2º Domingo do Tempo Comum
Ano B - Verde
“Desde sempre Jesus é o Filho de Deus”.
Jo 1,35-42
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Liturgia do Tempo Comum nos conduzirá a aprofundar ainda mais o conhecimento de Jesus Cristo. Mais do que sabermos da sua existência, este período, tem por objetivo colocar-nos em profundo contato com O Mestre. Hoje, o Senhor nos convidará a morar com Ele para que o conheçamos. Não basta, portanto, ter informações sobre a vida de Jesus; é preciso conhecê-lo e isso só se dá a partir da convivência na vida diária.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs em Cristo, após as santas festas do Tempo do Natal do Senhor, estamos iniciando o Tempo Comum. Entramos hoje no Segundo Domingo chamado Comum: comum do dia a dia, da vida miúda, vivida na presença do Senhor que está sempre presente na sua Igreja na potência do seu Espírito Santo, dando vigor à Palavra e eficácia aos sacramentos. Desejando percorrer com Jesus, o Cordeiro de Deus, seu caminho de cruz e salvação, disponhamo-nos a oferecer a nossa vida e, por esta celebração em que Jesus se oferece por nós todos, unamo-nos a Ele em sua oferta de amor ao Pai.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Um novo tempo se inicia. Estamos no Tempo Comum. Encontrar o Messias é a maior descoberta que também nós poderemos fazer. Um encontro que se torna vocação, partilha de vida, solidez renovada. Pedra nova de um edifício que é a Igreja, que tem o seu fundamento em Cristo e, em Cristo, os Apóstolos. Quem se deixa encontrar por Cristo inicia uma história nova. "Vinde ver" e, vendo-o, descubramos a riqueza do seu amor. Em nossa Eucaristia dominical, fazemos nosso ato de fé e realizamos o encontro pessoal com o Messias. Envolver nossa vida com Jesus e conviver com Ele para sempre deve ser nosso projeto pessoal, diante do chamado que Ele nos faz. Sendo discípulos missionários, nossa vida inteira se resume numa grande missão: levar o Cristo a todos os corações. Nessa perspectiva, a Eucaristia fortalece nosso compromisso de anunciar Jesus nesta Cidade, que foi fundada para ser morada de Deus e terra da fraternidade.
Comentário do Evangelho
Jesus chama à comunhão com Ele no seguimento
Deus fala ao ser humano e sua voz pode ser ouvida e reconhecida. Deus chama Samuel; Jesus, os seus discípulos. A voz que fala em nós precisa ser discernida, para que a voz de Deus não se confunda com outras tantas vozes que falam em nosso interior. Do ser humano é requerida abertura do coração para deixar Deus falar e para escutar a sua voz. Confiado por sua mãe ao sacerdote Eli, Samuel cresceu no Templo do Senhor. Eli ensinou Samuel a reconhecer a voz do Senhor e a se dispor generosamente a escutá-lo. Para isso, é preciso fazer calar toda fantasia e barulho interno. Sob a orientação de Eli, Samuel pôde se abrir à graça da presença de Deus: “Fala que teu servo escuta!”. Diante de sua disposição, abre-se para ele um verdadeiro caminho de serviço a Deus. No evangelho, é Jesus quem chama e convida à comunhão com ele no seu seguimento: “vinde e vede”. João Batista não era um asceta itinerante; ele continuava em Bethabara, do outro lado do Jordão, lugar em que ministrava um batismo provisório para a conversão, tendo em vista a vinda do Messias (cf. Jo 1,28). Somente o evangelho de João informa ao leitor de que discípulos de João Batista se tornaram discípulos de Jesus. Nisso também se mostra que a missão do Batista estava orientada para o Messias. Uma das características do quarto evangelho é a corrente de testemunhas que, no trecho de hoje, tem sua origem no testemunho de João Batista sobre Jesus. João aponta para Jesus nomeando-o com um título soteriológico: “cordeiro de Deus”. Com isso, deixa livre os seus discípulos para irem atrás de Jesus. Os dois discípulos, um dos quais o leitor não conhece o nome, aceitam o convite de Jesus, de conhecerem não um lugar, mas a relação que une o Pai e o Filho. Tendo aceitado o convite, eles decidem “permanecer” com o Senhor, isto é, viver em comunhão com o Senhor. A nomeação de André, irmão de Simão Pedro, prepara o encontro deste com Jesus, encontro que mudará profundamente a orientação da sua vida. Foi André quem apresentou seu irmão a Jesus. O outro discípulo, no entanto, como dissemos, permanece anônimo, sugerindo que o leitor se identifique com ele e deseje, como ele, conhecer e viver com Jesus. A vida cristã se exprime nesse desejo contínuo de “permanecer” com Jesus.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus, Mestre Divino, que chamastes os apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas, e continuai a repetir o convite a muitos jovens. Daí coragem aos convidados, forças para que vos sejam fiéis, como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas, para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade. Amém.
