sábado, 13 de janeiro de 2024

LITURGIA DIÁRIA - 12/01/2024


Tema do dia

FELIZ O POVO QUE CAMINHA COM O SENHOR, À LUZ DA SUA FACE

O texto de hoje mostra o bom senso do profeta Samuel, que adverte aos filhos de Israel a respeito dos direitos (e possíveis abusos) do rei, que eles tanto desejavam; e também a teimosia desse povo que, mesmo assim, ansiava por alguém que o liderasse na luta contra os inimigos.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/01/2020

PALAVRAS DO SANTO PADRE

«Jesus, vendo a sua fé, disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados são-te perdoados!”» (v. 5). E depois, como sinal visível, acrescentou: «Levanta-te, pega no teu leito e vai para casa!» (v. 11). Que maravilhoso exemplo de cura! A ação de Cristo é uma resposta direta à fé daquelas pessoas, à esperança que n'Ele depositam, ao amor que manifestam uns aos outros. E assim Jesus cura, mas não cura simplesmente a paralisia, cura tudo, perdoa os pecados, renova a vida do paralítico e dos seus amigos. Faz nascer de novo, digamos assim. Uma cura física e ao mesmo tempo espiritual, fruto de um encontro pessoal e social. Imaginemos como esta amizade e a fé de todos os presentes naquela casa cresceram graças ao gesto de Jesus. O encontro de cura com Jesus! E assim perguntemo-nos: como podemos ajudar a curar o nosso mundo hoje? Como discípulos do Senhor Jesus, que é médico das almas e dos corpos, somos chamados a continuar «a sua obra de cura e salvação» (CIC, n. 1.421) em sentido físico, social e espiritual. (Audiência Geral de 5 de agosto de 2020)

Oração para antede lea Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, tlouvte faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

Sexta-feira, 1ª Semana do Tempo Comum, Ano Par (II)
Cor: Verde


Primeira Leitura (1Sm 8,4-7.10-22a)
1ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira - 12/01/2024

Leitura do Primeiro Livro de Samuel.

Naqueles dias, todos os anciãos de Israel se reuniram, foram procurar Samuel em Ramá, e disseram-lhe: “Olha, tu estás velho, e teus filhos não seguem os teus caminhos. Por isso, estabelece sobre nós um rei, para que exerça a justiça entre nós, como se faz em todos os povos”.
Samuel não gostou, quando lhe disseram: “Dá-nos um rei, para que nos julgue”. E invocou o Senhor. O Senhor disse a Samuel: “Atende a tudo o que o povo te diz. Porque não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que eu não reine mais sobre eles”.
Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedira um rei e disse: “Estes serão os direitos do rei que reinará sobre vós: Tomará vossos filhos e os encarregará dos seus carros de guerra e dos seus cavalos e os fará correr à frente do seu carro. Fará deles chefes de mil, e de cinquenta homens, e os empregará em suas lavouras e em suas colheitas, na fabricação de suas armas e de seus carros.
Fará de vossas filhas suas perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tirará os vossos melhores campos, vinhas e olivais e os dará aos seus funcionários. Das vossas colheitas e das vossas vinhas ele cobrará o dízimo, e o destinará aos seus eunucos e aos seus criados. Tomará também vossos servos e servas, vossos melhores bois e jumentos, e os fará trabalhar para ele. Exigirá o dízimo de vossos rebanhos, e vós sereis seus escravos.
Naquele dia, clamareis ao Senhor por causa do rei que vós mesmos escolhestes, mas o Senhor não vos ouvirá”. Porém, o povo não quis dar ouvidos às razões de Samuel, e disse: “Não importa! Queremos um rei, pois queremos ser como todas as outras nações. O nosso rei administrará a justiça, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras”.
Samuel ouviu todas as palavras do povo e repetiu-as aos ouvidos do Senhor. Mas o Senhor disse-lhe: “Faze-lhes a vontade, e dá-lhes um rei”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório Sl 88(89),16-17.18-19 (R. cf. 2a)
1ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira - 12/01/2024

— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

— Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! Exultará de alegria em vosso nome, dia a dia, e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça.
— Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. Do Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, ele reina sobre nós, é o Santo de Israel!

Evangelho (Mc 2,1-12)
1ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira - 12/01/2024


Levanta-te, toma teu leito e vai para tua casa

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia. (Lc 7,16)

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. Reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra.
Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado.
Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: “Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”.
Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!”
O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração para depois de ler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada,  meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 11/01/2024

