quarta-feira, 2 de novembro de 2022

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

Comemoração dos Fiéis Defuntos - Finados - 02 de Novembro


Comemoração dos Fiéis Defuntos

Hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades em forças de intercessão pelos fiéis defuntos
Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes 4, 13).
Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.
O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrifícios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.
A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica).
Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial ‘ante-sala’.
“Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!”
Fonte: Canção Nova em 2017

Na comemoração dos Fiéis Defuntos, recordemos das almas

Comemoração

Origens

Em vez de propor-nos, hoje, a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos. A comemoração de todos os fiéis defuntos foi instituída neste dia a fim de socorrer, por boas obras gerais, os que não se beneficiam de preces especificamente dedicadas a eles. Deve-se a uma iniciativa tomada pelos monges beneditinos por volta do ano 1000. 

A data

O abade São Odilo, superior mosteiro de Cluny na França, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Essa comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, de tal modo que, aos poucos, se tornou universal a dedicação de dois de novembro à memória dos irmãos já falecidos.

Exortação de Paulo

Essa exortação de Paulo é dirigida também a cada um de nós:
“Irmãos, nos diz São Paulo apóstolo, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem.” (ITs 4,13-14).

Dia dos Fiéis Defuntos: um dia para recordação, não tristeza

Dia de Saudosa Reflexão

O Dia dos Finados não é dia de tristeza nem lamúrias, como o é para aqueles que não tem fé, mas é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração de sufrágio. A doutrina relativa aos finados põe em admirável luz a harmonia entre a justiça e a bondade de Deus Pai, de tal modo que também os corações mais frios não resistem hoje a um saudoso pensamento de piedade religiosa em favor dos irmãos falecidos.

Purgatório: o lugar de purificação

A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em Sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)

Temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório

A Solidariedade Espiritual

Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas. Esta doutrina já era conhecida no Antigo Testamento. De fato, lemos, no Segundo livro do Macabeus que, depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviados ao Templo de Jerusalém solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra, pois ele concluiu: “É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” (2Mc 14,45). Também Jesus Cristo fez alusão aos pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.

Orações de  Sufrágio

Orações de sufrágio em favor das almas dos mortos sempre foram praticadas nas Igrejas desde os primeiros séculos. Nas catacumbas romanas onde se sepultavam os cristãos há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam dos irmãos na fé. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”

A Indulgência e a Oração pelos falecidos

Indulgência:

No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).

Oração pelos falecidos:

Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém (Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.

Minha oração

“Senhor, nosso Deus, resgatai as almas dos nossos conhecidos e familiares do purgatório, além daquelas que necessitam das nossas orações. Pedimos também a intercessão para que sejamos santos e purificados nessa vida, a fim de chegar diretamente ao Céu. Amém.”

Almas do purgatório, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 2 de novembro

- Comemoração de São Vitorino, bispo de Poetóvio, na Panónia. († c. 303)
- Em Trieste, na Ístria, atualmente na Itália, São Justo, mártir. († c. s. IV)
- Em Sebaste, na Arménia, hoje Sivas, na Turquia, os santos Cartério, Estiríaco, Tobias, Eudóxio, Agápio e companheiros, mártires. († c. 320)
- Na antiga Pérsia, os santos Acindino, Pegásio, Aftónio, Elpidíforo, Anempodisto e numerosos companheiros mártires. († s. IV)
Em Vienne, cidade da Gália Lionense, hoje na França, São Donino, bispo, que se dedicou à obra da redenção dos cativos. († c. 538)
- Comemoração de São Marciano, eremita, que, nascido em Ciro, se retirou para o deserto na Calcedónia.(† s. IV f.)
- No mosteiro de Agaune, entre os Helvécios, hoje Saint-Maurice-en-Valais, na Suíça, Santo Ambrósio, abade. († c. 520)
- Junto a uma fonte situada em Holywell, localidade do País de Gales, Santa Vinfreda, virgem, que é venerada como monja insigne. († c. s. VII)
- Em Vienne, cidade da Borgonha, na moderna França, São Jorge, bispo. († c. 670)
- No mosteiro de Claraval, também na Borgonha, o sepultamento de São Malaquias, bispo de Down e Connor. († 1148)
- Em Mortagne, cidade da Normandia, na França, a Beata Margarida de Lorena, ao ficar viúva, abraçou a vida religiosa no mosteiro das Clarissas. † 1521)
- Em Andover, no condado de Hampshire, na Inglaterra, o Beato João Bodey, mártir. († 1583)
- Em Casale, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Pio de São Luís, religioso da Congregação da Paixão. († 1889)

