quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

Nossa Senhora da Imaculada Conceição - 08 de dezembro




Comemoramos a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos
Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/12/2017

ANO B


Lc 1,26-38

Comentário do Evangelho

Bendita aquela que acreditou.

O dogma da Imaculada Conceição foi definido em 1854, pelo Papa Pio IX, na bula Ineffabilis Deus, em que, resumidamente, ele afirma: “Declaramos, pronunciamos e definimos como doutrina revelada por Deus o quanto segue: A Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original”. O dogma da Imaculada Conceição está em função da encarnação do Verbo de Deus.
O texto do evangelho proposto para esta festa é o anúncio do anjo Gabriel a Maria. Este relato faz parte de um conjunto de textos denominado de “evangelhos da infância” (Mt 1–2; Lc 1–2). Lucas relaciona o anúncio do nascimento de Jesus à gravidez de Isabel: “... no sexto mês… o anjo Gabriel foi enviado por Deus... a uma virgem…” (v. 26). Isto se explica porque os evangelhos da infância, em Lucas, estão construídos num paralelismo constante entre João Batista e Jesus, com a finalidade de mostrar que Jesus é maior que João: João Batista é o precursor, Jesus, o Messias. O relato enfatiza a iniciativa absoluta de Deus na encarnação do seu Filho (cf. v. 35).
Maria é a que recebeu o favor de Deus (cf. v. 28), isto é, a que foi especialmente favorecida por Deus. O favor de Deus a Maria se manifesta na sua eleição para ser a mãe do Filho de Deus. A iniciativa de Deus na encarnação do Verbo conta com a colaboração do ser humano: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” (v. 34). Se a idade e a esterilidade de Isabel e Zacarias foram divinamente superadas na concepção de João Batista, a dificuldade humana da virgindade de Maria deve ser superada pelo poder divino na concepção de Jesus. E, segundo Lucas, o foi pela intervenção do Espírito Santo, o “poder do Altíssimo” (v. 35).
Na sua resposta: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38), Maria identifica-se com Ana, mãe de Samuel (cf. 1Sm 1,11). Na sua visita a Isabel, ela será caracterizada por aquela que creu: “Bendita aquela que creu: o que lhe foi dito da parte do Senhor se cumprirá!” (v. 45).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.
Fonte: Paulinas em 08/12/2013

Vivendo a Palavra

Para saborear a singeleza da cena da Anunciação, precisamos nos livrar das estruturas mentais que nos foram impostas pela cultura pós-moderna: abdicar do desejo de explicações, da vontade de comprovar tudo, da necessidade de compreender os Mistérios e, simplesmente, nos entregarmos ao Espírito de Deus que já mora em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

Nós conhecemos a existência do sol, não olhando diretamente para ele, mas vendo os objetos iluminados por sua luz. Esta poderia ser uma imagem da glória de Deus: nós não podemos percebê-la em si mesma, mas tomamos conhecimento de seu esplendor vendo as maravilhas que ela fez, por exemplo, admirando a nossa querida Mãe Maria.

Reflexão

Jesus se insere na história da humanidade e, ao fazê-lo, também passa a ter uma história. Ele é verdadeiramente homem e assume em tudo a condição humana, menos o pecado Ao comemorarmos a Imaculada Conceição da Virgem Maria, estamos comemorando um fato da história do próprio Cristo, pois a Imaculada Conceição de Maria está condicionada ao nascimento de Cristo, uma vez que Deus estava preparando o ventre digno de receber seu próprio Filho. Com isso, podemos perceber a ação do Deus que é Senhor da história e que, agindo na própria história da humanidade, conta com a colaboração de todos para a realização do seu plano.
Fonte: CNBB em 08/12/2013

Recadinho

Em que consiste levar a sério a vida cristã? - Há momentos na vida em que é difícil portar-se de modo cristão? Dê um exemplo. Você está procurando rezar mais nesse período do Advento? - Como você vive a fraternidade e a paciência nesse período? - Em que consiste sua oração diária?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 08/12/2013

Comentário do Evangelho

ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA

A saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma “agraciada”, “plena da graça” divina?
Maria estava longe de compreender o projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de mulher simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser mãe do Messias. Livre de toda forma de orgulho e autosuficiência, Maria podia abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la templo do Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se tornar “escrava do Senhor”, e permitir que a vontade divina acontecesse em sua vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus!
Tudo quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao lhe ser prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo anjo.
Oração
Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso filho pela imaculada conceição da virgem Maria, preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 08/12/2013