ANO B


Mc 1,40-45

Comentário do Evangelho

O segredo messiânico

No último dia 11, já apontamos a gravidade religiosa da lepra e como ela era tratada pelo sistema judaico de pureza. Se no texto paralelo ao de hoje, a saber, Lc 5,12-16, é o narrador quem diz da recomendação de Jesus de que o homem purificado não dissesse nada a ninguém, em Marcos é o próprio Jesus quem toma a palavra: "Não contes nada a ninguém.". Com isso estamos diante de uma das características do segundo evangelho: o "segredo messiânico". Esse recurso teológico-literário tem uma dupla finalidade: a) permitir que o ouvinte ou leitor do evangelho responda, ele mesmo, à pergunta central do evangelho segundo Marcos: "quem é Jesus?"; resposta que só pode ser dada ao fim da narração evangélica; b) não identificar Jesus com qualquer corrente messiânica do seu tempo, mas manter o ouvinte aberto à novidade de Jesus Cristo. Não obstante a recomendação, a fama de Jesus se espalha. Ele não é o promotor de sua fama, ao contrário, "ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, move meu coração para fazer o bem a quem precisa de misericórdia. Que eu seja tua presença amorosa junto deles.
Fonte: Paulinas em 16/01/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

A cura do leproso


Curou doentes, libertou possessos, curou a sogra de Pedro, purificou leprosos, sem propaganda. “Não contes nada a ninguém!” Jesus quer o bem da pessoa, e o quer com sinceridade. “Eu quero, fica purificado!” “Se queres, tens o poder de purificar-me!” Se queres, podes purificar a minha mente e o meu coração. Coração pesado de tantos sentimentos. Mente povoada de pensamentos que não se aquietam. Um pobre leproso.
A Lei não podia curá-lo. Podia apenas declarar a enfermidade e impor limites ao enfermo. A Lei foi dada por Moisés. A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ele pode e quer. Eu posso ser purificado hoje, partir, proclamar, divulgar. Posso começar uma vida nova em todos os sentidos.
Até mesmo na doença. Releio o texto e me uno ao leproso. Ajoelho-me. Suplico. Jesus o adverte com energia para que não conte nada a ninguém. É na compaixão que Deus mostra o seu poder. O leproso curado deve se apresentar ao sacerdote e fazer a oferenda para cumprir a Lei, não para confrontá-la. O confronto é com quem desvirtua a Lei.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Jesus tocou no leproso. Quebrava, mais uma vez, a regra que excluía os doentes do convívio social. Que fique para nós, que desejamos ser seus seguidores, a lição de não nos deixarmos vencer por preconceitos, mas que sejamos uma comunidade acolhedora dos diferentes, capaz de orar pelos adversários.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus tocou no leproso. Quebrava, mais uma vez, a regra que excluía os doentes do convívio social. Que fique para nós, que desejamos ser seus seguidores, a lição de não nos deixarmos vencer por preconceitos, mas que sejamos uma comunidade acolhedora dos diferentes, capaz de orar pelos adversários.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2020

Reflexão

Uma das promessas que sempre estão presentes nas profecias do Antigo Testamento a respeito dos tempos messiânicos é a cura da lepra. Isso acontece porque a lepra era uma das doenças mais temidas entre as pessoas, principalmente porque uma das suas consequências era a exclusão social e religiosa. Ao curar uma pessoa da lepra, Jesus não apenas o livra da doença em si que a faz sofrer como também a reintegra na vida social e religiosa. Por isso entendemos a alegria do homem que foi curado, que fez com que ele não fosse capaz de guardar o fato só para si, mas passou a divulgá-lo de tal modo que Jesus não podia mais aparecer em público.
Fonte: CNBB em 16/01/2014

Reflexão

Por que Jesus fica “irado” ao acolher o leproso? Jesus está indignado com a sociedade que, além de não curar os leprosos, os mantém afastados do convívio social e do culto religioso. Conforme mentalidade da época, o leproso é considerado impuro e excluído do Reino de Deus. Jesus, ao invés, tem vontade (“Quero”) de restituir-lhe a saúde (“fique purificado”) e reintegrá-lo na convivência social e religiosa. O Reino de Deus não exclui ninguém da salvação. Deus acolhe a todos, não somente os que cumprem certas condições de pureza física ou ritual. Por que Jesus pede ao homem curado para não divulgar o fato? Porque ele acaba de tomar posição pública contra a marginalização e contra a Lei que a prescreve; quer evitar que as autoridades o retirem de circulação, já que sua fama se espalhou por toda parte.
Oração
Ó Jesus, bondoso Mestre, compreendemos o motivo de tua ira diante do leproso. Tua indignação é contra a instituição religiosa que marginaliza as pessoas e despreza as vítimas da lepra. O Deus que revelas para nós é um Deus misericordioso, compassivo e que acolhe a todos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 16/01/2020

Reflexão

A atividade incansável de Jesus continua. Um leproso (hanseniano) se aproxima e reconhece que o Mestre tem o poder de curá-lo. Sem se preocupar com a lei mosaica segundo a qual o contato com um leproso tornava a pessoa impura, Jesus estende a mão, toca nele e o cura. Apesar da ordem de Jesus, o beneficiado não consegue conter-se e espalha a notícia. A lepra era uma doença que obrigava o doente a viver afastado da sociedade. Muitas vezes essa lepra era apenas alguma doença da pele. Provavelmente a ira de Jesus seja contra as pessoas e as estruturas que discriminam e marginalizam as pessoas. Os gestos de Jesus são sempre no sentido de devolver dignidade às pessoas. O discípulo de Jesus só será fiel se estiver disposto a superar os preconceitos e discriminações que impedem de se aproximar do próximo carente e realizar gestos de compaixão.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 13/01/2022