Fonte:
Catecismo da Igreja Católica
- Livro: O Santo do dia – Dom Servilio Conti, I.M.C.
- Vatican.va

– Produção e edição: Melody de Paulo

– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

Finados

Os cristãos batizados são
convidados a santificar-se e os
que decidem viver plenamente o
mistério pascal de Cristo não têm
medo da morte.

A Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas relações com os irmãos que sobrevivem: vivos e mortos, santificados pelo mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.
Igreja triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação.
São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade, usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que, pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha desaparecerá, mas “se a obra contruída [...] subsistir, o operário receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo”.
A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica neste dia uma recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo. Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio — concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em sufrágio dos mortos.
Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”: vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade consoladora: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente...”
“Nós cremos que o Verbo de Deus Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante, com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar dele, espiritual e corporalmente (por meio da eucaristia), eleve-nos acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).
(Retirado do livro "Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente", Paulinas Editora)
Fonte: Paulinas em 2014

Comemoração dos Fiéis Defuntos

Esta festa responde a uma larga tradição de fé na Igreja: orar por aqueles fiéis que acabaram sua vida terrena e que se encontram ainda em estado de purificação no Purgatório.
O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que os que morrem em graça e amizade de Deus mas não perfeitamente purificados, passam depois de sua morte por um processo de purificação, para obter a completa formosura de sua alma.
A Igreja chama "Purgatório" a essa purificação; e para falar de que será como um fogo purificador, apóia-se naquela frase de São Paulo que diz: "a obra de cada um será posta em evidência. O dia torna-la-á conhecida, pois ele se manifestará pelo fogo e o fogo provará o que vale a obra de cada um."(1Cor 3, 13).
A prática de orar pelos defuntos é extremamente antiga. O 2º livro dos Macabeus no Antigo Testamento diz: "Eis por que ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado" (2Mac. 12, 45); e seguindo esta tradição, a Igreja desde os primeiros séculos teve o costume de orar pelos defuntos.
A respeito, São Gregório Magno afirma: "Se Jesus Cristo disse que há faltas que não serão perdoadas nem neste mundo nem no outro, é sinal de que há faltas que sim são perdoadas no outro mundo. Para que Deus perdoe os defuntos das faltas veniais que tinham sem perdoar no momento de sua morte, para isso oferecemos missas, orações e esmolas por seu eterno descanso".
Estes atos de piedade são constantemente alentados pela Igreja.


O PURGATÓRIO

Comemoração litúrgica: 02 de novembro.

