ANO C
Mc 16,15-18
Comentário do Evangelho
Paulo, apóstolo dos gentios
Saulo era um fariseu fervoroso (Fl 3,5-6; Gl 1,14) e, segundo Lucas, filho de fariseus (cf. At 23,6). “Pego” pelo Senhor, Paulo se transformou no apóstolo dos gentios (cf. At 9,15). Pelo seu ministério, o evangelho de Jesus Cristo ultrapassou as fronteiras da terra de Israel para ganhar “os confins da terra” (At 1,8). O evangelho que ele recebeu, segundo seu próprio dizer, ele o recebeu por revelação (cf. Gl 1,12). De perseguidor do Caminho (cf. At 9,2; 22,4) tornou-se apóstolo de Jesus Cristo (cf. Gl 1,23). Os Atos dos Apóstolos, cujo autor é Lucas, apresenta dois textos da conversão de Paulo: um narrado em terceira pessoa (At 9,1-22) e outro em primeira pessoa (At 22,3-16). Paulo não utiliza para o acontecido com ele no caminho de Damasco o termo conversão, mas revelação (cf. Gl 1,16). A Luz que o envolveu de intensa claridade e ofuscou, por um tempo, sua visão é a luz do Cristo ressuscitado, perseguido por Paulo nos membros do Caminho (ver: Lc 10,16). Se a luz de Cristo ofuscou sua visão foi para que ele pudesse ver todas as coisas em Cristo, e ver a luz da nova criação. O que ele cria, o que ele esperava, ele, agora, o encontra realizado em Cristo, o Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
Vivendo a Palavra
O mandato de Jesus não deixa dúvidas: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade.” A legitimidade do anúncio é confirmada pelos sinais. Nossa presença de discípulos evangelizadores deve ser fonte de libertação e cura para os irmãos. Nossa palavra deve ser simples e coerente com a vida.
VIVENDO A PALAVRA
Quando nos colocamos diante dessas expressões e nos recordamos de Paulo, nós descobrimos que, palavra por palavra, elas soam como profecias realizadas na pessoa do Apóstolo. Grande modelo de conversão, fidelidade e coragem, Paulo viveu plena e apaixonadamente o chamado de Jesus e a Missão de Cristão.
VIVENDO A PALAVRA
Quando nos colocamos diante dessas expressões e nos recordamos de Paulo, nós descobrimos que, palavra por palavra, elas soam como profecias realizadas na pessoa do Apóstolo. Grande modelo de conversão, fidelidade e coragem, Paulo viveu plena e apaixonadamente o chamado de Jesus e a Missão de Cristão.
Reflexão
É comum ouvirmos pessoas rezarem pela conversão dos pecadores, mas é muito difícil vermos alguém rezar pela própria conversão. Isso acontece porque a maioria das pessoas acha que não precisa de conversão porque não comete aqueles pecados que possuem matéria mais grave e vive com certa constância uma religiosidade. Porém o Evangelho de hoje nos mostra que ser verdadeiramente cristão significa participar ativamente na obra evangelizadora da Igreja a partir do envio que foi feito pelo próprio Jesus. Portanto, só é verdadeiramente convertido quem participa da missão evangelizadora da Igreja.
