sábado, 9 de março de 2024

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE D EUS TE ACOMPANHE…

Novena de São José – Primeiro Dia (DOS DIAS 10 DE MARÇO A 18 DE MARÇO) - FESTA: 19 DE MARÇO


Novena de São José – Primeiro Dia
(10 DE MARÇO)

Nota: Esta oração foi encontrada no quinquagésimo ano de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em 1505 ela foi enviada pelo Papa ao Imperador Carlos quando ele estava indo para uma batalha.

Quem quer que leia esta oração ou a escute ou a mantenha junto de si jamais deverá morrer de morte repentina, ou ser afogado, nem mesmo veneno fará mal algum a eles; e muito menos cairão eles nas garras do inimigo, ou se queimarão em alguma chama ou serão mortos em batalha.

Oração Inicial

Oh! São José, cuja proteção é tão grande, tão forte, tão imediata diante do trono de Deus, coloco em vossas mãos todos os meus interesses e desejos.
Oh! São José, auxilie-me com sua poderosa intercessão, e obtenha para mim do seu divino Filho todas as bênçãos espirituais, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor, para que, tendo-me comprometido aqui, sob seu poder celestial, eu possa oferecer minhas graças e homenagens ao mais amável dos Pais.
Oh São José, jamais me canso de contemplar a ti e a Jesus a dormir em seus braços; Não me atrevo a me aproximar enquanto Ele repousa junto do teu coração. Abraçe-O em meu nome e beije-O ao meu último suspiro.

São José, Patrono das almas partidas; Rogai por mim.

Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Amém e Amém.

Oh glorioso São José, fiel seguidor de Jesus Cristo, a ti elevamos nossos corações e nossas mãos para implorar vossa poderosa intercessão em obter do benigno coração de Jesus todos os auxílios e graças necessárias ao nosso bem-estar espiritual e carnal, particularmente pela graça de uma morte feliz e o especial favor que agora vos pedimos (mencionar pedido).
Oh! guardião dos encarnados do mundo, sentimo-nos animados e confiantes de que vossas orações em nosso favor serão graciosamente ouvidas ao trono de Deus.
Oh! glorioso São José, pelo amor que tendes por Jesus Cristo e pela glória do Seu nome, escutai as nossas orações e dai-nos o que pedimos. Amém.

Primeiro Dia

Oh! glorioso São José, com sentimentos de ilimitada confiança, vos imploramos que abençoe esta novena que começamos em vossa honra. “Vós jamais sois invocado em vão” dizia Santa Teresa do Menino Jesus.
Fazei por mim, portanto, o mesmo o que fizestes pela esposa do Sagrado Coração de Jesus e graciosamente escutai-me assim como a ela escutou. Amém.

Rezar: Pai Nosso… Ave Maria… Glória ao Pai… São José, rogai por nós!

Fonte: https://encontrocomcristo.com.br/novena-de-sao-jose-primeiro-dia/

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 09/03/2024

ANO B


Lc 18,9-14

Comentário do Evangelho

Atitudes do homem diante de Deus

A parábola do fariseu e do publicano é própria a Lucas. A parábola confronta duas atitudes do homem diante de Deus. Os destinatários da parábola são aqueles que confiam em si mesmos porque se julgam justos, e desprezam os outros (cf. v. 14). O fariseu retém na sua oração o motivo de sua justiça: jejuava duas vezes por semana e pagava o dízimo de toda a sua renda (v. 12). Sabe que a observância dos preceitos da Lei é dom de Deus, por isso agradece (cf. v. 11). A contradição da sua justiça expressa na sua oração, que ele faz intimamente, é o desprezo e o juízo dos outros que ele considera ladrões, desonestos, adúlteros; nem o publicano, que rezava ao lado dele, escapou. A oração do publicano está centrada na sua falta, e ele se apresenta humilde diante de Deus: ". ficou à distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu." (v. 13). A falta do fariseu é que ele se cria justo e a causa de sua justiça era, segundo ele, mérito seu; quanto ao publicano, ele é justificado porque se abre para o dom da salvação de Deus. A salvação que vem de Deus não é mérito, é dom e, enquanto tal, deve ser recebida.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me consciente de minha condição de pecador, livrando-me da soberba que me dá a falsa ilusão de ser superior a meu próximo e mais digno de me dirigir a ti.
Fonte: Paulinas em 09/03/2013

Comentário do Evangelho

Duas atitudes do homem diante de Deus.

Os destinatários da parábola são apresentados logo no primeiro versículo do evangelho de hoje: aqueles que fechados sobre si mesmos, sobre suas próprias obras, consideram os outros como inferiores e, por isso, se enganam na sua relação com Deus. A parábola apresenta duas atitudes do homem diante de Deus. O fariseu, embora reconheça que o cumprimento da Lei é dom, se apresenta soberbo e autossuficiente diante de Deus. Para ele a salvação é merecimento em razão de suas próprias obras, e não dom de Deus que deve ser acolhido. A consequência dessa atitude é o juízo condenatório e o desprezo pelos outros. O publicano, ao contrário, se apresenta diante de Deus humilde, consciente de sua falta, necessitado da misericórdia do Senhor. Há uma prática religiosa que, voltada para si mesma ou para a pessoa que a pratica, se transforma em pura vaidade e sutilmente rejeita um Salvador, pois o que ele pratica é, para ele, a sua justificação. A salvação é dom de Deus. O que nós fazemos deve ser a expressão da gratidão e da consciência do dom recebido.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me consciente de minha condição de pecador, livrando-me da soberba que me dá a falsa ilusão de ser superior a meu próximo e mais digno de me dirigir a ti.
Fonte: Paulinas em 29/03/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Quem se humilha será elevado


Uma pequena história para ajudar a nossa caminhada quaresmal. Um fariseu e um publicano vão rezar no templo. O publicano, que cobrava impostos, fica distante, de olhos baixos, bate no peito e pede a compaixão de Deus, porque era um pecador. Tinha consciência do seu pecado e mostrava arrependimento. O fariseu fica de pé e fala com Deus no seu coração. Agradece por não ser ladrão, desonesto nem adúltero e diz que jejua e paga o dízimo. Tudo o que ele diz é verdade. Ele não está mentindo. Um, aparentemente justo, e outro, certamente pecador. E Deus gostou da oração do pecador que voltou para casa justificado. O fariseu, que cumpria toda a Lei, não voltou para casa justificado. Jesus termina a história dizendo que quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. Esta afirmação revela o ponto fraco do fariseu e da sua oração: ele se exaltou. Ao agradecer a Deus, o fariseu se comparou com os outros e com o publicano. Se não tivesse dito “porque não sou como os outros”, talvez a sua oração tivesse sido aceita.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Na prece do fariseu, ele é o protagonista. Agradece por não ser, como os outros homens, ladrão ou adúltero. Porque jejua e paga o dízimo. É perfeito! O cobrador de impostos se coloca na dependência do favor de Deus: reconhece seu pecado e pede perdão. Será que nós temos nos colocado no lugar certo diante do Pai Misericordioso em nossos momentos de oração?
Fonte: Arquidiocese BH em 09/03/2013

