segunda-feira, 24 de abril de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 24/04/2023

ANO A


Jo 6,22-29

Comentário do Evangelho

O pão que dá a vida

Depois do episódio dos pães, em que a multidão comeu à saciedade, e ante a tentativa de proclamá-lo rei, Jesus se retira, sozinho, ao monte (Jo 6,15). Jesus rejeita terminantemente qualquer tentativa de compreender ou reduzir a sua missão a uma dimensão estritamente político-social (cf. Mt 4,3-4; Lc 4,3-4). Por isso, se recolhe ao monte para rezar. À multidão que o procura insistentemente, Jesus declara o equívoco dela: não o procura porque o que ele faz remete ao mistério de Deus; procuram-no somente para satisfazer suas necessidades corporais (v. 26). No entanto, a vida do ser humano não se reduz ao bem material. O alimento que o Senhor oferece é de outra natureza, não perecível e que introduz na vida eterna. Mais adiante, Jesus afirmará que o pão que dá a vida é ele mesmo (Jo 6,48). Mas, para receber esse alimento, é preciso crer em Jesus, enviado do Pai. É pela fé em Jesus que se recebe esse alimento de vida eterna. A “obra de Deus”, o fazer exigido, é crer em Jesus, “imagem do Deus invisível”. Ademais, é preciso procurar o Senhor pelo Senhor, e não por aquilo que nos possa dar. Essa gratuidade se impõe a quem queira ser sustentado pelo “pão descido do céu".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, leva-me a buscar sempre o alimento imperecível – teu Filho Jesus – que me dá vida eterna e verdadeira e me abre para o amor e a solidariedade.
Fonte: Paulinas em 05/05/2014

Vivendo a Palavra

Fazer a obra de Deus é acreditar naquele que Ele enviou. Parece tão simples... Mas ‘acreditar’ não é fácil. Significa ‘dar o coração’. Converter-se, mudar o rumo da vida, adotando a direção indicada pelo Enviado – Jesus de Nazaré. É guardar no coração e direcionar a existência conforme o Caminho, a Verdade e a Vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/05/2014

VIVENDO A PALAVRA

Parece simples fazer a obra de Deus: basta acreditar… Mas ‘acreditar’ é uma opção radical, que significa ‘dar o coração’. A fé infundida em nós pelo Espírito transforma a nossa vida. Entramos pelo caminho que não tem volta – o caminho da conversão – e procuramos moldar nossas relações com a nossa própria pessoa, com os irmãos, com a natureza e com o Pai, pelo exemplo de Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/04/2020

Reflexão

Um dos caminhos que temos para conhecer melhor a pessoa de Jesus é o sacramento da eucaristia. Porém, esse caminho exige de todos nós uma postura de fé diante dele e uma abertura para as realidades que estão além da materialidade. As pessoas que só buscam a saciedade material e procuram Jesus apenas para a satisfação desse tipo de necessidade são incapazes de buscar o alimento que não se perde e que nos leva a reconhecer que Jesus é aquele que o Pai marcou com o seu selo. Essas pessoas não são capazes de ver que Jesus é o enviado do Pai e, por isso, não acreditam nele.
Fonte: CNBB em 05/05/2014

Reflexão

As multidões vão à procura de Jesus do outro lado do lago. Ele vai ao encontro delas e, sem rodeios, lhes diz: “Eu lhes garanto: Vocês estão me procurando, não porque viram sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos”. Acorrem ao milagreiro, não ao enviado de Deus. Tinham visto, de fato, a partilha abundante de pães e peixes, tanto que desejavam fazê-lo rei. Queriam ter alguém que, de maneira fácil, lhes desse comida e resolvesse sozinho o problema da fome da humanidade. Não é essa a missão de Jesus. Sua missão é convidar as pessoas a tomar uma decisão radical: “Esta é a obra de Deus: que vocês acreditem naquele que ele enviou”. Isso significa aderir a Jesus e à sua proposta de vida plena para todos.
Oração
Ó Mestre, as multidões te procuravam porque tinham sido alimentadas de pão e peixe. Viam apenas o aspecto material da partilha. A todos nós ensinas que devemos buscar não o pão que perece, mas a tua própria pessoa: “Esta é a obra de Deus: que vocês acreditem naquele que ele enviou”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 27/04/2020