Meditando o evangelho

SUPERANDO O PECADO ORIGINAL

A celebração da Imaculada Conceição de Maria leva-nos reconhecer a possibilidade de superar a marca do pecado, que acompanha a história da humanidade. É possível considerar isso como uma forma de reversão da história: finalmente, alguém viu-se totalmente livre da tirania do pecado.
A experiência de Maria é melhor entendida, se a confrontamos com a de Eva. A primeira mulher, criada para a plena comunhão com Deus, deixou-se envolver pela força dos instintos, a ponto de romper com o Criador. Maria, a mãe do Redentor, mostrou-se tão radicalmente fiel a Deus, a ponto de não ser contaminada pelo pecado. Aquela foi a "mãe de todos os viventes", que contaminara, com sua infidelidade e pecado, todas as gerações humanas.
Aquela que traria em seu ventre o Salvador, ao invés, por sua fidelidade transformou-se em fonte de bênção para a humanidade que seria redimida por seu Filho. Enquanto Eva representa a humanidade que passa da graça ao pecado, Maria, pelo contrário, aponta para a humanidade que supera o pecado, e se volta totalmente para a graça de Deus.
Quando o anjo chamou Maria de "cheia de graça", estava indicando a profundidade do enraizamento da graça no coração dela. Com isto, apresentava-a como exemplo de humanidade salva por Jesus: o ser humano como saíra das mãos do Criador.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de perfeita santidade, como Maria, plenifica com a graça de Deus o meu coração, de forma a não sobrar espaço para o egoísmo e o pecado.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Imaculada Conceição
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

(O Dógma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854 não faz de Maria uma deusa, mas mostra que em sua pessoa Jesus antecipou a Salvação, livrando-a da mancha do pecado original. Aos poucos Maria foi descobrindo isso, depois dela as comunidades cristãs também o descobriram em suas devoções marianas, só então a Igreja reconheceu e proclamou solenemente esse Dógma)
Depois do nome, a referência mais importante de uma pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana, ter uma mãe e um pai, uma origem, algo que está na essência da nossa humanidade, sem essa referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele, filho de quem, onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia mais famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito, pelo poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o esperado messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi, ele era para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se com os homens justos e punindo os maus.
Os grandes acontecimentos ou decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e aguentar as consequências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato, quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos, incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso, José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria? Quais eram seus planos de vida?
Todos nós temos de ter um projeto de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida. Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.
E em um momento de oração Maria se abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar porque ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar. E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á morte, caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia ideia do que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em favor de Jesus e seu reino...

2. Para Deus nada é impossível
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Maria é cheia de graça e o Senhor está com ela. O Senhor a escolheu para ser a Mãe de seu Filho, enviado ao mundo para a salvação de todos. O Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra. Ela não deve temer. Para Deus nada é impossível. Cheia de graça, cheia do Espírito Santo, nela não há espaço para o pecado, para nenhum pecado, nem o das origens que todos herdamos dos primeiros pais. Ela é fruto de uma escolha e nunca alimentou o pecado do mundo. Foi concebida sem pecado.

