sábado, 21 de dezembro de 2019

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 22/12/2019

ANO A


4º DOMINGO DO ADVENTO

Ano A - Roxo

“Deus está conosco” Mt 1,23

Mt 1,18-24

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste Quarto Domingo do Advento, somos chamados a contemplar os sinais pelos quais Deus comunica seu projeto de salvação. O exemplo de José e Maria ajuda a compreender que o projeto divino em nossas vidas não acontece de forma mágica e nem por imposição, mas pelo diálogo com o Senhor, buscando compreender qual a missão que Ele confia a cada pessoa.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, agora que o Natal do Senhor já se faz próximo, por esta liturgia, celebrada na fé, contemplemos a grandeza daquela salvação anunciada pelos profetas e agora realizada em Cristo. Nele nós fomos salvos! Por isso, estamos aqui, agradecidos ao Pai pela realização de nossa salvação que passou pelo sim de Maria. Bendito seja o Pai pela manifestação de seu Filho em nossa carne, fazendo que toda a humanidade experimente o mistério do seu amor.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Através da pregação e da liturgia a Igreja continua a repetir ao homem que a verdadeira e definitiva salvação é um dom que o próprio Deus nos traz, vindo a nós. O ponto central da liturgia deste domingo é a revelação desse segredo, desse mistério escondido durante séculos: a manifestação do plano salvífico que Deus preparou e realizou por amor aos homens. Esse desígnio de salvação tem uma história e seus sinais reveladores.

DEUS ESTÁ CONOSCO!

O mistério da encarnação é ponto fundamental da fé cristã. O Filho de Deus, se fez homem, assumiu a nossa natureza e veio habitar entre nós. Essa presença de Deus não ocasional e nem momentânea, é uma presença permanente, em dois momentos. Jesus nasceu, viveu e conviveu com as pessoas daquele tempo, realizou curas e milagres, enquanto formava seus discípulos. Após sua morte, ressurreição e ascensão, Jesus enviou o Espírito para continuar sua missão e sua presença. Mas como pensar essa presença de Deus em nossos dias?
A ação de Deus é misteriosa, e isso não quer dizer que não possa ser compreendida. Deus age na história e na vida de pessoas concretas. Para compreender sua ação somos ajudados pelo próprio Deus, que abre nossa inteligência, ajudando-nos a ir além do que vemos ou ouvimos. Maria não podia compreender a ação de Deus e nem como seu projeto seguiria adiante. Também José se encontrava na mesma situação, de incompreensão e dúvida. Mas movidos pelo Espírito, ambos deram igual resposta de fé, dizendo sim ao projeto de Deus.
O problema não está em desconhecer os caminhos escolhidos por Deus, mas se confiamos que Ele caminha conosco. Ao longo da história de salvação, homens e mulheres de diferentes épocas e condição social, perceberam e testemunharam essa presença de Deus. É claro que também existem aqueles que desafiam a afirmação da existência e da ação de Deus. Para justificar suas ideias apresentam as diversas situações onde o mal aparece pela violência, pelas mortes injustas ou pelos acidentes e grandes eventos de destruição. Onde Deus estava, em todos esses acontecimentos?
A morte na cruz reafirma a intensidade do mistério da encarnação do Filho de Deus. Ao assumir a natureza humana, Jesus assumiu também nossos sofrimentos e dores. Onde parecia não haver escolha e nem razão, o mal foi vencido pela certeza da presença de Deus. O que para o mundo é confusão, para a pessoa de fé é esperança e vitória, porque “Deus está conosco”. Aquilo que Maria e José esperaram e acreditaram foi plenamente realizado em Cristo. Do natal a páscoa o Senhor é nossa esperança e vitória.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