Recadinho
Você anuncia o Evangelho? - Como? - Lembra-se que vale mais o testemunho que as belas palavras? - Considera sua missão de anunciar uma honra ou uma tarefa? - Procura agir com simplicidade e humildade?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Reflexão
Antes de sua ascensão ao céu, Jesus envia seus discípulos com uma ordem bem precisa: proclamar o evangelho. Os destinatários são todos os povos do mundo todo. Jesus confere aos discípulos o poder de curar doentes e expulsar demônios, isto é, libertar as pessoas de tudo o que as oprime e devolver-lhes a dignidade de filhos e filhas de Deus. Muitos sinais prodigiosos haveriam de acompanhar e confirmar a obra dos seguidores de Jesus. A Igreja primitiva (ler Atos dos Apóstolos) testemunhou a verdade dessa promessa: “O Senhor confirmava o que eles diziam sobre a graça de Deus, permitindo que através deles se realizassem sinais e prodígios” (At 14,3). Faz parte dessa corrente de pregadores o apóstolo Paulo, através do qual Deus realizava milagres extraordinários (cf. At 19,11).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
Paulo vinha sendo preparado por Deus para ser uma grande força na compreensão e expansão do cristianismo. Formado nas Sagradas Escrituras, nutria grande zelo pela religião dos seus antepassados. Era tão aplicado na consolidação do judaísmo, que se tornou feroz perseguidor dos cristãos. Foi com esse homem que Jesus teve encontro histórico na estrada de Damasco. Paulo não viu Jesus, mas foi atingido por ofuscante luz, enquanto uma voz lhe perguntava: “Por que me persegues?”. Uma pergunta espera resposta, explicação, decisão. Paulo também indaga: “Quem és tu?”. “Eu sou Jesus”, esclarece a voz. A partir desse diálogo, Paulo assume novo modo de vida (conversão) e passa a dedicar-se sem reservas a Jesus Cristo. Por seu testemunho de vida e suas cartas, sua palavra continua a ressoar no mundo inteiro.
ORAÇÃO
Ó Jesus, divino Mestre, enviaste teus discípulos ao mundo todo, tornando-os porta-vozes dos teus ensinamentos e prometendo-lhes tua assistência até o final dos tempos. Senhor, te bendizemos porque escolheste São Paulo, que se fez teu ardoroso seguidor, e o constituíste como apóstolo das nações. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Reflexão
Antes de sua ascensão ao céu, Jesus envia seus discípulos com uma ordem bem precisa: proclamar o Evangelho. Os destinatários são todos os povos do mundo todo. Jesus confere aos discípulos o poder de curar doentes e expulsar demônios, isto é, libertar as pessoas de tudo o que as oprime e devolver-lhes a dignidade de filhos e filhas de Deus. Muitos sinais prodigiosos haveriam de acompanhar e confirmar a obra dos seguidores de Jesus. A Igreja primitiva testemunhou a verdade dessa promessa: “O Senhor confirmava o que eles diziam sobre a graça de Deus, permitindo que através deles se realizassem sinais e prodígios” (At 14,3). Faz parte dessa corrente de pregadores o apóstolo Paulo, através do qual Deus realizava milagres extraordinários (cf. At 19,11).
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Meditando o evangelho
IDE PREGAR O EVANGELHO
A ascensão de Jesus foi um marco importante na vida da primitiva comunidade cristã. Após longo processo de formação, os discípulos tinham diante de si a missão de evangelizar o mundo inteiro, não contando mais com a presença física do Mestre.
Desde que convocou os primeiros discípulos para segui-lo até o momento de sua subida para junto do Pai, Jesus não descurou a tarefa de preparar o pequeno grupo de seguidores para o serviço da evangelização. As longas caminhadas permitiram-lhe ir explicitando para eles a mensagem evangélica. Os discursos dirigidos às multidões e os debates com seus adversários foram, também, ocasiões propícias para tornar conhecido seu pensamento. Não bastava, porém, a formação intelectual. Era preciso uma preparação em nível existencial. Isso se deu mediante o exemplo de vida do Mestre. Seu modo de tratar as pessoas, especialmente os pecadores e marginalizados, seu relacionamento íntimo com o Pai, sua liberdade diante da Lei, sua ação enérgica contra toda sorte de injustiça e exploração da boa-fé do povo serviam de alerta para os discípulos, em vista da atitude que deveriam tomar, no exercício da missão.
Com a volta de Jesus para junto do Pai e a conclusão de sua missão terrena, chegou a hora de os discípulos assumirem sua tarefa. Doravante, Jesus passaria a agir por meio deles.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho.
Meditando o evangelho
A NECESSIDADE DE OPERÁRIOS
Confrontando-se com a grandiosidade da missão, Jesus reconhece a necessidade de contar com colaboradores, para poder levá-la adiante, a contento. Depois de ter enviado os doze apóstolos, o Mestre enviou, também, outros setenta e dois discípulos, com a tarefa de preparar as cidades e povoados para a sua passagem, ou seja, predispô-los para acolher a sua mensagem.
