sábado, 31 de maio de 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/06/2014

1 de Junho de 2014

ANO A


Mt 28,16-20

Comentário do Evangelho

A ascensão de Jesus é nossa vitória.

Na oração da coleta deste dia, rezamos: “Ó Deus, a ascensão do Vosso Filho já é nossa vitória”. Celebramos a vitória de Jesus Cristo sobre o mal e todas as suas manifestações e sobre a morte. Dessa vitória todos somos herdeiros, pelos méritos de Cristo. Essa vitória de Cristo nos faz compreender que o mal e a morte não têm mais poder, eles foram vencidos pelo Senhor ressuscitado dentre os mortos.
O texto dos Atos dos apóstolos de hoje é importante para compreender a mensagem da ascensão do Senhor. Ao longo de quarenta dias, depois da ressurreição, o Senhor aparecia aos discípulos e os instruía pelo Espírito Santo. O Senhor continua a estar presente e a falar com os seus, mas agora não de viva voz e em carne e osso, podemos dizer, mas pelo Espírito Santo. O Espírito Santo torna o Cristo presente aos seus discípulos e atual as suas palavras. Agora, é através do Espírito Santo que o Senhor continua a revelar o desígnio salvífico de Deus. O relato da ascensão não se oferece ao nosso olhar; trata-se de uma profissão de fé: ressuscitado dos mortos, Jesus Cristo foi elevado ao céu onde está sentado à direita do Pai. O relato tem por finalidade ser um apoio para a intelecção da fé e o aprofundamento do mistério da ressurreição. O passivo divino usado para dizer da elevação de Jesus (vv. 9.11) indica que é o Pai quem o elevou. A nuvem que envolve o Ressuscitado (v. 9) é para a tradição bíblica símbolo da presença de Deus que acompanha o seu povo (cf. Ex 13,22). A nuvem que envolve o Senhor é um modo de dizer que Jesus ressuscitado entra no mistério de Deus, no que é seu, antes da criação do mundo. Os dois mensageiros celestes são um apoio para compreender que, agora, com seu corpo glorioso, o Senhor não é encontrado no alto, mas na nossa própria humanidade, em todos os lugares e situações, no cotidiano da existência humana. É pela fé que vemos e encontramos o Senhor, em meio às vicissitudes da história. Pela fé a elevação de Jesus Cristo não é sentida como ausência, mas como uma forma de presença.
O evangelho deste domingo nos diz que é o Ressuscitado que está na origem da universalidade da missão da Igreja. A presença permanente do Senhor é o sustento dessa missão.
Oração
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.

Vivendo a Palavra

E assim a Palavra – Verbo de Deus feito carne em Jesus de Nazaré – continua presente no mundo, na carne dos seus discípulos missionários, encarregados pelo Mestre de fazer com que todos os povos sigam o seu Caminho. Oxalá nossos nomes estejam contados entre esses felizes discípulos!

Recadinho


Como temos vivido nossa vocação missionária? - Como vive sua fé? De modo indiferente, apático, tranquilo, acomodado, atuante? - De que modo Cristo está com você? - Você ensina? Como? - É fácil testemunhar a fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

A MISSÃO UNIVERSAL

A Ascensão descortinou para os apóstolos um vasto campo de missão que abrangia o mundo inteiro e toda a humanidade. Uma vez concluída a caminhada terrena do Messias, urgia levar adiante esta missão, para que todos pudessem beneficiar-se da salvação realizada por ele.
Enviados pelo poder que Jesus recebeu do Pai, os apóstolos deveriam partir, dispostos a caminhar por todas as estradas do mundo, e a anunciar a Boa-Nova da salvação a quantos encontrassem. Ninguém podia ser deixado de lado, pois a salvação é um direito de todos.
O sinal de adesão a Jesus dar-se-ia no batismo feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Seria a forma de vincular toda a humanidade com o Pai, por meio de Jesus, na força do Espírito Santo. Desta comunhão de amor deveria surgir uma humanidade nova, fundada na filiação divina e na fraternidade.
Os apóstolos tinham como tarefa levar os novos discípulos a pautar suas vidas pelos ensinamentos do Mestre. Nada de novas doutrinas! Bastaria ensinar os batizados a observar tudo quanto Jesus lhes havia ensinado: nada mais do que amar a Deus e ao próximo, como fora explicitado no Sermão da Montanha.
Uma certeza deveria animar os apóstolos: o Ressuscitado estaria para sempre junto deles, incentivando-os a serem fiéis à missão. Portanto, nada de se deixarem abater pela grandiosidade e pelas exigências da tarefa recebida.
Oração
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso filho, já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA 01 DE JUNHO – DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
1º de junho – ASCENSÃO DO SENHOR
Por Pe. Johan Konings, sj