Reflexão

A presença de Jesus encanta e fascina; ao mesmo tempo, essa presença desperta interesses que devem ser bem discernidos. A multidão, ao procurar Jesus, busca satisfazer sua necessidade imediata que é o pão; este pão, de fato, é importante e necessário, mas Jesus convida o povo que o segue a dar um passo a mais e, dessa forma, buscar o pão que não perece. Ele, Jesus, é esse pão que não se perde; contudo, para percebê-lo como pão de Deus, é preciso ter fé; sem a fé, que é dada por Deus, corremos o risco de permanecermos na esfera superficial da vida e seguirmos sempre em busca de quem nos satisfaz imediatamente. É possível que lancemos um olhar ao nosso redor e busquemos perceber, hoje, como se estabelece nossa relação com Jesus: é uma relação de fé, de conversão ou se trata de uma relação interesseira?
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 02/05/2022

Reflexão

Há intenso movimento de multidões em busca de Jesus, depois que ele saciou a fome dos cinco mil homens. Finalmente o encontram. Então Jesus os faz refletir: Por que realmente estão indo atrás dele? Só por benefícios materiais? Todo o esforço de Jesus consiste em fazer as pessoas descobrirem o verdadeiro sentido espiritual dos sinais que ele realiza. Ele não é um milagreiro, mas é o Filho de Deus que entrega a si mesmo para saciar a humanidade que procura mais vida. Quando as pessoas perguntam a Jesus quais são as obras que agradam a Deus, certamente estão pensando nos inúmeros preceitos e tradições que os doutores da Lei e os fariseus impunham sobre o povo. O mais importante é acolher a pessoa de Jesus com seu ensinamento. A única obra é acreditar naquele que o Pai enviou.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Trabalhai (…) mas pelo alimento que permanece até à vida eterna»

Rev. D. Jacques FORTIN
(Alma (Quebec), canad)

Hoje depois da multiplicação dos pães, a multidão põe-se em busca de Jesus e na sua busca chega até Cafarnaum. Ontem como hoje, os seres humanos procuraram o divino. Não é uma manifestação de esta sede do divino a multiplicação das seitas religiosas, o esoterismo?
Mas algumas pessoas quiseram someter o divino a suas próprias necessidades humanas. De fato, a história nos revela que algumas vezes tentou-se usar o divino para fins políticos ou outros. Hoje a multidão deslocou-se para Jesus. Por quê? É a pergunta que faz Jesus afirmando: «Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados» (Jo 6,26). Jesus não se engana. Sabe que não foram capazes de ler os sinais do pão multiplicado. Anuncia-lhes que o que sacia o homem é um alimento espiritual que nos permite viver eternamente (cf. Jo 6,27). Deus é o que dá esse alimento, o dá através de seu Filho. Tudo o que faz crescer a fé Nele é um alimento ao que temos que dedicar todas nossas energias.
Então compreendemos porque o Papa nos anima a esforçar-nos para ré evangelizar nosso mundo que frequentemente não acode a Deus pelos bons motivos. Na constituição “Gaudium et Spes” (A Igreja no mundo atual”) os Padres do Concílio Vaticano II nos lembra: “só Deus, a quem Ela serve, satisfaz os desejos mais profundos do coração humano, que nunca se sacia plenamente só com alimentos terrestres". E nós, por que ainda seguimos Jesus? O que é o que nos proporciona a Igreja? Lembremos o que disse o Concílio Vaticano II! Estamos convencidos do bem-estar que nos proporciona este alimento que podemos dar ao mundo?