Fonte: Paulinas em 18/01/2015
Vivendo a Palavra
João, o apóstolo evangelista, recorda com carinho o dia em que conheceu Jesus. ‘Eram mais ou menos quatro horas da tarde...’ Quando foi o ‘nosso’ encontro com o Mestre? O encantamento pela descoberta da Vida Nova em Cristo permanece em nós, ou, como a semente que brotou em meio aos espinhos, vai se perdendo com o tempo?
Fonte: Arquidiocese BH em 18/01/2015
VIVENDO A PALAVRA
'Eram mais ou menos quatro horas da tarde’ quando dois discípulos de João Batista passaram a seguir Jesus de Nazaré. Eles realizavam sua transição da Antiga para a Nova Aliança. É hora para nós, Igreja de Jesus, de nos perguntarmos se vivemos, realmente, um Novo Tempo, ou – quem sabe – estamos parados à beira do caminho antigo?
Homilia do 2º Domingo Comum
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“ESCUTEMOS O SENHOR!”
Discernir a voz do Senhor
O segundo domingo do Tempo Comum é especial. É como uma ponte entre o Tempo do Natal e o Tempo Comum, pois está na perspectiva da Manifestação do Senhor e na Manifestação de Jesus em sua Missão. É o momento de chamar para o Reino e reunir discípulos.
Samuel recebeu o chamado de Deus para a missão profética. Sua resposta “Fala, Senhor, que vosso servo escuta”, discernida na simplicidade de um adolescente, ensina-nos a estar atentos aos chamados de Deus.
Jesus chama os primeiros discípulos, convidando-os a estar com Ele, onde mora. Disseram: “Mestre, onde moras?”. “Vinde e vede”, disse Jesus.
Eles foram e permaneceram com Ele. Estar com Jesus é o caminho para o discernimento da vontade de Deus e para darmos a resposta positiva. Vocação, seja para o que for, se não partir do encontro com Jesus, não tem autenticidade.
A resposta, nós a vivemos em um corpo que é santuário de Deus como nos escreve Paulo. Deus não dispensa nossa condição humana.
É nela que nos encontramos com Ele, realizamos sua vontade e seu projeto e comunicamos aos outros o que ouvimos do Senhor. A Eucaristia que celebramos é um momento de chamada e de resposta às propostas de Deus para nossa vida.
Ele nos chama pelo nome. O discernimento se faz dentro de uma comunidade, pois é nela que entramos pelo batismo. Por isso, nesse corpo eclesial é que podemos dar as respostas, pois os dons que Deus nos dá são em vista de todo o Corpo de Cristo, a comunidade. Vocação não é satisfazer um desejo, mas dispor-se a uma entrega.
Responder prontamente
O modelo de resposta é Jesus, como rezamos no salmo: “Com prazer faço a vossa vontade” (Sl 39,9).
