Infelizmente em nossos dias o que prevalece é o individualismo, cada membro da família tem sua vida, seus interesses, suas amizades e preferências de modo que em uma mesma família podemos ter pessoas de diferentes credos, culturas ou ideologias. O pai e a mãe deixam de ser educadores e formadores dos filhos, e a pós-modernidades é que dita as normas e ensina como viver, e que valores são importantes.
Maria e José não eram figuras decorativas na vida de Jesus, mas exerceram com seriedade, empenho e santidade a missão que lhes fora confiada por Deus: a de serem educadores e catequistas do seu Filho.
A formação do caráter e da personalidade da pessoa exige um equilíbrio, é preciso ter um pai e uma mãe, que sejam testemunhos de amor e exemplo de vida para os filhos, pois nossa primeira igreja é a família.
Nessa pequena comunidade aprende-se o sentido da vida a partir de uma vivência pautada pelo amor e o respeito ao outro, e assim a família é como um pequeno riacho de águas puras e cristalinas que nos leva ao rio maior que é a comunidade, que por sua vez nos leva ao infinito da plenitude em Deus.
José e Maria, apesar de terem uma missão tão especial e grandiosa, de serem os educadores do Filho de Deus, não se fecharam em seu privilégio, mas abriram-se á comunidade à qual levaram a criança, quando se completaram os dias da purificação da mãe, para ser apresentado no templo e assim consagrar a Deus. Nossos filhos não são nossos, mas pertencem a Deus e devem descobrir o sentido da vida a partir da sua vocação para viver o amor. Essa descoberta começa na família e depois se torna madura na vida em comunidade, pois é na igreja que descobrimos e entendemos nossa vocação de servir.
A lei dizia que “todo primogênito do sexo masculino, deveria ser consagrado ao Senhor”, mas Maria e José não estão ali simplesmente para cumprirem uma lei, mas é que a fé que tem em Deus, fazem eles perceberem que aquele filho não lhe pertence, mas é uma dádiva para toda humanidade. Um dia aquele menino irá crescer, e na graça de Deus irá se descobrir como um ungido do senhor, nada poderá detê-lo em sua missão, a vocação do amor que quer servir extrapola a vida familiar. José e Maria sabem disso e por isso oferecem um sacrifício, um par de rolas ou dois pombinhos, como ordenava a lei do Senhor.
Os filhos representam tanto para nós, e talvez tão pouco para transformarem o mundo, assumindo a vocação do amor. Muitas vezes desejamos que os filhos sejam grandes e importantes para si mesmos, entretanto, eles são a nossa maior contribuição para ajudar a melhorar o mundo e a sociedade. Maria e José não querem de maneira egoísta “guardar” o menino só para si, mas o consagra a Deus que irá dá-lo para os homens.
Maria é a fonte transbordante, plena de graça divina, José é o homem justo, sábio e forte, porque lê os acontecimentos da vida com os olhos da fé... O menino tem por quem “puxar”... Toda família torna-se sagrada quando as pessoas que dela fazem parte sabem reconhecer na missão do outro o agir de Deus.
"O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria e da graça de Deus." Lc.2,40
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Todo primogênito masculino será consagrado ao Senhor - Lc 2,22-40
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus é a luz que veio iluminar todas as nações. Ele é a glória do povo de Israel. Hoje, quarenta dias após o seu nascimento, o menino Jesus é levado ao Templo. Segundo a Lei de Moisés, a mãe devia se purificar e resgatar o primeiro filho homem, oferecendo um cordeiro e um pombinho. Se não tivesse dinheiro, podia oferecer dois pombinhos. Foi o que Maria e José fizeram.
No Templo, a Sagrada Família encontrou o velho Simeão, homem santo, a quem foi revelado que não morreria sem ver antes o Salvador prometido. Encontrou também uma anciã, a profetisa Ana. Ambos abençoaram José, Maria e o menino, e glorificaram a Deus porque seus olhos puderam ver o Salvador. Foi nesse momento que Simeão entoou o cântico que chamamos de “Nunc Dimittis”, que significa “Agora podeis deixar partir”. Com o menino Jesus nos braços, Simeão disse: “Deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo”.
O profeta Malaquias viu o Senhor, o mensageiro ou o anjo da Aliança, entrando no Templo. É o esperado e o desejado, e sua entrada foi solene. Vem precedido de outro anjo, que prepara o caminho para a chegada de Deus. Elias e João Batista são os precursores que preparam o caminho. O anjo ou mensageiro da Aliança é o Messias, é o menino Jesus, Salvador. Já dizia o evangelista São João que João Batista não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. “O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo homem”.
Cante, então, com a Irmã Verônica Firmino, fsp: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Os que viviam com medo encontraram a paz. Ao povo oprimido ele trouxe a liberdade, aos pobres e infelizes mostrou a felicidade. É Jesus, Jesus é a luz, a luz que todos esperam. É Jesus, Jesus é a paz, que vence o ódio e a guerra. Luz do mundo, luz da vida, a luz que nos faz irmãos. Com ele não há trevas, nem dor e nem escuridão”.