I. INTRODUÇÃO GERAL

Quarenta dias depois da Páscoa, a Igreja celebra a Ascensão do Senhor. Na realidade, o que se celebra hoje é bem mais do que uma aparição na qual Jesus é elevado ao céu. É toda a realidade de sua glorificação que celebramos, aquilo que os primeiros cristãos chamaram de “estar sentado à direita do Pai”. Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração. Por isso, não precisamos preocupar-nos em “harmonizar” a ascensão segundo At 1,1-11, em Jerusalém (I leitura), com a de Mt 28,16-20, na Galileia (evangelho). Pode tratar-se de duas aparições, dois acontecimentos diferentes, que têm o mesmo sentido: Jesus, depois de sua ressurreição, não veio retomar sua atividade de antes na terra (cf. sua advertência a Maria Madalena em Jo 20,17) nem implantar um reino político de Deus no mundo, como muitos achavam que ele deveria ter feito (cf. At 1,6). Não. Jesus realiza-se agora em outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa para nós (“Sede as minhas testemunhas… até os confins da terra” [At 1,8]), e nós é que devemos reinventá-la a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais “carnal”, mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito (At 1,8; Mt 16,20; cf. Jo 14,15-20, evangelho do domingo passado).

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (At 1,1-11)
A primeira leitura narra a ascensão de Jesus e a missão dos apóstolos segundo o livro dos Atos dos Apóstolos. Os dias entre a Páscoa e a ascensão formam “o retiro de preparação para o desabrochar da Igreja”: 40 dias, como os 40 dias de Moisés e de Elias no Horeb, como os 40 anos de Israel no deserto. Nesses dias, Jesus deu as últimas instruções aos seus: a promessa do Espírito e a missão de evangelizar. Os discípulos não devem ficar olhando o céu, mas deverão levar a mensagem de Jesus ao mundo inteiro, “até os confins da terra” (At 1,8), e para isso receberão a força do Espírito. Até o Senhor voltar, sua Igreja será missionária.

2. II leitura (Ef 1,17-23)
Na exaltação do Cristo, revela-se a força de Deus. A carta aos Efésios se inicia com um hino de louvor (vv. 2-10), seguido por um enunciado sobre o plano da salvação (vv. 11-14) e uma súplica pelos fiéis (vv. 15-19), que se expande numa proclamação dos grandes feitos de Deus em Cristo (vv. 20-23). Essa súplica e contemplação constituem a leitura de hoje. Deus ressuscitou Jesus e o fez cabeça da Igreja e do universo. A Igreja é seu “corpo”, ela o torna presente no mundo, ela é a presença atuante de Cristo no mundo. Celebrando a glorificação do Cristo, tomamos consciência de nossa própria vocação à glória. Também a oração do dia e os prefácios próprios falam nesse sentido.
Nestes tempos de “diminuição” da Igreja, podemos encontrar nessa leitura uma perspectiva maior e um ânimo mais firme. Cristo se completa em sua Igreja, e esta encontra no Senhor ressuscitado e glorioso a sua firmeza. Não há por que ficarmos medrosos e desanimados.

3. Evangelho (Mt 28,16-20)
O evangelho é o final do Evangelho de Mateus. Traz as últimas palavras do Senhor ressuscitado: a despedida de Jesus e a missão dos apóstolos. Tudo isso à luz da compreensão que Mateus tem do evangelho. No início do evangelho, Jesus é entendido como aquele que realiza o sentido pleno da profecia do “Emanuel”, Deus-conosco (Mt 1,23). Depois, Mt 4,15-16 ressaltou que a atuação desse “Emanuel” se iniciou na “Galileia dos gentios”, primeiro destinatário da mensagem da salvação, realizando assim o sentido pleno de Is 8,23-9,1. Mas, durante sua missão terrestre, Jesus se restringiu a ovelhas perdidas de Israel (Mt 10,5-6). Agora, na cena final (28,16-20), o Senhor glorioso transcende os limites de Israel. Suas palavras finais significam o universalismo da missão dos apóstolos e da expansão da Igreja. Todos os povos serão discípulos de Cristo (assinalados pelo batismo). O fim do Evangelho de Mateus revela o sentido universal de todo o ensinamento nele consignado (cf. sobretudo o Sermão da Montanha, Mt 5-7).
Assim, ao celebrarmos a entrada de Jesus na glória, não celebramos uma despedida, mas um novo modo de presença; celebramos que ele é, realmente, o Emanuel, o Deus-conosco, para sempre e para todos (Mt 28,20). Esse novo modo de presença é um aperitivo da realidade final: assim como ele entra na sua glória, isto é, como Senhor glorioso, assim ele voltará, para concluir o curso da história (cf. At 1,11). Pouco importa como a gente imagina isso, o sentido é que, desde já, Jesus é o Senhor do universo e da história (cf. o salmo responsorial, Sl 47[46]) e nós, obedientes a sua palavra, colaboramos com o sentido definitivo que ele estabelece e há de julgar.