Samuel e os discípulos ouviram o chamado e seguiram. Este é o sacrifício pelo qual agradamos a Deus. Fazer nossa vontade é muito bom, desde que esteja unida à vontade de Deus.
Responder prontamente é sinal claro de estar em sintonia com a vontade de Deus e tê-Lo como a razão de nossa vida. A vontade de Deus não é uma imposição que cria em nós uma marca.
Ela, respeitando nossas condições pessoais, nos encaminha à experiência com Jesus, pois só Nele podemos conhecer o Pai. Estando unidos a Jesus realizamos esse projeto mesmo com riscos.
Desse modo poderemos discernir e responder prontamente. Não impomos condições a Deus, mas aceitamos as condições que Jesus aceitou.
Dela decorre ir até o extremo da doação. Assim entendemos a força dos mártires, a ousadia dos missionários e a força dedicação dos misericordiosos.
Partilhar a descoberta
“Samuel não deixava cair por terra nenhuma das palavras do Senhor” (1Sm 3,9). Os discípulos seguiram Jesus e logo foram comunicar a Simão Pedro: “Encontramos o Messias. Então André conduziu Simão a Jesus” (Jo 1,41-42). O sinal de que encontramos e seguimos a Palavra de Deus é comunicá-la.
“Toda a vez que celebramos o esta sacrifício da Eucaristia, torna-se presente a nossa redenção” (Oferendas). A celebração não é só uma memória do passado. Por isso ela é uma chamada constante ao seguimento de Jesus em sua missão.
A liturgia da Palavra espera de nós a atitude de Samuel: “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1 Sm 3,10). Iniciando o Tempo Comum, recebemos a missão de conhecer o Senhor e fazê-Lo conhecido. Não é só no silêncio que ouvimos o Senhor. É também no mundo em chamas que o Senhor fala.
Leituras: 1Samuel 3,3b-10.19; Salmo l39; 1Coríntios 6,13c-15a.17-20; João 1,35-42
Ficha nº 1406 - Homilia do 2º Domingo Comum
O 2° Domingo Comum é uma ponte entre Natal e Tempo Comum. É a manifestação do Senhor em sua missão. É o momento de convocar para o Reino.
Samuel nos ensina a responder. Somos chamados a estar com Ele. Assim poderemos discernir a vontade de Deus. Deus não dispensa a condição humana. Respondemos dentro na comunidade.
Vocação é entrega. Jesus dá o modelo da resposta: Com prazer faço a vossa vontade. Este é o sacrifício. Só em Jesus podemos conhecer o Pai.
Não impomos condições a Deus, mas aceitamos as condições que Jesus aceitou. Samuel e os discípulos anunciaram. O sinal de que encontramos e seguimos a Palavra de Deus é comunicá-la. A celebração é uma constante chamada ao seguimento de Jesus em sua missão. Ouvimos Deus no silêncio e no mundo em chamas.
Curiosidade tem preço
Continuamos a acolher a manifestação de Deus em Jesus. Agora no momento em que começa a chamar os primeiros discípulos. No Antigo Testamento escolheu Samuel.
Agora escolhe aqueles que o seguirão e continuação sua missão. Jesus estava passando e João O apresentou a dois de seus discípulos: Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo.
Os dois o seguiram. Jesus lhes pergunta: “O que estais procurando?” Responderam: “Mestre, onde moras?” Eles foram e passaram o dia com Ele.
A primeira exigência para ser discípulo de Jesus e ser anunciador, é ter a experiência de ter vivido com Ele. Ao querer saber onde Jesus morava, mostraram interesse de estar com Ele. Valeu a curiosidade.
Ganharam mais que procuraram. A descoberta foi tão boa que logo levaram a Pedro e o levaram a Jesus. Quando não levamos Jesus aos outros foi porque não O encontramos. Seguindo-O faremos a vontade do Pai.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/01/2015
Meditando o evangelho
VINDE E VEDE!
