ANO C
Mc 8,11-13
Comentário do Evangelho
Os sinais de Jesus, sinais do Reino
A brevidade da cena e do diálogo mostra a decisão deliberada e firme de Jesus de não ceder a nenhum tipo de tentação que possa desviá-lo de sua missão. O nosso texto é a prova de que as tentações de Jesus não fizeram parte de um único momento da sua vida (Mc 1,12-13; Mt 4,1-11; Lc 4,1-13), mas se estenderam por toda a sua existência terrestre. O trecho ajuda o leitor a compreender que as tentações se dão no exercício e em relação à missão e à filiação divina de Jesus. Ele se recusa a fazer qualquer gesto sem motivo e a seu favor, somente para ganhar reconhecimento e aplausos; rejeita toda proposta que o desvie do caminho de um messianismo profundamente marcado pela humildade e pelo serviço. A adesão à pessoa de Jesus não pode se dar através de gestos espetaculares, de um sinal vindo do céu, mas através de uma decisão livre. Nossa perícope está situada imediatamente depois do segundo relato da “multiplicação dos pães”. O sinal sobre o qual se baseia a adesão livre a Jesus é a sua vida entregue, para que todo o povo não desfaleça pelo caminho (cf. Mc 8,3).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me sensibilidade para reconhecer a messianidade de teu filho Jesus manifestada no bem que ele fez ao povo e no seu modo simples de ser.
Fonte: Paulinas em 17/02/2014
Vivendo a Palavra
Condenamos a incredulidade dos fariseus, que pedem sinais extraordinários. Não poucas vezes também nós andamos em busca desses sinais, esquecidos de que a fé é entrega total a Deus, com a mesma confiança de uma criança que se joga nos braços confiáveis do seu pai. Nossa vida e a fé são os grandes sinais que recebemos do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2014
VIVENDO A PALAVRA
A fé não se prova com milagres, como queriam aqueles fariseus. Ela não é um teorema matemático que se demonstra, mas se parece com uma semente pequenina, como a da mostarda, que o Pai coloca no coração de cada filho e que devemos cultivar com carinho e esperança, regando-a com nossa vida em oração.
Reflexão
Quando Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, a segunda tentação era que ele se atirasse do pináculo do Templo, uma vez que os anjos cuidariam dele.Mas a resposta que Jesus deu ao demônio foi: "Não tentarás o Senhor teu Deus". O Evangelho de hoje nos mostra que existem pessoas que sempre estão tentando a Deus, pois, assim como os fariseus pediam um sinal do céu para por Jesus à prova, muitas pessoas querem fazer chantagem com Deus, fazendo uma série de exigências e pedidos mesquinhos para satisfazer seus desejos e fundamentam a sua fé não no amor a Deus, mas na satisfação de suas exigências.
Fonte: CNBB em 17/02/2014
Reflexão
Os fariseus, conhecidos por sua rigorosa observância da Lei, em geral não aceitam os ensinamentos de Jesus nem seu modo de agir. Em vários episódios, eles se unem aos doutores da Lei para porem Jesus à prova, e se possível fazê-lo cair na armadilha. Não obstante todas as obras maravilhosas realizadas por Jesus no meio do povo, os fariseus lhe pedem um sinal do céu, algo mais extraordinário do que estão vendo. Jesus simplesmente se recusa a dar espetáculo gratuito. Não busca o aplauso das pessoas, mas a conversão delas. Realizando as obras que o Pai o encarregou de fazer, Jesus quer atingir os corações humanos e levá-los ao caminho da vida e da liberdade. Não encontrando aqui terreno fértil para sua mensagem, retira-se de barco para outro lugar, em busca de pessoas com melhores disposições.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Recadinho
Tenho consciência de que as demonstrações de fé são aquelas que expresso nas horas mais difíceis? - É verdade que nos momentos difíceis quanto mais me dedico ao próximo mais forças encontro para vencer meus problemas? - Procuro de fato as ocasiões de fazer o bem? - O que me leva a agir com dedicação e espírito de serviço? - Dou-me conta de que quanto mais me dedico ao próximo mais abençoado sou por Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 17/02/2014
Comentário do Evangelho
O PEDIDO RECUSADO
Jesus recusou-se terminantemente a fazer exibição de seu poder taumatúrgico, para satisfazer a curiosidade alheia ou para provar, a quem se recusava aceitá-lo, sua condição messiânica. Os fariseus tentaram, sem sucesso, arrancar um milagre de Jesus nestas condições. Jesus não caiu nesta armadilha.