Também nesta data: São Tobias, Santa Pápias e São Tomás de Walen

O mês de novembro é dedicado às Almas do Purgatório. A doutrina da Igreja Católica sobre o Purgatório compreende três pontos: 1º  O Purgatório existe; 2º Nele as almas serão purificadas; 3º Os fiéis da Igreja militante, podem, pelas orações e obras meritórias, aliviar as penas das almas do Purgatório.
1º.  O purgatório existe deveras - Deus revelou esta verdade no Antigo Testamento. “ É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”. (2 Macab.  12,  46). Destas palavras devemos deduzir que já no Antigo Testamento se acreditava num lugar expiatório, em que as almas dos defuntos eram detidas, até que fossem absolvidas dos pecados.
Jesus Cristo fala de pecados que “não serão perdoados nem aqui, nem no outro mundo”. (Mt.  12,  13). Logo, para certos pecados, há possibilidade de serem perdoados ainda no outro mundo. O lugar onde estes pecados serão expiados, é o Purgatório.
A Igreja ensina, com toda a precisão, a existência do Purgatório. Assim, escreve São Gregório Magno: “Sei que alguns devem fazer penitência ainda depois desta vida, nas chamas do Purgatório”. –  “Uma coisa é esperar o perdão – diz São Cipriano – e outra entrar na eterna glória;  uma coisa é ser metido no cárcere e dele não sair, enquanto não for pago o último ceitil, e  outra coisa é receber imediatamente a recompensa da fé e da virtude; uma coisa é penar muito tempo e purificar-se nas chamas do Purgatório e outra coisa é ter removido todos os pecados, pelo martírio”.
Os Concílios ecumênicos de Cartago, Lyon, Florença e Trento definiram bem claramente a fé na existência do Purgatório. Nas antiqüíssimas orações litúrgicas, a Igreja pede a Deus que “absterja as manchas que ainda aderirem às almas dos fiéis defuntos” – que “delas se compadeça e lhes conceda o lugar da paz e da luz” – "que as tire das tristes moradas e as faça gozar da sorte dos justos”.
Esta doutrina da Igreja está muito de acordo com a razão. Se é certo que no céu entrarão somente as almas purificadas; se é certo que poucos homens na hora do trânsito estão isentos da mais leve culpa, certo é também que, com pouquíssimas exceções, os homens ficariam sempre excluídos do céu, se não houvesse na eternidade um lugar de expiação, salvo se Deus, na sua misericórdia, perdoasse sumariamente todos os pecados e as respectivas penas na hora da morte, o que não acontece. Na eternidade Deus “dará a cada um a paga, segundo as suas obras”. (Mt. 16, 27). Negar a existência do Purgatório equivaleria à exclusão do gênero humano quase inteiro da eterna bem-aventurança, o que seria contra a fé e a razão.
2º. No Purgatório serão purificadas as almas dos justos - O Purgatório é um lugar, onde não prevalece a misericórdia, mas a justiça divina. As penas das almas devem ser de natureza a satisfazerem plenamente à justiça divina. É claro que devem estar em proposição exata com a gravidade da ofensa, que Deus pelo pecado sofreu. Quem poderá aliviar a gravidade da ofensa, que uma pobre criatura se atreva a fazer ao Criador? “Terrível é cair nas mãos de Deus vivo”. (Hebr. 10,  31).
O Purgatório é um lugar de penitência, que igual não tem aqui na terra. A razão é clara. Toda a penitência feita aqui, por mais rigorosa que seja, tem por fim preservar o homem da penitência futura na eternidade. Se assim é, a penitência a fazer-se na eternidade deve ser extremamente dolorosa. Se os maiores Santos castigavam o corpo com tanto rigor; se os primeiros cristãos prontamente tomavam sobre si as disciplinas mais duras e humilhantes, não era para outro fim, senão para deste modo se livrarem das penas temporais na eternidade. Se os rigores dos Santos, se as penitências públicas que estavam em uso no tempo da Igreja primitiva, não suportam comparação com as penitências do Purgatório, forçoso é concluir que estas devem ser mui dolorosas.
3º. Natureza das penas - O Purgatório é um lugar de purificação, que assustaria, porém, os maiores penitentes, os mais dedicados amigos da Cruz. Por quê? Porque a purificação realizada no Purgatório é inteiramente diferente daquela que Deus costuma aplicar nesta vida. A purificação feita aqui é meritória, em atenção à Paixão e Morte de Jesus Cristo. A purificação, porém, no Purgatório é um sofrimento que não oferece o menor merecimento; são penas de que a alma, contra a vontade de Deus, se tornou merecedora pelos pecados. Davi pediu a Deus: “Senhor, não me arguas em teu furor, nem me castigues na tua ira”;  isto, segundo a explicação de Santo Agostinho, quer dizer: Assisti-me, ó meu Deus, para que não mereça vossa ira, isto é, as penas do purgatório.