Vivendo a Palavra

Orgulho, presunção, confiança nas nossas próprias forças – talvez esteja aqui a maior das tentações. Tenhamos cuidado para reconhecer que tudo o que somos e que temos é pura graça, generosidade total do Pai Misericordioso. Esta é a primeira condição para partilharmos nossa vida com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

No jeito farisaico de buscar a perfeição, cabia o orgulho e o desprezo pelos demais filhos de Israel, que eram considerados pecadores e impuros. Jesus inaugura um Caminho Novo, o da humildade, do pedido de perdão, da penitência, do propósito de conversão. Este é o exemplo que Ele deixa e fica para a sua Igreja seguir.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2018

VIVENDO A PALAVRA

Tudo é dom de Deus. Não temos nenhum motivo para imitar aquele fariseu, que contabilizava créditos pelo cumprimento de prescrições legais. Jesus nos veio ensinar a gratuidade do Amor, o desprendimento, a generosidade, o cuidado zeloso pelos companheiros de caminhada. E a gratidão sem limites nem cobranças ao Pai do Céu, que é rico em Misericórdia.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/03/2020

VIVENDO A PALAVRA

Seguir Jesus significa amar ao Pai Misericordioso servindo ao próximo. Isto é bem mais do que cumprir prescrições, como fazia aquele fariseu. É caminhar seguindo a direção apontada pelo Mestre de Nazaré, superando-nos todos os dias, sempre nos conservando humildes e conscientes dos nossos limites, mas confiantes na Presença do Espírito em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2021

Reflexão

Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a salvação não pode ser alcançada por nossas ações, uma vez que a pessoa não pode salvar-se por si mesma, mas por uma ação amorosa e gratuita do próprio Deus. Nós não nos salvamos, aos homens isso é impossível, mas Deus nos salva, pois para ele tudo é possível. Sendo assim, a nossa salvação depende antes de tudo da postura que temos diante de Deus. O fariseu contava os seus méritos diante de Deus, o que não lhe garantiu a salvação, enquanto que, ao demonstrar as suas misérias e os seus pecados diante de Deus, o cobrador de impostos reconhecia que somente Deus poderia salvá-lo e implora por essa salvação e, por isso, ele foi atendido em suas preces.
Fonte: CNBB em 09/03/2013 e 29/03/2014

Reflexão

Nada é mais inconveniente do que uma pessoa se julgar justa, santa, sem defeitos. Pior é quando ela se coloca acima dos outros e os despreza. Jesus, mediante oportuna parábola, tenta corrigir esse desvio. Escolhe dois tipos característicos da época: um fariseu, que se considera justo e fiel observante da Lei de Deus; e um cobrador de impostos, malvisto pelos fariseus e rechaçado como pecador. O fariseu, diante de Deus, conta vantagens de suas atitudes. Ser virtuoso não é título de honra, é simples obrigação. Na avaliação do Mestre, o fariseu é reprovado. O cobrador de impostos coloca-se no seu lugar: todo ser humano é imperfeito. Reconhece, pois, suas faltas e pede perdão ao Deus misericordioso. Recebe a aprovação de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 10/03/2018

Reflexão

Nada é mais inconveniente do que uma pessoa se julgar justa, santa, sem defeitos. Pior é quando ela se coloca acima dos outros e os despreza. Jesus, mediante oportuna parábola, tenta corrigir esse desvio. Escolhe dois tipos característicos da época: um fariseu, que se considera justo e fiel observante da Lei de Deus; e um cobrador de impostos, malvisto pelos fariseus e rechaçado como pecador. O fariseu, diante de Deus, conta vantagens de suas atitudes. Ser virtuoso não é título de honra, é simples obrigação. Na avaliação do Mestre, o fariseu é reprovado. O cobrador de impostos coloca-se no seu lugar: todo ser humano é imperfeito. Reconhece, pois, suas faltas e pede perdão ao Deus misericordioso. Recebe a aprovação de Jesus.
Oração
Por tua parábola, ó Jesus, compreendemos qual é a verdadeira oração. Rezar não é vangloriar-se diante de Deus, nem demonstrar autossuficiência, e tampouco desprezar os outros. Rezar, ao contrário, é reconhecer que temos necessidade da misericórdia de Deus. Senhor, ensina-nos a rezar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 21/03/2020

Reflexão

A parábola de Jesus questiona aqueles que se consideram “justos e desprezam os outros”. Nela Jesus discorre que dois homens (o fariseu e o publicano) foram ao templo orar. Há muita diferença entre os dois ao fazerem sua prece. O fariseu é autossuficiente e presunçoso: considera-se justo por ser fiel cumpridor das Leis, pensando, com isso, ser merecedor da atenção de Deus. Ele é um tipo arrogante, que se considera melhor que os outros e os despreza. O cobrador de impostos ou publicano é homem despojado de méritos, rico de fé e humildade, depositário do amor misericordioso de Deus. Oração não consiste em desfilar virtudes e méritos diante de Deus e dos outros; consiste, antes de tudo, em se colocar à escuta de Deus. O fariseu, em sua autossuficiência, não necessita de Deus; o publicano reconhece seus limites e a necessidade do amor de Deus.
Oração
Por tua parábola, ó Jesus, compreendemos qual é a verdadeira oração. Rezar não é vangloriar-se diante de Deus, nem demonstrar autossuficiência, tampouco desprezar os outros. Rezar, ao contrário, é reconhecer que temos necessidade da misericórdia de Deus. Senhor, ensina-nos a rezar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 13/03/2021

Reflexão

Embora as palavras sejam claras e diretas, nem sempre somos capazes de compreendê-las ou não queremos compreendê-las. Aquele que se reconhece como justo coloca-se acima dos outros, pois julga-se próximo de Deus e cumpridor de todos os preceitos que o livrariam da condição de pecador. Com isso, no mínimo, essa pessoa atrai sobre si o pecado da arrogância, pois ela se torna a medida de todas as coisas, e não mais Deus. Por sua vez, quem reconhece sua condição de ser humano frágil e está sempre a caminho, sabe que precisa melhorar e recorre a Deus em sua necessidade. O coração humilde encontra repouso em Deus e nele confia; o coração arrogante acredita ter encontrado com suas próprias forças o caminho da plenitude. Todo ser humano vive um grande processo de conversão, alguns, porém, tentam ignorar sua pequenez.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 26/03/2022

Reflexão

Nada é mais inconveniente do que uma pessoa se julgar justa, santa, sem defeitos. Pior é quando ela se coloca acima dos outros e os despreza. Jesus, mediante oportuna parábola, tenta corrigir esse desvio. Escolhe dois tipos característicos da época: um fariseu, que se considera justo e fiel observante da Lei de Deus; e um cobrador de impostos, malvisto pelos fariseus e rechaçado como pecador. O fariseu, diante de Deus, conta vantagens de suas atitudes. Ser virtuoso não é título de honra, é simples obrigação. Na avalição do Mestre, o fariseu é reprovado. O cobrador de impostos coloca-se no seu lugar: todo ser humano é imperfeito. Reconhece, pois, suas faltas e pede perdão ao Deus misericordioso. Recebe a aprovação de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