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «A Sagrada Comunhão é para nós uma prenda eterna, de tal forma que nos assegura o céu; estes são os depósitos que o céu nos envia como garantia de que um dia será a nossa casa» (São Joao Mª Vianney)

- «O pão milagrosamente multiplicado lembra-nos o milagre do maná no deserto e, indo além dele, assinala ao mesmo tempo que o verdadeiro alimento do homem é o Verbo eterno, o sentido eterno de onde viemos e na expectativa de que vivemos» (Bento XVI)

- «Jesus não revela plenamente o Espírito Santo enquanto Ele próprio não for glorificado pela sua Morte e Ressurreição. No entanto, sugere-o pouco a pouco, mesmo no seu ensino às multidões, quando revela que a sua carne será alimento para a vida do mundo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 728)

Reflexão

«A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou»

Rev. D. Josep GASSÓ i Lécera
(Ripollet, Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos os resultados da multiplicação dos pães, resultados que surpreenderam a toda aquela multidão. Eles desceram da montanha, ao dia seguinte, até beira do lago, e ficaram ali vendo Cafarnaúm. Ficaram ali porque não havia nenhum barco. De fato, só havia um: aquele que na tarde anterior havia partido sem levar Jesus.
A pergunta é: Onde está Jesus? Os discípulos partiram sem Jesus, e, sem dúvida, Jesus não está lá. Onde está então? Felizmente, as pessoas podem subir nas barcas que vão chegando, e zarpam em busca do Senhor a Cafarnaúm.
E, efetivamente, ao chegar do outro lado do lago, o encontram. Ficaram surpreendidos com a sua presença ali, e lhe perguntam: «Rabi, quando chegaste aqui?» (Jo 6,25). A realidade é que as pessoas não sabiam que Jesus havia caminhado em cima das águas milagrosamente e ,Jesus não dá respostas diretas às perguntas que lhe fazem.
Que direção e que esforço nos levam a encontrar a Jesus verdadeiramente? Nos responde o próprio Senhor: «Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo» (Jo 6,27).
Atrás de tudo isso continua estando a multiplicação dos pães, sinal da generosidade divina. As pessoas insistem e continuam perguntando: «Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?» (Jo 6,28). «A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou» (Jo 6,29).
Jesus não pede uma multiplicação de obras boas, e sim que cada um tenha fé naquele que Deus Pai enviou. Porque com fé, o homem realiza a obra de Deus. Por isso designou a mesma fé como obra. Em Maria temos o melhor modelo de amor manifestado em obras de fé.

Recadinho

Você coloca as coisas de Deus em primeiro lugar? - Você pede bens espirituais a Deus ou é daqueles que só sabem pedir coisas materiais? - Você se alimenta sempre da Eucaristia? - Sua comunidade se preocupa com as coisas materiais e espirituais? - O que você faz por sua comunidade?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 05/05/2014

Meditação

Ao ver os pães e peixes multiplicados, o povo entusiasmou-se por Jesus. Ele disse que não o deviam procurar só porque os alimentara; deviam antes estar atentos aos sinais que o apresentavam com Salvador. Não deviam correr só à procura dos bens da terra, mas procurar em primeiro lugar os bens superiores, uma salvação que dure por toda a eternidade. Isso é que Ele lhes oferecia.
Oração
Ó Deus, vós que mostrais a luz da verdade aos que erram para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Meditando o evangelho