III. DICAS PARA REFLEXÃO: O senhorio de Jesus e a evangelização

Temos o costume de considerar a ascensão de Jesus (como também a ressurreição) principalmente como um milagre. Mas o sentido principal desse fato é o que exprimem os termos “exaltação” ou “enaltecimento”, a entronização de Jesus na glória de Deus. Esses termos, evidentemente figurativos, significam o seguinte. Os donos deste mundo haviam jogado Jesus lá embaixo (se não fosse José de Arimateia a sepultá-lo, seu corpo teria terminado na vala comum…). Mas Deus o colocou lá em cima, “à sua direita”. Deu-lhe o “poder” sobre o universo não só como “Filho do homem”, no fim dos tempos (cf. Mc 14,62), mas, desde já, por meio da missão universal daqueles que na fé aderem a ele. E nós participamos desse poder, pois Cristo não é completo sem o seu “corpo”, que é a Igreja, como nos ensina a II leitura.
Com a ascensão de Jesus, começa o tempo para anunciá-lo como Senhor de todos os povos. Mas não um senhor ditador! Seu “poder” não é o dos que se apresentam como donos do mundo. Jesus é o Senhor que se tornou servo e deseja que todos, como discípulos, o imitem nisso. Mandou que os apóstolos fizessem de todos os povos discípulos seus (evangelho). Nessa missão, ele está sempre conosco, até o fim dos tempos.
O testemunho cristão, que Jesus nos encomenda, não é triunfalista. É fruto da serena convicção de que, apesar de sua rejeição e morte infame, “Jesus estava certo”. Essa convicção se reflete em nossas atitudes e ações, especialmente na caridade. Assim, na serenidade de nossa fé e na vivência radical da caridade, damos um testemunho implícito. Mas é indispensável o testemunhoexplícito, para orientar o mundo àquele que é a fonte de nossa prática, o “Senhor” Jesus.
A ideia do testemunho levou a Igreja a fazer da festa da Ascensão o dia dos meios de comunicação social – a “mídia”: imprensa, rádio, televisão, internet. Para uma espiritualidade “ativa”, a comunidade eclesial deve se tornar presente na mídia. Como é possível que num país tão “católico” como o nosso haja tão pouco espírito cristão na mídia e tanto sensacionalismo, consumismo e até militância maliciosa em favor da opressão e da injustiça?
Ao mesmo tempo, para a espiritualidade mais “contemplativa”, o dia de hoje enseja um aprofundamento da consciência do “senhorio” de Cristo. Deus elevou Jesus acima de todas as criaturas, mostrando que ele venceu o mal mediante sua morte por amor e dando-lhe o poder universal sobre a humanidade e a história. Por isso, a Igreja recebe a missão de fazer de todas as pessoas discípulos de Jesus.
Uma ideia que permeia a liturgia deste dia (como de todo o tempo pascal) e se exprime na oração sobre as oferendas e na oração depois da comunhão é que o cristão deve viver com a mente no céu, comungando na realidade da glorificação do Cristo. Essa participação é novo modo de presença junto ao mundo; não uma alienação, mas, antes, o exercício do senhorio escatológico sobre este mundo. Viver com a mente junto ao Senhor glorioso não nos dispensa de estar com os dois pés no chão; significa encarnar, neste chão, aquele sentido da história e da existência que em Cristo foi coroado de glória.
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e mestre em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina. Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Dedica-se principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo Testamento (tradução), evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica bíblica. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A-B-C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje; Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da “Fonte Q”.
01 de junho – Ascensão do Senhor
COMUNICAÇÃO COMO AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO
Entre os muitos refrãos da atualidade, repete-se à exaustão que vivemos a melhor das fases no que se refere à comunicação e seus aparatos técnicos. Isso é bom e até verdadeiro. Ocorre que também convém desconfiar dos exageros ou de certo endeusamento de tudo o que cheira tecnologia da comunicação, como se os meios por si só tivessem poderes mágicos.
A comunicação humana é, em primeiro plano, a busca do outro. Comunicar é buscar construir e manter vínculos. Quem comunica partilha algo com o outro, num processo recíproco. Não deveria haver soberania do emissor e passividade do receptor. Deveria haver trocas. A comunicação se dá quando emissor e receptor se sentem como iguais. Comunicar é coabitar, de modo que não há comunicação sem o respeito ao outro. Não há comunicação no isolamento.
A mensagem do papa Francisco para este dia das comunicações sociais nos convida a uma autêntica cultura do encontro. Ele ressalta a importância dos meios de comunicação e exorta: “Neste mundo, os meios de comunicação podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos”.
Sabe-se que, em menos de cem anos, foram inventados e democratizados o telefone, o rádio, a imprensa, o cinema, a televisão, o computador, as redes. Tudo isso reduziu as condições de trocas e de relação. Reduziu, sobretudo, as distâncias, confirmando a chamada aldeia global (McLuhan).
O papa, porém, critica as formas de exclusões e divisões causadas num tempo em que os meios deveriam incluir e unir: “Dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas econômicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas”.
O desafio é aliar ferramentas a valores sempre mais democráticos e humanizadores. Não se trata de condenar nem endeusar a técnica, mas agregá-la na construção de um mundo de paz, sem exploração, tirania, violência nem mentiras. Que de nossa parte a “comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria”, ensina o papa.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, SSP
1º de junho: Ascensão do Senhor
COMUNICAÇÃO DE JESUS COM OS SEUS
Cristo ressuscitado se comunica com os seus para se despedir. Mas antes lhes confia a tarefa de continuar a missão por ele iniciada, garantindo-lhes sua presença. Missão universal sem limites étnicos, geográficos e temporais. Com a despedida de Jesus, sem se ausentar da comunidade, inicia-se a missão da Igreja, a mesma do Mestre.
“Estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” – essa é a certeza que Jesus nos deixa no evangelho de hoje. Portanto, não estamos sós nem abandonados à própria sorte; nada de desânimo ou de sensação de derrota, mesmo em momentos de dúvidas ou de crise.
A missão da Igreja é “fazer discípulos de Jesus”. Não se trata de proselitismo; significa, antes de tudo, ensinar a “viver como Jesus viveu, amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou”. Em outras palavras, significa conhecer sua mensagem, comprometer-se com seu projeto e se solidarizar com os empobrecidos e esquecidos da sociedade.
É nesse clima de comunhão e comunicação que a Igreja criou o dia mundial das comunicações sociais. O tema deste ano é: “Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”. A cultura do encontro é um assunto recorrente no magistério do papa Francisco. Com a palavra, o próprio papa: “Esta é uma proposta: cultura da vizinhança. O isolamento e o fechamento em si mesmos ou nos próprios interesses nunca são o caminho para voltar a dar esperança e operar uma renovação, mas é a proximidade, a cultura do encontro. O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do conflito, não; cultura do encontro, sim. (…) Esta cultura do diálogo (…) não nivela indiscriminadamente diferenças e pluralismos. Isso significa compreender e valorizar as riquezas do outro, considerando-o não com indiferença ou temor, mas como fator de crescimento. As dinâmicas que regulam as relações entre pessoas, grupos e nações não são muitas vezes de proximidade, de encontro, mas de conflito”.
Pe. Nilo Luza, SSP