O modo como se dava o discipulado de Jesus era muito distinto daquele dos rabinos. Na tradição rabínica, o discípulo escolhia seu mestre e por este era instruído na arte de interpretar as Escrituras. Esta atividade de caráter intelectual desenvolvia-se numa escola onde o mestre distinguia-se pela excelência do saber e o discípulo, pelo desejo de conhecer.
O método adotado por Jesus consistia na transmissão de um modo de ser, mais do que uma ciência. Os discípulos não estavam confinados numa escola, mas se colocavam no seguimento do Mestre e aprendiam, ouvindo suas palavras e presenciando o que ele fazia em favor do povo. Este aprendizado existencial ia transformando a vida do discípulo, num processo paulatino de assimilação de tudo que o Mestre realizava.
O discipulado, neste caso, consistia num duplo movimento. "Vinde" indicava que o discipulado se dava pela iniciativa de Jesus que convocava para o seu seguimento. Era ele quem chamava. Cabia ao discípulo aceitar o convite. "Vede" supunha concentrar a atenção na pessoa de Jesus para captar os valores que regiam sua ação e deixar-se moldar por eles.
Os primeiros discípulos aceitaram o convite de Jesus, ficaram fascinados por ele, e saíram para partilhar com os irmãos a experiência deste encontro transformador. Quem quiser se fazer discípulo do Senhor deverá trilhar o mesmo caminho.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste para seguir-te. Faze de mim um discípulo autêntico, e que minha vida se espelhe na tua.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O QUE ESTAIS PROCURANDO?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A vida é marcada por muitos encontros, conseqüência de uma procura, um dos mais belos é quando alguém encontra o grande amor de sua vida! Há um momento solene e inesquecível na celebração de um casamento na igreja, é quando após a entrada da noiva, o noivo vai acolhê-la ainda no corredor, há muitos que vêem aquele momento como a uma despedida do pai que entrega filha para o futuro genro. No fundo é isso mesmo, porque aquele encontro é diferente de todos os demais que já tiveram, pois mesmo o primeiro encontro que é tão emocionante para muitos, não tem o significado deste, realizado aos pés do altar. Por quê?
Porque se trata de um encontro definitivo, para sempre, por toda a vida, vão formar uma nova família, vão ser uma só carne, vão morar sob um mesmo teto. Não haverá mais, ou pelo menos, não é para haver, nenhuma separação, até que a morte os separe – afirma categoricamente o rito do casamento. O encontro que fazemos com Deus em nossa vida, através da experiência com Jesus, tem e precisa ser algo definitivo, como uma aliança de casamento, precisamos consentir que Jesus entre em nossa vida e ali permaneça, mas para isso é preciso que entremos na vida nova que ele nos oferece e ali permaneçamos. Talvez por isso o verbo permanecer é tão repetido no evangelho de João.
O amor autentico e verdadeiro não se contenta com encontros casuais, que não geram compromisso de vida, os encontros do namoro e do noivado, embora importantes, nunca são definitivos, quem já não viu noivos que desistiram do casamento uma semana antes da cerimônia? Não há vínculo em tais encontros, embora sejam eles muito importantes porque exercitam o coração para a busca do verdadeiro amor que só será possível na comunhão de vida.
Às vezes muitos cristãos vivem esse relacionamento com Jesus, se dizem apaixonados por ele, encantados com a sua pessoa, com suas palavras, com seu corpo e sangue, mas a vida de fé se resume em encontros ocasionais com o Senhor, sem muito compromisso de vida, em uma assembléia é difícil encontrar alguém que não se sinta fortemente atraído por Jesus Cristo, mas ao deixarem a igreja templo e voltarem para suas casas, seu trabalho, seu estudo, será que permanecem fiéis a este amor, ou vivem procurando encontros fortuitos com outros amantes?