O ALIMENTO IMPERECÍVEL

Tendo sido procurado por interesses particulares, Jesus exorta o povo a buscar o alimento imperecível, que dura para a vida eterna. Mais importante que o pão material, necessário para matar a fome física, é o alimento que só o Filho do Homem pode oferecer.
Estas palavras de Jesus podiam dar margem a mal-entendidos. Seus ouvintes corriam o risco de pensar em algo misterioso, conhecido só pelo Mestre, que tinha o poder mágico de substituir o alimento material.
Entretanto, Jesus referia-se a algo muito mais simples: ele mesmo era o alimento que haveria de propiciar vida eterna a quem se dispusesse a acolhê-lo. Suas palavras deveriam ser tomadas num sentido espiritual-existencial. Alimentar-se de Jesus significa acolhê-lo como o Senhor de nossa própria existência. E isto resultará numa espécie de identificação da vida do discípulo com a do Mestre, passando por um processo de transformação. O parâmetro da ação do discípulo será o amor e a solidariedade. Os pobres e marginalizados serão objeto privilegiado de sua atenção. Por estar radicado em Deus, será livre para servir ao próximo, sem qualquer distinção.
Este modo de viver terá como desfecho a vida eterna. É a obra de Jesus em nós!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, leve-me a buscar sempre o alimento imperecível – teu Filho Jesus – que me dá vida eterna e verdadeira e me abre para o amor e a solidariedade.
Fonte: Dom Total em 27/04/2020

Meditando o evangelho

A FÉ EM JESUS

Não foi fácil para Jesus levar o povo a estabelecer com ele um relacionamento correto. Muitas vezes, seus gestos poderosos despertavam sentimentos inoportunos, com os quais não ele estava de acordo. Jamais o Mestre se deixava aliciar!
A multiplicação dos pães prestou-se para mal-entendidos. Depois de ter sido alimentada, a multidão foi, novamente, ao encalço de Jesus. Não por reconhecer sua qualidade de enviado do Pai, mas por ter comido e se saciado, interessada na repetição do milagre.
No entanto, não interessava a Jesus ser procurado na qualidade de milagreiro. Ele esperava ser reconhecido como Filho do Homem, portador de um alimento especial para a humanidade, penhor de vida divina. O seu era um pão diferente: ele próprio.
A apropriação deste pão dar-se-ia por meio da fé, ou seja, da adesão a Jesus. Ao aderir a ele, o discípulo afasta de si tudo quanto gera morte, e assimila o dinamismo vital que o animava, cuja fonte era o próprio Pai.
Jesus estava interessado em saciar, em primeiro lugar, não a fome física, mas uma outra muito mais fundamental. Saciado com o pão do céu, o discípulo estaria apto para promover a partilha do pão material que sacia a fome do povo.
A fé em Jesus não se expressa num intimismo estéril. Pelo contrário, ela deve ser expressa através de gestos, à semelhança daqueles realizados por Jesus. Também o discípulo é chamado a multiplicar os pães.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida do Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto de Deus.
Fonte: Dom Total em 05/05/2014 e 02/05/2022

Oração
Ó Deus, vós que mostrais a luz da verdade aos que erram para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 05/05/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Jesus das nossas conveniências...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A notícia da multiplicação dos pães logo espalhou por toda a região, a multidão dos que não tinham pão material, ouvindo falar desse milagre, foram em busca de Jesus e seus discípulos, mas não o encontraram. Veio a notícia de que eles estavam do outro lado do mar da Galiléia e logo organizaram uma Lotação e fizeram a travessia.
Solução miraculosa para problemas de ordem econômica sempre fez grande sucesso, e até hoje ainda lotam templos, de pessoas que vão em busca de carreira brilhante, sucesso financeiro, prosperidade, e é claro que há os intermediários entre Jesus e a sua distinta clientela.... Estes parecem ter exclusividade e além do mais, pregam um cristianismo bem a gosto do freguês, basta um pequeno "investimento mensal" e o sucesso é garantido, eles só não prometem devolver a grana, se a coisa der errado...
Jesus sabe por que aquele povo o procura, não acha ruim, pois ele veio para que todos tenham vida plenamente e isso supõe também as necessidades materiais, entretanto, quer levá-los ao entendimento de que ele têm algo muito melhor a lhes oferecer além do pão material, é a Vida Eterna, alimentada pelo Pão da Vida que é Ele mesmo, isso requer a Fé, para que a partir dela se faça as obras de Deus.
Portanto, ter Fé em Jesus Cristo requer comprometimento, o texto não quer dizer que apenas basta ter Fé Nele, mas sim que a Força da Fé é tão grande que vai desencadear naquele que crê, esse compromisso de construir e edificar o Reino de Deus inaugurado por Jesus.
Por outro lado o evangelho mostra a plenitude do Ser humano, que não é duas coisas separadas: corpo e alma, e que não pode ser visto assim, Jesus promete a Vida Plena a quem Nele crê, esta vida plena supõe também a materialidade, mas não significa que tudo cairá do céu, mas que será consequência de uma vida de comunhão e partilha, para que haja igualdade nas relações, e isso supõe o esforço humano, inclusive a bênção do trabalho, e uma organização social política, voltada para o Bem Comum.

2. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna - Jo 6,22-29
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No Tempo Pascal, o sermão de Jesus sobre o Pão da Vida, no capítulo sexto de João, nos leva a afirmar que Jesus está vivo entre nós na sua Palavra e na Eucaristia. O sacramento da Eucaristia, para os cristãos que creem na presença real de Jesus no Pão e no Vinho consagrados, é o alimento que não perece e permanece até a vida eterna. Se quisermos praticar as obras de Deus, devemos acreditar naquele que ele enviou, em Jesus Cristo, que disse com o pão na mão: “Isto é o meu corpo”, e com o cálice de vinho: “Este é o cálice do meu sangue”. Acreditamos nas suas palavras. Aceitando o que ele nos ensina, aprendemos na mesa da Eucaristia a importância e a necessidade de saber partilhar o pão de cada dia com quem tem fome de alimento e fome de justiça.
Fonte: NPD Brasil em 27/04/2020

HOMILIA

QUE PÃO VOCÊ TEM TRABALHADO?

O convite que Jesus faz a você é que trabalhe para o pão que dura a vida eterna. Veja que no capítulo 6 do Evangelho de João, o tema central é o pão. Jesus, o enviado de Deus, é o pão do céu, é o pão da vida eterna. E então diz: Trabalhai, não tanto pela comida que se perde,mas pelo alimento que dura até à vida eterna.
A partir da multiplicação dos pães, Jesus vai fazer uma longa catequese sobre o Pão da Vida. E começa, hoje, por criar em nós a fome de Deus, pela fé, pois que os sacramentos são sinais da fé. A multiplicação dos pães e dos peixes era também um sinal. Jesus tinha matado a fome àquela gente com o alimento que lhe multiplicara no monte. Mas, o alimento de que eles precisam e que devem esforçar-se por encontrar é Ele próprio, o Senhor, a quem alcançarão pela fé. Acreditar em Jesus e viver dessa fé é alimentar-se com o alimento que leva à vida eterna.
A graça de Deus é a causa da salvação e a fé é o meio. É claro que vários fatores ocasionam a salvação, como o próprio fato de estarmos perdidos, ou o fato de ouvirmos a mensagem do evangelho, mas tudo isto são causas imediatas, e por assim dizer, tornam-se meios. A causa primária é o próprio Deus, a sua graça, a sua vontade de salvar, o seu desejo e amor pela humanidade!
Em certo sentido podemos dizer que a graça é a parte de Deus e a fé é a parte do homem embora a fé também seja um dom de Deus. Deus oferece gratuitamente a salvação, mas o homem tem a responsabilidade de acreditar, confiar e recebê-la. Você precisa crer em Jesus e em sua palavra! Não sejas multidão tratado no Evangelho de hoje que pede ou exige de Jesus um sinal forte, um milagre espetacular. O povo estava querendo ou esperando um Messias poderoso, capaz de derrotar os opressores romanos. E que lhe garanta o pão deste mundo, sem esforço e sem trabalhar. Notem que mais tarde Jesus vai dizer que “o meu reino não é deste mundo”.
E daí a reação de Jesus: Trabalhai pelo alimento que dura até à vida eterna. Qual é o alimento que dura até à vida eterna? Deve ser aquele que chega até lá. Jesus disse-nos que era Ele próprio. E o que é que significará trabalhar por Ele próprio, isto é, «pelo alimento que dura até à vida eterna»? Naturalmente, pôr em prática o 1º e 2º mandamentos. E trabalhar mais do que pela comida? Supondo que Jesus se refere ao trabalho pelo sustento. Há que trabalhar em mais quantidade e qualidade pelo alimento que dura até à vida eterna. Como é que o leitor faz isto?
Porque Jesus se posicionou desta maneira? A verdade é que o povo não estava entendo muito bem “qual era a de Jesus”. Jesus se apresenta como o único alimento que nos satisfaz plenamente. Ele se identifica como próprio pão que alimenta a vida eterna em nós: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
Jesus não está falando da sede de um copo de água nem a fome de um prato de comida necessariamente. Mas sim, da sede e da fome ou necessidade de se embriagar para fugir ou se esquecer da realidade sofrida com tantas frustrações. Porque aquele que se embebe de Jesus igual a uma esponja embebida em água, não terá necessidade de nenhuma fuga alucinante para se sentir bem. Conheci uma senhora solteirona e incrédula que quando entrava em depressão, se recuperava fazendo compras. Tem gente na mesma situação, que se vinga comendo, e comendo. Outros bebendo uma dúzia de cerveja, e assim por diante. Nada disso adianta porque longe de Deus não existe felicidade. Porque só Jesus mata a nossa sede, e a nossa fome, de querer mais e mais bens materiais, e prazeres de todos os tipos existentes nesta vida passageira.
Portanto, trabalhe e lute pelo pão que dura à vida eterna e este Pão é Jesus acredite n’Ele. Alimente-se da Sua Palavra, do Seu Corpo e Sangue e terá a vida eterna.
Fonte: Liturgia da Palavra em 05/05/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SEGUNDA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 05/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

