É comum ouvirmos pessoas rezarem
pela conversão dos pecadores, mas é muito difícil vermos alguém rezar
pela própria conversão. Isso acontece porque a maioria das pessoas acha
que não precisa de conversão porque não comete aqueles pecados que
possuem matéria mais grave e vive com certa constância uma
religiosidade. Porém o Evangelho de hoje nos mostra que ser
verdadeiramente cristão significa participar ativamente na obra
evangelizadora da Igreja a partir do envio que foi feito pelo
próprio Jesus. Portanto, só é verdadeiramente convertido quem participa
da missão evangelizadora da Igreja.
Postado por: homilia
janeiro 25th, 2012
Celebramos hoje com toda a Igreja a conversão de São
Paulo apóstolo, o grande missionário que levou o Evangelho a diversos
cantos do mundo, saindo dos limites da Terra Santa, fundando, formando e
orientando comunidades cristãs. É conhecida sua mudança de vida: de
perseguidor do Evangelho de Cristo a grande evangelizador das nações.
A questão central abordada no Evangelho de hoje é a do papel dos
discípulos no mundo, após o retorno de Jesus ao encontro do Pai. O texto
consta de três cenas: Jesus Ressuscitado define a missão dos
discípulos; parte ao encontro do Pai; os discípulos partem ao encontro
do mundo a fim de concretizar a missão que Cristo Ressuscitado lhes
havia confiado.
Na primeira cena (vers. 15-18), Jesus Ressuscitado aparece aos
discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado e define a
missão que, doravante, eles seriam chamados a desempenhar no mundo.
A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a
da universalidade. A missão deles destina-se a “todo o mundo” e não
se deve deter diante de barreiras raciais, geográficas ou culturais. A
proposta de salvação feita pelo Senhor e que os discípulos devem
testemunhar destina-se a toda a terra.
Depois, o Senhor define o conteúdo do anúncio: o Evangelho. O que é o
Evangelho? No Antigo Testamento, essa palavra está ligada à “Boa
Notícia [Boa Nova]” da chegada da salvação para o povo de Deus. Depois,
na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o
“Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a
libertação, a felicidade. Para os catequistas das primeiras comunidades
cristãs, o Evangelho é o anúncio de um acontecimento único, capital,
fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens,
manifestou-lhes o Seu amor, inseriu-os na Sua família, convidou-os a
integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o
único e exclusivo Evangelho que muda o curso da história e transforma o
sentido e os horizontes da existência humana.
O anúncio do Evangelho obriga os homens a uma opção. Quem aderir à
proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (quem
acreditar e for batizado será salvo); mas quem recusar essa proposta,
ficará à margem da salvação (quem não acreditar será condenado – vers.
16).
O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas toda criatura. Muitas
vezes, o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro,
explora a criação, destrói este mundo “bom” e harmonioso que Deus
criou. Mas a proposta de salvação apresentada por Deus Pai
destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a
maldade. Ao transformar o coração do homem, o Evangelho, apresentado
pelo Senhor e anunciado pelos discípulos, vai propor uma nova relação
do homem com todas as outras criaturas – uma relação não mais marcada
pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito, pela paz e pelo
amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.
A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma
realidade por meio dos gestos dos discípulos de Jesus. Comprometidos
com Cristo, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão, “expulsarão os demônios em meu nome”, serão arautos da paz e do entendimento dos homens, “falarão novas línguas”, levarão
a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros
da doença e do sofrimento. Quando impuserem as mãos sobre os doentes,
eles ficarão curados; e, em todos os momentos, Jesus estará com eles,
ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.
Na segunda cena (vers. 19), Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de
Deus Pai. A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma de sugerir
que, após o cumprimento da Sua missão no meio dos homens, Cristo
Ressuscitado foi ao encontro do Pai e reentrou-se na comunhão d’Ele.
A intronização de Jesus “à direita de Deus” mostra, por sua vez, a
veracidade da proposta de Cristo. Na concepção dos povos antigos, aquele
que se sentava à direita de Deus era um personagem distinto a quem o
monarca queria honrar de forma especial. Jesus, porque cumpriu com
total fidelidade o projeto de Deus para os homens, é honrado pelo Pai e
se senta à Sua direita. A proposta que Jesus apresentou – e que os
discípulos acolheram e vão ser chamados a testemunhar no mundo – não é
uma aventura sem sentido e sem saída, mas é o projeto de salvação que
Deus quer oferecer aos homens.
Na terceira cena (vers. 20), descreve-se, resumidamente, a ação
missionária dos discípulos: eles partiram a pregar, ou seja, anunciar,
com palavras e gestos concretos, essa vida nova que Deus ofereceu aos
homens por intermédio de Jesus Nazareno por toda a parte, propondo a
todos eles, sem exceção, a proposta salvadora de Deus Todo-poderoso.
O autor desta catequese assegura aos discípulos que eles não estão
sozinhos ao longo dessa missão. Jesus, vivo e ressuscitado, está com
eles, coopera com eles e manifesta-se ao mundo nas palavras e nos gestos
dos discípulos.
