ANO C
4º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano C - Verde
“Passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”.
Lc 4,21-30
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Alegres celebramos a Eucaristía, que nos torna comunidade profética à serviço da libertação. O profeta é aquele que anucia o Evangelho sempre e em todo lugar, mesmo quando as condições parecem desfavoráveis. Jamais fala de si, anuncia Jesus na vivência da caridade e, quando não aceito, à exemplo do mestre, se levanta e “segue seu caminho”.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste domingo somos a Igreja, Comunidade do Senhor Jesus, continuamente vivificada e orientada pelo seu Espírito de amor! Por isso cada um de nós saiu de sua própria casa e veio até aqui. Agora formamos a Assembleia santa, o povo sacerdotal, que rende a Deus, nosso Pai, o louvor e ação de graças por seu Filho, na força do Espírito Santo. Que grande graça é esta que o Senhor nos concede! Celebremos, pois, com todo nosso ser e nos abramos ao Espírito Santo que nos fará reconhecer o Senhor vivo e presente nesta Eucaristia.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Jeremias é chamado por Deus a ser profeta das nações; Jesus se apresenta como profeta que cumpre sua missão do modo como Deus o quis; a Igreja é uma comunidade de profetas. O profeta é a consciência crítica do povo, uma consciência crítica não tanto em nome da razão, quanto em nome da palavra de Deus. Por isso, o profeta é um "ser-contra" que desmascara as astuciosas cumplicidades com o mal onde quer que se encontrem.
CHAMEI-TE PELO NOME...
Nesse quarto domingo do Tempo comum o tema central da liturgia é uma profunda reflexão acerca da missão, mostrando suas dificuldades e apresentando meios para superar esses desafios.
Sabemos que toda missão tem início com um chamado, ou seja um convite todo especial de Deus para cada um de nós. Na primeira leitura vemos que isso se dá mesmo antes da nossa presença nesse mundo e com nosso batismo recebemos toda graça e toda força para assumirmos essa missão.
No Evangelho ao contemplarmos Jesus que faz a leitura na sinagoga e diz que nele se cumpre a Palavra proclamada, vemos que não há da parte de Deus determinismo e sim ação nos corações que se abrem para a missão.
É verdade que existem muitas e grandes provações no desempenho de nossa missão, porém precisamos mantermo-nos firmes e confiarmos na graça oriunda da promessa de que o Senhor está conosco!
Celebramos hoje São Brás, bispo e mártir e é nesse dia que recebemos a benção das nossas gargantas, que imbuídos dessa mesma benção assumamos com coragem o anuncio da Boa Nova a todos que se aproximarem de nós e se possa cumprir tudo o que o Senhor espera de nós.
Texto: Equipe Diocesana - Diocese de Apucarana - PR
O SILÊNCIO DE JESUS PARA VENCER O ÓDIO
Frente às pessoas que só buscam gerar discórdia, divisão e escândalo, inclusive dentro da família, é preciso agir da mesma maneira que Jesus agia frente aos que o perseguiram: o silêncio. Jesus usava o silêncio para derrotar o diabo quando este se metia no coração das pessoas.
Jesus na sinagoga de Cafarnaum se revela ao povo proclamando que as palavras do profeta Isaías se cumpriam nele: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir”. Diante do rebuliço provocado entre os ouvintes, mostrando a descrença e o espanto pelas palavras de Jesus, seu compatriota do qual conhecia toda a vida , o Senhor responde com palavras duras, causando a ira do povo: “Levantaram- se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao topo da colina sobre a qual fora construída a cidade, a fim de atirá-lo precipício abaixo”, diz o Evangelho.
Aquelas pessoas não se comportavam como pessoas, mas como um “bando de cães raivosos que o expulsaram da cidade. Não raciocinavam, gritavam. Jesus ficou em silêncio. Levaram-no até ao alto do monte com a intenção de lançá-lo no precipício”. A dignidade de Jesus: com o seu silêncio, vence aquele bando selvagem e vai embora, pois não tinha chegado ainda a hora.
A mudança de atitude dos habitantes de Cafarnaum – que começaram a ir à sinagoga impulsionados pela curiosidade de testemunhar o que Jesus faria e diria, a querer assassiná-lo – responde à ação do diabo. A mesma coisa que aconteceu na Sexta-feira Santa: “As pessoas que no Domingo de Ramos fizeram festa para Jesus e disseram ‘Bendito és Tu, Filho de Davi’, diziam “Crucifica-o!”. Tinham mudado. O diabo semeou a mentira em seu coração, e Jesus fazia silêncio.