Eu vos digo: este último voltou para casa justificado»

Fr. Gavan JENNINGS
(Dublín, Irlanda)

Hoje, Cristo apresenta-nos dois homens que, a um observador casual, podiam parecer quase idênticos, já que se encontram no mesmo lugar, realizando a mesma atividade: ambos «subiram ao templo para orar» (Lc 18,10). Porém, para além das aparências, no mais profundo das suas consciências, os dois homens são radicalmente diferentes: um, o fariseu, tem a consciência tranquila, enquanto que o outro, o publicano—cobrador de impostos — está inquieto devido a sentimentos de culpa.
Hoje em dia tendemos a considerar os sentimentos de culpa – os remorsos — como algo próximo de uma aberração psicológica. Contudo, o sentimento de culpa permite ao publicano sair reconfortado do Templo, uma vez que «este voltou para casa justificado, mas o outro não» (Lc 18,14). «O sentimento de culpa», escreveu Bento XVI, quando ainda era Cardeal Ratzinger (“Consciência e verdade”), afasta a falsa tranquilidade de consciência e podemos chamar-lhe “protesto da consciência” contra a minha existência auto-satisfeita. É tão necessário para o homem como a dor física, que significa uma alteração corporal do funcionamento normal».
Jesus não nos induz a pensar que o fariseu não esteja a dizer a verdade quando afirma que não é ladrão, nem desonesto, nem adúltero e paga o dízimo no Templo (cf. Lc 18,11); nem que o cobrador de impostos esteja a delirar ao considerar-se a si próprio como um pecador. A questão não é essa. O que realmente acontece é que «o fariseu não sabe que também tem culpas. Ele tem uma consciência plenamente clara. Mas o “silêncio da consciência” fá-lo impenetrável perante Deus e perante os homens, enquanto que o “grito de consciência”, que inquieta o publicano, o torna capaz da verdade e do amor. Jesus pode remover os pecadores!» (Bento XVI).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«O coração tem que ser quebrantado. Não tenha medo de perder o coração ao quebrantá-lo, pois também diz o salmo: Oh Deus, cria em mim um coração puro. Para que seja criado esse coração puro, tem que quebrantar antes o impuro» (Santo Agostinho)

- «Estamos sempre prontos para passar por inocente, mas assim não se avança na vida cristã... Antes e depois da confissão, em tua vida, em tua oração, você é capaz de se acusar a você mesmo? Ou é mais fácil acusar aos outros?» (Francisco)

- «Sem ser estritamente necessária, a confissão das faltas quotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo com maior frequência, neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos» (Catecismo da Igreja Católica, n° 1458)

Reflexão

«Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado»

Rev. D. David COMPTE i Verdaguer
(Manlleu, Barcelona, Espanha)

Hoje, imersos na cultura da imagem, o Evangelho proposto tem uma profunda carga de conteúdo. Mas vamos por partes.
Na passagem que contemplamos vemos que na pessoa há um nó com três cordas, de maneira que é impossível desfazê-lo se não temos presentes as três cordas mencionadas. A primeira nos relaciona com Deus; a segunda, com os outros; e a terceira com nós mesmos. Reparemos nisto: aqueles a quem dirige-se Jesus «que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros» (Lc 18,9) e, desta maneira, rezavam mal. As três cordas estão sempre relacionadas!
Como fundamentar bem essas relações? Qual é o segredo para desfazer o nó? Nos o diz a conclusão dessa incisiva parábola: a humildade. Assim mesmo expressou Santa Teresa de Ávila «A humildade é a verdade».
É certo: a humildade nos permite reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nem envaidecer-nos, nem menosprezar-nos. A humildade nos faz reconhecer como tal os dons recebidos, e permite-nos apresentar ante Deus o trabalho da jornada. A humildade reconhece também os dons dos outros. E mais ainda, alegra-se deles.
Finalmente, a humildade é também a base da relação com Deus. Pensemos que, na parábola de Jesus, o fariseu leva uma vida irrepreensível, com as práticas religiosas semanais e, inclusive, exerce a esmola! Mas não é humilde e isto carcome todos os seus atos.
Temos perto a Semana Santa. Prontamente contemplaremos –uma vez mais!- a Cristo na Cruz. «O Senhor crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente e de humilde mansidão» (João Paulo II). Ali veremos como, ante a súplica de Dimas –«Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar» (Lc 23,42)— o Senhor responde com uma “canonização fulminante”, sem precedentes: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43). Esta personagem era um assassino que fica, finalmente, canonizado pelo próprio Cristo antes de morrer.
É um caso inédito e, para nós, um consolo...: nós não “fabricamos” a santidade, mas antes é entregada por Deus, se Ele encontra em nós um coração humilde e convertido.

Reflexão

"Ethos" (natureza) e "graça"

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus Cristo ilustra graficamente a relação entre “ethos” (personalidade ou natureza humana) e “graça”. O fariseu se vangloria de suas muitas virtudes; o publicano conhece seus pecados, sabe que não pode se vangloriar ante Deus e, consciente de sua culpa, pede graça. Isto significa que um representa o “ethos” e o outro a graça sem “ethos” ou contra o "ethos"?
Na realidade trata-se de duas maneiras de se situar ante Deus e ante si mesmo. Um nem olha a Deus, mas só a si mesmo; o outro se vê em relação com Deus e, com isso, abre-se lhe o olhar para si mesmo (sabe que tem necessidade de Deus e que tem de viver de sua bondade). Não se nega o “ethos” só se lhe libera da estreiteza do moralismo e se lhe coloca no contexto da relação de amor com Deus.
—A graça que imploro não me isenta do “ethos”: preciso de Deus e, graças a sua bondade, eu posso me encaminhar à Bondade.

Recadinho

Respeito meu próximo a todo custo? - Não sou como os outros homens! Diz o fariseu. Sou assim também? - Meu Deus, tem piedade de mim! Sei rezar assim? - Em que momentos rezo? - Sei retribuir a bondade e misericórdia que Deus tem para comigo?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 29/03/2014

Meditação

“Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro, não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.” Com essa parábola, Jesus apontou o erro de quem confia em sua própria bondade e despreza os outros. Não há salvação para mim enquanto eu confiar em mim mesmo, e não reconhecer que preciso da misericórdia de Deus, que me transforme e liberte. Por outro lado, se desconheço quem, de fato, eu sou, minhas limitações e fraquezas, viverei na triste ilusão de ser melhor que os outros.
Oração
ALEGRANDO-NOS com a celebração anual da Quaresma, nós vos pedimos, Senhor, que, participando com fervor dos sacramentos pascais, possamos colher com alegria todos os seus frutos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Parábolas de Jesus: O orgulhoso fariseu e o humilde publicano


Hoje Jesus “para os pies” «a algunos que se tinham por justos e desprezavam aos demais». Na história o fariseu fica faltal: «‘Oh Deus! Dou-te graças porque não sou como os outros homens, rapazes, injustos, adúlteros, nem como este publicano…». Ridículo! Mas, Jesus louva a atitude do publicano que rezava dizendo: «‘Oh Deus! Tem compaixão de mim, que sou pecador!’».
—«Aquele que se exalta será humilhado; e aquele que se humilhe será exaltado».O Pai glorificou com a ressurreição ao Filho humilhado na Cruz.