No evangelho de hoje, nos é mostrado José e Maria, que formam uma família israelita comum, religiosa, que cumpre seus deveres e devoções. Seguindo a tradição cumprem o ritual de purificação da mãe e a apresentação de Jesus no templo: "Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor". Jesus é consagrado ao Pai. José e Maria apresentaram Jesus como pobre, oferecendo um casal de rolinhas ou pombinhas, a menor das ofertas.
Lucas era muito inteligente e sabia bem o que escrevia. Repare que nesta passagem da apresentação do Jesus no templo, o evangelista insiste em mostrar como os pais de Jesus seguiam às leis, todavia, o mais importante são as profecias de Simeão. De fato, Jesus foi sinal de contradição, pois sempre seguiu às leis, todavia, foi Ele mesmo quem veio libertar o povo destas mesmas leis que oprimiam.
O filho de Deus é apresentado em Sua casa como pobre, um contraste com a riqueza do templo. No Templo encontram o velho Simão que fala maravilhas do menino Jesus: "luz para iluminar as nações", luz que vinha de Deus pai, e de sua santidade, luz que nos libertada do pecado e da opressão. Jesus será aceito pelos excluídos e marginalizados da sociedade, e os poderosos e doutores da o rejeitarão, sendo então sinal de contradição O que foi dito de Jesus deixam José e Maria admirados. Jesus estava agora no Templo em comunhão do o Pai, a casa do Pai que também era sua casa. E o Filho voltará para restaurar a casa do Pai, agora descaracterizada, pois Deus é e será sempre o protetor dos pobres, como o foi Jesus em sua vida inteira.
Irmãos e irmãs, que Jesus, Maria e José, sejam para nós o modelo de família que é a imagem de Deus, sinal de amor entre Deus e a humanidade e da entrega Cristo a sua Igreja. Jesus nos é apresentado todos os dias, basta que percebamos seus sinais, mesmo nas pequenas coisas, encontramos sinais de Cristo. Percebendo seus sinais nos tornamos pessoas melhores, menos egoístas, mais humanos, perdoando e sendo perdoados, sendo misericordiosos nos tornaremos luz na vida de alguém. Nos tornando luz para quem necessita, é sinal que nós acolhemos Jesus e seus ensinamentos, e que queremos nos libertar de nossos pecados. Não esquecendo que deixando nosso coração fechado para luz da vida de Cristo, este é principal caminho para nossa queda. E somos livres para escolher que caminho seguir o caminho da justiça que liberta, ou da injustiça que a morte a todos.
Maria nosso exemplo de mãe e missionária, em sua humildade aceitou e guardou em seu coração, tudo o que lhe foi dito no Templo. Protegeu o Filho, mas sabia que O estava criando para humanidade. Aprendamos de Maria tudo o que ela tem a nos ensinar.
Que Jesus seja a luz de nossas vidas, que possamos estar sempre a serviço do Reino, e nos consagremos inteiram. Confiemos em seu amor de Pai que nunca deixa um filho desamparado, mesmo quando achamos que fomos por ele abanados, Ele estará aqui sempre perto, no consolando e protegendo.
Senhor Jesus, possa eu aprender de ti e de tua família a obediência ao Pai e o serviço humilde à humanidade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 02/02/2014