O Mistério de Deus

Quarto e último domingo do Advento. Estamos às portas de celebrarmos o Natal do Senhor, solenidade para a qual nos preparamos ao longo de quase quatro semanas.
Se Acaz se recusa demagogicamente a pedir ao Senhor um sinal de sua proteção contra o inimigo (cf. Is 7,12), o profeta anuncia um sinal de Deus: “Eis que a jovem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14). A Igreja nascida do mistério pascal de Jesus Cristo, relendo este texto de Isaías, vê nele a promessa do nascimento do Verbo de Deus.
O episódio do evangelho deste domingo apresenta-nos a missão de José. Se, no evangelho de Lucas, o anúncio é feito a Maria, no de Mateus o anúncio do nascimento de Jesus é feito a José em sonho (ver: Gn 37,5-9.19). Maria, prometida em casamento a José, se encontra grávida pelo poder do Espírito Santo (cf. v. 18). A atitude de José nem sempre é compreendida pelo leitor do evangelho, e esta falta de clareza quanto ao texto persiste nas pregações. Não raras vezes se traduz a atitude pretendida de José em relação a Maria como “repúdio”, como se ela tivesse cometido uma falta. A melhor tradução é “deixar ir livremente” (v. 19). José compreende que a gravidez de Maria é habitada pelo Mistério de Deus. Ele não quer tomar para si o que Deus reservou para ele. É exatamente por isso que o narrador diz que ele era “justo” (v. 19). Mas a palavra do anjo a ele permite-lhe compreender que Deus precisa dele. A ele cabe dar uma existência histórica ao Filho de Deus: “... tu lhe porás o nome de Jesus” (v. 21). “... não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (v. 20). A palavra do anjo a José muda, transforma a sua relação com Deus, pois ela encurta a distância entre o divino e o humano. O seu matrimônio com Maria não é incompatível com a consagração dos dois a Deus: “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa”.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, teu Filho encarnou-se para salvar a humanidade e reconduzi-la à comunhão contigo. Torna-me solícito para acolher o caminho da salvação aberto por ele.
Fonte: Paulinas em 22/12/2013

Vivendo a Palavra

A discreta e indispensável participação de José no Mistério da Encarnação do Verbo Criador do Pai faz dele o nosso modelo de comportamento para que a Igreja de Jesus cumpra o seu papel profético de anunciar aos homens e mulheres desta terra a Boa Notícia de que o Reino de Deus já está entre nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

A discreta, mas fundamental e indispensável participação de José no Mistério da Encarnação do Verbo Libertador do Pai Misericordioso faz dele o nosso modelo de comportamento, para que a Igreja de Jesus cumpra o seu papel profético de anunciar aos homens e mulheres desta terra encantada a Boa Notícia de que o Reino de Deus já chegou. Silenciosamente. Ele está em nós!

Reflexão

EM JESUS DEUS REALIZA SUAS PROMESSAS

I. INTRODUÇÃO GERAL

As leituras de hoje estão todas orientadas para o nascimento de Jesus, o Filho de Deus, e para seu papel fundamental na história da salvação que é o poder de ressuscitar os seres humanos, dando-lhes a vida plena.
Além de ser Filho de Deus, Jesus também é verdadeiramente humano, descendente de Davi e em continuidade com os grandes vultos do Antigo Testamento. A fragilidade com que entrou neste mundo foi protegida pela docilidade de José e de Maria, justos e herdeiros das promessas feitas ao povo de Israel.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 1,18-24): Deus conosco, Emanuel

Mateus descreve o processo do nascimento de Jesus Cristo com ênfase em sua origem divina. Ao empregar a palavra “gênesis”, termo grego que aqui se traduz por nascimento (1,18), o evangelista se refere ao começo de algo radicalmente novo, nunca acontecido antes na história.
Em seu relato do nascimento de Jesus, Mateus estabelece dois fatos de suma importância: “nasceu da virgem Maria” e “foi concebido pelo poder do Espírito Santo”. Tudo isso em cumprimento da profecia das Escrituras (1,22).
A origem divina se estabelece principalmente por duas expressões: concebido do Espírito Santo (1,18. 20b) e Emanuel (1,23). A primeira expressão fala da intervenção e participação direta de Deus na concepção. É uma intervenção única da parte de Deus na história da humanidade. Nenhum outro ser nascido de mulher teve tal relação com Deus.
Esse menino que nasceria de Maria seria chamado Emanuel (v. 23), um termo composto que quer dizer “Deus conosco” (v. 24). Em hebraico, esse título significava que a pessoa era representante do Senhor, ou seja, que através do Emanuel, Deus estava com o povo. Jesus Cristo é a revelação suprema de Deus, que agora se apresenta no meio de seu povo como ser visível, palpável.
O nome de Jesus é o mesmo que o de Josué em hebraico e significa “salvador”. Esse menino será um agente de salvação, como o foi Josué no passado. Porém, a salvação trazida por Jesus não se limita a vencer os inimigos externos, como no caso de Josué. Em Jesus, o povo será salvo de seus pecados e reconduzido a Deus de forma definitiva.
Com o nascimento de Jesus se inicia a era messiânica de salvação na qual se concentrava a expectativa de todo o Antigo Testamento. A era messiânica começa com o nascimento de um menino, e nisso consiste a menção ao texto de Isaías. Jesus realiza a presença de Deus no meio de seu povo de maneira completamente nova.
O dilema de José, para o qual o texto chama a atenção, significa que é difícil compreender a ação de Deus, mas o justo permanece fiel mesmo quando não entende os propósitos divinos por trás dos acontecimentos. A presença de Deus no mundo também depende da colaboração humana. Por meio do sim de José e de Maria, realiza-se a promessa de Deus feita a Davi e aos seus descendentes através do profeta Natan (2Sm 7,12-16).