Domingo da Ascensão do Senhor - 01 de Junho de 2014



’ESTAREI CONVOSCO TODOS OS DIAS, ATÉ O FIM DOS TEMPOS’’.


Primeira Leitura: Atos 1,1-11;
Salmo 46 (47), 2-3.6-7.8-9 (R/.6);
Segunda Leitura: Efésios 1,17-23;
Evangelho: Mateus 28,16-20.

Situando-nos brevemente
Celebramos a Ascensão do Senhor Jesus. ‘’No dia de hoje, (...) o Senhor subiu ao Céu. Não O vimos, mas acreditamo-lO. Os que O viram anunciaram-nO do sono. Por isso o dia de hoje é celebrado em toda terra’’. (...) ‘’Nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao Céu; suba com ele nosso coração. Tal como Ele subiu sem se afastar de nós, assim também nós estamos já ali com Ele, apesar de não se ter realizado ainda no nosso corpo o que nos foi prometido’’.
Ele foi elevado aos céus por entre aclamações. O Pai o associou definitivamente à sua vida, ao seu poder sobre as pessoas e sobre o mundo. Com Ele, por Ele e n’Ele, agradecemos a Deus pela elevação de todas as pessoas e do universo. São Leão Magno escreve: ’’A ascensão do Cristo é a nossa ascensão; já que o Corpo é convidado a elevar-se até a glória em que precedeu a cabeça, vamos cantar nossa alegria, expandir em ação de graças todo o nosso júbilo. Hoje, não apenas conquistamos o paraíso, mas, no Cristo, penetramos no mais alto céu’’.
Prossigamos nosso itinerário de fé nesta certeza: Ele estará conosco todos os dias, até o fim dos tempos. Enquanto aguardamos sua vinda final, na força do seu Espírito, assumimos nossa missão, começando da Galileia.