Os discípulos são orientados a suplicar ao Pai - Senhor da messe - para enviar muitas outras pessoas, dispostas a assumirem a missão evangelizadora. É ele quem tem a iniciativa da vocação e da missão. Devem evitar qualquer pretensão humana de querer arrogar-se tais dons. Todos dependem de quem os chamou e enviou.
Que tipo de operário requer-se para o serviço do Reino? É preciso que seja uma pessoa cheia de coragem, predisposta a viver na pobreza, capaz de adaptar-se a qualquer tipo de acolhida que lhe for oferecida, disposta a partilhar a vida de quem a acolhe, totalmente disponível para o serviço aos doentes e marginalizados, pronta a viver a experiência do fracasso, com otimismo, sem deixar-se abater.
Quem tem estas disposições internas, deve estar atento. Pode ser que o Senhor queira enviá-lo para trabalhar na sua messe. Por que não dizer um sim corajoso e generoso?
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de coragem e generosidade, predisponha-me para trabalhar na messe do Senhor, concedendo-me os pré-requisitos necessários para um serviço eficaz.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova
A conversão de Paulo e sua vocação missionária aconteceram no mesmo instante. Deus se dignou revelar nele seu Filho Jesus, escreve Paulo aos Gálatas. Desde então, ele saiu pelo mundo afora anunciando a todos a Boa-Nova de Jesus. Paulo foi um missionário da Palavra. Formava as mentes e os corações para que em tudo Deus fosse glorificado e as pessoas fossem salvas. Formava comunidades, instituía ministros e seguia adiante. Queria ir até os confins da terra para tornar conhecido o Evangelho de Jesus. Não se cansava de evangelizar sabendo que tudo podia naquele que lhe dava força. Converteu-se no caminho de Damasco e com muita humildade soube dar tempo ao tempo até ser aceito pelos irmãos de fé, que o conheceram antes como perseguidor da Igreja. Resumiu a sua vida nas palavras que deixou a Timóteo em sua última carta: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Possam também ser estas as nossas últimas palavras. Ouvimos no envio missionário feito por Jesus que “quem crer e for batizado será salvo”, isto é, fé e sacramento acompanharão a vida daqueles que forem tocados pela Boa Notícia de Jesus. Deus se revela a eles e lhes fala pela doutrina da fé e pelos sinais sacramentais, e eles, com os sinais que os acompanham, revelam Deus ao mundo que não crê nem recebe sacramentos num serviço de verdadeira caridade.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ide... E São Paulo foi...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Ir para fora (parece redundância), ir além das fronteiras, superar os limites, ter coragem de romper com o modelo tradicional, tudo isso São Paulo Apóstolo fez com maestria, tudo isso nós cristãos precisamos urgente fazer nos dias de hoje. Sem dúvida que qualquer experiência religiosa não pode deixar de lado a vida em comunidade, mas nunca podemos confundi-la com nossa missão, muita gente pensa que a missão do cristão está em viver em comunidade, se fosse assim, nunca Jesus teria dito IDE, mas sim PERMANEÇAM, fiquem onde estão, preservem o grupo...
Há cristãos que pensam assim, há igrejas que agem assim, há grupos que pensam assim e se fecham em uma religião egoísta que não quer evangelizar coisa nenhuma, mas sim formatar a todos, impondo um padrão de comportamento e de conduta, que aceite sem restrições aquilo que é proposto pelos dirigentes.
Paulo de Tarso fez essa experiência pessoal com Jesus, no caminho para Damasco, e depois de um longo retiro espiritual, orientado por Ananias, começou a sua pregação, sem preocupar-se com o modelo da Igreja Mãe presente em Jerusalém. Não foi perguntar aos outros apóstolos, como deveria fazer, mas teve a humildade de procurá-los quando viu a divisão ameaçar a comunidade. Embora com uma linha de pregação mais avançada, tendo até algumas diferenças com o Chefe dos Apóstolos, Paulo preservou a comunhão e a ela foi fiel até o último dia de sua vida.