2. I Leitura (Is 7,10-14): o sinal do Emanuel

A união de dois países, Haram e Israel do Norte, contra o reino de Judá havia colocado Acaz, o rei judaíta, numa situação difícil, pois os adversários pretendiam depô-lo do trono e substituí-lo por um príncipe inimigo. Semelhante acontecimento significaria o cancelamento de uma promessa feita a Davi, antepassado de Acaz, por intermédio do profeta Natan (2Sm 7,12-16).
Isaías foi ao encontro do rei para lhe assegurar que a promessa estava em vigor e, portanto, Acaz não perderia o trono. Um sinal foi oferecido ao rei para assegurá-lo de que a coroa permaneceria com um descendente dele. Um sinal de Deus, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, é um acontecimento que dá ao ser humano a certeza de uma intervenção divina. Nesse caso, o sinal confirmaria a mensagem de Deus a Acaz por intermédio do profeta.
As esperanças de bem-estar para o reino de Judá dependiam de um sucessor davídico no trono. Por isso o sinal dado por Deus é o nascimento de um menino, filho do rei, que herdará o trono. O herdeiro de Acaz foi Ezequias, cujo nascimento foi um sinal da presença de Deus no meio do povo e da renovação das promessas feitas a Davi.
Contudo, a solenidade do título Emanuel, dado ao menino pela profecia de Isaías, despertou a fé de que no futuro surgiria outro descendente de Davi em cuja vida se poderia manifestar completa e definitivamente a presença de Deus entre o povo. Isaías expressou uma esperança que chegou à sua plena realização em Cristo. A Igreja primitiva viu no nascimento de Jesus o pleno cumprimento da profecia sobre o Emanuel.

3. II Leitura (Rm 1,1-7): descendente de Davi e Filho de Deus

Paulo intitula-se como servo de Cristo, assinalando que está a serviço do evangelho. O Antigo Testamento emprega a expressão “servo do Senhor” para descrever as grandes figuras da história da salvação como Abraão (Sl 105,42), Moisés (2Rs 18,12), Josué (Js 2,8) etc. Paulo se situa na mesma linha desses personagens, sublinhando a origem divina de seu apostolado.
Paulo entende seu chamado em continuidade com a vocação daquelas figuras do Antigo Testamento. Conforme a teologia do Apóstolo, profetas seriam todos os personagens do Antigo Testamento cujas palavras ele julgava serem aplicáveis a Cristo.
O evangelho proclamado por Paulo faz parte do propósito eterno de Deus no qual também o Antigo Testamento está incluído. As promessas divinas no passado se referem a Jesus, filho de Davi na ordem da descendência natural, mas que possui uma qualidade muito maior a de ser Filho de Deus.
Ao empregar a expressão “Filho de Deus com poder”, Paulo evoca a relação singular de Jesus com o Pai na história da salvação. Cristo foi investido no poder de vivificar o ser humano, ou seja, de dar à humanidade a vida plena, a ressurreição.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

A liturgia celebra o mistério de Jesus distribuindo-o ao longo do ano litúrgico para que a Igreja possa celebrar esses momentos fortes de sua fé em consonância com a própria dinâmica da vida. Mas não podemos esquecer que a encarnação, morte e ressurreição de Jesus são partes de um mesmo mistério. Natal e Páscoa mutuamente se iluminam. O Filho de Deus entrou no mundo, tocou o ser humano naquilo que tem de mais íntimo: sua orientação fundamental para Aquele que o criou.
Como homem, viveu sua humanidade na radicalidade do amor a Deus, o Pai. Na vivência desse amor, foi perseguido e entregou sua vida por amor. Tal entrega total da vida que culminou na morte, teve uma resposta definitiva de Deus: a ressurreição. Dessa forma, Cristo abriu o caminho da salvação, da vida plena. Com sua ressurreição, cada ser humano é vivificado por Cristo. Então, somente o Natal não basta, é necessário compreender e valorizar a Páscoa.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.
Fonte: Vida Pastoral em 22/12/2013