Só Cristo pode saciar a nossa sede de vida eterna!

A sede e a fome que nós temos de coisas profundas e eternas só podem ser saciadas por Jesus Cristo! O Senhor sacia tudo aquilo que em nós está inquieto, perturbado e em busca de respostas!

”Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará” (João 6, 24).

Nós continuamos a refletir sobre a Palavra de Deus, que vimos na semana passada, a respeito da multiplicação dos pães. Como aquela multidão ficou saciada com o que Jesus fez: de cinco pães e alguns peixes multiplicados e uma multidão inteira foi saciada. E depois que Jesus atravessou o outro lado do mar, eles vão atrás d’Ele, andam distâncias e alguns chegam e dizem: ”Rabi, Mestre, estávamos procurando o Senhor!”. E o Senhor, de forma serena, olha para eles e diz: “Vocês não estavam me procurando por causa de minhas palavras, vocês estão me procurando por causa do pão que vocês comeram e ficaram saciados”.
E daí  o Senhor nos ensina a grande lição da vida: esforcem-se e lutem não só pelo alimento que um dia se vai, mas lute por aquele alimento que permanece até a vida eterna, é esse alimento que o Filho do Homem nos dará.
Sabem, meu irmãos, nós pedimos, muitas vezes, que o Senhor nos dê o pão de cada dia, o pão que sacia a nossa fome, o pão que sacia a nossa sede. Nós trabalhamos para colocar o pão dentro de casa, para que não falte o alimento cotidiano na mesa dos nossos, mas não devemos ficar satisfeitos ou saciados porque a nossa mesa está cheia, porque temos o que comer todos os dias, porque não nos falta o alimento ou porque comemos bem, e temos o necessário, e assim por diante. Os nossos olhos, a nossa vida e a nossa existência não devem se voltar somente para o alimento terreno, para o pão do cotidiano. É verdade e é óbvio que ele é necessário; precisamos dele para ficar de pé, para subsistir, mas, nós não podemos esquecer que existe um pão que nos alimenta para a eternidade: um pão que nos sacia da sede e da fome que nós temos de coisas profundas e eternas, esse pão é o próprio Jesus. Só Ele pode saciar a nossa fome! É por isso que Ele mesmo está nos dizendo: ”é o pão que eu darei, esse pão que há de nos saciar eternamente!”.
Como precisamos nos esforçar para que espiritualmente sejamos alimentados por esse pão, sejamos nutridos por este pão que vem do céu! É preciso ter fome de Deus, sede d’Ele e buscar lá na fonte que nos sacia, mesmo que não tenhamos condições de comungar todos os dias. Para alguns talvez a comunhão seja algo mais difícil; por isso não nos esqueçamos de que nós também comungamos esse Deus maravilhoso pela Sua Palavra, pela adoração Eucarística em qualquer lugar que estamos e, sobretudo, na Sua presença no Santíssimo Sacramento do Altar, e quando podemos comungá-Lo participando da Santa Missa. No entanto, a comunhão significa, sobretudo, ter a alma, o coração e o espírito na sintonia de Deus, na comunhão de Deus!
Quando nós adoramos a Jesus, quando nós nos alimentamos do Corpo e Sangue do Senhor, quando nós O adoramos onde nós estamos ou nas igrejas e capelas, nós nos rendemos a Ele, nós entregamos o nosso espírito, a nossa alma, para que esta entre na mesma sintonia de Deus! Jesus sacia tudo aquilo que em nós está inquieto, perturbado e em busca de respostas!
Que hoje nossa alma e nosso coração sejam saciados pela presença do Deus vivo no meio de nós!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

