Ano C
Mt 14,13-21
Comentário do
Evangelho
Vós
mesmos dai-lhes de comer
O texto da multiplicação
dos pães tem uma forte conotação eucarística: “... tomou os cinco pães e os
dois peixes… pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os
discípulos os distribuíram às multidões” (v. 19).
Diante da precariedade do lugar e pela hora já
adiantada, os discípulos querem despedir as multidões para que possam comprar
comida. Jesus provoca os discípulos: “Vós mesmos dai-lhes de comer!” (v. 16). É
a oportunidade de poderem compreender que o alimento que sustenta o povo de Deus
ultrapassa o estreitamento material. A vida entregue ao Senhor é o verdadeiro
alimento do povo que o Cristo reúne: “Trabalhai não pelo alimento que se perde,
mas pelo alimento que perdura até a vida eterna, alimento que o Filho do Homem
vos dará. […] O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo
6,27.51).
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, abre meu coração para
a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a
alegria de partilhar com ele o que me deste.
Vivendo a Palavra
É missão nossa o cuidado com os irmãos
peregrinos. Se os filhos de Israel reclamavam a Moisés no deserto, Jesus não
espera nem mesmo que seus ouvintes manifestem a fome. Ele corre na frente e
realiza o sinal dos pães que se multiplicam. Ele quer que façamos o mesmo para
nossos irmãos!
Meditação
Em sua comunidade
paroquial há pessoas que passam fome? - Como sua comunidade vive a realidade da
partilha? - Partilham-se realmente os bens ou apenas as sobras? - Encontram na
partilha a verdadeira razão de viver? - Em seu contexto de vida nota algum desperdício
de bens?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1
- “Cinco pães e dois peixinhos...” - Diac. José da Cruz
Confesso que quando reflito este evangelho, conhecido como da multiplicação dos pães, fico intrigado com algo bem simples: o milagre poderia ser muito mais espetacular, se Jesus tivesse mandado as pessoas sentarem-se em grupos, e depois, ao fazer o ritual da benção, os pães e os peixinhos, aparecessem como em um passe de mágica, na mão das pessoas, surgindo do nada. Mas neste milagre há uma palavra chave, de significado muito profundo, trata-se do milagre da multiplicação... Deus criou tudo do nada, diz o livro do Gênesis, mas quando se trata do pão, ele faz questão de multiplicar.
Alguém cedeu o seu lanche, fazendo parceria com Jesus, no ato prodigioso! Mateus nos dá a entender que esse alimento pertencia aos próprios discípulos “Só temos aqui, cinco pães e dois peixes”. A fome da multidão é muito maior do aquilo que podemos dar, será sempre assim, o que temos para dar é muito pouco, para resolver o problema da família, da comunidade, os problemas sociais, a violência, as drogas, o desamparo aos idosos, as crianças pobres, as tristezas do outro, a depressão do irmão, suas angústias e desgraças, doenças e mortes, a idade avançada, diante de tudo isso, a gente até se comove, mas justificamos com aquele pensamento tão nefasto: Sinto muito, nada posso fazer!
Por que dizemos isso, em tantas situações da nossa vida, diante de um irmão que sofre, que chora, que se desespera? Porque não confiamos no que temos, por acharmos muito pouco, vamos ter de nos separar, vou ter de abortar, vou ter de me omitir, vou ter que ficar quieto, nos sentimos impotentes, sem força alguma para mudar a situação, se tivéssemos muito, se tivéssemos poder, se fôssemos respeitados, se estivéssemos no comando, seu fossemos ricos, ah! Tudo seria diferente... Daríamos um jeito nessa situação, resolvendo o problema.
Mas,como nada somos ,e ainda termos tão pouco, é melhor ficar no velho e conhecido “cada um por si, Deus por todos”, queremos sempre despedir as pessoas para que cada uma se vire do seu jeito. É o comodismo e o egoísmo, que domina este mundo da nossa modernidade onde o espírito consumista afirma que, somente quem tem muito, consome muito, pode realizar sonhos e projetos de vida. Jesus desmonta este esquema mesquinho e centralizador, que concentra a riqueza material, nas mãos de uma minoria.