Reflexão

A AÇÃO DE DEUS E A COLABORAÇÃO HUMANA

Encontramos no evangelho deste domingo duas personagens humildes – mas fundamentais na história da salvação – que, iluminadas e fortalecidas pela fé e dispostas a renunciar aos próprios desejos e direitos, se põem a serviço do projeto de Deus: Maria e José. Graças a eles, o projeto divino se concretiza.
Maria, confiando na palavra do Senhor e recusando-se a raciocinar em termos de possibilidades humanas, entrega a sua vontade a Deus e se deixa conduzir pela ação do Espírito Santo. É a entrega a uma causa que supera a compreensão humana.
José, homem justo – porque correto, piedoso e conformado à vontade de Deus – , não querendo denunciar publicamente Maria, renuncia aos seus direitos legais e a aceita como esposa e Jesus como seu filho, dando-lhe o nome e a linhagem de Davi. Acreditando no anjo e aceitando com amor a proposta do Senhor, recebe Maria e assim auxilia o projeto divino.
O plano de Deus, encontrando-se com a vontade e a colaboração dessas personagens, realiza-se e concretiza as promessas feitas desde os tempos remotos. A iniciativa de Deus na história da humanidade não anula nem dispensa a participação do ser humano; ao contrário, serve-se dela. Ele quer contar sempre com a ação das pessoas para realizar seus projetos. Tanto acredita e aposta nos seres humanos, que se torna um deles, encarnando-se em Jesus.
Jesus, salvador da humanidade, nascido da ação divina com a cooperação humana, é o Emanuel, o Deus que estabelece sua morada no meio do mundo.
A exemplo de Maria e José, somos chamados a estar sempre atentos à palavra de Deus e em sintonia com a realidade em que vivemos para colaborar com o plano de Deus: a construção do seu reino, iniciado por Jesus. É com nossa prática e nossas atividades cotidianas que conseguimos fazer que Jesus continue nascendo nas famílias e comunidades e na sociedade.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 22/12/2013

Reflexão

Em Mateus o anúncio do nascimento de Jesus é feito a José e não a Maria, como em Lucas. Os evangelhos falam pouco de Maria, menos ainda de José. No evangelho deste domingo, porém, José tem sua presença marcante. Ele é uma presença justa e silenciosa, muito importante neste tempo do Advento. Diante das dúvidas do que está acontecendo com Maria, o anjo esclarece a José os planos divinos a respeito dela: Deus intervém na história humana a partir dos pobres e humildes. José soube compreender que a religião vai além das estritas normas estabelecidas, por isso acolhe sua esposa e não a denuncia. Graças ao sim de Maria e à compreensão e aceitação de José, Deus oferece à humanidade seu Filho, Jesus – nome dado pelo próprio Deus (seu Pai) e não pelos pais, como normalmente acontecia e acontece. Jesus é a encarnação de Deus. Ele veio trazer o amor e a salvação à humanidade: é o Emanuel, o Deus sempre conosco, expressão que marca o início e o final do Evangelho de Mateus. Com o quarto domingo do Advento, chegamos às portas do Natal, tão desfigurado que já não se celebra o nascimento de uma criança, mas se comemora interesses consumistas, tempo de buscar lucro, motivado pela luminosidade das ruas e casas. Enquanto cristãos, busquemos resgatar o verdadeiro sentido dessa festa e compartilhá-lo com nossos irmãos e irmãs.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Recadinho

Já é Natal em seu coração? - Sua presença é a presença de Cristo em seu mundo? Você deixa Cristo renascer em sua vida? - O que sua comunidade faz de especial neste tempo? - Que significa José para você? 
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 22/12/2013

Comentário do Evangelho

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

A perícope evangélica da concepção virginal de Jesus tem sido objeto de controvérsia. As interpretações são desencontradas tanto por desconhecermos elementos fundamentais para compreendê-la, o que não acontecia com as comunidades primitivas, quanto por projetarmos nossos preconceitos sobre o texto bíblico.
O Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da fé da Igreja.
Jesus não entra na História como resultado do esforço humano de construir a própria salvação. Ele tem sua origem em Deus, em quem toda a sua existência está alicerçada.
Sua origem evoca o relato da criação, no Gênesis, onde tudo existe pela vontade soberana de Deus. Jesus, e com ele a salvação da humanidade, é a derradeira obra divina.
Jesus é o dom de Deus a ser acolhido pela humanidade. Torna-se, portanto, inútil qualquer esforço humano de construir a salvação pelas próprias mãos. O ser humano só pode salvar-se por obra de Deus. Qualquer outro caminho estará fadado ao fracasso.
A referência ao Espírito Santo aponta para um tipo de ação inefável e misteriosa de Deus em relação à mãe do Messias. O mesmo Espírito Santo, instrumento da ação divina desde os primórdios da Criação, fez-se também presente quando do nascimento do Messias Jesus. A esta força divina é que se deve sua presença no mundo.
Oração
Pai, ajuda-me a contemplar sua ação maravilhosa em relação à concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de salvação para toda a humanidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 22/12/2013