Recordando a Palavra
A leitura do evangelho de Mateus narra a parte final da obra deste evangelista. Está  situada na ‘’Galileia das nações’’, uma região estratégica que facilitava o acesso de povos diversos e também a dominação, como os assírios no passado (cf. 2Rs 15,29). Na Galileia, Jesus manifestou a presença do Reino de Deus, aliviando o sofrimento das pessoas, acolhendo os mais esquecidos, reunindo à sua volta um grupo de discípulos novamente na Galileia, lugar do encontro com Jesus ressuscitado, é confirmado na manhã da Páscoa (cf. 28,7. 10). Jesus permanece vivo na Galileia por meio da ação solidária dos discípulos e discípulas.
A montanha remete ao anúncio das bem-aventuranças, ao programa de libertação (cf. cap. 5-7), à revelação de Jesus Cristo na transfiguração (cf. 17,1-9). A comunidade dos discípulos e discípulas, à luz do ministério pascal, iluminada pela palavra, reconhece Jesus como o Kyrios, o Senhor do céu e da terra que conduz a história. A presença do Ressuscitado é reconhecida de modo especial na oração, na celebração da comunidade: ‘’Quando o viram, prostraram-se’’ (28,17). A contemplação, a experiência de comunhão com o Senhor alimenta a vida e o testemunho de fé. Alguns tinham dúvidas, ainda não haviam feito a experiência do encontro pessoal com o Ressuscitado.
O Ressuscitado se aproxima dos discípulos com a força do Pai amoroso, para infundir confiança e sustentar o caminho da fé. Os discípulos são enviados a evangelizar em nome de Jesus; ‘’Ide, pois fazer discípulos entre todas as nações batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado’’ (28,19-20). A mensagem do Ressuscitado é universal, destina-se a todos os povos. O anúncio aos gentios, indicado de modo especial em 2,1-12, realiza-se agora plenamente. Toda a comunidade recebe a ordem de fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar os ensinamentos deixados por Jesus de Nazaré.
O objetivo essencial da missão é fazer discípulos de Jesus. O ensino e o Batismo estão direcionados para a formação de discípulos, para conduzir as pessoas ao encontro com o  Ressuscitado. O Batismo expressa a adesão a Jesus, a sintonia com sua mensagem. É o caminho da vida nova, que proporciona a nova relação de comunhão com o Pai, através do Filho e do Espírito Santo. A força do Ressuscitado sustenta a missão dos discípulos, assegurando a continuidade de seu projeto libertador: ‘’Estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos’’ (28,20). Jesus é o Emanuel, o Deus conosco (1,23; cf. Is 7,14), que guia o caminho de seus seguidores até o cumprimento de toda justiça (cf. 3,15), missão confiada pelo Pai em seu Batismo.
A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos descreve a missão das comunidades cristãs primitivas, centrada na vida, morte salvífica e ressurreição de Jesus, assim como na esperança de sua vinda gloriosa. O Espírito do Ressuscitado, que havia sido prometido (cf.Jo 14,16-17.26; 16,4b-15), renova e confirma os discípulos como continuadores do ministério de Jesus. Os quarenta dias caracterizam o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado, de preparação para a ação evangelizadora. Os quarenta dias remetem à experiência de Moisés no Horeb (cf. Ex 34,28); à de Elias (cf. 1Rs 19,8); à de Israel no deserto (cf. Dt 8,2).
O Cristo é glorificado junto ao Pai, após ter passado a vida a serviço do reino, fazendo o bem às pessoas necessitadas. A nuvem, símbolo da presença divina (cf. Ex 13,21-22; 14 19.24; 24,15-18; 40,34-38), acentua que Jesus não abandona os discípulos, continua iluminando sua caminhada. O olhar da fé e a esperança na vinda gloriosa de cristo devem manter a comunidade fiel no serviço ao reino de Deus. Os dois homens vestidos de branco remetem à experiência da ressurreição, da vida nova em Cristo (cf. Lc 24,1-12). Conduzidos pela ação do Espírito Santo, os discípulos testemunham e anunciam a Boa-Nova de Jesus ressuscitado em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até os confins da terra.
O salmo 46(47) celebra a exaltação, a realeza universal de Deus diante dos povos. Deus Pai é aclamado com alegria e júbilo, pois conduz os povos conforme seu desígnio salvífico de amor. Cristo, que ascende vitorioso do abismo da morte e entra na glória do Pai, é reconhecido no céu e na terra e professado com fé por toda língua como Senhor (cf. Fl 2,5-11). Conduzidos pela ação do Espírito Santo, os discípulos testemunham e anunciam a Boa-Nova de Jesus ressuscitado em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até os confins da terra.
O salmo 46(47) celebra a exaltação, a realeza universal de Deus diante dos povos. Deus é aclamado com alegria e júbilo, pois conduz os povos conforme seu desígnio salvífico de amor. Cristo, que acende vitorioso do abismo da morte e entra na glória do Pai, é reconhecido no céu e na terra e professado com fé por toda língua como Senhor (cf. Fl 2,5-11).
A segunda leitura da carta aos Efésios está situada após um hino de louvor (1,3-10), seguido de um enunciado sobre o plano da salvação (1,11-14). Começa com uma prece confiante ao Pai, suplicando a sabedoria para conhecermos “a esperança à qual ele nos chama”( 1,18). Deus revelou seu amor em Cristo “ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus” (1,20). A esperança da comunhão plena na glória do Pai impele a percorrer o caminho de Jesus, no serviço e no amor solidário.
Cristo, servidor de todos até a morte na cruz, foi exaltado por Deus como Senhor do universo e da história, cabeça da Igreja, que é chamada a ser presença atuante de Cristo no mundo, através do testemunho de comunhão e de solidariedade. Como membros, alimentados na vida de Cristo, que realizou o projeto salvífico em favor da humanidade, os cristãos são continuadores da missão libertadora em favor da vida plena de todos os povos.