A este respeito recordo-me dos encontros jovens do meu tempo, que eram denominados “Encontro com Cristo”, sempre muito comovedor onde a moçada se derretia em lágrimas nas reflexões, que eram muito profundas, mas depois... Ficava só nisso, amava-se o Cristo, mas não se amava a sua igreja, a família, os amigos, a esposa, os filhos, um amor que não gera compromisso de vida não pode se dizer que é verdadeiro.
João Batista encontrou este amor que requer desprendimento, que nunca nos leva a nós, mas aos outros, por isso aponta a dois de seus discípulos aquele que é o “cordeiro de Deus”, isso é, o amor capaz de imolar-se pelo bem do homem. Os discípulos passam a seguir Jesus, pois o que procuravam não encontraram em João, mas agora a procura terminou. Querem saber onde Jesus mora, porque desejam com ele uma relação mais íntima e forte, o que sentem não é um entusiasmo passageiro, mas algo que é para sempre. Por isso vão e passam a morar com o Senhor. Nessa casa do Senhor, que é o nosso coração, Jesus não pode ser um simples inquilino ou visitante, ele terá que ser o dono da nossa vida, porque sem ele o nosso coração não passa de uma casa vazia e abandonada.
Quando se está comprometido com o Senhor, tudo o que é nosso torna-se dele, e tudo o que é dele, torna-se nosso.suas palavras, seus ensinamentos, seu evangelho passa a ser as diretrizes de nossa vida. Daí o nosso testemunho coerente, que manifesta a alegria de quem encontrou o verdadeiro amor, é contagiante como o de André, que conduz Simão até Jesus.
E Simão se torna Pedra, rocha firme capaz de abrigar e acolher o novo povo que está surgindo, povo da nova aliança, prefiguração da nova humanidade que terminou sua procura ao encontrar-se com Jesus. Assim como esses primeiros discípulos, a Igreja nada mais busca ou procura, mas apenas anuncia o Cristo, Messias, salvador e libertador do homem, único capaz de tirar o seu pecado e revesti-lo da sua graça operante e santificante.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Rabi, onde moras? Vinde e vede!
O jovem Samuel dorme e Deus o chama. Ele escuta o chamado e corre até ao sacerdote Eli. Pensava que ele o estivesse chamando. Assim por três vezes. O sábio sacerdote orienta o jovem Samuel para que responda: “Fala, Senhor, que teu servo escuta”. Samuel será o grande juiz de Israel, que orientará o povo com a sabedoria da palavra de Deus. Desde que ouviu o chamado, nunca deixou cair por terra alguma palavra que o Senhor lhe dirigia.
Dois discípulos de João Batista foram atrás de Jesus. Jesus estava passando. Os discípulos ouviram João dizer que ali estava o Cordeiro de Deus. Foram então atrás de Jesus. Percebendo que estava sendo seguido, Jesus se volta e pergunta o que eles estavam procurando. Pergunta normal, até de defesa por estar sendo seguido por dois estranhos. A resposta dos dois é improvisada: “Mestre, onde moras?”. Por que querem saber onde ele mora? “Venham ver”, lhes diz Jesus. Nesse momento Jesus os chama, como Deus chamou Samuel. A resposta não é dada com palavras, e sim com atos concretos. Eles foram ver onde Jesus morava e ficaram com ele aquele dia. Assim tem início o que está escrito no Prólogo do Evangelho de São João: “João veio para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele”. João inicia a grande corrente daqueles que vão acreditar em Jesus, e ele a inicia com estes seus dois discípulos, André e Filipe. Eles vão anunciar que encontraram o Cristo. André anuncia a Simão Pedro, seu irmão, e Filipe anuncia a Natanael.