Reflexão

Por que Jesus fica “irado” ao acolher o leproso? Jesus está indignado com a sociedade que, além de não curar os leprosos, os mantém afastados do convívio social e do culto religioso. Conforme mentalidade da época, o leproso é considerado impuro e excluído do Reino de Deus. Jesus, ao invés, tem vontade (“quero”) de restituir-lhe a saúde (“fique purificado”) e reintegrá-lo na convivência social e religiosa. O Reino de Deus não exclui ninguém da salvação. Deus acolhe a todos, não somente os que cumprem certas condições de pureza física ou ritual. Por que Jesus pede ao homem curado para não divulgar o fato? Porque ele acaba de tomar posição pública contra a marginalização e contra a Lei que a prescreve; quer evitar que as autoridades o retirem de circulação, já que sua fama se espalhou por toda parte.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«‘Se queres, tens o poder de purificar-me’(...)‘Eu quero, fica purificado’!»

Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer
(Barcelona, Espanha)

Hoje, durante o nosso tempo diário de oração desejamos e pedimos para ouvirmos a voz do Senhor. «Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações!» (Heb 3,7-8). Esta breve citação contém duas coisas: um desejo e uma advertência. Ambas convêm nunca esquecer.
Mas, provavelmente, com demasiada frequência preocupamo-nos em preencher esse tempo com as palavras que Lhe queremos dizer e não deixamos tempo para ouvir o que Deus nos quer comunicar. Velemos pois para cuidarmos o silêncio interior que —evitando distrações e concentrando a nossa atenção—abre um espaço para acolhermos os afetos, inspirações… que o Senhor, certamente, quer suscitar nos nossos corações.
Um risco que não podemos esquecer, é o perigo de que o nosso coração —com o tempo —se vá endurecendo. Por vezes, os golpes da vida podem-nos converter, mesmo sem nos darmos conta, numa pessoa mais desconfiada, insensível, pessimista, sem esperança… Devemos pedir ao Senhor que nos torne conscientes desta possível deterioração interior. A oração é uma ótima ocasião para dar uma olhadela serena à nossa vida e a todas as circunstâncias que a rodeiam. Devemos ler os diversos acontecimentos à luz dos Evangelhos, para descobrirmos que aspectos necessitam uma verdadeira conversão.
Tomara que peçamos a nossa conversão com a mesma fé e confiança com que o leproso se apresentou a Jesus!: «De joelhos, suplicava-lhe: “Se queres, tens o poder de purificar-me”!». (Mc 1,40). Ele é o único que pode tornar possível aquilo que por nós próprios resultaria impossível. Desejamos que Deus atue com a sua graça em nós, para que o nosso coração seja purificado e, dócil no seu agir, seja cada dia mais um coração à imagem e semelhança do coração de Jesus. Ele, com confiança, diz-nos: «‘Eu quero, fica purificado’» (Mc 1,41).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Jesus, sobretudo com seu estilo de vida e com suas ações, há demostrado como no mundo em que moramos está presente o amor. Este amor [misericordioso de Deus] se faz notar particularmente no contato com o sofrimento, a injustiça, a pobreza» (São Joao Paulo II)

- «Vivemos neste mundo no que Deus não tem a evidência do palpável. Só se pode lhe encontrar com o impulso do coração e reconhecer que não só vivemos de “pão”, se não ante tudo da obediência à Palavra de Deus» (Bento XVI)

- «Os homens, cooperadores muitas vezes inconscientes da vontade divina, podem entrar deliberadamente no plano divino, por suas ações por suas orações e também por seus sofrimentos (cf. Col 1,24). Tornam-se então plenamente “cooperadores de Deus” (1Cor 3,9) e do seu Reino» (Catecismo da Igreja Católica, n°307)

Reflexão

O “impulso do coração” no encontro com Deus

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, a audaz petição do leproso e a contundente reação de Jesus são a resposta à pergunta: Por que Deus não criou um mundo no qual sua presença fosse mais evidente, que impressionara a qualquer de maneira irresistível? Estamos diante esta grande interrogante de como se pode conhecer a Deus e como se pode desconhecê-lo.
Vivemos neste mundo no qual Deus não tem evidência do palpável. Não se pode procurá-lo com arrogância, convertendo-o num “objeto experimentável” no "meu laboratório". Somente o podemos achar com o impulso do coração, através do "êxodo" de "Egito". Neste mundo podemos nos opor às ilusões de falsas filosofias e reconhecer que não somente vivemos do “pão”, senão ante tudo da obediência à Palavra de Deus.
—Como o leproso de hoje, te procuro Jesus com o amor e a escuta interior. E somente onde se vive esta obediência nascem os sentimentos que permitem proporcionar “pão” para todos.