Meditando o evangelho

A CONCEPÇÃO VIRGINAL

A explicação do nascimento de Jesus toca um ponto controvertido de sua história: sua concepção virginal. O evangelista não está interessado em polemizar nem em dar uma lição a respeito do tema. Por ser uma questão já resolvida para a sua comunidade, a explicação é reduzida a seus elementos fundamentais.
A preocupação do evangelista refere-se a outras questões: como se explica a origem davídica de Jesus, se José não havia ainda coabitado com Maria? De fato, Jesus não é da descendência davídica, quanto ao sangue, e sim José que aceitou colaborar com o projeto de Deus. Deste modo, Jesus é um davidida.
Por outro lado, tem-se a intenção de sublinhar a atitude exemplar de José, um discípulo perfeito. Nele tudo é digno de admiração e imitação. Era um homem justo, temente a Deus, pronto a respeitar o mistério divino, embora desconhecendo-lhe a dinâmica. Homem de discernimento, capaz de colocar-se à escuta de Deus nos momentos de dificuldades, e de sei deixar inspirar por ele. Homem plenamente obediente, cumpridor intemerato da vontade de Deus, a quem submete seu querer.
Todo este cabedal de virtudes encontrou correspondência na Virgem Maria. Na pureza de coração, ambos se tornaram servidores do mistério de Deus, colaboradores na obra divina da salvação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito que nos introduz no mistério, faze-me conhecer a ação de Deus no coração de Maria e de José, por meio dos quais nos chegou Jesus Cristo, supremo dom de do Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "UMA VIRGEM CONCEBERÁ..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Uma das grandes alegrias na minha adolescência, foi a de ter participado na construção da Igreja São João Batista. Por aqueles tempos eu me juntava com alguns congregados marianos, entre eles meu pai, e íamos aos domingos ou feriados, trabalhar em um mutirão na construção da Igreja de São João Batista em Votorantim, para tirarmos terra do sub solo, onde hoje é  presbitério, em um trabalho de formiguinha, que exigia esforço e paciência de todos os voluntários. Evidentemente, quando olhávamos para toda aquela estrutura de ferragens e vigas de concreto, madeiramento, tijolos e pedras espalhados por todo canto, não conseguíamos vislumbrar a beleza da obra acabada, mesmo assim, no final da jornada de trabalho, não deixávamos de comemorar com um bom gole de vinho que o Sr. Olério providenciava, porém, recordo-me que em 08 de dezembro de 1972, quando ela foi oficialmente inaugurada à noite, eu senti muito orgulho e alegria ao pensar que, mesmo na fragilidade dos meus quinze anos, havia participado do projeto.
O reino de Deus vem sendo edificado no meio dos homens desde os primórdios da humanidade, parece que no Antigo Testamento, que foi o tempo das promessas, Deus sinalizou o que estava por vir, o templo da plenitude com a encarnação do seu Filho Jesus, no qual o projeto chegaria ao ápice: Deus no meio dos homens, falando e caminhando com eles. Poderíamos ainda dizer, que em todo o Antigo Testamento, através dos patriarcas e profetas, Deus foi explicando os pormenores do seu projeto, usando para isso uma linguagem humana, fácil para nossa compreensão, dando uma visibilidade do seu reino nos reinados humanos, para que assim, na fé e na esperança, sendo fiéis à aliança estabelecida, os homens colaborassem e o ajudassem a preparar o coração de toda humanidade para acolher o novo reino que estava por vir.
A primeira leitura desse quarto domingo apresenta-nos a figura do Rei Acaz, um homem aparentemente religioso, com um discurso muito bonito “Não pedirei e nem tentarei o Senhor”, mas com uma prática desastrosa, porque não deu ouvidos ao profeta e preferiu confiar na força e no poder dos Assírios, para vencer seus inimigos, o que não acabou acontecendo. Parece que Acaz não era muito chegado em sinais divinos, que só são perceptíveis à luz da fé.  Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Emanuel – Em tempos em que, ser virgem era uma desonra, pois uma das promessas de Deus ao patriarca havia sido a descendência numerosa, uma concepção era sem dúvida um sinal prodigioso, mas o rei Acaz não acreditou que Deus pudesse agir e reverter à dramática situação em que se encontrava o seu reino. Esse rei Acaz é o homem da pós modernidade, que neste terceiro milênio, aposta todas as suas fichas na tecnologia, na ciência que lhe possibilita o poder político e econômico, é como se dissesse “Não precisamos de Deus”, ou então “Olha Deus, fica aí no seu cantinho e vê se não atrapalha o avanço da humanidade”.