Liturgia comentada

Nada é impossível... Lc 1, 26-38
Para os racionalistas, em nosso mundo há coisas possíveis e coisas impossíveis. Assim, eles se empenham em negar a hipótese do milagre. Afinal, se Deus existe e deu à matéria as suas leis físicas, químicas e biológicas – argumentam eles -, o próprio Criador acaba, agora, prisioneiro de suas leis e está proibido de alterá-las aqui no tempo dos homens.
Ora, o incômodo Evangelho de hoje – quando a Santa Igreja celebra, jubilosa, a Imaculada Conceição de Nossa Senhora – apresenta de uma só tacada dois dos “impossíveis” para os homens: a gravidez de Isabel, uma estéril, e a gravidez de Maria, uma virgem.
Não é que Deus queira brincar com nossas limitações humanas. O Senhor apenas demonstra que está decidido a mudar nossa história, livrando-nos do pecado e trazendo a salvação ao nosso alcance. Se, para isso, é preciso demonstrar que tudo está sob o seu domínio e senhorio - mesmo as nossas impossibilidades -, ele o fará sem maiores pudores.
Uma vez, em viagem missionária a Irapuã, SP, vivemos um momento de oração logo após cantar meu cântico “Nossa Senhora dos Impossíveis”, inspirado em relato do saudoso Dom Valfredo Tepe, então Bispo emérito de Ilhéus. Naquele momento, convidei os presentes a entregarem seus impossíveis a Mãe de Deus. Uma senhora, estéril, casada há doze anos, e que já esgotara os recursos da medicina na tentativa de ter um filho, ousou fazer tal entrega. Em algumas semanas, já de volta a Belo Horizonte, recebi a notícia de que ela engravidara poucos dias depois daquele encontro. Quando revisitei Irapuã, pude conhecer o filho impossível... para os homens...
Na solenidade da Imaculada Conceição, a Igreja lembra que Deus preparou Maria de modo especial para sua missão como Mãe de Deus. Simples e pobre, jovem roceirinha de Nazaré, Deus tornou possível sua missão única e inigualável, ao fazê-la cheia do Espírito Santo.
Da mesma forma, se nos deixarmos encher pelo mesmo Espírito, daremos conta de nossa missão, com tudo o que ela nos apresentar de possível e de impossível...
Orai sem cessar: “Com Deus, realizaremos grandes feitos!” (Sl 60 [59], 14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 08/12/2013

8 de dezembro – IMACULADA CONCEIÇÃO

O SENHOR ESTÁ CONTIGO!

I. INTRODUÇÃO GERAL

O pecado e a encarnação aparecem na bíblia como dois movimentos que têm por objetivo a eliminação do abismo entre o Criador e a criatura. O pecado significa que o ser humano quis superar a distância que existe entre ele e seu Criador, pretendendo fazer-se igual a Deus. A encarnação é o movimento inverso. Deus, de fato, superou a distância entre nós e ele, quando o Verbo eterno se fez homem.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Lc 1,26-38): Faça-se em mim conforme a tua palavra

O evangelho de hoje nos apresenta um modelo de colaboração no propósito de Deus para a salvação humana. O texto enfatiza dois aspectos principais: a presença eficaz de Deus que realiza o seu propósito e a colaboração humana que diz “sim”. Em Maria, vemos esses dois aspectos se realizarem. A atitude dela se torna, para nós, um paradigma a ser seguido.
O texto é bem estruturado e nos apresenta a realização das promessas feitas ao povo de Israel no passado. Todo o discurso está permeado de alusões às profecias messiânicas do Antigo Testamento (cf. Is 7,14; 49,6; 2Sm 7,12-14). Com isso se quer conectar o cumprimento das promessas salvíficas a este menino cujo nascimento constitui o início de sua efetivação.
Alguns termos são de extrema importância e nos ajudam a compreender melhor o sentido profundo desse texto.
A saudação contém duas expressões importantes: “cheia de graça”, uma alusão à alegria messiânica que ora se inicia, e “o Senhor está contigo.” Esta última expressão não é dita a pessoas em circunstâncias normais, ainda que possa haver exceções (cf. Rt 2,4), mas se refere ao povo de Deus em sua totalidade ou a alguma pessoa que Deus tenha convocado para realizar um trabalho árduo. A presença eficaz de Deus dirige a pessoa à finalidade proposta por ele.
A expressão “cobrir com sua sombra” faz alusão à nuvem que cobria o tabernáculo no deserto, representando a glória de Deus que ali habitava (cf. Ex 40,34). A mesma expressão é utilizada no texto da transfiguração (cf. Lc 9,34), porque era símbolo da presença de Deus. O tabernáculo no deserto era chamado de Tenda do Encontro (cf. Ex 27,21), pois ali Deus se encontrava com o ser humano através da representação da nuvem. Dessa forma, quando o texto, ao se referir a Maria, utiliza a expressão “cobrir com sua sombra” a identifica com a Tenda do Encontro, e significa que no útero dela Deus e o ser humano se encontram no Menino que vai nascer.
Ante a vontade de Deus, Maria deu a resposta: aceitou. Ela proclama-se “serva do Senhor”, frase usual no ambiente oriental quando um subalterno se dirige ao seu superior com o propósito de aceitar seus desígnios. Essa disposição para a obediência é uma manifestação de confiança (fé) na Palavra de Deus.