A partir daí um anuncia a outro, até que todos recebam o anúncio. O Evangelho diz que um dos discípulos era André, mas não diz o nome do outro. É provavelmente Filipe, que logo em seguida procura Natanael e lhe anuncia ter encontrado o Cristo. André e Filipe sempre aparecem juntos no Quarto Evangelho. A corrente começa com dois que tiveram um encontro pessoal com Jesus. A experiência pessoal é sempre marcante, e não teórica. Não há melhor impulso inicial do que estar com Jesus e sentir sua presença. “Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito”, lemos na primeira Carta aos Coríntios. Os dois discípulos foram ver onde Jesus morava e se tornaram moradia do Espírito Santo.
A união com Cristo é íntima, afetiva e de alto nível, pelo preço que custou. Já não pertencemos a nós mesmos. Pertencemos ao Senhor. “Fala, Senhor, que teu servo escuta”. Estamos começando o Tempo Comum com o Evangelho de João, que nos mostra atrás de quem estamos indo.
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO-14 DE JANEIRO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO
Reflexão
É o primeiro apelo vocacional do quarto evangelho. João Batista aponta o “Cordeiro de Deus” a dois de seus discípulos, aos quais Jesus pergunta: “O que vocês estão procurando?”. Esta é a questão sobre a qual todo cristão, ou cristã, deve seriamente refletir: o que estou de fato buscando? Por que quero ser cristão, agente de pastoral, consagrado/a, sacerdote? Os dois discípulos fazem breve estágio convivendo com Jesus. Provavelmente ficam edificados e satisfeitos, pois ao sair dali, André vai chamar seu irmão Simão, para quem Jesus já tem um plano: “Você é Simão, filho de João, e será chamado de Cefas” (que quer dizer Pedro). Certamente André deu testemunho a respeito de Jesus a muitas outras pessoas. É o testemunho que provoca o desejo de conhecer Jesus e de estabelecer comunhão com ele.
Extraído do livro: Dia a dia com o Evangelho 2015: Texto e comentário – Ano B – São Marcos.
Autor: Padre Luiz Miguel Duarte.
Fonte: Paulus em 18/01/2015
Reflexão
A partir do testemunho de João Batista, alguns de seus discípulos acabam seguindo Jesus, o Cordeiro de Deus, apontado pelo próprio João. Do testemunho de João nasce a vocação dos dois primeiros seguidores de Jesus. Este os interpela e os convida a ficarem com ele. A convivência com o Mestre lhes muda a vida e os leva a dar testemunho dele, para outros mais serem atraídos. Assim, de testemunho em testemunho, vai aumentando o número dos discípulos de Jesus. Aqui cabe uma pergunta: Com nosso testemunho, conseguimos atrair pessoas para o seguimento de Jesus? O testemunho da comunidade é sempre mais importante do que muitas palavras. A vivência fraterna pode provocar outros a buscarem, não tanto coisas, mas alguém. Mais do que buscar informações a respeito de Jesus, importa entrar em sintonia com ele, fazer experiência de vida com ele. Isso pode levar as pessoas a viverem como ele vivia, a crerem no que ele ensinava, a assumirem sua prática. Como é importante sentir a presença viva de Cristo em nossa vida e na vida da comunidade.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
HOMILIA
OS PRIMEIROS DISCÍPULOS DE JESUS
A vocação dos dois primeiros discípulos nasce do testemunho de João Batista. A partir daí surge uma conscientização vocacional que envolve outras pessoas a partir do testemunho de quem esteve com Jesus: André encontra seu irmão Simão Pedro e o apresenta a Jesus. Em seguida, é Filipe quem encontra Natanael e lhe fala de Jesus. Assim, a partir do testemunho de outros, o grupo dos colaboradores de Jesus vai crescendo.
No Evangelho de João a vocação dos discípulos não se dá da mesma forma que nos outros evangelhos. Nestes, Jesus chama pessoalmente e de forma direta. Em João, o seguimento de Jesus se dá porque algumas pessoas sabem quem é Jesus e o comunicam a outros que, por sua vez, passam a fazer a mesma experiência.
O testemunho do Batista deve ter mudado completamente a vida dos dois discípulos. Vendo Jesus passar, ele diz: “Eis o Cordeiro de Deus”. João chama Jesus dessa forma porque descobriu nele o cordeiro pascal (Ex 12) e o servo sofredor (Is 53), síntese das expectativas de libertação do passado tornada presente na pessoa de Jesus que passa.
Os dois primeiros discípulos devem tomar a iniciativa, sem esperar que Jesus os chame. Para eles, bastou o testemunho de João Batista de que Jesus é o libertador. A partir desse momento, descobrem que em Jesus está a resposta a todos os seus anseios. O Batista, por causa do testemunho, perde os discípulos. Estes, pela coragem da opção que fizeram, dão pleno sentido a suas vidas e passam a ser testemunhas para os outros.
No versículo 38 encontramos as primeiras palavras de Jesus no Evangelho de João: “O que vocês estão procurando?” Do início ao fim de nossas vidas estamos à procura de algo ou de alguém. Como discípulos, procuramos saber quem é Jesus. E ele testa nossa sede, perguntando-nos o que estamos procurando. Esta pergunta, que aparece nos momentos cruciais do Evangelho de João, costuma se manifestar nas fases decisivas de nossa vida: “O que estamos procurando?”
A resposta dos discípulos é movida pelo desejo de comunhão: “Mestre, onde moras?” Os discípulos não estão interessados em teorias sobre Jesus. Querem, ao contrário, criar laços de intimidade com ele.
Para criar intimidade com Jesus é preciso partir, fazer experiência: “Venham ver!”. E o resultado da experiência já aparece: “Então eles foram, e viram onde Jesus morava. E permaneceram com ele naquele dia”. O verbo permanecer é muito importante no Evangelho de João. Por ora os discípulos permanecem com Jesus. Mais adiante, o Mestre dirá: “Permaneçam em mim”. Permanecer com Jesus e com as pessoas é fácil. O difícil é permanecer nele e nas pessoas. Só aí é que a comunhão será plena.
O evangelho afirma que a experiência com Jesus valeu a pena: “Eram mais ou menos quatro horas da tarde”. Quatro horas da tarde, em linguagem simbólica, é o momento gostoso para o encontro, ou a hora das opções acertadas. O passo dado por esses dois discípulos foi de ótima qualidade. Valeu a pena. Essa opção vai gerar frutos a seguir.
André era um dos discípulos que, diante do testemunho do Batista, seguiram a Jesus e fizeram a experiência das “quatro horas da tarde”. Só agora é que o evangelista revela o nome desse discípulo. O outro fica anônimo, podendo assumir o nome de cada um dos seguidores do Mestre. André significa homem (= ser humano). Será que o evangelista quer insinuar que as pessoas só se tornam verdadeiramente humanas depois que fazem a experiência do Mestre? Fato é que a experiência se converte em testemunho que arrasta: André leva Simão a Jesus. O evangelho mostra só um flash do testemunho de André. De fato, o v. 41 diz que “ele encontrou primeiro seu irmão…” Isso dá a entender que teria encontrado, em seguida, outras pessoas… André fala no plural: “Encontramos o Messias”. É uma experiência comunitária e progressiva de quem é Jesus. João o apontara como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos o chamam de Mestre; Pedro já fica sabendo que se trata do Messias…
Jesus pede que Simão Pedro encontre sua identidade: “Você é Simão, filho de João. Vai se chamar Cefas”. Para o povo da Bíblia, o nome é a identidade da pessoa. Simão será, no Evangelho de João, símbolo de toda pessoa em busca de identidade. Ele dará muitas cabeçadas ao longo desse evangelho, até se encontrar consigo próprio, com sua missão e com Jesus. Talvez o mesmo aconteça contigo. Mas é necessário que passes por tudo isso para que te encontres contigo mesmo e reconheças o Cristo que te chama para a Sua missão!
Padre BANTU SAYLA
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/01/2015
HOMILIA DIÁRIA
Você já encontrou a razão da sua existência?
Você já encontrou a razão da sua existência? Precisamos encontrar o Cristo! Essa é uma procura árdua, que exige da nossa parte a disposição de encontrá-Lo!
“André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram a palavra de João e seguiram Jesus. Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: ‘Encontramos o Messias’ [que quer dizer: Cristo]” (João 1, 40-41).
A Palavra de Deus, anunciada hoje aos nossos corações, mostra-nos São João ainda com seus discípulos. Jesus passa no meio deles e São João aponta: “Eis o Cordeiro de Deus!”. Mais adiante vamos ver que André, aquele que é o irmão de Simão Pedro, tinha ouvido a palavra de São João e foi ao encontro do Senhor. Encontrando aquilo que ele procurava: uma razão, um sentido, uma luz para a sua vida, ele não teme e vai atrás do seu irmão Simão Pedro e diz: “Encontramos o Messias”, ou seja, é como se ele dissesse: encontramos o Cristo, encontramos a razão da nossa vida, encontramos a luz que faltava para iluminar os nossos olhos e nossos corações.
Sabem, meus irmãos, todos nós passamos a vida inteira procurando uma razão, um sentido, uma direção para a nossa vida. Nossa vida pode durar muito, também pode ser mais curta, contudo, o mais importante é que, no tempo em que vivemos aqui na Terra, encontremos uma razão para viver!
Não podemos viver a vida de qualquer jeito; o que nós precisamos é encontrar o Cristo! Às vezes nós vamos à igreja, nos reunimos no grupo de oração, nos encontramos uns com os outros, nos encontramos com as pessoas, fazemos até muitos trabalhos para Deus. Eu encontro tantas pessoas dizendo: “Padre, eu trabalho todos os dias para Deus!”. Mas será que o mais importante já aconteceu na sua vida? Você já encontrou o Cristo? Você já encontrou a razão da sua vida? Você já encontrou a razão da sua existência?
Porque, muitas vezes, nós descobrimos e conhecemos as coisas de Deus, mas não O descobrimos, não nos encontramos com Ele; não temos ainda uma razão plena para a nossa vida. É uma procura árdua, que exige da nossa parte a disposição de encontrá-Lo! E uma vez que O encontremos, O abracemos, O sigamos e nos tornemos Seus discípulos!
Houve pessoas que já encontraram Jesus, que depararam com Ele; olharam, acharam bonitas Suas palavras, mas seguiram adiante.
Hoje somos convidados a nos encontrarmos com o Senhor e a Ele entregarmos a nossa vida e o nosso viver. Foi com uma alegria imensa que André foi dizer ao seu irmão Simão Pedro: “Encontramos o Messias!”. Precisamos dizer isso uns para os outros! Quando encontramos o Cristo, quando Ele é a razão do nosso viver, nós testemunhamos para os outros: “Eu encontrei Jesus! Fui por Ele encontrado e agora eu O sigo e entrego toda a minha vida a Ele!”.
Que hoje seja um dia de encontro, de reencontro vivo e transformador para a vida de cada um de nós! Que a nossa busca encontre um termo de chegada que ilumine a nossa existência! Que possamos dizer, como André, que encontramos o Cristo, que encontramos o Messias!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/01/2015
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a graça do encantamento. Que a alegria e o entusiasmo da descoberta do teu Reino de Amor em nós não sejam diluídos em uma rotina de cumprimento de preceitos, mas nos leve a Viver cada vez mais intensamente a fraternidade com os peregrinos que estão ao nosso lado na caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/01/2015
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a graça do encantamento. Que a alegria e o entusiasmo da descoberta do teu Reino de Amor dentro de nós não sejam diluídos em uma rotina de mero cumprimento de preceitos, mas nos leve a viver cada vez mais intensamente a fraternidade com os peregrinos que estão ao nosso lado na caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.