São vários os motivos da recusa de Jesus. Os milagres não têm, por si mesmos, o poder de convencer ninguém e levá-lo à fé. Fazer um milagre diante dos fariseus seria perda de tempo e poderia ter o efeito de fazê-los odiar Jesus ainda mais. Os milagres pressupõem a fé e os fariseus representavam uma categoria de pessoas refratárias a Jesus e incapazes de perceber o verdadeiro significado de seu gesto. Os milagres têm como objetivo levar a salvação do Reino a quem é privado de sua saúde ou tem a vida ameaçada. Esse não era o caso dos fariseus que não estavam dispostos a abrir mão de seus preconceitos contra Jesus.
Recusando atender o pedido dos fariseus, Jesus manifestou uma atitude de firmeza diante da tentação de um messianismo espetacular e exibicionista que mantém as pessoas cativas de seu egoísmo, sem sensibilizá-las para o amor e a misericórdia. Igualmente, a tentação de um messianismo humanamente gratificante, pelo sucesso e pelos aplausos. Jesus estava certo de que isto não correspondia ao querer do Pai.
Oração
Senhor Jesus, que eu jamais caia na tentação do exibicionismo e da busca do reconhecimento humano fácil, pois não é este o caminho do Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 17/02/2014
Meditando o evangelho
UM SINAL DO CÉU
Um sinal vindo diretamente do céu era a exigência dos fariseus para darem crédito a Jesus. Os feitos prodigiosos que ele tinha realizado, até então, não foram suficientes para convencê-los. Haveria algo ainda mais espetacular que pudesse ser feito, de modo a forçá-los à conversão?
A presença dos adversários de Jesus era problemática. Tinham vindo com a clara intenção de discutir com o Mestre, a fim de pô-lo à prova. Portanto, faltava-lhes um mínimo de boa vontade para acolher o testemunho de Jesus, com imparcialidade, e dar-lhe crédito. O sinal do céu, que esperavam, deveria consistir numa intervenção espetacular vinda diretamente do céu, logo, de Deus, de modo a não pairar nenhuma dúvida a respeito da identidade messiânica do Mestre.
O pedido dos fariseus foi capcioso. Eles conheciam muito bem o modo de agir de Jesus, e como detestava fazer exibição de poder. Portanto, pediram-lhe algo que, de antemão, sabiam que não iria realizar. Daí puderam concluir que o Mestre não lhes apresentou o sinal comprobatório de sua messianidade. Por conseguinte, declararam ser falso testemunho dele.
Jesus foi peremptório em recusar-se a lhes dar qualquer tipo de sinal. Para gente como os seus adversários, não seria dado nenhum sinal. Se não eram capazes de perceber o Reino de Deus acontecendo por meio de sinais realizados na Terra, não seria um sinal formidável, vindo do céu, que haveria de convencê-los.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me sensibilidade para reconhecer a messianidade de teu filho Jesus manifestada no bem que ele fez ao povo e no seu modo simples de ser.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Jesus mais uma vez é posto à prova
Os fariseus discutem com Jesus e, para provocá-lo, pedem um sinal do céu. Jesus dá um suspiro profundo, que denota impaciência com aquela gente e com o tipo de pedido que fazem: querem um sinal do céu! Por que não pedem um sinal da terra? A resposta de Jesus é clara e direta: “Nenhum sinal será dado a esta geração”. Diz isso e vai embora. “Esta geração” pode se referir aos fariseus. A eles nenhum sinal será dado. Pode se referir também a todo o povo, ao qual não será dado nenhum sinal do céu. Todos os sinais serão da terra. Sinal do céu seria alguma coisa fora do ordinário comum da nossa vida. Fenômenos inexplicáveis como uma revoada de anjos ou o sol que para e estrelas que caem. Sinal da terra é o pão dado a quem tem fome, a cura de um paralítico, o cego que recupera a visão. Lucas e Mateus ampliam o texto de Marcos e acrescentam que o único sinal dado será o de Jonas. Para Lucas e Mateus o sinal de Jonas é em primeiro lugar a pregação de Jonas e a conversão dos ninivitas, e, para Mateus, é também a sepultura de Jesus, à semelhança de Jonas que ficou três dias e três noites no mar, no ventre de um peixe. A menção de Jonas e da rainha do Sul nos textos de Mateus e Lucas também aponta para um sinal da terra. Os ninivitas se converteram da violência social que praticavam na sua cidade e a rainha do Sul veio a Jerusalém ver como o rei Salomão organizava bem a vida do povo e administrava a justiça com sabedoria.