O que nós precisamos, hoje, é pedir a Deus  a sublime graça de vivermos essa consagração, essa entrega a Deus! Qual é o tempo que você consagra ao Senhor na sua vida?

‘‘Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor” (Lucas 2, 22).

Já se passaram quarenta dias que nós celebramos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e, hoje, os pais d’Ele O estão levando ao Templo. Conforme prescreve a Lei, toda criança do sexo masculino, aliás, todo primogênito do sexo masculino, deveria ser apresentado ao Templo para ser consagrado ao Senhor.
Jesus é o grande consagrado de toda a humanidade, Ele, além de cumprir a Lei, assim fazem os pais d’Ele quando O apresentam ao Templo; o Senhor nos mostra o modelo de consagração e de entrega a Deus. Desde criança Jesus é totalmente entregue ao serviço do Senhor.
Ao lado de Jesus, ali naquele Templo, estão outras pessoas que, a seu modo e a sua maneira, estão também consagrando seu serviço ao Reino de Deus. Ali estão Maria e José, que consagram a vida, o tempo e todo o ser à vida e ao ministério de Jesus e ao Reino de Deus.
Naquele Templo, também se encontra o velho Simeão, que vai pegar Jesus nos seus braços, contemplá-Lo, agraciá-Lo e louvar a Deus por aquilo que os seus olhos estão contemplando. Ali também está uma profetisa chamada Ana, viúva, que serve a Deus dia e noite no Templo. Na sua viuvez ela pode contemplar a presença do Senhor.
Hoje, nós queremos apresentar a Deus o coração de todos nós, que nos consagramos ao serviço do Senhor: sacerdotes, missionários, religiosos, religiosas, moças, rapazes, em comunidades, em mosteiros, entre outros, nos diversos estágios de vida consagrando a vida a Deus. Eu penso que todo cristão, pela graça do batismo, pode fazer a mesma coisa, uns se consagram a Deus de forma integral, pelos votos evangélicos. E louvado seja Deus por isso! Mas a verdade é que todos nós podemos consagrar a nossa vida ao Senhor e, o batismo nos dá essa graça!
O que nós precisamos, hoje, é pedir a Deus  a sublime graça de vivermos essa consagração, essa entrega a Deus, essa disponibilidade para Deus de forma mais séria e concreta na vida de cada de um de nós.
Consagrar-se a Deus significa colocar-se à disposição d’Ele! O que você tem consagrado a Deus? O seu tempo, seus bens, sua disponibilidade, suas orações, o que você faz? Qual é o tempo que você consagra a Deus na sua vida?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/02/2014

Oração Final
Pai Santo, José e Maria nos deixam o exemplo do respeito aos ritos do seu povo. O Menino é apresentado no Templo, conforme a Lei de Moisés. Inspira-nos, Pai amado, por teu Espírito, para participarmos consciente e ativamente na vida sacramental da nossa comunidade, nós te pedimos por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/02/2014

ORAÇÃO FINAL

Pai Santo, José e Maria nos deixaram o exemplo de respeito aos ritos do seu povo. O Menino é apresentado no Templo, conforme a Lei de Moisés. Inspira-nos, amado Pai, a participar plenamente conscientes e cheios de gratidão da Vida Sacramental da nossa Comunidade, nós Te pedimos por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.