Quem são aquelas almas que penam no Purgatório? Pela maioria não são nossas conhecidas, mas entre todas nenhuma há que nos seja estranha. Todas elas, sem exceção alguma, são unidas a nós pelo laço da graça santificante: são portanto nossas irmãs em Jesus Cristo. Como não negamos o nosso socorro ao nosso irmão grandemente necessitado, não devemos negá-lo às pobres almas, que sofrem incomparavelmente mais, sem a possibilidade de melhorar a sua sorte, ainda mais, quando temos em nossas mãos meios poderosos para aliviar-lhes as dores. Não haverá entre as almas uma ou outra, que nos deva  interessar mais de perto? Descendo em espírito às trevas do Purgatório, lá não descobriremos talvez as almas de nossos pais, parentes, amigos e benfeitores? A caridade, a gratidão não exigem de nós, que lhes prestemos o nosso auxílio? Não têm elas direito à nossa intervenção, ainda mais quando as penas lhe foram causadas por pecados que cometeram talvez por nossa culpa?
É natural e justo que devemos expansão à nossa dor, quando um dos nossos queridos entes nos é arrebatado pela morte; o verdadeiro amor, porém, exige de nós alguma coisa mais. Cumpre que unamos as nossas lágrimas ao sacrifício de Jesus Cristo no Gólgota; cumpre que a nossa dor seja uma dor ativa, como ativa foi também a dor que Jesus Cristo sentiu junto ao túmulo do amigo Lázaro. A nossa dor pela perda dos nossos pais, parentes e amigos não se deve limitar a manifestações exteriores. Por mais ricas que sejam as coroas depositadas nos túmulos dos nossos mortos; por mais vistosos que se apresentem os monumentos que lhes erigimos sobre os restos mortais, não preservam o corpo da decomposição, nem defendem a alma contra os tormentos do Purgatório. Não querendo fazer-nos culpados de ingratidão e inconsciência, é mister que empreguemos os meios que a Igreja tão generosamente nos oferece, como sejam: a recepção dos santos Sacramentos, em particular a SS. Eucaristia, o santo sacrifício da Missa, obras de penitência e caridade, as santas indulgências, etc. Um Pai Nosso rezado com devoção e humildade pelas almas, vale mais que muitas coroas; uma santa Missa celebrada pelo descanso eterno de uma alma, aproveita-lhes infinitamente mais que um suntuoso monumento, porque a santa Missa é o sacrifício expiatório por excelência.
O espírito pagão, que, com sua ostentação vaidosa e balofa, se infiltrou em todas as camadas da nossa sociedade, procura também se insinuar no santuário, o que em grande parte já conseguiu. Como são diferentes os enterros de hoje, daqueles que os primeiros cristãos faziam nas catacumbas! Naquele tempo havia muita devoção e pouca flor; hoje há pelo contrário, uma imensidade de flores e coroas e pouca ou nenhuma devoção. Os primeiros cristãos levavam os defuntos ao cemitério, cantando salmos e recitando orações; os cristãos de hoje acompanham os enterros por simples formalidade, sem lhes vir a idéia de rezar uma Ave Maria sequer pelo descanso do falecido; os primeiros cristãos confiavam os defuntos com muito carinho à terra, como uma semente preciosa da futura ressurreição gloriosa; os enterros de hoje são quase destituídos por completo de tudo que possa lembrar as verdades eternas.
Como é bela a devoção às almas do Purgatório! Agradável a Deus, proveitosa às pobres almas, é utilíssima a nós mesmos. Não fechemos o nosso ouvido aos gemidos dos nossos irmãos, que padecem no Purgatório. Eles levantam as mãos para nós, suplicando o nosso auxílio. Talvez sejam nossos pais; um pai amoroso, que nos dedicava os seus cuidados, dia e noite; talvez a mãe, que nos amava tão ternamente; irmãos, cuja morte tanto nos entristeceu; filhos, que eram o encanto da nossa vida; o esposo, sempre tão dedicado e fiel cumpridor dos deveres; a esposa, a fiel companheira, o anjo do lar. Todos sofrem, sofrem penas amargas, impossibilitados de melhorar a sorte. A nós se dirigem suplicantes: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós, que sois meus amigos, porque a mão do Senhor me tocou” . (Job.  19,  21).
Reflexões:
Há pessoas que não temem o Purgatório e tampouco cuidam de dar a Deus a necessária satisfação das suas culpas. Dou-me por muito satisfeito, assim dizem, se Deus não me condenar. Outros há que confiam nas orações e sufrágios dos parentes e amigos ou nas santas Missas, para cuja celebração providenciaram no testamento. Aqueles se convençam de que impunemente ninguém ofende a Deus e que o pecado leve é caminho seguro para culpas graves.  Os outros leiam e ponderem as seguintes palavras de Tomás a Kempis: “ Não te fies demais nos amigos e parentes e não proteles tua salvação para mais tarde; mais depressa que pensas, se esquecerão de ti os homens. – É melhor providenciar em tempo e despachar já de antemão boas obras para a eternidade, do que confiar no auxílio de outros depois da morte. Se não providenciares em teu interesse quem o fará por ti?”.  Só por estas palavras, não deveríamos nós,  tomarmos consciência quanto à nossa responsabilidade em elevar diariamente nossas orações e sacrifícios,  mandar celebrar missas pelo menos às almas dos nossos parentes e amigos que partiram para a eternidade? Aproveitemos o pouco tempo que nos resta para socorrer as almas do purgatório, pois nós também precisaremos em breve desse precioso auxílio, especialmente da intercessão das almas que de lá forem libertadas com a nossa ajuda.
Fonte: Página Oritente em 2017