É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo, os valores do
Reino dos Ceús, visto que estes, muitas vezes, estão em contradição com
aquilo que o mundo defende e considera como prioridade da vida. Com
frequência, os discípulos de Jesus são objeto da zombaria e do escárnio
dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no
amor, na fé, na paz e no dom da vida. Com frequência, os discípulos de
Cristo são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que
produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem
em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega
da vida.
O confronto com o mundo gera, muitas vezes, desilusão, sofrimento e
frustração nos discípulos. Nos momentos de decepção e de desilusão
convém recordar-se das palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura Orante pensando, como São Paulo, apóstolo dos povos,
nas muitas pessoas que, no mundo inteiro
- Europa, Brasil, Américas, África, Índia, Ásia, e tantos outros lugares -,
nos reunimos na rede da internet para rezar, juntos, a Palavra.
Peço luzes ao Espírito Santo:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Acolho a Palavra, cantando o refrão:
"A Palavra está perto de ti, em tua boca, em teu coração"
(Rm 10,8)
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 16,15-18, e observo as palavras de Jesus.
Este texto nos faz pensar que todo cristão, todo batizado, é chamado
a um encontro com Jesus, a uma grande fé, à conversão, ao discipulado, à
comunhão e à missão. Jesus diz que quem crer terá o poder de "fazer
milagres". Jesus envia os discípulos a uma missão universal. Para que?
Não vão ensinar, pregar para serem mestres, mas para fazerem discípulos
de Jesus. Receberão o poder de libertar as pessoas do mal, de restaurar a
dignidade, mas "poder do meu nome", diz Jesus.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O texto me diz que também eu sou uma pessoa cristã, convocada para ser discípulo/a e missionário/a de Jesus.
A fé e o encontro com Jesus Cristo, são o fio condutor de um
processo que culmina na minha maturidade como discípulo/a e deve
renovar-se constantemente pelo meu testemunho pessoal, e pela missão:
"Vão pelo mundo inteiro".
A conversão é a minha resposta inicial no seguimento de Jesus Cristo;
O discipulado, como amadurecimento no conhecimento, na fé e no seguimento de Jesus Mestre.
A comunhão, pois não pode haver vida cristã fora da comunidade: na minha família, na paróquia, no meu grupo.
A missão, que nasce do desejo de partilhar minha experiência de Deus com os outros.
Conta-se que cinco sapinhos estavam à beira da lagoa. Três decidiram
saltar na água. Pergunta-se: quantos ficaram de fora? Alguém, pela
lógica imediata, diz: "Ficaram dois". Outra pessoa, um pouco mais
reflexiva, disse que "nenhum ficou", pois os dois se assustaram e
desapareceram. Na verdade, ficaram todos do lado de fora, pois três
apenas decidiram. Não concretizaram a decisão, não se comprometeram
realmente.
. Não basta o desejo de partilhar. é preciso partilhar. Compromisso!
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Faço orações espontâneas e depois rezo:
Oração a São Paulo
Ó glorioso São Paulo,
que de perseguidor dos cristãos vos tornastes grande apóstolo,
e que para anunciar o Cristo Salvador ao mundo inteiro,
sofrestes prisões, flagelações, apedrejamentos,
naufrágios e perseguições de toda espécie, e,
por fim, derramastes o vosso sangue,
alcançai-nos a graça de aceitar as doenças,
sofrimentos e adversidades desta vida.
Que nada nos desanime no serviço de Deus,
mas sirva para crescermos na fé,
na esperança e no amor. Amém.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar será
iluminado pelo coração que se compromete com a missão de evangelizar a
todos.
Com os bispos da América Latina e Caribe, sinto que posso procurar:
"a) Conhecer e valorizar esta nova cultura da comunicação.
b) Promover a formação profissional na cultura da comunicação de todos os agentes e cristãos.
c) Formar comunicadores profissionais competentes e comprometidos
com os valores humanos e cristãos na transformação evangélica da
sociedade, com particular atenção aos proprietários, diretores,
programadores e locutores.
d) Apoiar e otimizar, por parte da Igreja, a criação de meios de
comunicação social próprios, tanto nos setores televisivos e de rádio,
como nos sites de Internet e nos meios impressos;
e) Estar presente nos meios de comunicação de massa: imprensa, rádio
e TV, cinema digital, sites de Internet, fóruns e tantos outros
sistemas para introduzir neles o mistério de Cristo.
f) Educar na formação crítica quanto ao uso dos meios de comunicação a partir da primeira idade;
g) Animar as iniciativas existentes ou a serem criadas neste campo, com espírito de comunhão.
h) Acompanhar leis protejam as crianças, jovens e as pessoas mais
vulneráveis para que a comunicação não transgrida os valores e, ao
contrário, criem critérios válidos de discernimento.
i) Ajudar tanto as pastorais de comunicação como os meios de
comunicação de inspiração católica a encontrar seu lugar na missão
evangelizadora da Igreja. "
(DAp 486).
Refrão: Pela graça de Deus sou o que sou,
Sou o que sou pela graça de Deus (1Cor 15,10)
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.
Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós.
Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.
Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo.
Amém.
Refrão: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei
Eu sei, eu sei em quem acreditei. (2Tm 1,12)
Irmã Patrícia Silva, fsp