Com coragem e ousadia levou o evangelho ao mundo Helenista, onde a sabedoria humana era a única Luz presente na existência do homem, anunciou também nos ambientes tradicionalmente judaicos como as sinagogas. Enfim, teologizou a sua experiência cristã, que não foi a mesma dos demais apóstolos, e expandiu a Igreja para muito além dos muros de Jerusalém.
Foi o primeiro apóstolo a seguir a ordem do Senhor "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura". Paulo poderia juntar-se aos demais da comunidade de Jerusalém, ser um membro fiel e benquisto por todos, revertendo o quadro anterior quando era um perseguidor da Igreja. Mas Paulo vai além e prega o evangelho aonde a rejeição e a hostilidade era uma certeza, não pensando nos riscos que iria correr, nos perigos que teria de enfrentar, nas situações embaraçosas que poderiam ocorrer...
Hoje, para falar de Jesus e do seu evangelho, fora da Igreja, é preciso pensar duas vezes para não cair no ridículo, já soube de irmãos evangélicos que perderam até o emprego por causa do seu testemunho no ambiente de trabalho, o mesmo vi ocorrer com católicos, que tiveram de mudar de opinião e calarem a boca diante de certas Verdades Cristãs não aceitas pela Pós Modernidade. Já vi político cristão abrir mão do seu testemunho, para satisfazer as regras do seu partido, porque pleiteava uma carreira política.
A verdade é que nós aqui do Segundo Milênio da Era Cristã, estamos no mesmo barco de Paulo, esse grande Apóstolo que a Igreja hoje celebra, ou arriscamos tudo e vamos pescar em águas profundas e perigosas onde os peixes são grandes e mais abundantes, ou ficaremos eternamente pescando na beira do rio, pegando de vez em quando algum lambarizinho e alardeando que pegamos uma "Baleia".
Peçamos a São Paulo que nos dê coragem, força e ousadia, para levarmos o evangelho aos ouvidos dos que não querem ouvi-lo, o apóstolo não botava Fé na sua sabedoria e conhecimento, mas fez tudo isso porque acreditou piamente que a Graça de Deus nunca lhe faltaria...
São Paulo Apóstolo, Rogai por todos nós!
2. Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura! - Mc 16,15-18
“Vão pelo mundo todo, proclamem o Evangelho a toda criatura.” Jesus deu aos apóstolos esse mandato, e eles saíram pregando por toda parte. O Senhor agia com eles e confirmava a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam. Mais tarde, como verdadeiro convertido, surgirá Paulo, disposto a pôr em prática a determinação do Senhor. Para ele, anunciar o Evangelho não foi título de glória, foi antes uma necessidade. “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!”, escreveu aos coríntios. E aos romanos disse que, “na força do Espírito de Deus, desde Jerusalém e arredores até a Ilíria, levei a termo o anúncio do Evangelho de Cristo”. Antes um perseguidor, agora um convertido, que, ao experimentar a verdade de Cristo, se torna missionário entusiasta da causa abraçada. A Igreja de Jesus é santa e pecadora, pecadora por ser humana e santa por se converter continuamente movida pela graça. Sempre é tempo de formar com Paulo uma Igreja de convertidos. Se erramos no passado, Deus nos concede tempo de conversão para não darmos vitória ao demônio, desistindo ou desanimando, e para glorificarmos a Deus com o bem que ainda podemos fazer. Paulo tinha consciência de ser o menor dos apóstolos por ter perseguido a Igreja, mas afirmava com humilde convicção: “Pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça a mim dispensada não foi estéril”.
HOMILIA
IDE PELO MUNDO INTEIRO
Estamos perante um acréscimo tardio (Mc 16,9-20) ao evangelho de Marcos. Pode-se perceber que, na liturgia, foi associado à festa da conversão de São Paulo que celebramos hoje, por dois aspectos: pelo caráter essencialmente missionário do texto e pela alusão ao "pegar em serpentes" como sinal do sucesso na missão, conforme o acontecido com Paulo por ocasião do naufrágio em Malta, segundo a narrativa que se encontra em Atos dos Apóstolos (At 28,3-6). O que destaca no texto é a dimensão do poder como sendo a grande característica da missão.