O ensinamento de Jesus é que “quando existe este modo de agir, de não ver a verdade, deve-se permanecer em silêncio. O silêncio que vence, porém através da Cruz. O silêncio de Jesus. Quantas vezes nas famílias começam as discussões sobre política, esporte, dinheiro, uma vez, depois outra e aquelas famílias acabam sendo destruídas naquelas discussões em que se vê que o diabo está ali, que quer destruir. A verdade é silenciosa, a verdade não é barulhenta. Não é fácil o que Jesus fez, mas há a dignidade do cristão que está fundamentada na força de Deus.
Com as pessoas que não têm boa vontade, com as pessoas que buscam somente o escândalo, que buscam somente a divisão, que buscam somente a destruição também nas famílias: silêncio e oração.
Papa Francisco
Homilia, Casa Santa Marta
Comentário do Evangelho
Passando pelo meio deles...
O versículo 21b ("Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir") e os versículos 22-23, onde encontramos uma reação positiva dos ouvintes presentes na sinagoga de Nazaré ao comentário de Jesus sobre o trecho do livro do Profeta Isaías, poderiam nos levar a entender que os pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos fossem os destinatários da mensagem, aos quais Jesus é enviado. No entanto, nos versículos 22-27, Jesus exclui os Nazarenos de sua mensagem salvífica. E a evocação dos fatos tirados do ciclo de Elias e Eliseu estabelece um paralelo entre Israel e Nazaré. Nazaré passa a ser o protótipo da rejeição de Jesus por Israel. Jesus é um profeta não somente porque ele sabe-se enviado, mas porque é rejeitado. Eis o critério que permite verificar a autenticidade de sua vocação: "... nenhum profeta é aceito na sua própria terra" (v. 24). O profeta é consciente das dificuldades na realização da missão, por isso é chamado a viver na confiança: "Farão guerra contra ti, mas não te vencerão, porque estou contigo para te defender, oráculo do Senhor" (Jr 1,19). Não há nada nem ninguém que possa impedir o Senhor de continuar o seu caminho de realização da vontade do Pai: ". passando pelo meio deles, continuou o seu caminho" (v. 30).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu saiba acolher Jesus e reconhecê-lo como de Filho de Deus, de modo a tornar-me beneficiário de seu ministério messiânico.
Fonte: Paulinas em 03/02/2013
Vivendo a Palavra
Nosso Mestre ensina, na sinagoga de Nazaré, que o Reino do Pai pertence à humanidade. Ele não é propriedade de alguns privilegiados. Uma lição de que precisamos nos lembrar na nossa convivência com os irmãos que são diferentes – até com os adversários! Nosso Amor deve ser espontâneo, indiscriminado, gratuito e libertador.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/02/2013
Reflexão
CONVOCADOS A CELEBRAR A FÉ
O Sínodo dos Bispos de 1985 desejou o Catecismo da Igreja Católica. Foi o papa João Paulo II quem o promulgou (em 11 de outubro de 1992). A intenção do Catecismo é ilustrar os fiéis com a força e a beleza da fé.
Em outubro de 2012 foi realizado novo Sínodo dos Bispos, que discutiu “a nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.
Já em 1967, Paulo VI fez celebrar um Ano da Fé, em comemoração do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo. Paulo VI quis que toda a Igreja professasse “de forma autêntica e sincera a mesma fé, a ser confirmada de maneira individual e coletiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca”. Tudo culminou com a solene Profissão de Fé do Povo de Deus.
Bento XVI recorda o que João Paulo II afirmou: os textos deixados pelos padres do Vaticano II “não perdem o seu valor nem a sua beleza”. E por isso o Ano da Fé teve início no dia do cinquentenário da abertura do concílio, em 11 de outubro passado. Recomenda, então, o papa que os textos conciliares sejam relidos, conhecidos e assimilados, pela sua qualidade e por serem normativos. Tendo sido “a grande graça de que se beneficiou a Igreja no século XX”, o concílio revela-se também grande força para a renovação sempre necessária da Igreja.