Recadinho

Procuramos ser humildes diante de Deus? - Ou agimos com autossuficiência, como que exigindo de Deus o que queremos? - Como lidamos com os preconceitos? - O que lhe sugerem os verbos julgar, condenar, perdoar?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 16/01/2014

Meditação

“Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: Eu quero: fica curado!” É mais um texto a nos falar da compaixão de Jesus, da sua capacidade de sofrer com quem sofre. Ele não apenas se aproxima do leproso, a ponto de tocar nele, mas também toma parte em seu sofrimento. Aliás, o Filho de Deus fez-se homem para isso: poder participar de nossas alegrias e de nossas tristezas. Ele nos compreende e sabe da nossa fraqueza porque é um dos nossos. Tocar no leproso era tornar-se impuro, conforme o modo judaico de entendimento. Mas, Jesus diz o contrário: o puro purifica o impuro, e não o impuro contagia o puro. Isso vale para nós?
Oração
Ó Deus, que realizastes a obra da redenção humana pelo mistério pascal de vosso Filho, concedei que, proclamando a morte e a ressurreição de Cristo, confiantes nos sinais do sacramento possamos colher cada vez mais os frutos da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus cura um leproso. Eles vêm a Ele de todos os lugares.


Hoje, Jesus faz um milagre muito grande: cura um leproso. A lepra era uma doença incurável e mortal. O pior era que os leprosos eram afastados da sociedade. Mas Jesus não afasta ninguém… e com o seu amor divino deseja curar tudo.
-Tudo! Sim, Deus pode com tudo. É questão de lhe pedirmos como aquele leproso: com fé, com força, convencidos de que Deus nos escuta.

Meditando o evangelho

UM BENEFÍCIO DISCRETO

Jesus evitava criar em torno de si falsas expectativas e esperanças. Sua ação era rodeada de cautela, para não dar margem a ambiguidades. Afinal, os gestos realizados por ele podiam ser motivo de exaltação, impedindo assim uma correta compreensão de sua pessoa e de sua ação.
Em alguns casos, Jesus proibiu severamente a quem fora agraciado por sua ação propagar o favor recebido. Tratava-se daqueles milagres indicados pelos profetas que seriam realizados pelo Messias, por ocasião de sua vinda. A cura da lepra era um deles. Por isso, Jesus recomendou ao ex-leproso de guardar segredo em relação à sua cura, para não despertar o entusiasmo fanático das multidões.
O receio de Jesus é de que se aproximem dele considerando-o apenas sob o aspecto de seu poder taumatúrgico. A vida de Jesus era muito mais rica e abrangente e deveria comportar também a cruz. Quem o seguisse por causa dos milagres, poderia se decepcionar quando se defrontasse com a paixão. Daí a discrição requerida diante de um feito grandioso realizado por ele. Antes de por-se a segui-lo, era preciso ponderar bem.
A discrição de Jesus, portanto, não para a modéstia de sua parte. Ela tem como único objetivo salvaguardar o sentido correto de sua própria identidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, possa eu descobrir no teu poder taumatúrgico sua verdadeira identidade de Filho, servidor da humanidade.
Fonte: Dom Total em 16/01/201416/01/2020 13/01/2022

Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 16/01/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. SENTIU COMPAIXÃO...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A nossa compreensão da palavra “compaixão”, nunca será completa, pois, na Sagrada Escritura, “sentir compaixão” é uma virtude própria de Deus e na maioria das vezes, esse sentimento pelo próximo, que o nosso coração define como “compaixão” não passa na verdade de um, gesto de piedade, que também é um atributo Divino, porem em seu sentido mais amplo, que o coração humano nunca será capaz de alcançar. O evangelho de hoje nos ajuda a aprofundar o sentido dessa ação de Jesus, presente em momentos significativos, quando ele se defronta com a miséria humana, motivando-nos a rever se a estamos aplicando na relação com o próximo, em seu sentido autenticamente cristão.
Pelo conteúdo normativo de Levíticos, Jesus tinha mil e uma razões para nem sequer se aproximar de um leproso, que pertencia a classe dos “irrecuperáveis” daquele tempo, na ótica religiosa. A lepra era incurável e vista como consequência do pecado e assim, o leproso era considerado um maldito, que além da dor física, sofria também a dor moral da exclusão, sendo esta bem mais dolorosa porque o colocava à margem da salvação, banindo-o do convívio social e da comunidade, além de saber que a sua condenação no pós-morte, era tida como certa e definitiva.
Em uma sociedade marcada pelo ateísmo moderno, onde a fé é subjetiva e Deus é perfeitamente dispensável, esse quadro não é tão tenebroso, mas no contexto histórico e religioso daquele tempo, esse desprezo tinha um peso muito maior, o leproso era tido como um lixo, escória da sociedade, confinado em acampamentos fora da cidade, tendo que mostrar a sua desgraça e miséria, mantendo uma aparência monstruosa, e quem se aproximasse dele e o tocasse, estaria violando os preceitos da lei, tornando-se também um impuro e tendo de isolar-se, até que pudesse oferecer um sacrifício de expiação, como prescrevia a lei de Moisés, para só então ser reconhecido como “purificado”.
Podemos então compreender a compaixão Divina, como uma ação coordenada não por normas legalistas, mas por uma lei nova, ensinada por Jesus: a Lei do amor, que não revoga a Lei antiga, mas lhe dá plenitude resgatando o seu sentido verdadeiro, que é a defesa e a preservação da vida humana. O evangelista Marcos faz questão de mostrar, da parte de Jesus essa “quebra de protocolo”, quando permite que o leproso se aproxime, é verdade que este o faz movido pelo desespero, infligindo também as normas do Levítico, e aqui percebe-se que o leproso é um homem diferente, uma vez que crê muito mais na misericórdia de Jesus, do que no cumprimento da Lei, determinada por uma instituição que não tem o poder da cura, mas apenas declara que ele está “impuro”, ao contrário de Jesus, que permite a aproximação, derrubando assim o preconceitoMuito mais do que um simples encontro de Jesus com um leproso, este versículo sintetiza de forma brilhante o amor e a ternura de Deus pelo ser humano, permitindo uma reaproximação, após a queda do pecado, é o Deus que se deixa tocar, que se encarna e assume a natureza humana, com toda sua miserabilidade, o leproso se prostra diante dele, por uma razão muito simples: primeiro porque reconhece a sua insignificância, e em segundo porque não vê outra saída para sua dor, senão a de recorrer àquele que é diferente da instituição religiosa que o havia condenado, no fundo crê que Jesus de Nazaré é o seu Salvador e libertador, no sentido de ter o poder de resgatar a sua dignidade perdida, aquele leproso considerado um maldito, é na verdade alguém que consegue vislumbrar o verdadeiro messianismo de Jesus, em contradição com o Poder religioso, que o rejeita, mostrando uma fé madura, pois não pede simplesmente a cura física, mas a “purificação”.
Diante de uma fé assim, tão fiel e humilde, note-se que o leproso não impõe e nada exige e nem coloca a sua vontade como fator determinante, mas abandona-se à vontade de Deus: “Senhor, se queres...”. Que comovedora profissão de fé, para o homem arrogante e presunçoso de nossos tempos! Homem que a exemplo dos nossos primeiros pais, ousa ocupar o lugar que é de Deus, marginalizando e excluindo certas categorias sociais consideradas malditas, abandonadas em presídios de sistemas carcerários, que em quase nada contribuem para a recuperação de quem errou, de idosos, jovens, adolescentes e crianças, amontoados em asilos e instituições de caridade, gente que não tem mais esperança de nada, e que há muito tempo nem é mais contada na “aldeia global”, que só considera quem produz e consome.
Podemos encontrar com esse leproso no seio de nossas famílias e comunidades, onde isolamos certas pessoas em “acampamentos”, consideradas pervertidas, geniosas, temperamentais, desequilibradas, poderíamos incluir os aidéticos, efeminados, casais em segunda união, dependentes químicos, prostitutas, mães solteiras, pessoas que, como naquele tempo, sempre temos uma certa reserva, mantendo a necessária distância por medo de sermos “contaminados”, e a sua presença em nosso meio, causa asco e mal estar.
Como cristãos, temos que ter essa consciência do grave pecado da exclusão, e o evangelho nos mostra por onde devemos começar, é bem verdade que Jesus afrontou as instituições do seu tempo, mas em primeiro lugar, em sua relação com as pessoas, usou sempre da lei do amor, deixando de lado normas de conduta e formalismos religiosos, ao tocar no leproso. Poderíamos começar no nosso dia a dia, acolhendo com gestos cordiais, amizade e carinho, os “leprosos” que muitas vezes excluímos, por conta de preconceitos e até intolerância.

2. Isso lhes servirá de testemunho - Mc 1,40-45
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Ilumine o seu dia com a palavra de Jesus: “Eu quero, fica purificado”. Purificação do corpo, da alma, da mente, do coração. Recordações desagradáveis, mágoas grandes e pequenas. Aproxime-se hoje de Jesus, ponha-se de joelhos e peça o que quiser. Tenha depois a paciência de esperar. O bem-aventurado Carlos de Jesus, o Padre de Foucauld, certa vez conversou em oração com Jesus, dizendo que tanta gente pedia tanta coisa que Jesus podia lhe dar o que sobrava e o que ninguém pedia. Mas que lhe desse também fé e coragem. Certamente o melhor pedido é “seja feita a vossa vontade”. Jesus se encheu de compaixão quando o leproso se aproximou dele. Confiemos em Jesus e peçamos o que precisarmos, lembrando-nos, porém, de que ele nos chamou para pescarmos gente. Encha-se de compaixão, estenda a mão, dê apoio, dê suporte. Proclame o Evangelho com gestos e atitudes. Proclame o Evangelho com a vida. O encontro com Jesus trouxe ao leproso a alegria da cura. A Boa Notícia não pode ser abstrata. Deve trazer alegria para quem está triste.
Fonte: NPD Brasil em 16/01/2020

