ANO B
Mc 3,1-6
Comentário do Evangelho
Para Jesus importa fazer o bem, salvar a vida
É a última perícope das "controvérsias galileanas". Permanece o sábado como unidade de tempo, que continua a ser objeto importante de desacordo e distância entre Jesus e seus opositores. Parece que o "eles" do versículo 2 sejam os fariseus e os herodianos (cf. v. 6). Para eles fazer o bem no dia de sábado é não fazer; para Jesus, ao contrário, fazer o bem é agir em favor do outro, libertá-lo de suas amarras, e não fazer nada é fazer o mal, pois não existe alternativa neutra: "Em dia de sábado, o que é permitido: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matar?" Talvez a indiferença dos que o acusavam ("ficaram calados") é que tenha levado o narrador a concluir que a causa da distorção na interpretação da lei do descanso sabático seja a "dureza de coração" (v. 5). Aparece, aqui, no final das controvérsias galileanas o desejo de matar Jesus. Desde o início do evangelho de Marcos, o ouvinte ou leitor do evangelho sabe que a interpretação e a consequente prática da lei foi um dos motivos da condenação e morte de Jesus. O outro motivo será a "inveja" (Mc 15,10). A antecipação do motivo da condenação e morte de Jesus, no início do evangelho, fez com que muitos comentaristas considerassem o evangelho de Marcos um grande relato da paixão.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal.
Vivendo a Palavra
Antes de curá-lo, o Mestre resgata a dignidade do pobre doente, que estava obrigado a calar-se e se esconder pelos cantos da casa: «Levante-se e fique no meio.» O respeito ao irmão deve acompanhar o cuidado que lhe dispensarmos quando anunciamos que o Reino do Pai Misericordioso está bem próximo.
VIVENDO A PALAVRA
Antes de curá-lo, o Mestre resgata a dignidade do pobre doente, que estava obrigado a calar-se e se esconder pelos cantos da casa. Jesus lhe autoriza: «Levante-se e fique no meio!» O respeito ao irmão deve acompanhar o cuidado que lhe dispensarmos quando anunciamos que o Reino do Pai Misericordioso está bem próximo: Ele está dentro de nós!
vIVENDO A PALAVRa
O Evangelho nos mostra um ambiente pesado, religião feita de regras, cada um vigiando o outro para apontar transgressões e acusar pecados. Jesus, livre e acima das regras impostas, mas unido intimamente ao Pai, vive o Mandamento do Amor – que cura, que salva, que liberta. Foi esse o modelo que nos deixou para ser seguido.
Reflexão
A vivência legalista e proibitiva da religião é uma das maiores manifestações da dureza de coração que pode acontecer na vida das pessoas. Quando isso acontece, as pessoas não são capazes de descobrir os valores que devem marcar o nosso relacionamento entre nós mesmos e entre nós e o próprio Deus, e a religião acaba por se tornar um mero cumprimento de obrigações e de ritos, numa verdadeira bruxaria. Esta forma de religião acaba por ter como um dos seus principais fundamentos a relação de poder, o autoritarismo e a estratificação social a partir da fé das pessoas. É por isso que as autoridades do tempo de Jesus procuram descobrir a maneira como haveriam de matá-lo.
Reflexão
Um ambiente de desconfiança envolve a pessoa de Jesus. A sinagoga era o espaço onde se ensinava a Lei de Deus e se faziam orações. Jesus interrompe o costumeiro rito e coloca no centro o homem da mão paralisada, figura do povo oprimido. Dirige a todos uma pergunta, cuja resposta era óbvia, mas ninguém abriu a boca: “No sábado (atualmente, domingo), é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?”. Com poder e uma breve ordem, Jesus devolve a saúde completa ao inválido (povo). Os fariseus, porém, ávidos de pescar Jesus fazendo alguma coisa errada, retiram-se da sinagoga, não convertidos. Em vez de prestarem honra a Deus, consultam os herodianos para tramarem a morte do Filho de Deus. Tem razão Jesus ao lançar sobre eles “um olhar de indignação e tristeza”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
Um ambiente de desconfiança envolve a pessoa de Jesus. A sinagoga era o espaço onde se ensinava a Lei de Deus e se faziam orações. Jesus interrompe o costumeiro rito e coloca no centro o homem da mão paralisada, figurado povo oprimido. Dirige a todos uma pergunta, cuja resposta era óbvia, mas ninguém abriu a boca: “No sábado (atualmente, domingo), é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?”. Com poder e uma breve ordem, Jesus devolve a saúde completa ao inválido (povo). Os fariseus, porém, ávidos por pescar Jesus fazendo alguma coisa errada, retiram-se da sinagoga, não convertidos. Em vez de prestarem honra a Deus, consultam os herodianos para tramarem a morte do Filho de Deus. Tem razão Jesus ao lançar sobre eles “um olhar de indignação e tristeza”.