Mas no evangelho encontramos José, homem justo diante de Deus, alguém que não se move a partir da lógica humana, mas sim pela fé, alguém que é capaz de desfazer seus planos para aceitar em sua vida a vontade de Deus, tornando-se disponível para colaborar com o reino. O Deus que tudo PODE porque é onipotente, pede ao homem para colaborar com a sua obra e o seu maravilhoso projeto, e o que esse faz é pouco, mas sem a sua participação a obra não chegaria à sua conclusão, ao assumir aquele filho como seu, perante o sistema religioso da época, José tornou possível o cumprimento das promessas de que da descendência de Davi nascesse o Messias, como havia dito o profeta Isaias. Tanto a Acaz como a José, Deus tem uma palavra de encorajamento: Não tenhas medo! E também oferece um mesmo sinal: uma Virgem irá conceber... Revelação que só pode ser acolhida na fé e na humildade, virtudes estas que o rei nunca teve, pois o seu coração, corrompido pelo poder, só sabia confiar nos projetos humanos.
E o desafio de José foi muito maior, a justiça que lhe é atribuída como maior virtude, não era aquela do legalismo religioso, pois se fosse apenas isso, bastava denunciar a noiva, que estava lhe prometida em casamento, e sairia da história fazendo o papel de moço piedoso e zeloso dos bons costumes, e a Maria de Nazaré caberia o triste papel de mulher infiel, adúltera e vulgar, passível de uma morte por apedrejamento. Mas José prefere acreditar no seu sonho que é sonho de Deus. A Fé jamais será uma utopia, mas sim a realização do sonho de Deus, concretizado em seu projeto de salvação, que vai acontecendo na medida em que como José, vamos a ele aderindo, para fazê-lo acontecer. (4º Domingo do Advento)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. José, acolhe sua esposa - Mt 1,18-24
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus é o Rei das nações. “Ó Rei das nações. Desejado dos povos, ó Pedra angular, que os opostos unis: Vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da terra.” Hoje voltamos o nosso olhar para Belém de Judá, onde foi dado à luz o Verbo de Deus, encarnado no seio da Virgem Maria nove meses antes em Nazaré, na Galileia. Maria estava prometida em casamento a José, mas apareceu grávida. José era um homem justo. Não entendeu o que estava acontecendo, mas procurou em seu coração um caminho de solução mais adequado para o momento. Um anjo do Senhor aparece em sonhos a José e lhe explica tudo o que estava acontecendo. José acordou e seguiu a orientação dada pelo anjo. Assumiu a sua missão de guardião da Sagrada Família: recebeu Maria e deu ao Menino recém-nascido o nome de Jesus. Os acontecimentos em torno do nascimento de Jesus realizam as profecias antigas. Num diálogo um pouco áspero entre Isaías e o rei Acaz, o profeta anuncia ao rei que Deus lhe dará um sinal, mesmo sem ele pedir. O sinal será este: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel, que significa Deus conosco. Foi o que o anjo disse em sonho a José.
Na carta aos Romanos, São Paulo Apóstolo escreve que o Filho de Deus era descendente de Davi segundo a carne, o que significa que era verdadeiro homem. É também Filho de Deus no sentido estrito da palavra. É gerado pelo Pai. Hoje estamos olhando para o Menino, humano como todos nós, da família do rei Davi, que está nascendo em Belém conforme a profecia de Miqueias. Estamos olhando para a sua humanidade, sabendo que ela oculta a divindade. O Menino de Belém é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. São Paulo diz também que gostaria, em seu trabalho missionário, de fazer com que todas as nações pertencessem a Jesus Cristo, para a glória de seu nome. O Filho de Deus podia ter aparecido entre nós em forma adulta. Podia surgir na nossa história e fazer tudo o que fez como Servo Sofredor, iniciando sua missão no batismo de João. Não foi assim. Ele entrou no mundo nascendo de uma mulher. Maria, a filha de Sião, disse “sim” à vontade do Pai e o Verbo se fez homem em seu seio virginal.
Celebrando agora o Natal, abrimos as portas do nosso coração para que Maria deposite nele, como no presépio, o seu filho recém-nascido, e que ele aí permaneça para sempre. São José, por ser justo, não quis prejudicar Maria quando a viu grávida. Não entendeu, mas não pensou mal dela nem a acusou. Manteve todo o respeito e toda a consideração que sempre teve para com aquela que seria a sua esposa. Assim terminamos o Advento, que nos deixou na porta de Belém, na porta da nossa casa e na porta do céu. Do céu, de onde virá Jesus na sua glória; da nossa casa, onde ele está entrando agora; de Belém, onde ele nasceu no Natal. A expectativa vigilante e alegre que mantivemos no Advento continua sendo a característica da nossa atitude cristã no meio do mundo em que vivemos. Repetimos o que diziam nossos primeiros irmãos: “Passe a figura deste mundo. Que o Senhor venha. Maranatha. Amém”.