Liturgia comentada

Jesus se encheu de compaixão... (Mc 1,40-45)
Virou moda, em certos meios acadêmicos, reduzir os milagres de Jesus nos Evangelhos a meros “sinais”. Sem dúvida, são também sinais. Esses milagres que superam os limites da natureza sinalizam que Jesus é bem mais que um curandeiro, um agitador político ou um condutor das massas. Acalmar a tempestade, mudar água em vinho, reanimar Lázaro (morto há quatro dias!) – tudo indica que Jesus é Deus.
Mas a maioria dos milagres e curas de Jesus aponta em outra direção. Muitas vezes, antes de agir com poder, ele aparece com as entranhas revolvidas. O verbo grego do texto original é esplagknísthe (cf. Lc 7,13), indicando um movimento visceral, assim como nós falamos de “um frio na barriga” ou “o peito ardendo”.
Jesus se “comove” com a miséria humana, se compadece de nossas feridas, chega a chorar (cf. Jo 11,35) ao ver nossas lágrimas. Isto o leva a curar o enfermo, devolver a vista ao cego, chamar de volta à vida o filho único da viúva chorosa. E é desta maneira que o Senhor mostra à Igreja o caminho a seguir, como nos vem recordar o Papa Francisco, citando Santo Tomás de Aquino:
“Aqui o que conta é, antes de mais nada, ‘a fé que atua pelo amor’ (Gl 5,6). As obras de amor ao próximo são a manifestação externa mais perfeita da graça interior do Espírito: ‘O elemento principal da Nova Lei é a graça do Espírito Santo, que se manifesta através da fé que opera pelo amor’. Por isso afirma que, relativamente ao agir exterior, a misericórdia é a maior de todas as virtudes: ‘Em si mesma, a misericórdia é a maior das virtudes; na realidade, compete-lhe debruçar-se sobre os outros e – o que mais conta – remediar as misérias alheias. Ora, isto é tarefa especialmente de quem é superior; é por isso que se diz que é próprio de Deus usar de misericórdia e é, sobretudo nisto, que se manifesta a sua onipotência.’” (EG, 37)
Se nossas entranhas se moverem, nossos pés também se moverão. Francisco nos mostra o rumo a seguir: “Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida.” (EG, 49)
Orai sem cessar: “As entranhas me estremecem...” (Ct 5,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 16/01/2014

HOMILIA

VOCÊ ESTÁ CURADO

Pouco a pouco o Evangelho de Marcos vai mostrando quem é Jesus. O episódio de hoje é o terceiro milagre recordado em vista desse objetivo. A situação do leproso é de marginalidade. Essa situação era mais grave no tempo de Jesus, pois tudo girava em torno do puro/impuro. Quem controlava esse rígido código de pureza eram os sacerdotes. Cabia a eles declarar o que podia ou não podia ter acesso a Deus. Deus estaria sob o controle dos sacerdotes e do código de pureza.
O leproso certamente sabia disso. Sabia também que sua vida – e sua libertação da marginalidade – não dependiam do Templo e dos sacerdotes, pois estes só constatavam a cura ou a permanência da doença em seu corpo. Diante disso, o leproso toma uma decisão radical: não vai ao sacerdote, e sim a Jesus. Ajoelha-se diante dele e pede: “Se quiseres, podes curar-me”. Reconhece que o poder da cura que o tira da marginalidade não vem da religião dos sacerdotes, e sim de Jesus. Notemos outro aspecto importante: ao invés de ficar à distância e gritar sua marginalização, aproxima-se e manifesta sua adesão a Jesus enquanto fonte de libertação e vida: “Se quiseres, podes curar-me”. Viola a lei para ser curado.
Jesus quer curar o leproso de sua marginalização, devolvendo-lhe a vida. Para os homens daquele tempo, curar um leproso era sinônimo de ressuscitar um morto. Mas a ação de Jesus é precedida por uma reação. De acordo com a maioria das traduções, a reação de Jesus se traduz em compaixão. Algumas traduções, porém, em vez de ler “compaixão”, lêem “ira”. Jesus teria ficado furioso. Não certamente contra o leproso, mas contra o código de pureza que, em nome de Deus, marginaliza as pessoas, considerando-as como mortas. É contra esse sistema religioso que Jesus se revolta. E o transgride também.
De fato, acreditava-se que a lepra fosse contagiosa. Jesus quebra o código de pureza, tocando o leproso. Com isso, de acordo com o sistema religioso vigente, torna-se impuro: torna-se leproso e fonte de contaminação. Por exemplo no Lv 5,5-6, além de ficar impuro Jesus deveria oferecer um sacrifício!. Torna-se marginalizado e não poderá mais entrar publicamente numa cidade: deverá ficar fora, em lugares desertos, como os marginalizados. O Filho de Deus foi morar com os marginalizados. Aqui o Evangelho de Marcos mostra quem é Jesus: é aquele que rompe os esquemas fechados de uma religião elitista e segregadora, indo habitar entre os banidos do convívio social.
Curado o leproso, Jesus o expulsa. É esse o sentido da expressão “o mandou logo embora”. A expressão é forte e, ao mesmo tempo, estranha. Mas não é estranha se a lermos na ótica da ira de Jesus contra o código de pureza que marginaliza as pessoas: ele não quer que elas continuem vítimas de um sistema social e religioso que rouba a vida.
Jesus dá uma ordem ao curado: “Não conte isso a ninguém! Vá, mostre-se ao sacerdote e ofereça o sacrifício que Moisés mandou, como prova para eles!” Tudo leva a crer que a tarefa da pessoa curada consiste não em divulgar o milagre, mas em colaborar para que o código de pureza seja abolido. De fato, ele deverá se mostrar ao sacerdote para que este constate sua cura. Sinal de que a cura não depende do código de pureza, nem da religião do Templo. A expressão “como prova para eles” tem este sentido: o sacrifício serve como testemunho contra o sistema que o declarava um punido por Deus e banido do convívio social. O sacrifício tem, pois, caráter de denúncia e de abolição do código de pureza.
Não sabemos se a pessoa curada teve a coragem de testemunhar contra o sistema religioso que o mantinha na marginalidade. Marcos diz que o curado “foi e começou a contar e a divulgar muito o fato” (v. 45a). A reação a esse anúncio é evidente: Jesus não pode mais entrar numa cidade, pois, segundo o código de pureza, está contaminado e é fonte de contaminação. Todavia, de toda parte o povo vai procurá-lo, sinal de que está aberto um novo acesso a Deus. Deus, em seu Filho, pode ser encontrado fora, na clandestinidade, entre os que o sistema religioso e social discriminou.
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 16/01/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUINTA

Fonte: Liturgia Comentada2 em 16/01/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deseje ser curado pelas mãos de Deus

Nós precisamos ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós!

”Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: ‘Eu quero: fica curado!”’ (Mc 1, 41)

Este leproso, que se aproxima de Jesus, pede com toda a insistência do seu coração, e implora ao Mestre: ”Senhor, se Tu queres, Tu tens o poder de curar-me!” O Senhor tem o poder de me lavar, me purificar, de renovar-me, Senhor, o Senhor pode, por isso estou Te implorando: faça isso por mim, Senhor! Jesus foi tomado de toda compaixão, por isso realizou o pedido desse homem.
Meus irmãos, a cura, o perdão e a restauração de Deus em nossa vida só serão sentidas por nós, na profundidade, quando nós também tivermos profundidade em buscar essas graças e em implorá-las ao Senhor. Nós, muitas vezes, não sentimos o efeito do perdão de Deus, porque não tomamos consciência do peso do pecado. Nós não sentimos a mão de Deus nos lavando, porque não temos consciência da sujeira que está em nós. Nós não sentimos a misericórdia de Deus na Sua profundidade, porque não tocamos no fundo da nossa miséria. E, muitas vezes, nós permitimos que a ação de Deus em nós seja muito ”superficial”. E não é porque Deus seja superficial ou aja de forma superficial, nós é que não vamos, com profundidade, em busca de Deus, em busca da ação de Deus dentro de nós.
Esse leproso sabia do que Jesus poderia fazer por ele, esse leproso sabia que Jesus poderia limpá-lo por dentro e por fora, e ele mesmo proclama: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor tem poder para fazer isso”.
Nós precisamos, com a mesma veemência e insistência desse homem, clamar ao coração de Deus: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor pode!”. Olhe para a minha miséria, para a minha aflição, venha em meu socorro, Senhor! Não me deixe mais preso, escravo deste mal, não me deixe mais cativo, Senhor, da ação do maligno! Eu creio que o Senhor pode fazer isso!
Sabem, meus irmãos, muitas vezes, existem pensamentos ou sentimentos e coisas que se apoderam de nós, como vícios, pecados e comportamentos que se impregnam à nossa natureza, costumamos agir assim e, desta forma, vamos fazendo isso ou aquilo, às vezes na forma de falar, de agir… Quando nós determinamos que não queremos mais ser assim, quando determinamos que não queremos mais fumar, não queremos mais beber, não queremos mais depender disso ou daquilo, e clamamos, com insistência ao coração de Jesus, podemos ter a certeza de que a mão d’Ele poderosa quer nos curar.
O que nós precisamos é ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós. O Senhor deseja nos curar e libertar, mas é preciso que nos também o queiramos, que também desejemos ser curados e ser libertos!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 16/01/2014

HOMILIA DIÁRIA

Olhamos a vida com outros olhos quando somos curados por Jesus

“Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: ‘Se queres, tens o poder de curar-me.’” (Marcos 1,40)

O leproso desejava, imensamente, ser curado por Jesus, e Ele desejava, imensamente, curar o leproso. Como Jesus deseja que nós sejamos curados, como a graça de Deus quer agir em nossa vida para nos curar, esse leproso quis, desejou, buscou e se abriu para ser curado por Jesus.
Porque ele desejou ansiosamente e buscou de todo o seu coração, a graça de Deus o curou. Abra também o seu coração, busque de toda a força da sua alma a cura de Jesus.
Como Jesus nos cura? Primeiro, purificando-nos. A grande graça de sermos curados é sermos purificados e lavados do mal, é tirarmos toda ação maligna que está agindo no nosso corpo, na nossa alma, no nosso espírito, nos nossos pensamentos e sentimentos.
Não fique esperando somente uma cura física, espetacular, não fique esperando de Jesus apenas tirar uma dor de cabeça, porque a dor de cabeça é um sintoma apenas de males que estão dentro de nós.