Dia dos Mortos

Espiritualidade - Quantos se encontram no purgatório esperando a redenção definitiva para sua ascensão aos Céus. Quantos são esquecidos e não há sequer quem reze por eles. A maior dádiva que podemos oferecer aos que se foram, são nossas orações e pensamentos de amor. Por esta razão a Igreja instituiu um dia especial para que todos possamos nos lembrar de todos os que partiram para a eternidade e com maior ardor rezamos por eles, principalmente por nossos parentes e amigos mais chegados.

Fonte informação - Os santos de cada dia e Webcatólica

Oração - Deus, nosso Pai, vos pedimos pelos que faleceram, especialmente os que nos são caros: nossos familiares, parentes, amigos, companheiros de luta e de trabalho. Nós vos pedimos, sobretudo, por todos que morreram estupidamente, vítimas da brutalidade, da ignorância de seus próprios semelhantes. Pelos que não tiveram o direito de viver dignamente sua vida, os que tiveram abafadas suas vidas antes do nascimento. Senhor, nosso Deus, vós que quereis que cada um de nós viva plenamente, dai-nos forças para lutarmos contra tudo e contra todos os que desrespeitam a vida. Fazei, Senhor, cair as estruturas injustas e opressoras. Devolvei aos povos oprimidos sua esperança de vida digna e melhor. Tornai, com nossa cooperação, este mundo uma "casa habitável", onde não haja fome nem sofrimento provocados pelo egoísmo humano.

Outros Santos do dia - São Eustáquio (invocado nas Situações Difíceis) Votirino (bispo); Justo, Castério, Estiríaco, Tobias, Eudóxio, Agapito, Pegásio, Alfônio, Elpidéforo, Amempodisto, Hermento, Papias, Tobias, Acindino, Públio, Vitor(márts); Teódoto, Jorge (bispo); Ambrósio (ab); Marciano (cf);

Fonte: ASJ em 2014

LEITURA ORANTE DO DIA 02/11/2022



LEITURA ORANTE

Mt 25,1-13 - Lâmpadas acesas!