Meditando o evangelho

SOBERBA E HUMILDADE

Jesus não suportava a soberba de quem se gabava de ser justo, olhando os outros com desdém. Este comportamento o irritava por revelar uma falsa imagem de Deus, completamente contrária àquela ensinada por ele. O deus dos soberbos e orgulhosos é preconceituoso, deixa-se impressionar por exterioridades, é injusto para com os fracos, é facilmente enganável. A um deus assim, dirige-se o fariseu da parábola contada por Jesus. Assumindo uma postura de evidente arrogância, dirige-se a seu deus, prestando-lhe contas de suas práticas religiosas, como que a exigir uma recompensa generosa.
O Deus anunciado por Jesus é, radicalmente, diferente: é o Pai atento a seus filhos, de modo especial, aos fracos e pequeninos. Valoriza qualquer esforço humano de superar o pecado, para colocar-se, com humildade, no caminho da conversão. Vê o mais íntimo do ser humano, onde percebe seus sentimentos e intenções. Portanto, não é um Deus a quem se possa enganar.
Diante da atitude dos soberbos, Jesus não tinha dúvidas quanto ao fim que os esperava. Eles serão humilhados ao se encontrarem na presença do Pai. Recomenda-lhes, então, a humildade, porque só ela é capaz de sensibilizar a Deus, para a pessoa obter dele a justificação. Portanto, quem se vanglória de ser justo, está preparando sua própria condenação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de humildade, liberta-me da soberba, porque ela me afasta do Pai. E faze-me reconhecer, com humildade, minhas próprias limitações.
Fonte: Dom Total em 29/03/201421/03/2020 13/03/2021

Oração
Ó Deus, alegrando-nos cada ano com a celebração da Quaresma, possamos participar com fervor dos sacramentos pascais e colher com alegria todos seus frutos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 29/03/2014

Meditando o evangelho

A ORAÇÃO AGRADÁVEL A DEUS

O modo de como alguém se relaciona com Deus depende da imagem que tem de si mesmo. Assim como existem formas corretas e incorretas de autocompreender-se, também existem formas corretas e incorretas de estabelecer relações com Deus. Em outras palavras, existem modos de rezar que agradam a Deus e modos que lhe desagradam.
O fariseu da parábola é símbolo de quem se supervaloriza, desconhecendo seus próprios limites. Além disso, seu complexo de superioridade leva-o a olhar os outros com desprezo, certo de que não atingiram a perfeição como ele. Deste coração brotou uma oração arrogante que consistia numa auto-exaltação, como que desejando que Deus lhe viesse dar os parabéns.
Já o publicano, vítima da marginalização religiosa, tem consciência de ser pecador. Por isso, não ousa sequer levantar os olhos para o céu. Que oração podia brotar de seus lábios senão um forte pedido de perdão? Sua condição leva-o a entregar-se confiante à misericórdia do Pai. Nada mais lhe resta esperar.
A oração orgulhosa do fariseu não chegou aos ouvidos de Deus e, sim, a humilde do publicano. Que tem a ousadia de exaltar-se diante de Deus, será humilhado. Pelo contrário, quem se reconhece pequeno e necessitado de Deus será objeto de sua compaixão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a rezar, consciente da minha condição de pecador que tem necessidade da misericórdia do Pai.
Fonte: Dom Total em 10/03/2018 26/03/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Oração e Nós
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O Evangelho de hoje nos mostra o que há por trás da Oração. Um salmo afirma que “A boca proclama aquilo do qual o coração está cheio” e por isso, quem é arrogante e prepotente, dominado pela soberba, não consegue tirar a “Carapuça” nem na hora de rezar, colocando-se diante de Deus como uma pessoa Santa, Piedosa e Justa, comparada com as demais. Eu cansei de ouvir certas invocações da Oração dos Fiéis, que foram elaboradas por alguém que tem problemas de relacionamento com algum irmão, com o Padre, Diácono, Ministro ou Catequista.
“Rezemos pelo nosso padre, para que se converta verdadeiramente a Cristo, rezemos ao Senhor”  Por trás dessa fórmula está a denúncia de que o Padre tem algum pecado público gravíssimo e ainda não é um convertido.
Rezemos para que o Movimento tal se comprometa mais com o autêntico evangelho de Cristo. Rezemos ao Senhor. Aqui o autor da oração está dizendo que o Movimento tal não prega e nem vive o Evangelho.
Rezemos para que aquela jovem do Grupo de jovens, que está grávida, acolha com amor a criança e não busque no aborto a saída para o seu namoro que deu errado. Rezemos ao Senhor. E só faltava a oração ser mais explícita, como essa “Rezemos para que aquele Ministro Sem Vergonha, pare de agredir a esposa e deixe a bebida. Rezemos ao Senhor...Em todas essas orações, o autor se julga Santo e irrepreensível diante de Deus.
Eis aí se repetindo a história da oração do Fariseu e do Publicano, que longe de querer pedir ajuda Divina, em todos esses casos, o que faz na verdade é denunciar publicamente os pecados dessas pessoas. Na minha comunidade isso já ocorreu não de maneira explícita como aqui coloquei, mas de maneira velada...o que é ainda pior.
Que tipos de sentimentos tais orações despertam na assembleia? Certamente que os piores possíveis, eu ouvi de alguém , após a celebração, essa afirmativa “Então a menina do Grupo de jovens está grávida e tentando abortar, sempre soube que ela era da “Pá Virada”, e ainda pousa de santinha na comunidade...”
O evangelho deixa claro que orações assim não justificam a ninguém, e o que é uma oração justificada? Aquela que em nosso coração temos a certeza de que Deus ouviu. Por isso o Publicado, lá no último banco, de cabeça baixa e contrito, ao reconhecer o seu pecado, tendo certeza de que Deus o ama apesar disso, clamou por Misericórdia e foi atendido, voltando para casa satisfeito, por saber que a sua oração chegou até o Céu.
Quanto a oração do nosso amigo Fariseu, bem como as fórmulas da Oração dos Fiéis que citei como exemplo, podem ter certeza de que “O Email voltou”...