Dai-lhes vós mesmos de comer, eles não precisam ir embora! Após a oração de graças e a benção, começa a ocorrer o milagre: os discípulos começam a distribuir aquele pouco que têm, às multidões. Nos projetos e empreendimentos humanos, quem mais tem é que decide o que fazer só quem tem muito, poderá fazer grandes coisas, no projeto de Jesus a palavra de ordem é partilhar, mesmo que seja o pouco, acreditando que esse pouco, para o próximo vai ser muito.
O milagre, portanto, não está na quantia de pães e peixes, mas no gesto de partilhar, acreditando que naquele momento, o pouco que eu posso dar ou fazer, é exatamente tudo o que o meu próximo precisa. Nesse sentido, os cinco pães e dois peixinhos desse evangelho, pode ser um simples sorriso, dado a quem está triste, um abraço, um beijo ou um aperto de mão, em quem está sofrendo alguma dor, uma mão no ombro de quem está desanimado, uma palavrinha de consolo a quem chora, uma palavra de coragem a quem perdeu a vontade de viver. E pronto, está feito o milagre!
“Você não sabe como foi importante para mim, a sua presença, o seu gesto, naquela hora!” Todos nós já escutamos esta frase, entretanto o que demos ou fizemos foi tão pouco e parecia tão insignificante. Chegamos ao ponto chave da reflexão, quando acreditarmos na força do nosso “pouco“, iremos conseguir mudanças prodigiosas na família, na comunidade e na sociedade, mas não precisa ficar cobrando para que o outro faça a sua parte, um gesto de partilha já é por si suficiente, para promover grandes mudanças, para transformar a miséria em fartura, pois quando dizemos – eu já fiz a minha parte, espero que cada um faça a sua, estamos nos colocando acima das outras pessoas e, portanto no direito de cobrar, e se seguíssemos essas lógica, ditada pelo orgulho e a prepotência, estaríamos perdidos diante de Jesus, que nos ama sempre com um amor sem medidas, sem nunca nos cobrar.
Dos pedaços que sobraram encheram-se doze cestos, e a multidão ficou saciada, o projeto de Jesus de Nazaré parecia tão pouco e ridículo diante da grandeza do Messianismo, sonhado e esperado pelos seus compatriotas, entretanto, a graça que nasceu da Salvação, libertou não só a Israel, mas a todas as nações da terra. Há alguém faminto ao seu lado, de uma fome que vai bem além do estomago vazio, ofereça o seu “pouquinho” com alegria, e creia nesse milagre!
2
- "DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER!" -Olívia Coutinho
O evangelho que a liturgia de
hoje nos apresenta, mostra-nos mais uma vez, a sensibilidade de
Jesus, diante a necessidade humana!
A fome de tantos irmãos é uma
ferida que sangra constantemente no coração de Jesus, e está em nossas
mãos, a cura desta ferida! Uma cura, que pode vir de pequenos
gestos de amor!
Quem de nós, não tem “5 pães e
dois peixes”?
É difícil acreditar, mas é a
mais dura realidade; num mundo de tanta fartura, ainda hoje, morrem
milhares de pessoas vítimas do nosso abandono. São muitos os irmãos, que
continuam morrendo de fome, ou por doenças causadas pela desnutrição,
consequência do nosso egoísmo, que nos impede de abrirmos o nosso coração
ao amor solidário, o amor que nos leve a partilha.
A todo instante, pessoas
necessitadas de ajuda, desfilam diante dos nossos olhos,
são irmãos nossos, pessoas desprovidas do mínimo necessário para a sua
sobrevivência. E quantas vezes, nós, que dizemos seguidores de Jesus,
tampamos os nossos ouvidos para não ouvir os seus clamores, preferindo
ignorá-los, para nos isentar de quaisquer responsabilidade sobre
eles. E assim, vamos buscando mil desculpas para
justiçar a nossa impassibilidade, diante a esta triste realidade.