A grande graça de sermos curados é sermos purificados e lavados do mal

Precisamos permitir que Jesus nos purifique de todo o mal, e esse leproso foi purificado por Jesus. Uma vez que ele foi purificado, a sua alma foi renovada, por isso o segundo passo da cura é a renovação da alma, dos sentimentos, dos pensamentos; renovação da nossa forma de falar, de agir, de ver e encarar a vida.
Olhamos a vida com outros olhos quando somos curados por Jesus, porque a pessoa pode achar que tem uma boa saúde física, mas os seus olhos estão entorpecidos, ele não vê com o olhar da graça, não foi renovado pela graça de Deus que faz nova todas as coisas.
Uma vez que esse leproso foi purificado e renovado, ele foi também santificado, porque a santificação é unção, é o selo da graça de Deus que permanece em nós. Quando somos santificados, a graça de Deus permanece em nós e andamos na presença do Senhor.
Não basta que o Senhor nos liberte do mal, não basta que Ele nos renove, precisamos permanecer n’Ele; e só permanecemos em Deus quando somos santificados, todos os dias, pela Sua presença.
Assim como o leproso desejou, queremos desejar, buscar e pedir: “Senhor, eu quero ser curado”. Jesus deseja que sejamos plenamente curados pela Sua presença.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 16/01/2020

HOMILIA DIÁRIA

Qual é o preço que você pagaria por amar alguém?

“Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso, Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.” (Marcos 1,45)

A dor de um leproso era enorme! Nós estamos no Evangelho em que Jesus cura aquele homem da lepra. Não pensemos que a dor do leproso seja meramente corpórea por causa das feridas e sangramentos, pois eram apenas aspectos da dor. A dor de um leproso tocava a sua dimensão afetiva, espiritual, psicológica e emocional.
A maior causa da dor de um leproso era a separação das pessoas, o isolamento (palavra tão presente nos nossos dias atuais) que era imposto pela condição da lepra, pois quem tinha essa doença não podia conviver com as pessoas, ou seja, era isolado. O leproso era excluído, era alguém que perdia a noção do amor e do que era o convívio com as outras pessoas.

Quem ama está disposto a assumir o lugar do outro; quem ama está disposto a pagar um alto preço

Depois de curado, aquele leproso começa a divulgar o fato, mesmo que Jesus tenha lhe pedido para não o divulgar, ele começa a falar sobre a fama de Jesus. Isso teve um preço; e Jesus teve de pagar.
Agora, aqui, começa uma inversão — porque, na vida do leproso e na da Jesus, as coisas mudam, pois isso acontece quando entra o amor —, o leproso retoma a sua vida social, ele volta para o convívio, para o contato com o mundo e com as pessoas, ele está purificado, pode voltar a frequentar o templo, a se dirigir às pessoas, a falar com Deus; pode conviver, pode ir e vir quando quiser. No entanto, agora, é Jesus quem é isolado, Ele não podia mais entrar na cidade. Aqui acontece o amor. Quem ama está disposto a assumir o lugar do outro; quem ama está disposto a pagar um alto preço.
Que grau de comprometimento você tem com a vida de alguém? Que disposição você tem para pagar o preço por amar alguém? Pode ser alguém da sua família ou quem esteja bem perto de você. Você está disposto a pagar o preço para viver esse amor?
É uma boa oportunidade que o Evangelho de hoje nos dá: refletirmos se o nosso amor é, de fato, gratuito, desinteressado, livre… Ou se é um amor interesseiro, possessivo. Além disso, o Evangelho nos dá também a oportunidade de mergulhar o nosso coração nesta experiência profunda de amor que Jesus faz: de colocar-se no lugar do outro, de ter a coragem de assumir o lugar do outro, porque, agora, é Jesus o leproso, é Jesus quem tem que ficar em lugares desertos, fora da cidade, isolado; esperando que alguém fosse ao seu encontro.
E esse é o amor de Deus. Ele assume o meu (e o teu lugar) e pagou o preço com a própria vida para salvar a mim e a você!
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/01/2022

Oração Final
Pai Santo, faze-nos fraternos com os homens e mulheres que criaste e nos deste como companheiros de peregrinação. Que não façamos exclusões, nem cultivemos preconceitos. Este é o nosso jeito de nos sentirmos filhos do teu Amor Misericordioso e irmãos de Jesus de Nazaré, o teu Verbo Encarnado que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos fraternos com os homens e mulheres que criaste e nos deste como companheiros de peregrinação. Que não façamos exclusões, nem cultivemos preconceitos. Este é o nosso jeito de nos sentirmos filhos do teu Amor Misericordioso e irmãos de Jesus de Nazaré, o teu Verbo Encarnado que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2020