Liturgia comentada

Secretamente... (Mt 1,18-24)
É uma boa coisa guardar o segredo do Rei. Maria é portadora de um segredo: o Filho de Deus está sendo gestado em seu seio sem mancha. Ela se cala. Maria é toda silêncio...
Quando Maria voltou de Ain Karim, onde assistira a Isabel em uma gravidez de risco, pois a mãe de João Batista tinha idade avançada, certamente já se percebia que a noiva de José estava grávida...
José percebe a gravidez de sua noiva. Ele “sabe” que ela é fiel. Não tem como avaliar o que seus olhos veem. Ali pulsa um segredo que não lhe cabe desvendar. José é todo silêncio...
Entre os hebreus, noivado é coisa séria. Se o noivo morre, a noiva passa a se vestir como as viúvas e com elas convive. A noiva adúltera é apedrejada após a denúncia feita pelo noivo. Não admira que José, o justo, sem poder conciliar a evidência com a íntima certeza de que sua noiva era pura e fiel, pense em se afastar dela, em silêncio, sem a acusar, intuindo que o dedo de Deus estava ali.
E ocorre a “Anunciação do anjo a José”. Uma experiência profunda, ligada ao inconsciente, tantas vezes usado por Deus para iluminar nosso caminho. E a mensagem do Anjo: “Não temas! É obra do Espírito de Deus...”
Despertando do sono, José põe em prática o que “ouvira” com o ouvido do coração e toma por esposa a noiva grávida de Deus. Pode parecer um detalhe insignificante, mas não. Não basta ouvir a voz de Deus. É preciso “despertar do sono”. Se cochilamos, não entramos em ação conforme a voz de Deus.
Por isso o apóstolo Paulo tantas vezes insiste no mesmo imperativo: “Eis a hora de despertar do vosso sono: hoje, com efeito, a salvação está mais próxima de nós do que no momento em que abraçamos a fé. A noite está adiantada, o dia está bem próximo” (Rm 13, 11-12a) “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti o Cristo resplandecerá.” (Ef 5, 14)
O Advento traz um insistente convite a sair do marasmo, a despertar da sonolência e ficar de olhos acesos para o Cristo que vem. Rotinas sem alma, anestesias da TV, relacionamentos mornos – tudo isto é incompatível com a expectativa da iminente chegada do Senhor. Se o velhinho de vermelho não me distrair do essencial, talvez eu esteja acordado quando o Menino chegar...
Como assegura a Antífona de Laudes, “o Senhor vai chegar sem demora; trará à luz o oculto nas trevas, vai revelar-se a todos os povos. Aleluia!”
Orai sem cessar: “Jamais deixarei que meus olhos se fechem!” (Sl 132,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 22/12/2013

HOMILIA

JESUS, FILHO DE MARIA ESPOSA DE JOSÉ

Estamos no 4º Domingo do Advento. Dentro de poucos dias nascerá o Sol da Justiça. Como você sabe, o tempo do Advento é o tempo favorável à conversão. É um período muito particular, quando cada homem e mulher são convocados pelo próprio Deus a esperar naquele que há de vir. Jesus Cristo, o Senhor. Contagiados com sua presença salvífica, devemos crer nas promessas do Pai. E, libertos da desesperança, reconheçamos Jesus, não apenas como filho da história, mas como Rei-Messias que vai instaurar o Reino prometido a todos nós. Que neste tempo do Advento nosso coração seja transformado em manjedoura, para que o Rei-Messias nasça e faça morada no meio de nós.
Os evangelhos foram escritos a partir das memórias de Jesus elaboradas e veiculadas pelas primeiras comunidades de discípulos. O evangelho de Marcos, o primeiro a ser escrito, é o que mais se aproxima da realidade de Jesus. Este evangelista segue o roteiro que Lucas, mais tarde, registra em Atos dos Apóstolos em uma fala de Pedro: "É necessário que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que foi arrancado do nosso meio, um destes se torne testemunha da sua ressurreição" (At 1,21-22). Assim, Marcos inicia seu evangelho com o batismo de João e termina com o túmulo vazio, após a crucificação.
Posteriormente, Mateus e Lucas inserem, no início de seus evangelhos, as narrativas de infância, com a concepção e o nascimento de Jesus. João, por sua vez, elabora o prólogo de seu evangelho a partir do Verbo eterno de Deus que se faz carne. As narrativas de infância em Mateus giram em torno da figura de José, enquanto em Lucas dizem respeito a Maria. Em Mateus, José, e por ele Jesus, é associado à linhagem davídica (filho de Davi). Em Lucas, onde a genealogia de Jesus remonta a Adão e Eva, Jesus é associado a toda a humanidade (filho do homem), sem exclusividades raciais. Paulo, apóstolo, registra esta polaridade: segundo a carne, descendente de Davi, segundo o Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus.
Mateus, escrevendo para discípulos oriundos do judaísmo, procura apresentar Jesus como sendo o cumprimento de suas expectativas tradicionais do Primeiro Testamento.
Assim, além da genealogia davídica com a qual inicia seu evangelho, aplica a Jesus um texto de Isaías em que este se refere à concepção de uma jovem esposa do rei Acaz. As narrativas de infância realçam tanto a realidade da condição humana de Jesus como a sua origem divina. Pela encarnação Deus revela que homens e mulheres foram criados para participar de sua vida divina e eterna.
Portanto, não tenhamos medo. Deus vai suscitar para nós um sinal. O Menino que está para nascer é o Deus connosco. Ele é o grande sinal da presença de Deus entre nós. Ele nos quer libertar e instaurar para nós um novo reino, o Reino de amor e de justiça, o Reino da vida eterna.
Postado há 24th December 2007 por Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 22/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