2. I Leitura (Gn 3,9-15.20): Onde estás?

O texto de Gn 3,10-11 alerta sobre a inviabilidade atual do propósito divino de habitar com a criação, pois o casal humano, em decorrência do pecado, se esconde de Deus. E como o ser humano é o responsável pela criação, então, esta, em sua totalidade, fica afastada de Deus. Por isso, para a fé de Israel a presença divina na criação somente poderá ser eficaz quando o ser humano parar de se esconder de Deus, isto é, quando a humanidade ouvir a voz daquele que a interpela: “Onde estás?” (Gn 3,9). A escuta da voz de Deus possibilitará ao ser humano o arrependimento que, no sentido bíblico, significa “retorno” à aliança ou à “colaboração” (trabalhar junto) com Deus.
O pecado, muito mais que uma revolta contra Deus, é um aviltamento da natureza do ser humano. O chamado de Deus procura reconduzir a humanidade — e, com esta, a criação inteira — à sua própria dignidade. Assim, o arrependimento (ou a colaboração) do ser humano significa a criação retornando ao seu verdadeiro propósito.
Quando cada ser humano se arrepender, então, manifestar-se-á toda a beneficência da criação. E, quanto mais se retarda o arrependimento do ser humano, mais demora a presença divina na criação. Assim sendo, a plena manifestação da criação em sua beneficência depende da decisão humana. O mundo vindouro não significa apenas a vinda de Jesus, mas é também o retorno do ser humano para Deus. É o retorno do Criador (cf. Is 52,8) e da criatura.

3. II Leitura (Ef 1,3-6.11-12): Santos e imaculados diante de Deus

A segunda leitura consiste num hino cristológico (a Cristo) com forte teor batismal. Seu tema principal é a obra de Deus através de Cristo. As consequências dessa obra no ser humano são a filiação divina, o perdão dos pecados, o tornar-se membro do Corpo de Cristo e a ação santificadora do Espírito Santo. Todos esses temas fazem parte de uma catequese batismal. Portanto, o hino também esclarece o sentido do batismo para nós.
A partir desse texto, fica esclarecido que, antes de tudo, a eleição (vocação à filiação divina) não é algo acidental. A encarnação não aconteceu para resolver o problema do pecado humano. Quer dizer, a encarnação não foi determinada pelo ser humano, não é consequência de suas ações. A eleição que recebemos para nos tornar filhos de Deus faz parte do propósito divino desde toda a eternidade. A eleição do ser humano em Cristo é anterior à criação. Deus tomou a iniciativa de nos tornar filhos no Filho.
Por isso, desde toda a eternidade, cada ser humano é chamado a ser “sem mancha” (imaculado, v. 4). Esse termo (ámomos), no Antigo Testamento, designava o cordeiro do sacrifício (cf. Lv 1,3.10) e muitas vezes é traduzido em português por “sem defeito” ou “irrepreensível”, mas literalmente significa “sem mancha” ou “imaculado”. No Novo Testamento, o mesmo termo se refere à vida daquele que se une a Cristo.
É fato que o ser humano sempre pecou, apesar de ter recebido um chamado, desde toda a eternidade, para ser santo e imaculado. E já que “todos pecaram” (Rm 3,23; 5,12) a graça da encarnação (a vida inteira de Jesus) se tornou redenção, libertação da tirania do pecado que escraviza o ser humano.
Como a graça é anterior ao pecado, pois é anterior à criação (v.4), a eleição significa que somos atingidos pela graça desde o primeiro momento de nossa existência. Disso decorre que a vivência do batismo é a adesão consciente e livre à graça da eleição eterna que se opõe ao pecado e realiza em nós aquilo a que fomos chamados: ser santos e imaculados diante de Deus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Maria, dotada de “uma santidade inteiramente singular” (LG 56), representa a humanidade nova redimida por Cristo, ou seja, a Igreja.
A homilia deve mostrar que esta festa mariana harmoniza-se com o espírito do Advento. Enquanto a Igreja se prepara para a vinda do Senhor, é adequado celebrar Maria como figura da Igreja, ou seja, da nova humanidade redimida por Cristo e chamada a ser santa e sem mancha, conformando-se à vontade do Criador.
Uma exaltação exagerada a Maria pode quebrar o dinamismo litúrgico do Advento que enfatiza a espera pelo Senhor. Uma ênfase exagerada nos privilégios de Maria, pode também favorecer uma devoção desraigada de Cristo. Pode, além disso, ofuscar o papel da graça da eleição à filiação divina, vocação de todo ser humano, a qual foi decidida desde toda a eternidade, age desde a criação e vai se consumar na segunda vinda de Cristo. Maria teve papel singular na história da salvação e não deve ofuscar a obra redentora de Cristo. A homilia deve remeter-se a Cristo, o protagonista, e deixar a Maria o papel de coadjuvante, a saber, a de representante da humanidade renovada pela redenção realizada por Jesus.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.
Fonte: Vida Pastoral em 08/12/2013

8 de dezembro: Imaculada Conceição

O SIM AOS PLANOS DE DEUS
Maria é o grande dom de Deus em benefício da humanidade não pelo fato de ter sido a mãe de Jesus, mas principalmente por ter dado seu “sim” ao projeto de Deus. Dom que ainda não descobrimos em toda sua beleza e em todo seu esplendor.
Não se trata apenas de pesquisar ou indagar aquilo que Maria fez e falou, querer saber sobre sua missão e seus privilégios. É preciso contemplá-la principalmente em sua realidade de mulher, em sua identidade humana e em seu jeito de ser igual a qualquer outra mulher.
O Concílio Ecumênico Vaticano II, realizado há cinquenta anos, apresentou-nos a devoção a Maria em seus aspectos bíblicos, ecumênicos e antropológicos. Houve verdadeira redescoberta de Maria numa Igreja que se voltou para os esquecidos, os sem-privilégios e os empobrecidos.
Ela, porém, não pode ser vista apenas como a mãe dos deserdados, mas também como a mulher das grandes decisões, aberta à ação do Espírito Santo, envolvida na divulgação da fé e disposta a colaborar com os planos do Pai.
Repensando no mistério daquela que foi preservada do pecado original, precisamos crer que também a nós é possível derrotar o mal que nos ameaça. Acreditar, acima de tudo, que podemos acabar com o ateísmo e a falta de fé em que a humanidade está mergulhada.
Maria é proclamada feliz e cheia de graça porque o Senhor está com ela, assim como está com as mulheres e os homens de todos os tempos. Acreditar na presença de Deus caminhando com o ser humano e assumir o compromisso que isso exige é o grande desafio de hoje.
Maria nos mostra que o mal pode ser vencido, mas só se tivermos a coragem de dar nós também o “sim” a Deus. Não esquecendo que dizer “sim” a Deus é dizer “sim” também ao ser humano, que busca vida e dignidade.
Pe. Virgílio, ssp
Fonte: Paulus em 08/12/2013

8 de dezembro – IMACULADA CONCEIÇÃO

LIBERDADE PARA GERAR VIDA
O pecado é uma desonra. Ele mancha o projeto de Deus. Humilha o que há de mais humano em nós e desfigura o dom mais sagrado que recebemos de Deus: a vida. Por isso, dizer que Nossa Senhora é imaculada, isenta da desonra do pecado, é dizer que ela é livre. E mais: é dizer que Deus é absoluto.
Em Maria começa nova criação. Não a partir do nada, mas pela força do Espírito Santo, que reveste de vida um mundo marcado pelo pecado. Concebido do seio da virgem, é Deus que nos dá Jesus. Maria está em função do projeto salvador. A salvação que Deus nos oferece é graça,mas não exclui a participação da humanidade.
A concepção virginal de Maria é símbolo e realidade da nossa obediência a Deus. Maria realiza exemplarmente o ser humano.Em sua virgindade se manifesta quem é Deus. Ele escolhe o fraco, o sem sentido.
Mas não foi algo automático. Maria trilhou durante sua vida o caminho do amadurecimento da fé e de sua relação com Deus. Esse caminho todo cristão é também chamado a trilhar. Veja-se a lógica de Deus: ao escolhê-la, mulher pobre e humilde, de um lugar longínquo (Galileia), ele escolhe os fracos e desprezados. A figura de Maria, portanto, restaura e valoriza a dignidade da mulher e, assim, de todos os humilhados do mundo.
Sua maternidade virginal aponta para a ação de Deus, que toma a iniciativa de comunicação íntima com a humanidade. Maria é a criatura aberta à comunicação de Deus. Por isso, é a mais humana. Acolhendo o Verbo encarnado em seu seio, realiza plenamente o ser humano, direciona-se à transcendência, supera o passageiro e aponta para a realização escatológica, o futuro em Deus. Quanto mais alguém realiza a comunicação com Deus, mais humano se torna.
Portanto, na figura de Maria, o gênero humano alcançou a mais alta comunicação com Deus. A gestação do Filho, que nela se deu particularmente em seu corpo, ocorre em todo ser humano aberto à vontade divina.
Maria é o símbolo da entrega a Deus, da obediência da fé. Sua maternidade é modelo da Igreja que gera filhos e filhas pelo batismo, mediante a fé. Trata-se de maternidade entendida não só como dignidade, mas como um serviço a todo o gênero humano. Maria é a serva do Senhor (Lc 1,38), nela se cumpre a Palavra. Seu serviço é humilde e comporta humilhação. Sua existência é um itinerário de fé, no qual se manifesta a perseverança no serviço a Deus, na obediência ao chamado.
Em Maria está provado que o ser humano é capaz de receber o dom de Deus.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Fonte: Paulus em 08/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Que a Imaculada Conceição de Maria brilhe sobre nós!

Peçamos a Virgem Maria que nos mostre o caminho. Peçamos que a sua Imaculada Conceição brilhe sobre nós para nos ajudar a combater o pecado em nossa vida.
“O anjo entrou onde Maria estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” (Lc 1,28).
Nós, hoje, celebramos a pedra preciosa do coração de Deus, a pedra e a pérola preciosa na qual Deus enalteceu o Seu Reino, na qual o Reino de Deus se manifestou entre nós.
É óbvio que Jesus é o Nosso Salvador. Somente Ele é o nosso Redentor, Aquele que nos salva. Mas Jesus quis ser precedido por uma “aurora luminosa”, que veio preparar e aguardar Sua vinda. Essa aurora luminosa é a Imaculada Conceição da Bem-aventurada – a sempre Virgem – Maria.
O que hoje nós celebramos em festa, meus irmãos, é a forma como a Santíssima Virgem Maria, a Mãe de Jesus, foi concebida, como ela foi pensada por Deus. Uma vez que nos perdemos, nós nos tornamos os “degradados filhos de Eva”, porque Eva foi a primeira mulher criada sem pecado. Deus quis uma nova humanidade, uma nova criação e pensou no “novo Adão” e também na “nova Eva” [quando Adão e Eva desobeceram a Ele e pecaram].
Se o Senhor Jesus é o “novo Adão”, se Ele, sim, veio para ser o Homem por excelência, para salvar a humanidade do pecado, Ele quis ter uma Mãe santa, desde o momento de sua concepção. A “nova Eva”, que nós celebramos na Igreja hoje é Maria. Ela foi pensada por Deus e concebida por Ele sem pecado – já no ventre de sua mãe – por privilégio, por graça, por escolha do próprio Deus.
Por que a Virgem Maria é Imaculada? Por que ela foi concebida sem pecado? Por uma simples questão: primeiro, porque Deus quis. Foi Ele quem quis em vista dos méritos do Seu Filho, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele quis que a Sua Mãe fosse guardada, preservada. Um privilégio que Deus concedeu a ela.
Mas, sabe, cada um de nós recebeu privilégios de Deus. E quanto maior é o privilégio, maior é a graça, e maior também é a responsabilidade.
Nós, hoje, exaltamos Nossa Senhora, não só porque ela foi concebida sem pecado, mas porque ela conservou a graça, porque ela foi fiel a essa graça e viveu uma vida de acordo com a vontade do Senhor.
Nós, pobres pecadores, miseráveis homens, muitas vezes, sucumbimos a nossas faltas, pecados e fazemos até crescer o pecado em nós. Olhemos, hoje, para a Santíssima Virgem Maria, a Imaculada, a sem pecado. Recorramos à sua proteção de Mãe. Peçamos a ela que nos mostre o caminho, a direção. Peçamos que a sua Imaculada Conceição brilhe sobre nós para nos ajudar a combater o pecado em nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 08/12/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos um coração simples e nos transforma em crianças do teu Reino de Amor. Que nós sigamos pela .vida confiantes no teu cuidado paterno e levemos aos companheiros de caminhada a força de nossa fé e a alegria de nossa esperança. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, em cada ‘Ave Maria’ que nós rezarmos, faze-nos conscientes do Mistério da Encarnação do teu Verbo Redentor, que a oração recorda. Ajuda-nos a mergulhar no exemplo de Maria e, como ela, acolhermos o Cristo Jesus em nossa existência. Ele que é teu Filho, nosso Irmão, e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.