HOMILIA
OS FARISEUS PEDEM UM MILAGRE
As provocações dos fariseus são insistentes. Já espionaram Jesus para ver se curava no sábado. A preocupação então não era o sinal da cura, mas a acusação da infração do sábado. Em casa, em Cafarnaúm, Jesus perdoou os pecados de um paralítico, e o cura, como sinal.
No evangelho de hoje, temos mais um conflito entre os fariseus e Jesus. E mais uma vez na tentativa de acusar Jesus perante as autoridades, pediam de Jesus, um sinal do céu, como uma prova de que Ele era o Messias enviado, queria ver um sinal do seu poder. Queriam que Jesus realizasse algo extraordinário, com fez Moisés, as pragas do Egito e a travessia do Mar Vermelho. Para os fariseus o Messias esperado era poderoso que buscasse glorias, que faria com que as elites conquistassem sua autonomia, e os libertaria da opressão do império romano, destruindo o inimigo. Indignado e triste, Jesus, vendo a dureza de coração dos fariseus, Jesus diz: "... a essa geração não será dado nenhum sinal" e parte.
Os fariseus eram incapazes de ver os sinais de Cristo na terra, eles não acreditavam no milagre na encarnação de Cristo. Não aceitavam Jesus porque se identificava com multidão de pobres, pecadores, excluídos, doentes, marginalizados, e sentiam seu poder ameaçado por Jesus. Tão cegos e sedentos de poder eram os fariseus, que não foram capazes de perceber o sinal da partilha dos pães.
E nós? Quantas vezes em nossas orações colocamos em dúvida o poder de Deus, seu amor por nós? Quando não somos prontamente atendidos, nossa fé é abalada. Sabemos que tudo o que pedimos com fé, Deus nos concederá. Precisamos ser pacientes em nossa fé, receberemos as graças de Deus quando estivermos prontos para recebê-la. Deus nos conhece, sabe quando será o melhor momento. Deus se homem, em seu Filho Jesus, que deu sua vida para nos salvar. Porque então pedir prova seu poder, de seu amor por nós? Confiemos em Deus e no seu amor por todos nós. E saibamos reconhecer os sinais de Deus na solidariedade, na partilha, na justiça, na paz, no irmão necessitado, que sofre preconceito e exclusão. Basta que não tenhamos um coração frio e duro como dos fariseus.
Pai, dá-me sensibilidade para reconhecer a messianidade de teu filho Jesus manifestada no bem que ele fez ao povo e no seu modo simples de ser.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 17/02/2014
Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender o que significa a tua Graça. Por puro amor paternal tu nos dás a Vida para que a partilhemos com os companheiros de caminhada. Ensina-nos, Pai amado, a sermos agradecidos a Ti e generosos com os irmãos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos que a Vida é o maior dom que nos concedes, sinal de teu poder e do profundo amor com que nos criaste. Derrama sobre nós o teu Espírito para que nós proclamemos a tua glória e busquemos o teu Reino de Amor pelos caminhos da Fé. Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.