O Evangelho de hoje nos conduz a uma vida nova em função da missão. Pouco antes de subir aos céus Jesus deixou para todos nós o mandado de anunciar o Seu Evangelho. E foi este o recado que Ele nos mandou por meio dos Seus apóstolos: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” Este som ainda ecoa dentro do coração daqueles que crêem na Palavra de Deus. Jesus nos dá garantia para o sucesso da nossa missão quando diz: “quem crer e for batizado será salvo!” Não precisamos fazer muitas coisas nem realizar muitas obras, mas apenas crer e dar testemunho da ação do Espírito Santo na nossa vida! Foi para isto que nós fomos chamados, e esta é a nossa missão de batizados. Quando nós fazemos esta experiência de anunciar o Evangelho nós constatamos realmente os sinais que nos acompanham por força da nossa Fé em Jesus. Expulsar demônio, falar novas línguas, pegar em serpentes, beber veneno, curar doentes, significa para nós a força milagrosa que o Amor de Deus realiza em função do nosso anúncio. Estes sinais acontecem na nossa vida e na vida daqueles a quem nós anunciamos Jesus, quando desafiamos as dificuldades, a doença, a morte, a tristeza com a esperança, com a alegria, com o poder de Cristo ressuscitado. Quanta mudança, quanta transformação, quanta conversão nós verificamos quando falamos a nova linguagem do Amor de Deus! Os demônios que perseguem a humanidade se rendem quando nós tudo fazemos por amor a Jesus! O pecado, veneno mortal, não consegue mais ter força sobre aqueles que nos escutam falar em Nome de Jesus! É esta a nossa missão: o mundo inteiro é o lugar onde estivermos e toda criatura são todos aqueles a quem nós podemos testemunhar os prodígios de Jesus. Os sinais nos acompanharão se formos obedientes ao Seu mandado. Enviados pelo poder que Jesus recebeu do Pai, os apóstolos deveriam partir, dispostos a caminhar por todas as estradas do mundo, e a anunciar a Boa Nova da salvação a quantos encontrassem. Ninguém podia ser deixado de lado, pois a salvação é um direito de todos.
O sinal de adesão a Jesus dar-se-ia no batismo feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Seria a forma de vincular toda a humanidade com o Pai, por meio de Jesus, na força do Espírito Santo. Desta comunhão de amor deveria surgir uma humanidade nova, fundada na filiação divina e na fraternidade.
Os apóstolos tinham como tarefa levar os novos discípulos a pautar suas vidas pelos ensinamentos do Mestre. Nada de novas doutrinas! Bastaria ensinar os batizados a observar tudo quanto Jesus lhes havia ensinado: nada mais do que amar a Deus e ao próximo, como fora explicitado no Sermão da Montanha.
Uma certeza deve nos animar: o Ressuscitado está para sempre junto de nós, incentivando-nos a ser fiéis à missão. Portanto, nada de nos deixar abater pela grandiosidade e pelas exigências da tarefa recebida.
Tu já percebeste estes sinais na sua vida? – já usas nos teus relacionamentos a linguagem do amor? – Qual é o maior veneno para a humanidade, hoje? – Qual será o teu antídoto? – O teu testemunho tem convertido alguém? – Os milagres que acontecem na tua vida, os tens propagado? – O que tens esperado acontecer para assumir a missão que o Senhor te destinou? – O que tens deixado para depois? – Depois de que? – Quando? – Aonde? Lança-te para a missão pela qual Jesus te envia.
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMÍLIA DIÁRIA
Nosso coração, inquieto, só encontrará refúgio em Deus
Que o apóstolo São Paulo nos ajude a amar e nos encontrarmos cada vez mais com Jesus!
”Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’” (At 22,7).
A Igreja celebra hoje o dia da conversão do apóstolo Paulo, o modelo e o exemplo de todos aqueles que se convertem a Cristo Jesus Nosso Senhor. A leitura dos Atos dos Apóstolos, no capítulo nove, começa nos dizendo que Paulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor.