O Ano da Fé está sendo rara oportunidade para os fiéis avançarem para águas mais profundas, orientados pela palavra fecunda e salvadora de Jesus, nosso Senhor. Um convite para autêntica e renovada conversão ao único salvador do mundo.
“Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está vivendo. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do credo” (Porta Fidei, n. 8).
Proponho aos que usam O Domingo – Celebração da Palavra de Deus a leitura atenta da carta apostólica Porta Fidei, assim como a retomada dos textos do Concílio Ecumênico Vaticano II. A Quaresma pode ser tempo favorável também para esse exercício.
D. Geraldo Majella Agnelo – Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
Fonte: Paulus em 03/02/2013
Reflexão
Estamos na sinagoga de Nazaré, onde Jesus apresentou seu programa de vida, ou seja, sua proposta libertadora. A seguir, o evangelista apresenta os comentários e a reação dos ouvintes. Desde o começo de sua missão Jesus encontra rejeição. Ele está ciente de que nenhum profeta é bem aceito na sua própria terra. A proposta libertadora do Mestre causa pânico nos ouvintes. Os que não querem a libertação e a promoção dos pobres perseguem até a morte os promotores da libertação. Aconteceu com Jesus e acontece com tantos outros que atuam em favor dos pobres e oprimidos. O Mestre foi rejeitado por causa da sua encarnação: não é este o Filho de José? É a pergunta que se fazem. Isso mostra que eles esperavam um messias poderoso e espetacular, e não acreditam que Deus possa agir numa pessoa comum. Depois pedem para que realize milagres também entre eles. Jesus rejeita agir para sua própria promoção e se recusa a ser ídolo do espetáculo e do aplauso. A citação da Escritura – a viúva de Sarepta e o sírio Naamã – mostra que a missão de Jesus não tem fronteiras. Apesar dos obstáculos, ele continua seu caminho, sua proposta libertadora.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
O DESPREZO ESPERADO
Jesus não se deixou levar por um otimismo ingênuo, enquanto exercia seu ministério. Juntamente com a euforia e a empolgação populares, diante de seus gestos de poder, havia também a crítica contumaz de seus adversários. Não só! Seus conterrâneos de Nazaré viam com suspeita o que acontecia em torno dele, e se opunham a tudo aquilo.
A experiência dos antigos profetas de Israel ajudou Jesus a compreender que sua situação não era novidade para ele. O povo costumava rejeitar os profetas enviados por Deus, para chamá-lo à conversão. Assim aconteceu com os grandes profetas: Elias e Eliseu. Portanto, o desprezo sofrido por Jesus podia, de certa forma, ser esperado.
No caso dele, porém, a rejeição resultou de um preconceito, pelo fato de ser "filho de José". Logo uma pessoa assaz conhecida.
Contudo, a raiz do fechamento diante da pregação dos profetas está, principalmente, na recusa a acolher o seu apelo à conversão. O povo prefere continuar no caminho fácil do pecado e da infidelidade, a submeter-se à mudança de vida, como Deus quer. Ou então, calar a voz incômoda que o questiona, a deixar-se tocar por ela.
Os habitantes de Nazaré preferiram esse caminho fácil, e tentaram precipitar Jesus do alto de um monte. Ele, porém, sem se intimidar, passando pelo meio deles, prosseguiu seu caminho. Desta forma, não se deixou bloquear pelo desprezo dos seus próprios conterrâneos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de realismo, que eu saiba contar sempre com a possibilidade de ser desprezado e rejeitado, sem, por isso, fugir da missão a mim confiada.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Ser Profeta
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Um dia alguém me disse em brincadeira, que ser profeta é “Ser do Contra”. O profetismo no contexto bíblico nunca poderá ser confundido com extremismo radical, nem com alguma ideologia de ordem social ou política, pois a pessoa do profeta não está comprometida com nenhuma instituição humana, nem mesmo a religiosa, pois os laços de uma Fé encarnada na história, o prendem ao Deus vivo que vai se revelando na Verdade.
O Sacramento do santo Batismo nos reveste da missão profética ao fazer-nos membros de uma Igreja comprometida com o anúncio daquilo que é verdadeiro: o evangelho de Cristo na sua essência, sem adaptações ou fundamentalismo. O profeta não fala em nome próprio porque não é o dono da palavra, mas apenas servo.