Atualizando a Palavra
A glorificação de Cristo junto ao Pai plenifica seu caminho percorrido no amor até a entrega total da vida. A esperança de vida plena em Deus leva a seguir os passos de Jesus, suas palavras, seus ensinamentos.
Iluminada pela Páscoa de Jesus, as comunidades cristãs primitivas cumprem a missão de “fazer discípulos entre todas as nações”. A confiança na presença de Jesus ressuscitado na vida e na história sustentou a caminhada das comunidades cristãs, as ajudando a superar as dificuldades. Como os discípulos, conduzidos pela força do Espírito do Ressuscitado, somos chamados a anunciar o evangelho, que rompe as fronteiras e estabelece a comunhão fraterna entre os povos.
O Papa Leão Magno afirma que “os santos apóstolos, apesar dos milagres contemplados e dos ensinamentos recebidos, ainda se atemorizavam perante as atrocidades da paixão do Senhor e hesitavam ante a notícia de sua ressurreição. Porém, com a ascensão do Senhor progrediram tanto que tudo quanto antes era motivo de temor, se converteu em motivo de alegria. Toda a contemplação do seu espírito se concentrava na divindade daquele que estava sentado à direita do Pai; agora, sem a presença visível do seu corpo, podiam compreender claramente, com os olhos do espírito, que aquele que ao descer a terra não tinha deixado o Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu”.
O Papa Francisco afirma que Jesus ao dizer: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” nos chama a ser discípulos em missão. “O Senhor nos diz: “Ide, sem medo para servir”. Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. Nasce da força do amor, do fato de que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e se deu por inteiro. Ele deu sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de deus, (...) Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O evangelho é para todos, e não apenas par alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante e mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.
De forma especial, queria que o mandato de Cristo – “Ide- ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama:”Ai de mim se eu não pregar o evangelho!”(1Cor 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora esse anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam!
‘Sem medo’. Jeremias, quando foi chamado por Deus para ser profeta disse ao Senhor: ‘Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo’. Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias; “Não tenhas medo (...), pois estou contigo para defender-te’ (Jr 1,8). Deus está conosco! ‘Não tenham medo’! Quando vamos anunciar cristo, ele mesmo vai à nossa frente e nos guia.  Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: “Eu estou com vocês todos os dias’ (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus nunca deixa ninguém sozinho! Sempre nos acompanha! Além disso, Jesus não disse: ‘Vai’, mas ‘Ide’: somos enviados em grupo. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para vivessem isolados; chamou-lhes para que formasse um grupo, uma comunidade. Sigam em frente e não tenham medo!
‘Para servir’. A vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço. Paulo, para anunciar Jesus ‘fez-se escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível’(1Cor 9,19). Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.
Ide, sem medo, para servir. Seguindo essas palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu evangelho. Quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de ' extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar' (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmos, da intolerância e do ódio,; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.
Neste dia dedicado aos meios de comunicação social, somos impelidos a anunciar a Boa-Nova de Cristo “até os confins da terra”, utilizando a mídia como instrumento eficaz de evangelização. “A missão de anunciar a palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Cristo, em conseqüência do seu batismo. Nenhuma pessoa que crê em Cristo pode sentir-se alheia a esta responsabilidade que deriva do fato de ela pertencer sacramentalmente ao corpo de Cristo. Toda a Igreja, enquanto mistério de comunhão, é necessária e cada um, no seu próprio estado de vida, é chamado a dar uma contribuição incisiva para o anúncio cristão” (Verbum Domini,94).

Ligando a Palavra com a ação eucarística.
Celebrando hoje a Ascensão do Senhor, agradecemos a Jesus, pois Ele, vencendo o pecado e a morte, subiu ante os anjos maravilhados, ao mais alto dos céus. Ele tornou-se nosso mediador diante de Deus. Ele subiu aos céus, não para se afastar de nossa humildade, mas para nos dar a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade (cf. Prefácio I).
Na celebração dominical, fazemos experiência sacramental do Ressuscitado que se revela a nós por meio de gestos e palavras. Experimentamos agora uma nova forma de presença no meio de nós. Ele é o Deus conosco, não é um Deus distante, mesmo habitando em luz inacessível. Por isso, tantas vezes repetimos na liturgia: “Ele está no meio de nós”.
Juntos, professamos nossa fé em todo o seu mistério e, ao recitarmos o “creio”, firmamos nossa convicção de que a glorificação do Senhor é e será também a nossa glória.
Nesta semana de oração pela unidade das Igrejas cristãs, invoquemos o Espírito de Deus para que habite em nós e seja nosso sustento na missão que recebemos do próprio Ressuscitado.

Sugestões para a celebração
·Cuidar do espaço para que seja expressão da Páscoa do Senhor, destacando o círio pascal, a fonte batismal, a mesa da Palavra e a mesa da eucarística
·no início da Semana de Oração pela Unidade, convidar pessoas de outras Igrejas para participar da procissão de abertura. Cada membro leva uma vela acesa que será colocada num lugar previamente preparado.
·A profissão de fé pode ser feita com a versão ecumênica cantada do “Credo Apostólico”, aprovada pelo CONIC (Conselho Nacional de Igrejas cristãs).
·O Pai-nosso poderá ser cantado na versão ecumênica.
·Incentivar a comunidade a fazer a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
·Dar destaque ao envio em missão, utilizando a bênção solene para a Ascensão, conforme o Missal Romano.
·O cantos sejam preparados com antecedência, prevendo ensaios. O Hinário
Litúrgico da CNBB possui ótimas sugestões. As melodias estão gravadas no CD Liturgia XVI – Páscoa – Ano A.
·Promover a celebração da Vigília de Pentecostes, no próximo sábado.