Paulo não conhecia Jesus, por isso tinha preconceito, rejeição e até ódio àquilo que Cristo fazia e aos seguidores d’Ele. Os seguidores de Jesus estão representados, aí, formando a Igreja; a Igreja é o próprio Jesus no meio da humanidade. Paulo, um bom judeu como era, fariseu de excelente formação religiosa, não tinha nenhum respeito [pelos seguidores de Jesus]; o que ele tinha era ”ódio” para com os seguidores de Jesus.
Até o próprio dia em que o Senhor se manifestou a Saulo e, lá no fundo da sua alma, foi lançada aquela grande questão, que foi decisiva para a conversão do apóstolo: ”Saulo, Saulo, por que me persegues?”.
Meus irmãos e irmãs, a Igreja de Jesus é perseguida desde a morte de Seu Senhor. Ele morreu porque foi perseguido e morto em uma cruz; com exceção do apóstolo João, todos os apóstolos morreram, porque foram perseguidos por causa do nome de Jesus.
Ser seguidor de Jesus representa também ser perseguido, não aceito, não amado, não compreendido! A presença de Jesus causa inquietação, a presença de Jesus mexe com os corações e, por isso, muitas vezes, Cristo não é aceito!
Hoje no mundo em que vivemos milhares de cristãos, mundo afora, estão morrendo por ódio e por perseguição em vários cantos deste planeta. No meio de nós a doutrina cristã é, muitas vezes, rejeitada, perseguida, não aceita. Da mesma forma, os preceitos cristãos são, muitas vezes, perseguidos e não aceitos por até quem se diz ”cristão”, porque parece duro, inconveniente, não de acordo com o pensamento moderno, com aquilo que é a mensagem de Jesus.
Não dá para separar Jesus da Sua mensagem, não dá para separar Jesus do Seu Evangelho; não dá para separar o cristão do Cristo e, o Cristianismo do seguimento do Senhor da Vida.
Aquele que se dispõe a seguir Jesus precisa estar disposto também, muitas vezes, a não ser amado nem compreendido pelo mundo em que vivemos. A insistência dos apóstolos da comunidade cristã primitiva, o fervor na oração, o exemplo de vida, o testemunho do amor apaixonado por Jesus Cristo, tudo isso foi causa de conversão de muitos, inclusive do próprio apóstolo Paulo, que de ”perseguidor passa a ser perseguido” por causa da Palavra de Deus.
Que o apóstolo São Paulo rogue por todos os cristãos que são perseguidos no mundo inteiro. Que o apóstolo São Paulo nos ajude a amar e nos encontrarmos cada vez mais com Jesus!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
HOMÍLIA DIÁRIA
Um convertido deixa-se iluminar por Jesus
Um convertido é aquele que coloca-se de joelho, é alguém que coloca-se aos pés de Jesus
“De repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 22,6-7).
Hoje celebramos a conversão do apóstolo Paulo. Ele mesmo testemunha que perseguia até à morte aqueles seguiam o caminho; ele prendia homens, mulheres e os jogavam na prisão, porque seguiam o caminho. Que caminho? O caminho da vida, da salvação, o caminho que Jesus nos abriu e Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, eu sou a vida”.
Quando Paulo perseguia os seguidores de Jesus, quando ele prendia e levava até à morte aqueles que estavam no caminho de Jesus, como Estêvão, ele estava, na verdade, perseguindo o próprio Jesus, estava opondo-se a Ele, e depois, veio a tornar-se o maior convertido de todos os tempos.
Paulo já era um homem adulto, muito convicto, com uma cabeça muito fechada, muito centrada, muito certo de que a mensagem do Evangelho não era de Deus e, por isso, perseguia. Mas Paulo não refletia, não caiu em si, deixou-se levar por uma obsessão, por uma convicção e não permitiu que a luz de Deus entrasse em seu coração.
Só há conversão verdadeira quando nos abrimos à reflexão, à serenidade, para deixar que caiam as escamas dos nossos olhos e, assim, vermos o que não conseguimos.
A luz de Deus quer entrar no nosso interior, para nos dar convicções que, muitas vezes, não temos. Fomos ao longo do tempo aprendendo coisas, abraçando certas verdades, e não nos abrimos para a verdade que é Jesus.