A iniciativa é sempre de Deus, pois como Jeremias, somos conhecidos, consagrados e escolhidos ainda no ventre materno e temos na graça de Deus toda a força e a coragem para cumprir sem medo a missão. O profeta é do contra sim, quando as idéias e as atitudes não conferem com a vontade de Deus porque ferem a vida, liberdade e a dignidade do homem. Trata-se de um anúncio e uma denúncia, não feita com radicalismo, amargor, mas com firmeza.
Jesus é por excelência o Profeta do Pai, não só fala em nome de Deus, mas ele é o próprio Deus. A sabedoria do seu ensinamento causa admiração e encanta as multidões por onde passa, inclusive à sua comunidade em Nazaré, onde ele se revela como ungido de Deus, revestido de uma missão. Mas os seus conterrâneos, em vez de se encherem de alegria ao perceberem em Jesus a presença de Deus, ao contrário, começam a levantar suspeita e desconfiança sobre a sua pessoa, pois fechados em seus estreitos horizontes, achavam impossível Deus Altíssimo agir em Jesus de Nazaré, filho de Maria e José, carpinteiro de profissão, pessoa simples ali da terra.
Hoje em dia também é difícil uma pessoa simples de origem humilde mostrar o seu valor, pois em uma sociedade tão competitiva, ás vezes somente os letrados e diplomados conseguem ter suas idéias aceitas. Em nossas comunidades cristãs muitas vezes e infelizmente cometemos esse mesmo pecado quando valorizamos mais o ministro do que a própria Palavra. O ministério ordenado, bem como todos os outros ministérios da nossa igreja, antes de tudo estão a serviço do povo de Deus, mas às vezes a próopria comunidade se prende excessivamente ao formalismo e à instituição dando crédito apenas à palavra de alguém revestido de autoridade. Quantas vezes presenciei pessoas que voltaram para suas casas da porta da igreja, ao tomarem conhecimento de que a celebração seria presidida por um ministro leigo...
Foi mais ou menos isso que aconteceu com Jesus na sinagoga de Nazaré, ele falava com grande sabedoria, porém era um leigo, não pertencia a elite dos escribas ou a classe sacerdotal, ou ao seleto grupo dos Doutores da Lei. Apegados ás tradições e ao formalismo religioso, os conterrâneos de Jesus não conseguem vislumbrar nele algo de novo e o rejeitam simplesmente porque ele não se enquadra nos padrões religiosos pré determinados e nem realiza sinais prodigiosos.
A Salvação trazida pela graça de Deus, só produz o seu efeito quando encontra receptividade e abertura no coração do homem independente da sua raça, ideologia, condição social ou até mesmo credo religioso. Pois ao tomarem conhecimento desta verdade através de Jesus, que citou o exemplo da viúva de Sarepta, e de Naamã, o sírio, beneficiados pela ação profética de Elias e Eliseu, respectivamente, os conterrâneos de Jesus, tomados pela fúria, o expulsaram da comunidade e tentaram matá-lo. Somente uma fé madura e um coração totalmente aberto à graça de Deus, poderá nos levar à compreensão de que a Salvação que Jesus oferece é para todos os homens.
Pensar diferente disso é menosprezar a caridade, a maior de todas as virtudes, é querer caminhar sozinho, adentrando no atalho da mediocridade e da hipocrisia.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
Fonte: NPD Brasil em 03/02/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. SER PROFETA EM SUA TERRA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Um dos maiores desafios do Ser Humano é aceitar o Mistério Divino presente na segunda pessoa da Trindade Santa, manifestado e revelado em Jesus de Nazaré. A dificuldade vem desde aqueles tempos em que o Filho de Deus, sob a forma humana, convivia com as pessoas do seu tempo, falando, ajudando, caminhando junto, e sobretudo ensinando. Na sua comunidade de origem, onde ele cresceu e foi criado, as pessoas primeiro se admiraram da sua sabedoria e dos milagres que tinham ouvido dizer que ele havia realizado em outras regiões. Mas em um segundo momento, pensaram em sua origem humilde, como Filho de Maria e do Carpinteiro José, alguém tão simples, criado no meio deles, não poderia ser o grande Messias.