ORAÇÃO
Ó Jesus Libertador, num sábado curas um homem com a mão paralisada, e ele exulta por poder voltar ao trabalho. No entanto, fariseus e herodianos, escravos da letra da Lei, não se alegram com essa libertação; ao contrário, tramam tua morte. Livra-nos, Senhor, de pessoas mal- intencionadas. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Meditando o evangelho
A MÃO RECUPERADA
A deficiência física do homem encontrado por Jesus, na sinagoga, era mais grave do que, à primeira vista, se podia imaginar. Na antropologia bíblica, a mão está carregada de simbolismo. A partir deste universo simbólico é que se deve interpretar a situação do homem da mão ressequida.
A mão está ligada à idéia de força e de poder. Estar na mão do outro significava estar sob o seu poder. Para falar do poder da língua, um provérbio bíblico refere-se à "mão da língua". A expressão "salvar-se com as próprias mãos" tinha o sentido de salvar-se com as próprias forças. Diz-se que os habitantes de determinada cidade não puderam fugir, por ocasião de um incêndio, porque "as mãos não estavam com eles", isto é, não tinham forças nem possibilidade de escapar. A mão direita era sinal de força, de sabedoria e de felicidade. Já a mão esquerda era sinal de fraqueza, de ignorância e de desgraça.
Entende-se, assim, por que a iniciativa de cura foi de Jesus e não do homem doente. Este havia se tornado uma pessoa sem iniciativa e incapaz de lutar por seus direitos. Nestas condições, era vítima da desumanização.
Curando-o, Jesus tomou a iniciativa de humanizá-lo, de fazê-lo voltar a ser gente, com força e poder para lutar pelos seus direitos. É como se tivesse sido recriado! Com a mão recuperada, estava novamente apto para fazer o bem.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os Moralistas de plantão...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Na sinagoga havia muita gente piedosa mas havia também os moralistas de plantão, aqueles que ficam de olho na vida das pessoas, quem são e o que fazem, para poder condená-las. Naquele dia havia um homem na celebração que sofria de uma enfermidade em uma das mãos, e como era sábado, a "turma do amendoim", dos que gostam de fazer tudo certinho, ficaram de olho em Jesus porque sabiam que ele iria querer curar aquele homem e era dia de sábado.
Jesus sempre percebia as intenções dos seus adversários e então chamou para o meio da comunidade o homem da mão seca, e fez uma pergunta muito provocante "No sábado é permitido fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou matar?". Os seus adversários ficaram sem resposta...
O que está no centro da lei de Moisés é o homem e a sua vida, o resto é relativo.Todo dia e toda hora é hora de se fazer o bem, nenhuma lei poderá cercear a liberdade de se fazer o bem a uma pessoa. Para o homem que teve a sua mão curada, a partir daquele dia o Sábado passou a ter um significado especial, pois foi o dia em que ele fez a experiência com Jesus Cristo, o Deus da Vida que quer o bem de todos.
Já os Fariseus, cumpridores ferrenhos de toda a lei, naquele sábado, longe de estar perto de Deus em seu repouso, premeditaram o mal em seus corações, quando decidiram conspirar contra Jesus para prendê-lo. Quando somos moralistas em excesso, e agimos com rigor ao olhar o comportamento do irmão, não experimentamos o que Deus trem de mais especial para o homem: sua misericórdia e seu infinito amor.
Esse Cristo que coloca a Vida e a dignidade das pessoas acima de qualquer lei ou interesse, continua a incomodar a muitos que querem "matá-lo" no coração das pessoas, no seio da família e até nas comunidades.
2. Jesus entrou na sinagoga e encontrou um homem com a mão seca
Era sábado. Jesus entrou na sinagoga e encontrou um homem com a mão seca. Colocou-o no meio da assembleia e perguntou a todos o que fazer. Podia curar aquele homem no Dia do Senhor? Jesus o curou. Então, fariseus e herodianos, que nunca se entenderam, juntaram-se para tramar a morte de Jesus. É verdade que a Bíblia manda que se leve a sério a observância do sábado. É verdade também que Jesus podia curar nos outros dias da semana, e não no sábado. Isso, porém, significaria que o homem foi feito para o sábado, e não o sábado para o homem. Jesus sabia que mesmo os judeus observantes salvavam um animal que tivesse caído num buraco num dia de sábado. Jesus ensinava e era preciso que aprendessem que sagrado para Deus em primeiro lugar é o ser humano. Não curar no sábado significaria inverter a ordem dos valores. Para os fariseus e os herodianos, porém, quem invertia a ordem era Jesus. Romper com os costumes e com a tradição, e ensinar com autoridade o contrário do que ensinavam os escribas, era uma ameaça à posição social ocupada pelas classes dirigentes. Jesus perturbava a ordem estabelecida. Na verdade, ele se entristecia diante de corações tão duros.