Trabalhemos com ardor para alcançarmos a vida eterna

“Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo” (João 6,27).

Precisamos trabalhar para ter o pão de cada dia, precisamos do nosso trabalho, e não podemos negar isso a ninguém, ainda que tenhamos que fazer esforços, como estamos fazendo. Todos nós, no mundo inteiro, temos de nos prevenir de um mal maior, mas do nosso jeito, obedecendo às leis civis, unindo-nos em torno de um ideal maior, cuidando da nossa saúde, até para que possamos trabalhar depois, porque sem saúde ninguém vai trabalhar, ninguém terá o seu sustento de cada dia.
Não tenhamos medo do que é preventivo. Aliás, o medo e a inquietação estão em nós, porque o nosso esforço é sempre pelo alimento material, pelo alimento que nos leva a perecer.
O pão do qual nos alimentamos – o arroz, o feijão, a nossa comida de cada dia – é para que o nosso físico se sustente. Não sejamos mundanos, não tenhamos aquela mentalidade mundana de achar que precisamos nos alimentar apenas do alimento cotidiano e ordinário.
Precisamos trabalhar com mais ardor pelo alimento que permanece até a vida eterna. O pão que comemos, aqui, leva-nos a perecer aqui mesmo, mas quando nos alimentamos da Palavra de Deus e de Jesus, quando alimentamos a nossa vida espiritual, estamos semeando a eternidade em nós.

Aquele que investe a sua vida em Deus permanece até a vida eterna

Os homens estão buscando fórmulas para que a vida aqui se multiplique, dure mais; e alguns querem ser até eternos aqui, mas não vão, porque a vida é perecível. Isso é do próprio organismo humano, que vai se decompondo, vai encontrando a sua contingência com o passar do tempo.
Podemos cuidar bem da nossa saúde, mas não podemos negar que pereceremos. Aquele que se alimenta do alimento eterno, que se alimenta para a eternidade nem se preocupa com essa vaidade da vida que vem e que vai, porque ele investe a sua vida na eternidade.
É óbvio que quem só olha a vida do ponto de vista material sofre e perece com mais facilidade, porque Aquele que nos deu a vida material também a leva de volta, mas aquele que investe a sua vida em Deus permanece até a vida eterna.
É em Jesus e na vida eterna que queremos investir a nossa vida e cuidar do nosso espírito. Façamos isso no tempo que temos e até no tempo que, muitas vezes, não temos. Não nos dediquemos somente para trabalhar e ter, porque chega um tempo que não vamos ter nada, e somente a vida em Deus será suficiente para permanecermos eternamente.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/04/2020