2. DOIS MODOS DE REZAR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

O contraste entre a oração do fariseu e a do publicano ilustra duas posturas diante de Deus, o modo inconveniente e o modo conveniente de rezar.
O fariseu encarna o modo inconveniente de se dirigir a Deus. Sua postura empertigada deixa transparecer a consciência de ser estimado por Deus e gozar de grande prestígio diante dele. Suas palavras denotam o grande conceito que tinha de si mesmo. Sabia-se ser uma pessoa acima de qualquer suspeita, muito diferente do resto da humanidade formada por ladrões, injustos e adúlteros. Deus não tinha como fazer-lhe nenhuma censura, uma vez que era fiel no cumprimento dos mandamentos, dentre os quais, o pagamento do dízimo.
A oração revestida de tal soberba, de forma alguma pode ser agradável a Deus. Quem se serve dela, terá a humilhação como resposta.
O publicano situa-se no pólo oposto: mantém-se distante, de cabeça baixa, temendo erguer os olhos para os céus, pois tinha consciência de ser pecador, carente da misericórdia e do perdão divinos. Sem títulos de grandeza nem provas de virtude, só lhe restava colocar-se, humildemente, nas mãos do Pai.
A oração do humilde toca o coração de Deus e é atendida. Ele vem em socorro de quem sabe reconhecer-se limitado e impotente para se salvar com as próprias forças.
Oração
Pai, faze-me consciente de minha condição de pecador, livrando-me da soberba que me dá a falsa ilusão de ser superior a meu próximo e mais digno de me dirigir a ti.
Fonte: NPD Brasil em 09/03/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Os dois homens em oração
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Uma pequena história para ajudar a nossa caminhada quaresmal. Um fariseu e um publicano vão rezar no templo. O publicano, que cobrava impostos, fica distante, de olhos baixos, bate no peito e pede a compaixão de Deus, porque era um pecador. Tinha consciência do seu pecado e mostrava arrependimento. O fariseu fica de pé e fala com Deus no seu coração. Agradece por não ser ladrão, desonesto nem adúltero e diz que jejua e paga o dízimo. Tudo o que ele diz é verdade. Ele não está mentindo. Um, aparentemente justo, e outro, certamente pecador. E Deus gostou da oração do pecador que voltou para casa justificado. O fariseu, que cumpria toda a Lei, não voltou para casa justificado. Jesus termina a história dizendo que quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. Esta afirmação revela o ponto fraco do fariseu e da sua oração: ele se exaltou. Ao agradecer a Deus, o fariseu se comparou com os outros e com o publicano. Se não tivesse dito “porque não sou como os outros”, talvez a sua oração teria sido aceita.
Fonte: NPD Brasil em 10/03/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A oração do fariseu e do publicano - Lc 18,9-14
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Disse uma vez um teólogo que os torturados nos precederão no Reino dos Céus. Ele comentava o dito de Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: “Os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus”. Os pecadores creram em João Batista. No entanto, as autoridades do Templo, mesmo vendo a conversão dos pecadores, continuaram rejeitando a pregação de João. Jesus sabe que nossas ações podem ser resultado de um sistema social que não depende apenas de nossa vontade, embora seja possível resistir. Há ocasiões em que a desobediência é uma virtude. Você sabe o que é prostituição, mas conhece toda a história da prostituta? O publicano mexe com dinheiro, e dinheiro traz bem-estar e confusão. Nada, porém, justifica o pecado que é “ratificar um sistema de contra-valores e agir em conformidade com ele”, ensina outro teólogo. “Só quem é verdadeiramente responsável pelas suas decisões pode ser considerado culpado. Quem faz o mal só é culpado se for livre para fazer o bem.” O publicano decidiu pelo bem. O fariseu ficou como estava.
Fonte: NPD Brasil em 21/03/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Uma oração que não chega ao coração de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Usemos o nosso imaginário: se nossas orações fossem e-mails enviados para Deus, as orações do tipo desse Fariseu não teriam a menor chance, ou voltariam por estar com a caixa de correio lotada, ou simplesmente seria deletada e iria parar na lixeira.
Não é que Deus se chateie ouvindo tais orações, acontece que não há o que atender, simplesmente porque não há nenhum pedido, podem notar. E não se trata de uma bela oração de ação de graças como aparenta ser, mas é uma oração arrogante e soberba, de quem se considera perfeito e melhor do que todos os outros homens. Às vezes corremos o risco de fazer orações desse tipo, quando no comparamos aos outros: que não são casados na igreja, que não são batizados, que não frequentam a comunidade, que não ofertam o dízimo, que não receberam os sacramentos, ou quando exaltamos o nosso trabalho e achamos que, se cruzarmos os braços a comunidade ou a pastoral vai fechar as portas. Isso também é oração de arrogância!
Não sei se o Publicano ia ao tempo orar, mas Jesus certamente conhecia muitos publicanos, pois até jantava com eles, e via em alguns deles o desejo sincero de buscar a Deus, a partir do reconhecimento de que eram pecadores. Ficar no último lugar é sentir-se pequeno e sem valor, é não ter com o que ou com quem contar a não ser com a misericórdia de Deus.
Esta deve ser a autêntica postura de um cristão em oração, e não precisa se perder a autoestima, basta apenas compreender e crer de coração, que sem Deus e a sua Graça Santificante e Operante, nada somos... Em nossa fraqueza somos fortalecidos pela Graça de Deus que nos socorre em sua misericórdia, porque simplesmente na ama do jeito que somos...

2. Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador! - Lc 18,9-14
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

De pé, no templo, um fariseu rezava e dizia a Deus o que era verdade. Ele não era ladrão, nem desonesto, nem adúltero. Jejuava até duas vezes por semana e pagava o dízimo com exatidão. Ele agradecia a Deus, mas não agradecia por todas essas coisas boas, por suas virtudes e observâncias. Ele agradecia a Deus por não ser como os outros. Atrás dele, num lugar mais distante, um publicano, cobrador de impostos, também estava rezando. O fariseu o incluiu em sua oração, não rezando por ele, mas comparando-se com ele. “Eu não sou como este publicano”. O publicano rezava quieto, de olhos baixos, reconhecendo-se pecador e pedindo a compaixão de Deus. “Quem se gloria, glorie-se no Senhor”, disse Paulo aos coríntios, e recomendou aos gálatas que cada um examinasse sua própria obra para poder se gloriar. Era o que fazia o fariseu. Mas Paulo acrescentou: “Não se comparando ao outro”. Já se disse que toda comparação claudica, manca, é imperfeita. Toda comparação é odiosa, sobretudo quando faz do outro um concorrente ameaçador.
Fonte: NPD Brasil em 13/03/2021

HOMILIA

TENDE PIEDADE DE MIM QUE SOU PECADOR!