Fonte: Eis a Luz de Cristo! -  Roteiros Homiléticos  para o Tríduo Pascal e Tempo Pascal l– CNBB 2014 - Ano A




Ascenção do Senhor Jesus - Liturgia de 01.06.2014
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A Voz do Pastor - Ascensão do Senhor -- Domingo 01/06/2014

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Reflexão
Ascensão do Senhor
Celebrar a Ascensão de Jesus é celebrar seu modo novo de estar conosco, do Emanuel, Deus Conosco, manifestar-se em nosso meio.
Certamente esse modo novo do Senhor se manifestar entre os homens passa pela Comunidade, por suas atitudes que dão continuidade á missão do Senhor e que asseguram a continuidade da construção do Reino de Justiça e de Paz.
O Livro dos Atos dos Apóstolos, do qual é tirada a primeira leitura da solenidade de hoje, nos mostra Jesus dizendo aos seus discípulos que eles receberão o Espírito Santo e que Este os tornará suas testemunhas no mundo inteiro.
O Espírito que os discípulos receberão é o mesmo que esteve presente em Jesus. Os anjos que aparecem após a “subida” de Jesus ao Céu dizem aos discípulos para não ficarem de braços cruzados, mas agirem, isto é, continuarem a missão do Senhor. Os anjos dizem aos discípulos que Jesus vai voltar. Isso nos recorda a parábola contada pelo Senhor em que o patrão quando volta de viagem quer saber de seus servos o que fizeram, qual o produto do trabalho. Os anjos nos recordam a necessidade de deixar de ficar olhando para o céu e colocar mãos à obra, trabalhar!
O Evangelho de Mateus nos fala que o poder que Jesus recebeu do Pai e foi plenificado após sua ressurreição, é dado à Comunidade para que “Vá e faça discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que lhes ordenei!”
Batismo e catequese! Batismo é a consagração, a configuração a Jesus Cristo, o Ungido e a Catequese é a implementação da Justiça. Logo, deveremos levar as pessoas a se configurarem ao Homem Novo, de acordo com o desejo do Pai e, depois, após conscientizá-los, levá-los a praticar a justiça e as bem-aventuranças. E Mateus termina citando a certeza da presença eterna de Jesus ao nosso lado: “ Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo!”
A Ascensão de Jesus é a transformação da presença do Emanuel, do Deus Conosco. Sua presença é manifestada não através de uma figura visível, a de Jesus, mas através da ação libertadora praticada pelos membros da Comunidade.
Quando chegar o final dos tempos, a Parusia, veremos a “re-velação” do Senhor. Veremos que atrás de cada atitude cristã estava o Redentor – Cristo, o Autor de todo ato de bondade – o Pai, e nos inspirando, o Espírito de Amor.
Fonte Pe. César Augusto dos Santos SJ - Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)


HOMILIA
UNIDOS NA TRINDADE SANTA Mt 28,16-20
A festa de hoje é um convite a mergulhar no imenso mistério da vida íntima do próprio Deus e a louvar a grandeza do seu amor: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
Deus revela-nos o mistério da sua vida quando, para nos fazer participar da sua própria vida, nos envia o seu Filho à Terra, e o Filho – consumada a obra da Redenção – nos envia do Pai o Espírito Santo.
A Igreja – fundada por Deus à imagem da SSª Trindade – é também um mistério de comunhão na unidade, a que jamais pode renunciar.
Ora, pois bem! Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras dirigidas aos seus discípulos de irmão para irmão, de amigo para amigo. São palavras de vida que seduzem e conquistam. Os discípulos são enviados de modo a eles próprios fazerem novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na observância de sua palavra e na adesão à vontade do Pai. Agora, os discípulos são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Jesus ao afirmar: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, torna muito bem claro que Ele não é somente o Filho de Deus, como algumas pessoas acreditam, mas sim, o próprio Deus descido do Céu, consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza que o Pai, com os mesmos poderes do Pai, porque quem o viu, viu o Pai. Ele está repetindo o discurso que havia feito antes através do evangelista João: Eu e o Pai somos um!
Ao enviar ordenadamente os seus discípulos: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele está nos confirmando que Deus é uno e trino, pois é composto de três pessoas distintas, muito embora não entendamos isso com a nossa razão nem com a nossa inteligência, mas sim com os olhos da fé. Não se trata de um dogma inventado pelos papas e bispos, mas sim, uma realidade anunciada pelo próprio Deus na pessoa de seu filho amado. A Santíssima Trindade, assim como a existência da nossa alma invisível, é um grande desafio para a nossa fé, pois tais verdades anunciadas por Jesus, só podem ser detectadas, repito, pelos olhos da nossa fé.
Quando Jesus nos garante: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. É para a gente confiar mesmo, ter coragem e a decisão inabalável de continuar o nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, através do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos. Isto porque não somos concorrentes uns dos outros, mas sim, somos multiplicadores de muitos outros cristãos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Vejam que os discípulos são enviados de modo que eles próprios vão fazer novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, nem tampouco nenhuma obrigação de aceitar, também não há nenhum processo de seleção, porque todos, sem distinção, são chamados ao seguimento de Jesus, para ouvir a sua palavra, e colocá-la em prática, e através da observância de sua lei e na adesão à vontade do Pai, todos sejam salvos. A missão de Jesus começou com o seu batismo no Rio Jordão.
No Evangelho de hoje, Jesus me envia e te envia como discípulos para evangelizar e batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não ofereça resistência à sua voz. Responda sim ao seu chamado e vai unido, unida à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Fonte Canção Nova
HOMILIA
Nossa missão é formar discípulos dispostos a servir a Deus
Nós somos batizados na autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; somos mandados ao mundo para servir a Deus e para formar outros discípulos.
“Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta” (Salmo 46).