Esse é na verdade o grande problema colocado por São Lucas neste evangelho: Jesus de Nazaré frustra a expectativa Messiânica, que seus conterrâneos tinham a seu respeito e por isso o rejeitam e até o expulsam da Comunidade. Nos dias de hoje Jesus tem milhares de seguidores e admiradores no mundo inteiro, entretanto, na primeira ocasião em que ele não corresponder a ideia que Dele se faz, o então discípulo abandona a comunidade e a sua Fé, indo a procura de um outro Jesus que atenda melhor suas expectativas. Igrejas com fachada cristão, que oferece um Jesus Cristo bem á gosto do freguês, tem inúmeras em todo lugar.
A tendência hoje é a mesma daquele tempo: destruir o Cristo do Evangelho, muito radical e exigente no Discipulado, e em seu lugar colocar um Jesus que atenda as nossas necessidades materiais, sem muita exigência de uma mudança em nosso comportamento. Igrejas que têm um Jesus Cristo com este perfil estão sempre lotadas de Fiéis que aceitam ser ludibriados por espertalhões da Fé, desde que obtenham alguma vantagem.
A verdadeira Fé e confiança em Deus, não coloca Deus a nosso dispor, ao contrário, nos submetemos á vossa Vontade, exatamente como fizeram: a viúva de Serepta, que obedeceu a ordem do Profeta Elias, e o Sírio Naamã, que mesmo a contragosto, fez o que o Profeta Eliseu lhe ordenará, e ficou totalmente purificado da lepra que o atormentara.
Tenhamos sempre a consciência de que, na maioria das vezes a Vontade Divina não coincide com a nossa, pois sempre preferimos o caminho mais fácil, o atalho mais curto, o comodismo e as facilidades que a Vida Terrena nos oferece. Que saibamos e aprendamos a aspirar os dons superiores colocando em nossa vida a virtude da caridade, acima de tudo, como nos ensina o apóstolo Paulo.
E que também nunca nos falte a consciência de que somos Profetas, chamados por Deus desde o ventre de nossa mãe, e que a nossa Força vem do Senhor, que nos envia em missão em meio ao mundo, onde na maioria das vezes, exatamente como Jesus em sua cidade, seremos rejeitados.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Jesus continuou o seu caminho...
Já antes do seu nascimento, Jeremias foi escolhido por Deus para ser profeta. Foi escolhido para uma missão difícil. “Fica de pé, anuncia o que eu mandar, não tenhas medo”, assim Deus lhe falou. Farão guerra contra o profeta, mas não o vencerão, porque Deus mesmo será o seu defensor. Nós também, se temos uma missão a realizar, ponhamo-nos de pé, sem medo e enfrentemos as dificuldades. Elas existem para ser vencidas. Conosco está o Defensor.
Jesus enfrentou muitas dificuldades em seu ministério. Na primeira pregação na sinagoga de Nazaré, quando ele anunciou o seu projeto, todos os ouvintes gostaram e ficaram felizes com o que Jesus dizia. No entanto, quando ele deu a entender que para a realização de seu belo projeto era preciso que cada um deixasse de defender seus privilégios, todos ficaram furiosos, expulsaram-no da cidade e queriam jogá-lo no precipício. Jesus, porém, passou pelo meio deles e continuou o seu caminho.
A maior força que existe em nós e nos impulsiona na superação de todos os obstáculos é o amor, ensina São Paulo. Tanto Jeremias como Jesus foram movidos pelo Espírito que é Amor e que os levou a abraçar com entusiasmo a causa que Deus, o Pai, lhes confiou. Quem trabalha pela justiça, pela verdade, em favor dos deserdados deste mundo, segue tranquilamente o seu caminho, como fez Jesus, se for movido pelo amor. Fé, esperança e amor são grandes virtudes. A maior delas, porém, é o amor, que jamais acabará.
Santo Tomás ensina que a caridade não pode existir em nós naturalmente, nem ser adquirida por virtudes naturais, mas por infusão do Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho, e cuja participação em nós é a caridade criada. As qualidades da caridade criada, descritas por São Paulo, mostram a força que ela tem para vencer os obstáculos.
REFLEXÕES DE HOJE
03 DE FEVEREIRO-DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO
HOMILIA DIÁRIA
Como você acolhe aqueles que lhe anunciam a Palavra de Deus?