O Todo-poderoso fez maravilhas em Maria

O Todo-poderoso fez em Maria maravilhas, obra que não foi feita em nenhum homem e nenhuma mulher da face da terra!

”Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: ‘Deus está conosco”’ (Mt 1, 23).

Nós estamos nos aproximando do Natal do Senhor e este é o domingo mais próximo dele, o quarto domingo do Advento. Por isso nós hoje ouvimos o relato, segundo São Mateus, da  maneira que aconteceu o nascimento de Jesus. Ele mesmo nos diz que Maria é aquela que foi escolhida para ser a Mãe do Senhor. Ela estava prometida em casamento a José, eles praticamente já eram casados, apenas não viviam na mesma casa. Mas, antes de coabitarem, Aquele, que desde toda a eternidade já a havia escolhido a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, entra em ação para que o Seu plano de salvação vá adiante. É Ele que permite, é Ele quem faz acontecer com que a Virgem Maria fique grávida, que ela conceba um Filho pelo poder e pela ação do Espírito Santo.
Maria, a escolhida de Deus, é hoje para nós o presépio, o sacrário mais vivo que nós podemos ter e no ventre dela hoje podemos contemplar o lugar por excelência, escolhido por Deus para que o Seu Filho nascesse.
Pessoas que acham uma montanha sagrada, plantas sagradas, águas abençoadas e tantas coisas mais. Mas, duvido que alguém encontre um lugar mais abençoado e sagrado do que o ventre da Santíssima Virgem Maria; nem um homem tocou nela, porque, antes que José fizesse isso, Deus a pegou para si, a chamou, a selecionou, a escolheu para ser toda d’Ele, Mãe do Seu Filho, Jesus.
Por isso, hoje, nós contemplamos Jesus no ventre de Maria, onde Ele fora concebido. Algumas pessoas podem pensar que nós a exaltamos demais, que nós cometemos até uma idolatria quando a colocamos no pedestal. Não somos nós que a colocamos no pedestal. O único pedestal que ela subiu foi a escada da profunda humildade, fazendo-se toda serva do Senhor. O Todo-poderoso fez nela maravilhas, fez em Maria obra que não foi feita em nenhum homem e nenhuma mulher da face da terra.
Muitos exaltam os profetas, o Antigo Testamento, os patriarcas, os apóstolos; mas a nem um e nenhuma outra foi dado um terreno tão fértil, como foi o ventre de Maria. Este ventre foi fertilizado pelo próprio Espírito Santo de Deus, que, ao entrar nela, fez fecundar Aquele que é o Nosso Senhor e Salvador.
Hoje eu fecho os meus olhos, de maneira mais serena possível, e louvo, agradeço, bendigo e exalto o nome do Senhor, porque escolheu a Bem-aventura Virgem Maria. Porque olhou para o ventre desta mulher e fez dele a Sua morada. Um lugar por excelência, para que o Seu Filho unigênito, o Seu Filho único, Aquele que é o Nosso Senhor e Salvador, fosse concebido no ventre de Maria. É no ventre de Nossa Senhora que Ele habita, que Ele mora, que recebe toda a fecundidade de que uma vida humana precisa: o sangue, a respiração, a vida.
Jesus não foi uma obra, simplesmente pronta e acabada, que veio do Céu, Ele existe desde toda a eternidade como Verbo de Deus. Como Aquele que habita desde sempre com Ele, mas a Sua humanidade só se torna plena no ventre de um outro ser humano, que se chama Maria. Essa figura de mulher e de mãe extraordinária. O presépio, o sacrário para o qual eu me volto para adorar o Senhor, se chama o ventre da Virgem Maria, lugar abençoado da morada de Deus.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/12/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a humildade, o silêncio, a força e a confiança de José nos teus desígnios – ainda que não penetrando no íntimo de seu significado. Que nos lancemos como filhos muito amados nos teus braços paternais, nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a humildade, o silêncio, a força e a confiança de José nos teus desígnios – ainda que sem compreendê-los, pois ele não penetrava no íntimo de seu significado. Que nós nos lancemos como filhos muito amados nos teus braços paternais, pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.