Precisamos aprender a
olhar o irmão com o mesmo olhar de Jesus, um olhar que não
apenas constata a sua necessidade, como também, ajuda-o a encontrar
o caminho que o possibilitará uma vida digna.
A exemplo de Jesus, não
podemos fechar os olhos diante as necessidades do nosso irmão, e muito
menos transferir para outros, a nossa responsabilidade para com eles.
Precisamos
conscientizar, de que somos co-responsáveis pela vida do outro, por
tanto, não podemos permanecer indiferentes as suas necessidades.
Podemos observar, que quase
sempre, o que o nosso irmão busca em nós, não é muito, é sempre algo que está
ao nosso alcance, às vezes, nem é algo material, e sim, uma palavra
de esperança, um tempo para escutá-lo, ou simplesmente um simples sorriso
acolhedor!
Como verdadeiros seguidores de
Jesus, precisamos colocar em prática os seus ensinamentos, e assim como Ele,
estarmos sempre atentos às necessidades do outro, prontos para ajudá-lo
no que for preciso.
De nada adianta, erguermos as
nossas mãos para louvar a Deus, se não somos capazes
de abaixá-las, para erguer um irmão!
O evangelho de hoje
narra o episódio que marcou o milagre da multiplicação dos pães: o
milagre da partilha! O ponto fundamental deste acontecimento é o amor, o amor
que leva a partilha.
Sabemos que Jesus, se
quisesse, poderia realizar sozinho a multiplicação dos pães, mas
Ele quis envolver todos os seus discípulos, o que nos mostra, que
Jesus quer agir no mundo, fazendo do coração humano o seu próprio
coração.
Hoje, Jesus nos
encarrega de saciar a fome de tantos irmãos, fome de pão e fome de amor, na
certeza de que: colocando em suas mãos o pouco que temos, Ele
transformará em muito!
Onde existe amor, existe
partilha, onde existe partilha, Deus entra, e o milagre da multiplicação
acontece!
É nosso compromisso cristão,
despertar no outro a necessidade de Deus, mas antes, é preciso saciar a sua
fome, criar no seu coração a necessidade de Deus, como
fez Jesus: a partir da necessidade do pão material, Ele criou a
necessidade do pão da vida eterna.
Quem partilha com o outro, o
pão material, desperta nele, a necessidade de Deus!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
Quem confia no Senhor jamais será abandonado
Aqueles que confiam no Senhor jamais serão
abandonados. Mas quem não sabe confiar no Senhor, muitas vezes abandona-O por
causa daquilo que lhe falta.
“Os filhos de Israel começaram a lamentar-se, dizendo: ‘Quem nos
dará carne para comer?”’(Nm 11,4b)
Meus irmãos, hoje a Liturgia com a riqueza da sua palavra, nos
chama a atenção para o Livro dos Números, onde o povo de Deus se encontra
reclamando, murmurando, porque está passando fome e não tem o que comer.
Deus sempre cuidou do seu povo ao longo do caminho, mas eles
preferiram se recordar das cebolas, das coisas que haviam no Egito mas não
tinham Deus. Agora, eles têm Deus. Mas sentem, às vezes, a falta disso ou a
falta daquilo. E às vezes começam, então, a murmurar.
Nós somos assim também: muitas vezes andamos longe de Deus, mas
estamos cercados de coisas materiais, estamos com abundância disso ou daquilo.
Aí nos vangloriamos! Sabe por quê? Porque a nossa visão é materialista, é
carnal. O que importa para nós é ter as coisas.
Quem é de Deus, não. Às vezes falta isto, falta aquilo… Mas tem
Deus. Sabe agradecer, louvar. Sabe que no tempo certo Deus há de prover. E
aqueles que confiam no Senhor jamais serão abandonados. Mas quem não sabe
verdadeiramente confiar no Senhor, muitas vezes abandona-O por causa daquilo
que lhe falta.