O Evangelho de hoje nos mostra com clareza qual é o pensamento que Jesus tem a respeito da nossa oração, e não somente no que se relaciona ao nosso vínculo com os outros, mas especialmente diante de Deus, que nos conhece mais do que nós mesmos.
Lendo o evangelho de hoje eu fiquei muito feliz porque acredito que essa mensagem seja capaz de mudar de forma concreta a minha vida e a tua, uma vez que passamos a compreender o sentido real e concreto do ato de ser humilde e não apenas do conceito de humildade, podemos ser transformados interiormente e executar gestos no nosso cotidiano que irá nos proporcionar sentimentos bons e alegres.
É interessante verificar os dois tipos de oração! O Fariseu nomeia todas as suas observâncias, tudo que ele faz, conforme manda o a Lei! Ele não conta nenhuma mentira - ele faz isso mesmo. Só que ele confia absolutamente no poder da sua prática para garantir a salvação. Assim dispensa a graça de Deus, pois se a Lei é capaz de salvar, não precisamos da graça! E ainda se dá o luxo de desprezar os que não viviam como ele - ou porque não queriam, ou porque não conseguiam!: Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos.
O publicano também não mente quando reza! Longe do altar, nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito em sinal de arrependimento de dizia: Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador. E era a verdade mesmo - ele era vigarista, ladrão opressor do seu povo, traidor da sua raça - mas ele tem consciência disso, e não só disso, mas do fato de que por ele mesmo é incapaz de mudar a sua situação moral. A sua única esperança é jogar-se diante da misericórdia de Deus. Para o espanto dos seus ouvintes, Jesus afirma que o desprezado publicano voltou para a casa "justificado" por Deus, e não o outro. Pois é Deus que nos torna justos por pura gratuidade, e não em recompensa por termos observado as minúcias duma Lei.
E como entrou o farisaísmo nas nossas tradições de espiritualidade! Como as nossas pregações reduziam a fé e o seguimento de Jesus à uma observância externa duma lista de Leis! Como reduzimos Deus a um mero "banqueiro", que no fim da vida faz as contas e nos dá o que nós "merecemos", segundo uma teologia de retribuição! Quem tem a conta em haver com Ele, ganhará o céu, e quem está em dívida irá para o inferno! E a graça de Deus? E a cruz de Cristo? Paulo mudou de vida quando descobriu que a Lei, por tão importante que fosse como "pedagogo", não era capaz de salvar, mas que é Deus que nos salva, sem mérito algum nosso, através de Jesus Cristo! Com esta descoberta, se libertou! E defendia este seu "evangelho" a ferro e fogo! O texto de hoje nos convida para que examinemos até que ponto deixamos o farisaísmo entrar em nossas vidas; até que ponto confiamos em nós mesmos como agentes da nossa salvação; até que ponto nos damos o direito de julgar os outros, conforme os nossos critérios. Uma advertência saudável e oportuna que alerta contra uma mentalidade "elitista" e "excludente", que pode insinuar-se na nossa espiritualidade, como fez na dos fariseu, sem que tomemos consciência disso!
Portanto, esse evangelho é transformador, ele vem ensinar para nós que a nossa oração é um meio de comunicação eficaz com o Pai, mas só subirá aos céus se nascer de um coração humilde, simples e puro! Se quisermos ser justificados e elevados diante de Deus, precisamos diminuir para que Deus cresça em nós! Meu Deus, é preciso que eu diminua e que Cristo cresça em mim. Dai-me Senhor um coração puro e humilde e assim como aquele cobrador de impostos clamou a ti eu também Te peço agora: tende piedade de mim que sou pecador.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 29/03/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SÁBADO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 29/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Como fazer a vontade de Deus neste mundo?

Postado por: homilia
março 9th, 2013

Nesta parábola, temos a oposição radical entre dois orantes e dois tipos de oração: a oração arrogante e autossuficiente do fariseu e a oração confiante e humilde do publicano. A oração do fariseu é típica das tradicionais orações de Israel. Aparentemente, é uma oração de agradecimento a Deus. Contudo, por seu conteúdo, adquire outro sentido.
O fariseu “agradece” por ser um justo, observante, diferenciado e separado dos “pecadores” como o publicano que ali estava presente.
O fariseu coloca-se diante de Deus numa atitude de senhor e não de servo. Faz negócio com Deus: “Eu te dou as minhas boas obras e Tu és obrigado a dar-me a salvação eterna”. Toma uma posição de igualdade com Deus, na medida em que se sente com direitos diante d’Ele.
O fariseu colocou-se como ponto de referência em relação ao pecador e ao próprio Deus na condição de superioridade em relação ao pecador, e na de quase igualdade perante Deus.
Sua oração é uma oração de autossuficiência e de desprezo aos outros, que, em nome de Deus, fundamenta uma posição de privilégios e poder.
O outro orante, o publicano, tem a atitude de um pobre que confia totalmente em Deus. Ele, humilhado e excluído pelo sistema religioso que o considera um pecador, é consciente de sua pequenez e de sua dependência de Deus. À medida que o “justo” rompe a comunhão com o próximo, ele rompe a comunhão com Deus.
O pecador relaciona-se apenas com Deus e não se mete na vida do vizinho.
O pecador, pelo contrário, pensa e pensa bem. Pois ele nada tem para dar em troca a Deus e que não tem quaisquer direitos a reclamar d’Ele. De seu tem apenas o pecado e d’Ele espera apenas o perdão. A parábola não é, pois, sobre a oração, mas sobre a justificação diante de Deus e pretende responder à eterna pergunta: “Como fazer a vontade de Deus neste mundo?” Cada um dos personagens apresenta-nos a sua resposta e a sua atitude de vida.
O pecador se salva, torna-se justo diante de Deus, não pelas obras humanas, pelo seu esforço no cumprimento de determinados preceitos, mas pela graça de Deus; ou seja, só pelo poder de Deus é que o homem é salvo, e não pelo que é ou faz. Acolher Jesus e a sua Palavra numa fé confiante, é o único caminho da salvação.
Alguém perguntará: “Então, as nossas boas obras nada valem diante de Deus?” O problema não deve ser colocado desse modo. Aqui não se trata de um problema de conteúdo, isto é, de obras, mas da perspectiva com que se fazem as obras. Expliquemos: o fariseu não foi condenado pelas boas obras que praticou, mas por confiar apenas nelas e nas suas próprias forças para fazê-las. Foi condenado por não as atribuir a Deus nem as relacionar com Ele.
A lição que devemos tirar deste texto é: o cristão deve estar atento para não abrir a porta à tentação da soberba perante o outro homem e da autojustificação perante Deus. Pelo contrário, optará por uma atitude de caridade e grande compreensão em relação às outras pessoas como sempre fez Jesus e por um esvaziamento de si, para que Deus o encha do seu perdão e da sua misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 09/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

A humildade é o caminho que nos conduz a Deus

Que Deus hoje nos conceda a humildade do publicano, que Deus nos conceda a humildade para sermos capazes de nos reconhecer como pecadores, que nós somos, e o tamanho de nossa fraqueza e de nossa miséria.