HOMILIA DIÁRIA

Jesus quer nos conduzir para o coração do Pai

Naquele tempo, quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus em Cafarnaum. Quando o encontraram, do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”. (Jo 6,24-25)

Existe uma busca por Jesus, uma procura, embora muitos não saibam o que estão buscando, embora muitos troquem o nome d’Ele por outras realidades, muitos O confundem ou busquem por Ele em lugares errados. Mas existe essa busca, e realmente essa multidão expressa o desejo do coração de cada ser humano por Deus, a busca por Ele, essa inquietude do coração do ser humano. Porque as multidões querem estar com Jesus, querem vê-Lo, aproximar-se d’Ele. Eu e você também buscamos o Senhor. Muitas vezes, nós também buscamos Jesus de uma maneira errada, de uma forma inconsciente, até mesmo ignorante. Mas o Senhor, na Sua bondade e misericórdia, Ele se deixa encontrar, Ele permite que nós nos aproximemos d’Ele.

Dentro do nosso coração e da nossa alma, existe aquele grito de socorro, aquela necessidade de encontrar o Senhor

Por isso o grito escondido por Jesus, muitas vezes, em outras realidades. Quantas pessoas estão procurando Jesus, e acabam buscando por Ele nas práticas orientais, através dos gurus, no esoterismo. Mas é porque, lá dentro do coração e da alma, existe aquele grito de socorro, aquela necessidade de encontrar o Senhor. O perigo é que, muitas vezes, é mais fácil esconder Jesus atrás de uma entidade, atrás de alguns fenômenos, porque assim, eu posso continuar a minha vida errada, porque Jesus “não vai me pedir nada”. Posso continuar bebendo, posso continuar me drogando, traindo a minha esposa, vivendo no adultério, fazendo coisas erradas; e muitas vezes vou continuando a vida, mas não encontro aquele Jesus que exige de mim uma mudança de vida, uma conversão sincera. Eu imagino que, praticando todas essas coisas erradas, depois, basta acender uma vela para o Senhor e “está tudo bem”. Não é assim!
A luz de Cristo brilhou na nossa vida justamente para nos trazer de volta. O amor de Jesus nos seduziu justamente para que nós ficássemos do lado d’Ele para sempre. Nós precisamos estar perto d’Ele para sempre. Por isso, a busca por Jesus tem a necessidade de uma direção.
Veja, essa multidão estava perdida, não sabia onde encontrar o Senhor. Os discípulos, pouco a pouco, foram educando essas pessoas para que elas encontrassem Jesus. Aqui, entra o nosso papel, porque nos também precisamos direcionar as pessoas para que elas encontrem Jesus, vivam a experiência com Ele e possam ter as suas vidas transformadas.
Nós precisamos ajudar as pessoas a entender que a vida com Jesus não é um bem-estar para nossa vida, pois estar com Ele não é só isso. Ele é uma forma de vida, um estilo de vida, um jeito de se comportar, de se colocar no mundo. Jesus Cristo é exigente, a vida de Jesus é exigente, porque Ele quer nos conduzir para o coração do Pai. Jesus não nos quer para as coisas da terra, não nos quer para as coisas de baixo. Ele nos quer para as coisas do alto, e para o alto exige subida, exige esforço, exige sacrifício, renúncia e conversão.
Busquemos o Senhor, de todo o nosso coração, e O encontremos definitivamente.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/05/2022

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a fazer a opção radical de vida pelo Caminho de Jesus. Que nós vençamos os desafios e seduções do mundo para adotarmos uma vida simples, relações fraternas com os companheiros, cuidando de modo especial dos irmãos carentes e sofredores. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/05/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós damos graças pelo Pão da Vida com que nos alimentas. Faze, amado Pai, que essa comida nos torne sábios, fortes e ousados, ao mesmo tempo que humildes e agradecidos, para vivermos desde agora em teu Reino de Amor e anunciá-lo aos peregrinos, companheiros de caminhada nesta terra abençoada. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/04/2020