Você pode estar passando por algum aperto, por alguma
necessidade. Pode até ser que você se encontre desempregado, e não consiga dar
a seus filhos aquilo que deseja. Mas eu quero dizer a você, meu filho: “Aguenta
firme no Senhor!” Pode lhe faltar tudo, mas que nunca falte a sua fé e
confiança no Senhor.
Não murmure. Não reclame. Não comece simplesmente a lamentar e
murmurar contra Deus, porque isso só vai tirar a paz do seu coração, só vai
abalar sua fé. Quando, na verdade, o que você precisa – mais do que nunca agora
– é viver uma experiência de fé. Crescer na fé, na confiança, na convicção de
que a Divina Providência do Senhor está do seu lado.
Quero, hoje, convidar você a não desanimar. Se você passa por
alguma circunstância difícil na sua vida, por algum aperto, necessidade,
coloque no Senhor a sua confiança e não desanime jamais.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE

Inicio a Leitura Orante, com todos
os que se encontram neste ambiente virtual.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto:
Mt 14,13-21- Jesus ensina a partilhar
Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco,
para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das
cidades e o seguiram a pé. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão.
Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer,
os discípulos aproximaram-se dele e disseram: "Este lugar é deserto e a
hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados
comprar comida!" Jesus porém lhes disse: "Eles não precisam ir
embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!" Os discípulos responderam: "Só
temos aqui cinco pães e dois peixes". Ele disse: "Trazei-os
aqui". E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os
cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção,
partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às
multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram
ainda doze cestos cheios. Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens,
sem contar mulheres e crianças.
Sabendo da morte de João Batista,
Jesus se retira. Afasta-se daquele lugar, mas não do povo. Ele ama o povo e
está atento às suas necessidades. Por isso, diz o Evangelho, "as multidões
souberam onde ele estava, vieram dos seus povoados e o seguiram por terra".
Era "de tardinha", hora do jantar. Os discípulos sugerem a Jesus que
mande o povo embora para comprar algo para comer. Era mais fácil, segundo os
discípulos. E Jesus encontra uma saída diferente: "Dêem vocês comida para
eles". Neste texto aparecem dois tipos de sociedade: uma que tem como
norma o comércio (comprar e vender) e outra em que a prática é a da sociedade
de irmãos (dar e partilhar). Na sociedade do comércio, os pobres não têm vez.
Na segunda, ninguém é maior e melhor que o outro. Tudo é repartido. Na primeira
sociedade a preocupação é multiplicar, aumentar lucros. Na segunda, a
preocupação é dividir e que nada falte a ninguém. Jesus abençoou os pães,
partiu-os e os deu aos discípulos para que distribuíssem às multidões. Todos
comeram, ficaram satisfeitos e ainda encheram 12 cestos dos pedaços que
sobraram. Um grande milagre! O banquete da vida!
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Preocupo-me em acumular, multiplicar?
Ou sou daquela sociedade de Jesus em que
o que se tem é colocado em comum?
Será difícil?
Pode ser. Nesta sociedade em
que vemos a cada instante pessoas querendo ter mais, aparecer mais, ser o
melhor e maior, em que se ignora as necessidades dos demais, torna-se mesmo
difícil, mas não, impossível. Deus dá em abundância a todos. Depende do nosso
coração estar aberto ou não para o irmão. Se há abertura, há também a bênção de
Deus e abundância para todos. Os bispos em Aparecida afirmam: "A Igreja é comunhão no amor.
Esta é sua essência através da qual é chamada a ser reconhecida como seguidora
de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é o que une os
discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo
Mestre, membros unidos à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos
outros (1 Cor 13; Cl 3,12-14)" (DAp 161)
3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a
Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras
orações e concluo, com a oração dos irmãos, ensinada por Jesus.
Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso Reino.
Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no
céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
E não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal. Amém.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Vou cultivar meu olhar de fé e renovar minhas
consciência de Igreja, de família que vive o mandamento do amor.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.
Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós.
Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.
Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e
Espírito Santo. Amém.
Ir Patrícia Silva, fsp
Mt 14,22-36
Reflexão
O fato de Jesus caminhar sobre as águas
é causa de assombro para os seus discípulos, principalmente porque, segundo o
livro de Jó, somente Deus caminha sobre o mar, de modo que este fato revela aos
discípulos que estão diante do verdadeiro Deus que se fez homem e está no meio
de nós, mas inicialmente a surpresa é tão grande que gera dúvida em seus
corações que, depois de serem iluminados pela fé, os levam ao reconhecimento da
pessoa divina que está diante dele. Assim também nós, que recebemos muitas
graças de Deus, só o reconheceremos quando nossos corações forem iluminados
pela fé, de modo que possamos superar o nosso assombro inicial.
Pedro afundou na água porque teve medo - José Salviano
Pedro afundou na água
porque teve medo. Ter medo é duvidar da providência de Deus. Medo exagerado.
Porque só não tem medo quem é doido. É natural sentir medo diante do perigo.
Mais ter medo de tudo a todo instante, com pessimismo extremo, é falta de
confiança em Deus. Não nos esqueçamos que crer é condição
fundamental para a nossa salvação. Mais não basta somente crer para
já ter a vida eterna garantida. Porque nem todo aquele que diz.
Senhor! Senhor! Entrará no reino dos céus. Então quem terá a vida
eterna? Aquele que faz a vontade do Pai. E qual é a vontade do
Pai? A vontade do Pai é que nos amemos uns aos outros como Ele nos
amou. Como nos amamos? Tratando uns aos outros como gostaríamos de ser tratados
por eles. Poderia dar um exemplo? Assim: Você gosta de ser respeitado,
então comece primeiro a respeitar os demais. Veja. O presidente
daquela empresa morre de vontade de ser ele mesmo às vezes. Ele tem vontade de
soltar o menino ou mesmo o moleque de dentro dele e fazer umas
brincadeiras, principalmente quando acaba de fechar um
grande negócio. Mais ele não pode. Ele tem de manter sua cara de todo poderoso,
tem de dar o exemplo, tem de manter-se firme, tem de respeitar para ser
respeitado. O professor que entra na classe brincando, sorrindo,
fazendo palhaçada, não será respeitado principalmente por aqueles alunos do
fundão da sala. Às vezes é preciso se segurar, pois dá vontade de brincar um
pouco, mas, os especialistas em bagunça vão se aproveitar disso,
interpretando como fraqueza, mau exemplo do mestre, e sinal verde para a
bagunça. Tratar o outro como você gostaria de ser tratado é isso. Fazer para
ele ou eles, exatamente o que você gostaria que eles fizessem a você. Se eu não
gosto que me ponham apelido, eu não vou por apelido em ninguém. Uma ajudinha de
vez em quando é muito bem vinda. Seja para trocar um pneu, para resolver um
problema no computador, uma mãozinha para eu subir a escada pois
estou com o pé engessado, etc. Então, primeiro, vamos depositar ajuda. Parecido
com uma aposentadoria. Durante sua vida você contribuiu mensalmente com
uma quantia para quando ficar velho, poder se aposentar. Do mesmo modo, hoje
você é jovem ou adulto, e ajuda os idosos a se locomover, na sua doença, etc.
Com certeza a vida lhe devolverá todos esses favores e gentilezas que você disponibilizou
aos seus irmãos necessitados. Porque você tratou bem aos outros, eles também
não terão porque não lhe tratar bem do mesmo jeito.
Sal
Oração Final
Pai Santo, faze-nos atentos às carências dos
irmãos, abertos para ouvir os seus desejos e disponíveis para atendê-los com
espontânea generosidade. Mantém-nos humildes e discretos, na certeza de que há
maior alegria em dar do que em receber. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.