Preparamo-nos para a Leitura, renovando nossa fé.
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Creio, meu Deus, que estou diante de ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Mt 25,1-13
Jesus disse: - Naquele dia o Reino do Céu será como dez moças que pegaram as suas lamparinas e saíram para se encontrar com o noivo. Cinco eram sem juízo, e cinco eram ajuizadas. As moças sem juízo pegaram as suas lamparinas, mas não levaram óleo de reserva. As ajuizadas levaram vasilhas com óleo para as suas lamparinas. Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no sono.
- À meia-noite se ouviu este grito:
"O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele!"
- Então as dez moças acordaram e acenderam as suas lamparinas. Aí as moças sem juízo disseram às outras:
"Deem um pouco de óleo para nós, pois as nossas lamparinas estão se apagando."
- "De jeito nenhum", responderam as moças ajuizadas. "O óleo que nós temos não dá para nós e para vocês. Se vocês querem óleo, vão comprar!"
- Então as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam fora, o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lamparinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a porta foi trancada.
- Mais tarde as outras chegaram e começaram a gritar:
"Senhor, senhor, nos deixe entrar!"
- O noivo respondeu:
"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei quem são vocês!"
E Jesus terminou, dizendo:
- Portanto, fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será o dia e a hora.
Refletindo
As moças ajuizadas que levaram óleo para as lamparinas representam as pessoas que esperam o Senhor lutando para construir um mundo de acordo com o Projeto de Deus. São os cristãos que atuam nas comunidades, buscando a justiça, o amor, a verdade, como propõe Jesus no seu Evangelho. Agindo assim eles mantêm as lamparinas acesas e na Palavra de Deus, encontram o óleo para quando for preciso.As moças sem juízo são os que levam o nome de cristãos, mas não vivem como tal. Enganam aos outros e a si mesmos, buscam sempre seus interesses e não se preocupam com os demais, nem se alimentam da Palavra de Deus. Preferem outras "luzes" que não duram muito.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
O texto nos convida a escolher o grupo com o qual queremos ir ao encontro do noivo - o Senhor. Ainda há tempo para decidir pelo grupo que têm óleo de reserva ou pelo que não se preocupa com isto. Ou seja, basta-nos viver o momento presente. Em Aparecida, os bispos falaram de "con-vocação" à comunhão e não, de buscas individuais. É um discipulado permanente. Este é o sentido das lâmpadas acesas.
Meditando
"A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela “nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão”. Isto significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa." (DAp 156).

3. Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluímos, rezando com a súplica de Emaús, feita pelo papa, na abertura da V Conferência:
“Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina” (Lc 24,29).
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te.
Fica conosco, porque ao redor de nós as mais densas sombras vão se fazendo, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a falta de esperança, e tu os faz arder com a certeza da Páscoa. 
(...)
Fica em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza. 
Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até seu término natural.
Fica, Senhor, com aqueles que em nossas sociedade são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade.
Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças.
Oh bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos! Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!"

Rezamos também o Salmo 62(63)

A minha alma tem sede de vós e vos deseja, ó Senhor.

1. Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! / Desde a aurora ansioso vos busco. / A minha alma tem sede de vós,  minha carne também vos deseja, / como terra sedenta e sem água! – R.
2. Venho, assim, contemplar-vos no templo, / para ver vossa glória e poder. / Vosso amor vale mais do que a vida: / e por isso meus lábios vos louvam. – R.
3. Quero, pois, vos louvar pela vida / e elevar para vós minhas mãos! / A minha alma será saciada,  como em grande banquete de festa; / cantará a alegria em meus lábios. – R.
4. Penso em vós no meu leito, de noite, / nas vigílias suspiro por vós! / Para mim fostes sempre um socorro; / de vossas asas à sombra eu exulto! – R.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é guiado pelo que disseram os nossos pastores
na Conferência de Aparecida:
"Em sua realidade social concreta, o discípulo tem a experiência do encontro com Jesus Cristo vivo, amadurece sua vocação cristã, descobre a riqueza e a graça de ser missionário e anuncia a palavra com alegria." (DAp 167).

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp