ANO C
DOMINGO DE PENTECOSTES
Ano C – Vermelho
“O Espírito Santo anima a comunidade.”
Jo 20,19-23
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Espírito Santo nos reúne numa
assembleia de irmãos, com vários dons e ministérios para ouvir a Palavra e
viver a alegria da partilha e da comunhão. É Ele que transforma o pão e o vinho
nos sinais da páscoa de Cristo dando-nos força para renovarmos a face da terra.
Somos hoje revestidos deste Espírito que nos torna testemunhas alegres e
corajosas do Cristo Ressuscitado, senhor da vida e da história.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE
DEUS: Irmãos e
irmãs, hoje recordamos o dia em que o mistério pascal atingiu a sua plenitude
no dom do Espírito derramado sobre a Igreja nascente. Nós que vivemos nesta
grande cidade convivendo com tantas culturas, damos graças ao Pai porque o
Espírito revelou a todos os povos o mistério escondido nos séculos e reuniu todas
as raças na alegria da salvação. Por força desse mistério, seremos revestidos
da força do Espírito para sermos testemunhas do Cristo ressuscitado.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A
Solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a sua
apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no Espírito.
Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos manifesta
a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e na atividade dos
discípulos; início da expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade, ela se
renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembléia eucarística e
sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim
dos tempos. A "plenitude" do Espírito é a característica dos tempos
messiânicos, preparados pela secreta atividade do Espírito de Deus que
"falou por meio dos profetas" e inspira em todos os tempos os atos de
bondade, justiça e religiosidade dos homens, até que encontrem em Cristo seu
sentido definitivo (cf AG 4).
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: A cada ano a festa de
Pentecostes oferece à Igreja a ocasião para entrar, por assim dizer, em si
mesma e descobrir-se animada e conduzida pelo Espírito Santo. Uma presença
forte, mas discreta e silenciosa, da qual quase não nos damos conta. Nos
últimos dias de sua vida, Jesus promete aos discípulos que iria deixar-lhes seu
Espírito como sua herança mais verdadeira, como continuação de sua mesma
presença. O Espírito Santo é, portanto, antes de tudo, a presença "espiritual"
de Jesus ressuscitado na Igreja, presença que continua, de maneira diferente,
sua presença histórica de uma vez; presença que é, porém, misteriosamente,
também uma pessoa: a terceira Pessoa da Trindade. Ele é a alma da Igreja:
"sem o Espírito Santo, Deus estaria longe, Cristo ficaria no passado, o
Evangelho seria letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade uma
dominação, a missão uma propaganda, o culto uma evocação e o agir cristão uma
moral de escravos. Mas no Espírito Santo o cosmos se levanta e geme nas dores
do Reino, o Cristo ressuscitado está presente, o Evangelho é potência de vida,
a Igreja é comunhão trinitária, a autoridade é serviço libertador, a missão é
Pentecostes, a liturgia é memorial e antecipação, o agir humano é deificado"
(Inácio de Laodiceia).
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje o
Espírito Santo desceu sobre a Igreja, reunida no mesmo lugar. Enfim, a
comunicação do amor tomou conta da Igreja nascente e se espalhou pelos confins
da terra, atravessando os tempos com a força do testemunho apostólico.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A Solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para
a Igreja: a sua apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no
Espírito. Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos
manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e na atividade dos
discípulos; início da expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade, ela se
renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembléia eucarística e
sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim
dos tempos. A "plenitude" do Espírito é a característica dos tempos
messiânicos, preparados pela secreta atividade do Espírito de Deus que
"falou por meio dos profetas" e inspira em todos os tempos os atos de
bondade, justiça e religiosidade dos homens, até que encontrem em Cristo seu
sentido definitivo (cf AG 4).
A FESTA DE PENTECOSTES
A palavra grega “Pentecostes” significa que a festa celebrada
nesse dia tem lugar cinquenta dias depois da Páscoa. No Antigo Testamento, tal
festa é chamada também “Festa das Semanas”, por ocorrer sete semanas após a
Páscoa. Trata-se de uma das três festas mais importantes para a religião
judaica, juntamente com a Páscoa e com a festa das Tendas ou Tabernáculos.
Para nós, cristãos, Pentecostes adquire um sentido bastante
profundo: é a celebração do Dom de Deus por excelência, o Espírito Santo, feito
à Igreja nascente. Conforme narra o livro dos Atos dos Apóstolos, “quando
chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo
lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que
encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como que de
fogo (...). Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (2,1-11). O dom do Espírito
com os sinais que o acompanham, o vento e o fogo, nos recorda as manifestações
de Deus no Antigo Testamento. Um duplo milagre realça o sentido do acontecimento:
por um lado, os Apóstolos “começaram a falar em outras línguas” (At 2,4), por
outro, “cada um (na multidão que se aglomerou após o barulho) ouvia os
discípulos falar em sua própria língua” (At 2, 6). Esse milagre de audição é um
sinal da vocação universal da Igreja, pois esses ouvintes vêm das mais diversas
regiões (At 2,5.9-11).
De certo modo, em Pentecostes se realiza o que Deus havia
prometido por meio dos profetas: “Esta será a aliança que concluirei com a casa
de Israel, depois desses dias, - diz o Senhor: - imprimirei minha lei em suas
entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu
povo” (Jr 31, 33). E mais. “Derramarei o meu espírito sobre todo ser humano, e
vossos filhos e filhas profetizarão” (Jl 3,1). Porém, Pentecostes é, sobretudo,
cumprimento da promessa de Jesus aos seus discípulos: “Rogarei ao Pai e ele vos
dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da
Verdade...” (Jo 14,16-17). E ainda: “Receberei uma força, a do Espírito Santo
que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a
Judeia e a Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8).
Vale lembrar, contudo, que Pentecostes não se tornou com isso
uma festa (da Pessoa) do Espírito Santo. Não existe festa das Pessoas da
Santíssima Trindade. Pentecostes continua sendo uma festa pascal. Há um único
ciclo litúrgico e ele é cristológico e pascal (Y. Congar).
(Pe. Leandro Manoel de Souza)
RECEBEI O ESPÍRITO SANTO
Como seria a Igreja, sem a ação do Espírito Santo? A resposta é
simples: seria uma organização humana, como qualquer outra. E a conclusão
também é simples: muito provavelmente, ela nem mais existiria na face da terra.
Contando apenas com nossas forças humanas, a Igreja seria incapaz de existir e
de cumprir sua missão.
Jesus sabia disso e, portanto, antes de se elevar ao céu,
prometeu aos apóstolos a assistência poderosa do Espírito Santo. São João, no
Evangelho de hoje, afirma até mesmo que o próprio Jesus ressuscitado já deu aos
apóstolos o Espírito Santo, para permanecer sempre com eles até o final dos
tempos e para dar eficácia à ação da Igreja. É o Espírito Santo quem dá vigor e
vitalidade à Igreja, ajuda- a a discernir sobre a verdade do Evangelho e a
perseverar na fé recebida dos apóstolos.
Estamos realizando o sínodo arquidiocesano, “caminho de
comunhão, conversão e renovação missionária” de nossa Igreja em São Paulo.
Queremos renovar a nossa Igreja em São Paulo? Isso é impossível sem a ajuda e a
ação do Espírito, pois é ele que “renova a face da terra”. Queremos uma Igreja
vivendo em comunhão, em vez de estar dividida e sem rumo? Isso é possível
somente mediante a ação do Espírito de Deus, que une o que está dividido e
disperso. Precisamos fazer uma verdadeira “conversão pastoral e missionária” em
nossa Igreja? Também isso é impensável, em a ação silenciosa e profunda do
Espirito Santo, que move os corações a se converterem e move a própria Igreja a
ser sempre mais fiel à missão recebida de Cristo.
Nesta festa de Pentecostes acolhamos de maneira renovada o dom
do Espírito Santo e sejamos atentos ao que ele nos diz: “quem tem ouvidos,
escute o que o Espírito diz à Igreja de São Paulo” (cf Ap 2). Ele nos fala de
muitos modos; pela nossa consciência, na palavra de Deus e da Igreja, na voz
das circunstâncias. Deixemo-nos conduzir por ele, pois ele nos leva a realizar
as obras boas e a viver de maneira virtuosa.
Rezemos especialmente para que o Espírito Santo desperte uma
vitalidade nova na Igreja, a fim de que seu testemunho e sua ação no mundo
frutifiquem abundantemente para a salvação da humanidade. Rezemos ao Espírito
Santo pelo sínodo de nossa Arquidiocese, para que este sínodo nos ajude a
sermos uma Igreja convertida e renovada na missão.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Comentário do Evangelho
A solenidade de Pentecostes encerra o Tempo da Páscoa.
Inaugura-se na história da humanidade um novo
tempo, o Tempo do Espírito, ou o Tempo da Igreja. Trata-se de um espaço aberto
pra o testemunho dos discípulos: “… permanecei em Jerusalém até receberdes a
força do alto, o Espírito Santo, na Judeia, na Samaria, até os confins da
terra” (At 1,8).
O adjetivo ordinal “pentecostes” designa o último
dia de uma série de cinquenta dias. O pentecostes não coincide com a festa
judia de Pentecostes (cf. At 2,1). A festa judia passou por uma evolução: de
uma festa agrícola (Ex 12,15-17; Ex 34,22; Dt 16,10), ela passou, no período
pós-exílico, a ser a festa comemorativa da Aliança no Sinai (ver: Ex 19,1).
Todo relato da descida do Espírito Santo em At
2,1-11 possui os elementos da teofania do Sinai: barulho ensurdecedor e fogo
(ver Ex 19,16). São elementos da manifestação de Deus.
O barulho enche toda a casa, como o Espírito
Santo, a todos eles (cf. vv. 2.4). E, depois de um fenômeno sonoro, um fenômeno
visual: “... línguas como de fogo” (v. 3). Que são essas “línguas de fogo”?
Simbolizam o poder de Deus que faz falar. Faz falar o quê? As maravilhas de
Deus (cf. v. 11). Não se trata de falar línguas incompreensíveis. O dom do
Espírito Santo faz com que a Igreja assuma a cultura, a língua de cada povo,
para poder chegar a cada pessoa as maravilhas de Deus, isto é, o que Deus fez
por nós e para nós em Jesus Cristo.
A solenidade de Pentecostes funda a
universalidade da missão da Igreja. Mas há continuidade entre o pentecostes
judeu e o cristão: o dom do Espírito é o dom da Lei interiorizada, quando, da
Nova Aliança, surgem o espírito novo e o coração novo de que falam os profetas
Jeremias e Ezequiel (Jr 30,23; Ez 36,26-27).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie
inteiramente, de modo a banir para longe de mim todo medo e toda insegurança
que me impedem de dar testemunho do teu Reino.
Vivendo a Palavra
Jesus soprou sobre eles. O vento é o sinal
revelador do Espírito Santo. Lembremo-nos disso quando O estivermos anunciando.
Que a nossa fala e o testemunho de vida sejam leves, fluidos, portadores
alegres da boa notícia do Reino de Deus já presente em nós, ainda que não sem
sua plenitude.
VIVENDO A PALAVRA
Jesus, o Mestre, soleniza o envio dos
discípulos. Ele, enviado pelo Pai, os envia ao mundo, fazendo-os mensageiros da
Paz. Coloquemo-nos entre esses felizes enviados e tomemos consciência da nossa
missão de pacificadores nestes tempos que precisam tanto da novidade
transformadora do Amor. A Paz esteja conosco!
Reflexão
A LIBERDADE DO ESPÍRITO
O Espírito é livre. Ninguém pode prendê-lo. Na
Bíblia, é à força de Deus. No começo de tudo, “a terra estava informe e vazia,
as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn
1,2). Como uma galinha aquecendo seus ovos debaixo das penas, o Espírito paira
sobre a fonte da vida. O Espírito gera a vida plena (cf. Jo 10,10).
No Antigo e no Novo Testamento há três símbolos
básicos do Espírito: o hálito, o fogo e a água. O hálito é exalação, emanação,
vento, respiração, alento. O fogo é luz, calor, ardor. A água purifica, lava,
fecunda, é chuva, orvalho, brisa. O Espírito, nesse sentido, evoca o dinamismo,
o bem-estar, a vida em Deus. Ele é o sopro que faz a vida brotar até de onde
parece só haver morte (cf. Ez 37,1-14). É a força vital.
O mesmo Espírito que pairava na solidão da origem
do mundo desce sobre Jesus por ocasião do seu batismo no Jordão, quando o “céu
se abre” (Lc 3,21). E depois, movido por ele (cf. Rm 8,13), Jesus realiza no
mundo o projeto do Pai, sendo fiel até o fim. No momento da cruz, quando
completa seu caminho até Jerusalém, naquela hora em que tudo é vazio, quando
tudo é dor, o seu grito ecoa confiança e não desespero: “Pai, em tuas mãos
entrego o meu espírito” (Lc 23,46).
Portanto, quem se deixa guiar pelo Espírito é
livre. Jesus é livre por excelência e, como tal, é capaz de enfrentar as
consequências de uma vida tecida pela liberdade. Mesmo no sofrimento, ele se
volta para o Pai. Fiel ao projeto salvífico, não se deixa vencer.
Todo batizado é livre, porque guiado pelo
Espírito. “Vós fostes chamados à liberdade, irmãos” (Gl 5,13), lembra-nos o
apóstolo Paulo. O batizado é livre para Deus, para o outro em Cristo.
Nada, porém, é mérito de quem age, e sim daquele que age em nós.
O que nos faz livres é o amor. O Espírito é o
amor do Pai e do Filho. Essa comunhão é que faz a liberdade cristã e guia a
comunidade na prática do amor, do direito e da justiça.
Nesta festa de Pentecostes, o Espírito reafirma
na comunidade a presença viva de Deus; o Espírito renova a face da terra.
Apesar de todos os sinais de morte e de toda a dor, há um amor maior que move o
mundo. A comunidade cristã é chamada a semear essa esperança. Pelo Espírito,
todo cristão está próximo de Deus, e seu agir revela o divino. Que o Espírito
seja nossa luz e inspiração no caminho.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Reflexão
Após
o trágico fim de Jesus, os discípulos se refugiam e, por medo, trancam as
portas do lugar em que se encontram. As portas fechadas não impediram, porém,
que o Ressuscitado se fizesse presente no meio deles. É domingo. O primeiro dia
é sempre momento de recomeçar, de deixar para trás muitas coisas e olhar
confiantes para frente. O medo indica o conflito da comunidade com a sinagoga
no tempo em que o Evangelho de João foi escrito. Ao entrar, o Ressuscitado lhes
deseja a paz, envia-os em missão, sopra sobre eles o Espírito Santo e os
convida a viver a reconciliação. A paz é o primeiro dom que Cristo ressuscitado
deseja para a comunidade. Ao serem enviados em missão, devem levar consigo a
paz e o perdão aonde forem. São constituídos pelo Vivente portadores da paz e
da reconciliação. A missão é fundamental, pois não há comunidade cristã que não
seja missionária. A solenidade de Pentecostes celebra o grande dom do Pai aos
seus: o Espírito Santo. É o mesmo sopro que deu vida ao “boneco de barro” no
início da criação da humanidade (cf. Gn 2,7). Ele cria e recria. O sopro do
Ressuscitado cria a nova comunidade dos seus seguidores. Sem esse sopro, a
comunidade é incapaz de viver a esperança, a paz e o perdão e de levar esses
valores ao mundo.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
O SOPRO DO ESPÍRITO
Foi necessário uma intervenção firme de Jesus para que os discípulos
superassem o bloqueio causado por sua morte na cruz, e assumissem, com
destemor, a missão recebida de serem portadores da Boa-Nova da salvação.
A cena evangélica apresenta Jesus ressuscitado indo ao encontro dos
discípulos, trancados numa sala, por medo dos judeus. A pressão externa, somada
à experiência traumática da cruz, levou-os ao desânimo, pondo em risco o
projeto que lhes fora confiado.
A presença do Ressuscitado, augurando-lhes paz, devolveu-lhes a
esperança. Os discípulos se alegraram ao constatarem que o Senhor estava vivo,
presente no meio deles, e contava com eles para levar adiante a missão que o
Pai lhe confiara.
Seria preciso passar por um processo de reconstrução interior, para se
capacitarem para esta missão. Por isso, o Ressuscitado “soprou sobre eles” e
lhes concedeu o Espírito Santo e o poder de perdoar, reconciliando os
pecadores com Deus.
Tal dom do Espírito fazia-se necessário para os discípulos, confrontados
com um mundo hostil. Repletos do Espírito divino, podiam, agora, sair pelo
mundo para oferecer a todos a vida eterna que Jesus concedia em abundância aos
que acreditassem nele.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir
para longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho
do teu Reino.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. RECEBEI O ESPÍRITO SANTO
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O dom do Espírito Santo foi um elemento
fundamental na experiência missionária dos primeiros cristãos. Com a ascensão
do Senhor, eles se viram às voltas com uma tarefa descomunal: levar a mensagem
do Evangelho a todo o mundo.
A missão exigiria deles inculturar a mensagem,
fazendo o Evangelho ser entendido por pessoas das mais variadas culturas.
Deveriam ser capazes de enfrentar dificuldades, perseguições e, até mesmo a
morte, por causa do nome de Jesus. Muitos problemas proviriam dos judeus, pois
a ruptura com eles seria inevitável, dada a intransigência da liderança judaica
para com a comunidade cristã que tomaria um rumo considerado inaceitável. Sem
dúvida, não faltariam problemas dentro da própria comunidade, causados por
partidarismos, falsas doutrinas e atitudes incompatíveis com a opção pelo
Reino.
Os discípulos eram demasiado fracos para, por si
mesmos, levar a cabo uma empresa tão grande. Jesus, porém, concedeu-lhes o
auxílio necessário ao comunicar-lhes o Espírito Santo. Fortalecidos pelo
Espírito, eles não se intimidaram, antes, cumpriram, com denodo, o ministério
da evangelização.
O dom de Pentecostes renova-se, cada dia, na vida
da Igreja. O Espírito, ontem como hoje, não permite que os cristãos cruzem os
braços diante do mundo a ser evangelizado.
Oração
Senhor Jesus, que eu seja cada dia revestido pela
força do Espírito Santo, que me capacita para exercer, sem descanso, minha
tarefa de evangelizador.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. RENASCIDOS NO ESPÍRITO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim – SP)
Quando se capricha na reforma de uma casa antiga, mudando
totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou como nova, a esse
respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um sapato novo era
onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava meia
sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era como se fosse
um sapato novo, e um último exemplo, um dos carros que tive foi uma Brasília,
que em certa ocasião, mandei fazer uma reforma caprichada e ao sair com ela da
oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses três casos, a
palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília,
continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito de Deus
realiza em nós, não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha
reformada, mas nele somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser
realmente novas criaturas, porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento dessa verdade, fica confuso como
Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que podia um homem, sendo já velho,
nascer de novo,e se era necessário entrar novamente no útero materno. Nas
leituras da missa da vigília, e do domingo de Pentecostes descobrimos que esse
renascimento e essa renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus.
Quando celebramos Pentecostes estamos na verdade celebrando o renascimento de
todo gênero humano, a renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e
crente desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na
Igreja, que é o Povo da Nova Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêm e
vivem segundo o Espírito, vivenciando um amor que se traduz em serviço,
impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e particular que têm exclusividade
sobre o Espírito Santo, monopolizando seus dons e carismas, o Espírito é
derramado sobre todos e não canalizado para alguns em particular como pensam
algumas correntes religiosas. Todos os textos que ilustram essa Festa de
Pentecostes, da missa da Vigília e da própria Festa, não deixam margem para
dúvidas a esse respeito. “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” –
(Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em
outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus
devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á
multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5)
Através do seu Espírito que é único, Deus se comunica com todos os homens no
pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única linguagem!
No espírito descobrimos que somos todos iguais embora queiramos
parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do Espírito, derrubaríamos por
terra todas as barreiras que nos separam e homens de todas as nações, culturas
e religiões, iriam se dar às mãos e em uma única voz cantariam um único louvor,
ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais
este ou aquele templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as
entranhas do homem. Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos
de novo e nos renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós.
“Nossos ossos estavam secos, nossa esperança havia acabado , texto que em Ezequiel
17, mostra não só a situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de
povo de Deus, mas da própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou
esperar nada de bom, mas só tem pesadelos, e neste mesmo texto vemos a
maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito para que vivais... e os
anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão” isso significa que todos,
jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e feliz realidade.
Essa possibilidade se concretizou ao anoitecer daquele dia,
quando Jesus soprou sobre a comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da
paz e o seu próprio Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma
Igreja que na força do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que
estavam fechadas e saiu em missão para anunciar a todos os homens essa verdade,
que o Espírito do Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e
mais abundante que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e
tomar consciência dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor
habita nele em Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos
da caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e
mansidão. Você já fez essa experiência? (Domingo de Pentecostes)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP
2. Ao anoitecer daquele dia...
Jesus ressuscitado soprou sobre os discípulos e disse: “Recebam
o Espírito Santo”. O Espírito, que é vento, saiu da boca de Jesus e entrou na
vida da comunidade. No dia de Pentecostes, o Espírito se manifestou de forma
mais exuberante, no vento forte, nas línguas de fogo, na linguagem compreendida
e no entusiasmo dos discípulos.
Na liturgia pedimos que o Espírito nos dê seus sete dons. Todos
eles são a presença do Espírito em nós. Sua manifestação, porém, é multiforme.
Ela se dá nos sete dons. O dom da Sabedoria nos permite saborear algo do que
Deus é. Não somos capazes de entendê-lo nem de imaginá-lo, mas podemos
experimentar o seu gosto. Deus tem o gosto do amor com que amamos os nossos
irmãos. Com a Sabedoria tomamos decisões acertadas, porque não erra quem age
por amor.
A inteligência nos leva à leitura em profundidade tanto dos
mistérios de Deus como dos sinais dos tempos. Com o dom da inteligência
deixamos de ser superficiais. Lemos a vida por dentro, buscando seu significado
mais profundo. A ciência nos torna realistas, tirando-nos do mundo das ilusões.
Esperança, sim; ilusões, não. Com a ciência conhecemos a nós mesmos, na nossa
realidade. Ultrapassando nossas limitações, encontramos a Deus no fundo de nós
mesmos. O conselho. Quem o tem diz e recebe a palavra certa na hora certa. A
língua, que é fonte de tantos desentendimentos, torna-se brisa suave que
inspira atitudes próprias do Espírito, que dobra o que é duro e guia no escuro.
A piedade é o dom facilitador de nossos relacionamentos tanto
com Deus quanto entre nós. A piedade se vê no relacionamento harmonioso com os
pais e os superiores, com os familiares e os coirmãos de uma comunidade. A
fortaleza é o dom dos fortes. Nada os perturba, nada os assusta. Eles têm a
Deus, e é o que basta para enfrentar as dificuldades da vida. Com o dom da
fortaleza descobrimos que as dificuldades existem para serem superadas.
O temor de Deus é o último dom na lista de sete e se une com o
primeiro fazendo dos sete um só dom. Não significa medo de Deus. Significa
respeito. Quem o tem, leva Deus a sério e leva a sério seus compromissos
cristãos. O temor de Deus é o início da Sabedoria.
REFLEXÕES
DE HOJE
O9 DE JUNHO-DOMINGO
VEJA
AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO
HOMILIA DIÁRIA
Continuadores da missão de Jesus pela ação do
Espírito Santo
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At
2,4).
O que aconteceu, na Igreja, no dia de hoje, são
as primícias do início da Igreja. Esta foi revestida do poder do Alto, e não se
trata de uma instituição humana nem de uma sociedade civil, mas da Igreja do
Senhor, congregada, unida sobre o poder e a ação maravilhosa do Espírito Santo
de Deus.
Hoje, todos nós cristãos do mundo inteiro
meditamos, contemplamos e nos abrimos para essa graça que se chama o
“derramamento do Espírito Santo”. Deus derrama o Seu Espírito sobre toda a face
da terra e esta abre-se para essa graça do Senhor. Nós podemos pregar,
anunciar, podemos fazer o Reino de Deus acontecer na força e no poder do
Espírito.
Louvado seja Deus, bendito e adorado seja Ele.
Glorificado seja o nome do Senhor, porque Ele nos deu Seu Espírito para que
venha trazer toda a unção do Alto. Primeiro, para proclamarmos Jesus como nosso
Senhor e Salvador, para levarmos Sua mensagem a todos os cantos e a todos os
lares sob a ação do Paráclito.
Esse Espírito cura-nos, liberta, restaura e
transforma-nos. Ele realiza uma obra nova em nós e nos dá gosto pelas coisas de
Deus, pelas palavras d’Ele.
Esse Espírito nos ajuda a vencer e enfrentar as
contrariedades da vida, porque, nem sempre, o vento é favorável, nem sempre ele
vem em nosso favor. Quem nos dá a graça de sermos vitoriosos é o Espírito de
Deus, é Ele quem nos dá o Seu penhor, a Sua verdadeira parrésia, que precisamos
para ser ousados na vivência da fé.
Que eu e você sejamos revigorados por essa força
do alto chamada Espírito Santo, um Pentecostes na vida de cada um de nós,
um novo Pentecostes no coração da Igreja.
Deus abençoe você.
Oração Final
Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus
fieis e acende neles o fogo do teu Amor. Envia, Pai, o teu Espírito, e tudo
será criado. E assim renovarás a face da terra.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos conscientes da nossa Missão
de Igreja. O teu Espírito, que nos envias amorosamente, fortaleça-nos e nos
inspire palavras e gestos de sabedoria para anunciarmos aos companheiros do
Caminho o teu Reinado de Amor já presente aqui e agora, ainda que não em
plenitude. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito
Santo.