Converte-se é colocar-se sempre aos pés de Jesus, é sempre cair por terra. Um convertido é aquele que coloca-se de joelho, é alguém que coloca-se aos pés de Jesus. Um convertido não é aquele que sabe falar bem, tem muitas convicções, prega o tempo inteiro, e sim, aquele que deixa-se iluminar por Jesus a cada dia de sua vida.
Paulo era um homem muito religioso, mas não era um homem convertido. Não basta ser religioso, é preciso deixar-se converter a cada dia pela luz de Deus, aquela que ilumina o nosso coração, a nossa mente e as nossas convicções.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
HOMÍLIA DIÁRIA
Deus nos chama à conversão
“Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’” (At 22,7-8).
Hoje, celebramos a conversão do apóstolo Paulo. Talvez, uma das conversões mais importantes da história da fé e da salvação, porque a conversão de um homem religioso não é muito simples. Às vezes, é mais fácil se converter um ateu e pecador, mas a conversão de uma pessoa religiosa, convicta, uma pessoa que acha que sabe e conhece tudo, a conversão de uma pessoa que se acha proprietária de Deus, da Lei de Deus, das coisas de Deus, é muito difícil. É realmente uma graça sublime do Céu para “derrubar por terra” aquela pessoa ou aquela situação.
Por isso, a conversão de Paulo deve ser uma inspiração para cada um de nós. Porque, se estamos ouvindo agora essa palavra, é porque somos pessoas religiosas. E o perigo é sermos aquelas pessoas religiosas que já se sentem totalmente convertidas, e pessoas que se sentem convertidas são pessoas duras, e em pessoas duras, a Palavra do Evangelho é difícil de penetrar, porque ela já sabe tudo, conhece tudo, ela já se acha mestre, ela que tem que mostrar o que é certo e errado.
Permitamos que a conversão de Paulo seja sempre um alento para nos convertermos a cada dia
Toda conversão só é verdadeira quando caímos por terra. E, quando caímos por terra, os nossos olhos, num primeiro momento, se fecham para se abrirem para uma luz nova, a luz que, muitas vezes, não enxergamos porque estamos seguindo de uma forma tão única na vida que não conseguimos enxergar o que é essencial e fundamental.
Saulo caiu por terra e aquilo que ele achava que fazia para Deus, achava que era aplaudido por Deus, era, na verdade, reprovado. Paulo perseguia os cristãos, perseguia aqueles que andavam no caminho da salvação. Por isso, que quando ele pergunta: “Quem és tu?”. Aquela voz que ele chama pelo nome, responde: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo”.
Meus irmãos, é preciso ouvir a voz de Jesus, é preciso se converter para Jesus a cada dia. É preciso abaixar a cabeça, é preciso prostrar-se por terra e ouvir novamente uma voz, porque perseguimos, muitas vezes, os irmãos, perseguimos quem pensa diferente de nós, nós nos fechamos em nossas redomas de vidro, nós nos fechamos em nosso mundo e em nosso coração, quando, na verdade, Deus nos chama à conversão.
Permitamos que a conversão de Paulo seja sempre um alento para nos convertermos a cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, que chamaste Paulo para o anúncio do teu Reino, dá-nos seguir os passos do apóstolo com atual entusiasmo, as mesmas coragem e perseverança que o animaram. Nós queremos proclamar aos irmãos o teu Dom Maior – o Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que um dia escolheste Paulo para o apostolado em Tua Igreja, guia nossos passos para que, mirando o seu exemplo, vivamos seguindo o caminho de Jesus e um dia possamos repetir com Paulo: “Já não sou eu que vivo: é o Cristo que vive em mim!” Pelo mesmo Cristo Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
ORAÇÃO FINAL
Pai querido, nossos corações Te louvarão para sempre! Tu, que um dia escolheste Paulo para ser testemunha em tua Igreja, guia nossos passos para que, fiéis ao exemplo do Apóstolo, vivamos seguindo o Caminho de Jesus e, com certeza, nós possamos repetir com ele, cheios de Alegria: “Já não sou eu que vivo: é o Cristo que vive em mim!” Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.