O Salmo 46 da liturgia de hoje nos aponta o significado da festa que nós celebramos: a Ascensão do Senhor aos Céus, um acontecimento glorioso, magnífico, é a glorificação do Cristo Nosso Deus por toda a Sua vida aqui na Terra. Ele, agora, depois de quarenta dias no meio de nós [após Sua Ressurreição], sobe à presença dos anjos e é glorificado por Deus no céu e está à direita do Pai, ao lado do qual Ele cuida de nós, conduz Sua Igreja e Seus discípulos. E, antes da Sua Ascensão aos Céus, o Senhor nos dá algumas recomendações a nós que somos discípulos d’Ele:
“Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28, 20).
Começo pela última parte dessa passagem bíblica, com a certeza de que o Senhor está conosco todos os dias, de que nós não estamos sozinhos, não somos órfãos, nós não fomos abandonados; pelo contrário, a presença amorosa de Deus se faz presente em nós. Jesus está entre nós pela Sua Palavra, a Palavra viva de Deus é a presença d’Ele entre nós. Jesus está entre nós na Eucaristia, é Seu Corpo e Seu Sangue. Jesus está entre nós quando nos reunimos em Seu nome, quando dois ou três estão reunidos em Seu nome, Ele se faz presente entre nós.
O Senhor está presente na comunidade e na família que se reúne para glorificar o Seu nome, está presente no meio do Seu povo; o Senhor caminha conosco na nossa solidão, na nossa oração pessoal, quando invocamos o Seu nome, a Sua presença está entre nós. E assim como o Senhor está em nós e entre nós, precisamos levá-Lo aos outros, pois Ele nos ordena a fazer discípulos entre todos os povos.
A nossa missão é sermos discípulos e formar discípulos do Senhor! O discípulo é aquele que faz parte da escola de Jesus e aprende com Ele; e tudo o que aprende do Senhor ensina aos outros, forma os outros. A vida nova, que o Senhor trouxe para nós, precisamos levá-la aos outros. Nós somos batizados na autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; somos mandados ao mundo para formar outros discípulos.
Faça discípulos em sua casa, na sua família, faça discípulos entre os seus; onde quer que você esteja seja um missionário, seja audacioso em anunciar e proclamar que Jesus é o Senhor da nossa vida! Ele que subiu ao toque da trombeta, Ele está no meio de nós, conduzindo nossos passos para permanecermos sempre em Sua presença até a nossa vida eterna junto com Ele.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter
LEITURA ORANTE

Mt 28,16-20 - Ascensão do Senhor


Hoje, Dia Mundial das Comunicações Sociais
Leia a Mensagem do papa Francisco em:
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/admin/modules/mensagem/edit.php?id=1839&idioma_o=pt-br

Preparo-me para a Leitura Orante, com todos os internautas,
saudando a Santíssima Trindade, com a oração:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 28,16-20.
Os onze discípulos foram para a Galileia e chegaram ao monte que Jesus tinha indicado. E, quando viram Jesus, o adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas. Então Jesus chegou perto deles e disse:
- Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.
As três pessoas da Santíssima Trindade fazem uma comunhão perfeita. Possuem a mesma natureza, a mesma sabedoria, a mesma misericórdia, providência, bondade, amor. Fomos batizados em nome deste único Deus, em Três Pessoas, e fomos criados à sua imagem e semelhança, para também nós sermos misericordiosos, bondosos.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Como vivo, nos meus relacionamentos, a imagem da Trindade.
Reflito nas minhas atitudes o amor de Deus?
Os bispos, em Aparecida, disseram: 
"O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas acima de tudo o amor recebido do Pai graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito Santo. "(DAp 14).

3.Oração (Vida)
 O que o texto me leva a dizer a Deus?
Renovo a minha fé na Santíssima Trindade:
Creio
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo,

Seu único Filho, Nosso Senhor,
Que foi concebido pelo Espírito Santo.
Nasceu da Virgem Maria,

Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu à mansão dos mortos,
Ressuscitou ao terceiro dia,
Subiu aos céus,
Onde está sentado à direita de Deus Pai
E donde há de vir julgar os vivos e os mortos,
Creio no Espírito Santo,
Na santa Igreja católica,
Na comunhão dos santos,
Na remissão dos pecados,
Na ressurreição da carne,
vida eterna. Amém.


4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é voltado para a família, como fizeram os Bispos da América Latina:
“Cremos que “a família é imagem de Deus que, em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma família”. Na comunhão de amor das três Pessoas divinas, nossas famílias tem sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino.” (DAp 434).

Bênção
 
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!


Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos consciência de tua Presença no mundo através da nossa presença. Que saibamos ver-Te nos irmãos e sejamos para eles sinais vivos do teu Amor de Pai que também é Mãe. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.