”O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!” (Lucas 18,13)

No nosso modo de nos relacionarmos com Deus existem duas maneiras, essas maneiras de nós nos relacionarmos com Ele é a maneira como nós dirigimos a nossa vida e também nos relacionamos uns com os outros. Nós, muitas vezes, podemos ser fariseus no nosso modo de proceder e assim também seremos no nosso modo de rezar. Nós nos achamos santos, justificados; achamos que somos bons, fazemos o que é correto; fazemos nossos deveres de casa, não fazemos extravagâncias, não cometemos grandes pecados.
Por outro lado, olhamos ao nosso lado e vemos tanta gente pecadora, tanta gente maldosa, tanta gente cometendo coisas abomináveis. Nós não, nós estamos justificados e é assim que nós olhamos o mundo e as pessoas. Julgamos, condenamos e nos absolvemos, nos achamos o máximo, nos sentimos muitas vezes justificados por aquilo que fazemos e acaba que a nossa oração é assim também!
Nós estamos sempre pedindo pelos pecadores do mundo, rezando por eles, por este, por aquele, pedindo: ”Senhor, converta fulano, converta sicrano”. E para nós pedimos: ”Senhor, conceda-me mais isso, conceda-me mais aquilo”. Às vezes, não entendemos por que a nossa oração não chega ao coração de Deus.
Do outro lado um publicano, símbolo daquele que tem pecados, mas, reconhece seus pecados, reconhece a sua indignidade; muitas vezes tem até vergonha de entrar na Igreja, de se aproximar de nós que somos de Igreja, de tocar no padre, porque se sente tão pecador. Do lado de fora da Igreja, na sua casa, onde se encontra, rebate no peito e diz: ”Senhor, tende piedade de mim, porque eu sou muito, mais muito pecador”. Essa oração chega no fundo do coração de Deus, porque não é a oração de quem se justifica, mas, a oração de quem reconhece as suas misérias, de quem muitas vezes não tem forças para se levanta, mas ainda tem visão para reconhecer seus erros, seus pecados e suas misérias.
Que Deus hoje nos conceda a humildade do publicano, que Deus nos conceda a humildade para sermos capazes de nos reconhecer como pecadores que nós somos e o tamanho de nossa fraqueza e de nossa miséria, para que clamemos do fundo do nosso coração: ”Senhor, tenha misericórdia e piedade de mim, porque eu sou pecador!”
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 29/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Os frutos da oração dependem da postura do nosso coração

A oração é uma postura de vida, é o modo como nos comportamos diante de Deus

“O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’.” (Lucas 18,13)

A oração é uma postura de vida, é o modo como nos comportamos diante de Deus, o Senhor da nossa vida. Podemos nos comportar com indiferença e frieza; a nossa oração pode ser: “Oi, Deus. Tudo ok?”. Essa é a oração da indiferença e da frieza.
A oração verdadeira é a oração do compromisso, onde nos comprometemos em estar diante de Deus, mas, essa oração tem duas posturas e uma é oposta à outra: há aquele que porta-se diante de Deus de forma muito orgulhosa; ele se coloca a partir daquilo que ele acha, das virtudes que ele admira em si mesmo, das práticas religiosas que ele tem. Ele reza Ave-Marias, é do grupo de oração, vai à missa toda semana, ou todos os dias. Portanto, ele faz das suas práticas o seu prato de orgulho e apresenta-se diante de Deus a partir do que ele realiza, a partir daquilo que ele já trabalhou ou trabalha para o Reino de Deus. Há ainda, alguns que têm a postura de dizer: “Eu já trabalho para Deus faz tempo. Eu já faço isso para Deus”, e na oração é da mesma forma; mas há outra postura diante da oração: a postura do humilde, do coração contrito e humilhado, a postura de quem conhece-se de verdade, de quem não se envaidece com o que faz; a postura de alguém que entra na miséria do coração humano e sabe que não é melhor, não é mais importante do que ninguém e nem pode fazer nada se não for guiado pela ternura e pela misericórdia de Deus.
O coração humilde faz a sua oração chegar diante do coração de Deus! Mas, por que parece que essas orações não são ouvidas?
A nossa postura diante da oração é a indiferença, o orgulho, a vaidade? Ou é a oração do humilde, do sincero, do contrito, do pecador arrependimento, daquele que humilha-se e prostra-se diante de Deus, reconhecendo-se pequeno?
Deus quer que a nossa oração seja muito frutuosa e os frutos da oração dependem da postura do nosso coração diante da presença de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/03/2018

HOMILIA DIÁRIA

A oração humilde agrada o coração de Deus

“O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’.” (Lucas 18,13)

Hoje, estamos nos deparando com duas realidades humanas que estão presentes em cada um de nós. Ora somos o publicano, ora somos o fariseu; ora temos a profunda humildade, um pouco de humildade, e ora não temos humildade nenhuma. Ora somos levados pelo orgulho, pela soberba e pela arrogância.
Enquanto a humildade estiver dentro de nós, a graça de Deus permanece. Entretanto, enquanto nos tornamos religiosos ou pessoas não religiosas, mas arrogantes da mesma forma, vamos nos distanciando de Deus e da Sua graça em nós.
Até na oração se manifesta a nossa arrogância humana, a nossa soberba e o nosso orgulho. O fariseu era muito religioso e orava bastante, mas orava de um jeito petulante, colocando-se na dimensão de superioridade, orava sentindo-se melhor que o publicano e comparando-se aos outros.

A oração que chega aos ouvidos de Deus é a do pobre humilhado, da alma que reconhece sua fraqueza

Fico preocupado, porque, muitas vezes, rezamos com o nosso terço na mão, com a Bíblia nos nossos braços; ficamos, muitas horas, diante da presença de Jesus, olhando para outras pessoas e dizemos: “Eles não adoram, não rezam o terço, não fazem jejum”. Que oração mais farisaica, mais humana e mundana!
A oração que chega aos ouvidos de Deus é a do pobre humilhado, da alma que reconhece sua fraqueza e pecado. A oração que chega ao coração de Deus é a daquele que reconhece as suas misérias, a cada dia, e nelas mergulha, vai se purificando, lavando-se e humilhando-se na presença de Deus.
A oração que chega aos ouvidos e ao coração do Senhor não é a daquele que levanta a cabeça para dizer: “Eu sou”, mas é a daquele que abaixa a cabeça para dizer: “Deus é e somente Ele é”.
A oração que chega aos ouvidos de Deus é a oração do pobre pecador, publicado, cobrador de impostos que nem se atreve a chegar perto de Deus, porque reconhece a sua miséria. Ele, no entanto, humilha-se, abaixa-se e, ainda que seja distante, bate no seu peito e diz: “Sou miserável. Sou pecador. Tenha compaixão de mim, Senhor”. A oração que agrada o Senhor é a oração que chega aos Seus ouvidos.
Que Deus nos dê a graça de nos purificarmos, na oração e pela oração, a oração arrogante que toma conta do nosso ser. Que Ele nos dê a graça de nos libertarmos de toda forma de prepotência, soberba e orgulho que tomam conta das nossas relações até dentro da Igreja, porque, até lá, a nossa prepotência humana quer se colocar acima dos outros, mas Deus é aquele que acolhe e está com ele abaixo dos outros.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 21/03/2020

HOMILIA DIÁRIA

A oração do pecador agrada o coração de Deus

“O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’.” (Lucas 18,13)

Neste tempo de conversão que estamos vivendo, Deus quer falar ao nosso coração até da nossa maneira de orarmos. Porque, nós, muitas vezes, nos orgulhamos porque oramos muito. Mas quanta oração feita a partir do orgulho! E a grande obra que a oração realiza no coração é, justamente, arrancar a maldição do orgulho, arrancar as raízes venenosas da soberba que tomam conta de nós.
Se você, de verdade, se ajoelha para rezar, Deus arranca verdadeiramente o orgulho do seu coração. Agora, se nós, muitas vezes, rezamos como os fariseus rezavam, com toda aquela jactância, soberba, orgulho e vaidade religiosa, a nossa oração, ao invés de nos tornar pessoas melhores, faz de nós pessoas piores.
Saímos de nossas igrejas, capelas, saímos até de nossa oração pessoal pior do que entramos, porque, ao invés de cultuarmos a Deus, cultuamos a nós; ao invés de escutarmos a Deus, escutamos a nós; ao invés de nos humilharmos, nos exaltamos; ao invés de nos colocarmos na presença de Deus, nos colocamos na nossa presença, para que Deus nos sirva.

A oração verdadeira nos faz humildes e nos coloca diante da presença de Deus para chorarmos os nossos pecados

A oração que chega até Deus é a oração de quem se humilha, é a oração de quem, de fato, rasga o coração, se despe de toda e qualquer vaidade humana. A oração que chega até Deus é a oração de quem quebra a si mesmo, vence aquelas raízes malditas que vivem perturbando a nossa vida: a ira, o rancor, o ressentimento, a mágoa.
A oração que agrada a Deus é a oração do pecador, como esse cobrador de impostos que bate no peito, reconhece o seu pecado e sabe que é indigno de chegar perto de Deus. A oração que não chega a Deus é a oração soberba, onde a pessoa sente que todos os dias os anjos estão ali e ela se comunica com os anjos; ela cria fantasias e elementos na sua cabeça e nunca se humilha verdadeiramente.
A oração verdadeira é aquela que nos conduz a amar de verdade, é aquela que nos desarma desses sentimentos todos que criamos, dessas armas de combate que criamos uns com os outros. A oração verdadeira nos humilha, nos faz humildes e nos coloca diante da presença de Deus para chorarmos os nossos pecados, nos arrependermos de nossas faltas e nos levar a amar uns aos outros em espírito e verdade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 13/03/2021

HOMILIA DIÁRIA

Não permita que a sua oração seja presunçosa

“Naquele tempo, Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: ‘Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’.” (Lucas 18,9-13)

Veja, a parábola que Jesus conta neste dia de hoje. Estamos no período quaresmal, é um tempo de purificação até mesmo das nossas práticas religiosas. Hoje, de modo particular, a oração. E ela não pode nunca ser presunçosa. E Jesus conta, justamente, para os presunçosos essa parábola de hoje, aqueles que acham que já conquistaram antecipadamente a salvação, a partir dos próprios méritos, a partir das próprias atitudes e das próprias ações.
Aqui, precisamos distinguir uma coisa importante: esse homem começa a se gabar, começa a se autoelogiar daquilo que faz. Uma coisa é a autoconfiança que temos em nós, isso é uma atitude boa. A autoconfiança é aquela justa medida das nossas capacidades, tenho consciência do meu caminho de fé, tenho consciência daquilo que preciso praticar, daquilo que vivo; mas outra coisa é a presunção, que é o: “Eu sim, o outro não”. “Esse outro aqui pode ser Deus, esse outro aqui pode ser qualquer pessoa”; faço o meu caminho independentemente dos outros. E o pior, diz a Palavra, que esse homem desprezava os outros. A tradução original, do grego, diz que ele anulava os outros; para ele, o outro e nada eram a mesma coisa. Então, era um caminho solitário, independente e autossuficiente.
Depois, a Palavra do Evangelho diz que esse homem observava todos os preceitos da lei judaica, no que diz respeito à religiosidade. Muitas vezes, temos essa mania de querer observar tudo; e mais ainda o que eu invento na minha cabeça. Se tem o magistério da Igreja, eu tenho o meu “magistério plus”, se existe a espiritualidade que a Igreja me propõe, eu tenho a minha “espiritualidade plus”. Sempre me acho no direito de ser mais do que alguém, ser mais do que os outros. Isso é um grande perigo que, na nossa experiência de fé, nós corremos. Aquele homem se achava acima dos outros. E aquilo que era bom, que eram as práticas que ele fazia, as práticas de piedade, se tornaram para ele um tropeço.

Talvez, hoje, seja o dia também de purificar a nossa oração, de reconhecer tudo aquilo que somos

Os dois homens sobem para rezar, é a mesma atitude: oração; é o mesmo lugar: o templo, mas a disposição interior é completamente diferente.
O primeiro começa a se autoelogiar, já o segundo tem consciência da sua miséria; o primeiro tem a posição firme, em pé, reza não diante de Deus, mas diante de si mesmo, reza diante das suas aparentes qualidades. O outro não, pois ele reza diante da sua miséria, mas sabendo que quem está diante dele é o Deus misericordioso, é o Deus todo-poderoso, cheio de bondade para conosco.
Jesus, no final da parábola, diz que: o primeiro não foi justificado; mas o segundo sim, porque o primeiro rezou com os seus próprios méritos, contou sobre os seus próprios méritos, já o segundo contou unicamente e exclusivamente com a piedade de Deus.
Talvez, hoje, seja o dia também de purificar a nossa oração, de reconhecer que tudo aquilo que somos, tudo aquilo que temos ou fazemos é por graça de Deus, é porque Deus nos amou primeiro.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, faze-nos humildes para saber que tudo que somos é dom do teu Amor. Ajuda-nos entretanto, Pai amado, a reconhecer os talentos que nos emprestas; que os aprimoremos, coloquemos a serviço da comunidade e te demos graças pela infinita generosidade. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/03/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos humildes para reconhecer que a Tua Presença em nós santifica e nos consagra. Pelos dons que recebemos de Tua misericórdia, sejamos agradecidos, e generosos na sua partilha com os companheiros do caminho. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos humildes e simples como aquele cobrador de impostos. Afasta de nós o orgulho e a vaidade. Ensina-nos a oração singela, despojada e verdadeira, de quem confia em tua Misericórdia de Pai que também é Mãe. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que estejamos sempre atentos aos irmãos, mas não para julgá-los e sim para participar de sua vida e auxiliá-los em suas necessidades. Faze-nos fontes de carinho, de bênçãos, de autêntica alegria e de esperança na promessa do teu Reinado de Amor. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/03/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, purifica-nos do nosso pecado! Todas as vezes em que nós formos tentados a julgar o nosso próximo, faze-nos, antes, conscientes da nossa fraqueza, dos nossos limites e nos dá coragem e força para tentar superá-los. Assim, seguiremos o Caminho do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2021