Postado por: homilia
fevereiro 3rd, 2013
Jesus de Nazaré foi um judeu da Galileia onde passou quase toda a sua vida e desenvolveu a maior parte da sua atividade pública. Ora, os estudos recentes mostraram as particularidades da Galileia de então nos domínios social, cultural e religioso. No entanto, a interpretação dessas particularidades é objeto de discussão entre os especialistas. Do ponto de vista social, a Galileia parece ter conhecido nesse tempo um processo de urbanização, que afundou o fosso entre as classes detentoras do religioso. O judaísmo da Galileia tinha traços que o distinguiam do judaísmo de Jerusalém ou da Judeia em geral. O enraizamento de Jesus na Galileia talvez não tenha influenciado somente a formulação de sua mensagem.
Os Evangelhos atribuem a Jesus uma atividade bastante variada que parece supor o desempenho de vários papéis ou funções sócio-religiosas. Jesus proclama a vinda iminente do Reino de Deus como um profeta, ensina como um doutor ou um sábio, cura doentes e exorciza possessos como um homem que está investido do poder de Deus. Parece difícil “colar uma etiqueta” a Jesus. Os historiadores privilegiam, segundo as suas próprias tendências, ora um ora outro dos papéis que os Evangelhos lhe atribuem, às vezes com a exclusão dos restantes. Ora, tal exclusão não se impõe, podendo um homem de Deus desempenhar ao mesmo tempo mais do que uma função.
Tudo indica que os contemporâneos de Jesus viram nele um profeta. Há duas séries de textos evangélicos particularmente significativas a esse respeito. A primeira, que se lê em Mc 6,15 e em Lc 9,8, conta a reação de Herodes perante a fama de Jesus. A segunda, presente nos três Evangelhos sinóticos, relata a chamada confissão de Pedro. As duas séries de textos informam sobre o que a opinião pública pensava de Jesus. Para uns, Jesus era João Batista ressuscitado; para outros, Elias; para outros, enfim, um dos profetas de outrora que ressuscitou. Jesus é ainda chamado profeta pela multidão ou por um ouvinte individual em vários outros textos próprios a um ou a outro evangelho.
Ao falar na sinagoga, Jesus assumia as palavras de Is 61, 1-2 as quais anunciavam a todas as nações a Sua missão de ungido do Senhor. Este trecho nos relata o ministério de Jesus aqui na terra que se constitui também na nossa missão, pelo poder do Espírito Santo: anunciar a Boa Nova, proclamar a libertação dos cativos, recuperar a vista aos cegos, livrar os oprimidos e proclamar o perdão do Senhor. Todos nós que somos batizados em Cristo temos também esta vocação. Pela palavra que anunciamos, pela oração que fazemos ou pelo nosso testemunho, todas estas coisas acontecem àqueles a quem nós nos dirigimos.
Naquele tempo o povo de Nazaré não acreditou em Jesus porque Ele era de casa, mas mesmo assim Ele não desistia dos seus. É difícil para nós também anunciarmos Jesus na nossa casa ou evangelizar as pessoas no lugar onde todos nos conhecem. Nem sempre somos acolhidos e admirados porque seguimos os ensinamentos de Deus. Assim foi também no tempo de Jesus. Por isso é que Ele nos recorda as figuras de Elias que fez prodígios na vida de uma viúva que não pertencia ao povo de Israel e Naamã, o sírio, que procurou Eliseu longe da sua terra para ser curado da lepra.
Às vezes, não fazemos sucesso onde queríamos, mas o Senhor nos envia a alguém a quem nem imaginamos, para que por nosso meio ela possa obter cura e libertação. A quem você se sente chamado(a) a evangelizar? Para você o que é evangelizar? O que você tem feito para atrair os seus para uma vida melhor? Você tem visto algum progresso na sua família por causa do seu testemunho de vida? Você continua insistindo? Você sente o poder do Espírito Santo quando fala no Nome de Jesus Cristo? Como você acolhe aqueles que lhe anunciam a Palavra da Verdade? Diante dos seus erros e falhas, você aceita de bom coração as correções? Os conterrâneos de Jesus não o acolheram. E você?
Pai, que eu saiba acolher Jesus e reconhecê-lo como Filho de Deus, de modo a tornar-me beneficiário de seu ministério messiânico.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 03/02/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos, por teu Espírito, o discernimento e a capacidade de encarnar nas relações com os companheiros peregrinos desta vida as lições que aprendemos no Evangelho. Ensina-nos, Pai amado, a viver o seguimento do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/02/2013