HOMILIA DIÁRIA
Deus quer nos curar de toda atrofia espiritual
Postado por: homilia
janeiro 23rd, 2013
Ao mencionar que “outra vez Jesus entrou na sinagoga”, Marcos relaciona esse episódio com o do homem possuído de um espírito impuro na sinagoga de Cafarnaum. Quando Jesus o liberta, os demônios lhe perguntam se Ele queria “destruí-los”. Agora, quando Jesus cura o homem da mão seca, são os fariseus e os herodianos que decidem “destruir” o Senhor.
Jesus, com sua atitude, mostra que o serviço à vida não pode ser barrado por preceitos legais que atentem contra a própria vida. Uma religião de rígidos preceitos se presta ao favorecimento dos privilégios e do poder de suas elites.
Os povos colocam a sua esperança em uma ética mundial para salvar a humanidade do caos e da destruição. Qualquer ética, seja religiosa ou secular, terá como fundamento o compromisso com a justiça e a fraternidade, levando a ações práticas de promoção da vida para todos.
Um dos grandes feitos de Jesus aconteceu quando Ele estava na sinagoga e encontrou, ali, um homem que tinha uma de suas mãos atrofiadas. O Senhor se encontrava diante de um desafio, não em relação à cura, mas sim por causa da religiosidade.
O que aquele homem estava fazendo dentro da sinagoga? Ela era o lugar de adoração. Provavelmente, ele estava lá, porque fazia parte do grupo. Mas não havia experimentado um milagre em sua vida, pois estava vivendo a religiosidade.
Isto acontece nos dias de hoje. Quantos vivem a religiosidade, vivem debaixo de um jugo terrível! Aceitam viver a derrota, simplesmente porque ainda não conheceram Aquele que era, que é e que há de vir. A atrofia na mão daquele homem, talvez tenha se agravado com o decorrer dos tempos; talvez, nascera assim. Era um quadro de conformismo. O que eu posso fazer se minha vida não muda? O que posso mais fazer se meu marido não se converte?
Hoje, Deus vai curar mãos atrofiadas! Hoje, o Senhor vai restaurar mãos incapacitadas! Uma mão atrofiada não encontra força para segurar um objeto, operar um equipamento…
Satanás quer fazer com que sua mão fique sempre atrofiada para que você nunca consiga agarrar o milagre, mas, neste momento, levante sua mão para o Alto e receba um milagre de cura. Deus vai curá-lo de todas as suas atrofias espirituais e físicas!
Existe, em nosso meio, muita gente com suas habilidades atrofiadas, seus talentos enterrados e sem esperança alguma. Mãos paralisadas pela decepção, pelo medo, pela mágoa, pela falta de perdão. Mãos que não mais produzem, porque Satanás conseguiu convencê-lo que sua mão não prospera. Mas Deus fala, nesse momento, que em tudo o que você colocar a sua mão o Senhor prosperará! Mãos atrofiadas pertencem a religiosos fariseus que nunca experimentaram o milagre da ressurreição. Hoje, Deus vai curar mãos atrofiadas! Hoje Deus vai restaurar!
Aquele homem estava numa posição lateral, porque Jesus o chamou para o meio. Vir “para o meio” significa abandonar a apostasia, a incredulidade, a indecisão. “Vir para o meio” significa deixar a religiosidade, as impossibilidades, os preceitos humanos.
Deus quer que sua situação de atrofia seja mudada agora mesmo. Não importa como as pessoas verão isso. Só sei que elas verão. Hoje, o milagre visitará sua casa, sua família, sua vida, seu casamento, seus filhos, seu trabalho e toda atrofia vai sair em Nome de Jesus.
Quero dizer que, hoje, Deus devolverá suas habilidades, seus dons, seu ministério, sua prosperidade em dobro! Receba-as agora, em Nome de Jesus! Não se aflija mais! Levante-se, venha para o meio e estenda a sua mão , pois ela ficará curada por Jesus, o Médico dos médicos!
Padre Bantu Mendonça
HOMILIA DIÁRIA
Não seja o motivo da tristeza do coração de Jesus
Há tristeza no coração de Jesus, quando não temos compaixão pelo sofrimento do outro
“Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: ‘Estende a mão’” (Marcos 3,5).
O que causa tristeza ao coração de Deus, senão a dureza do coração do homem? Um coração duro, coração fechado. E o coração humano se torna duro para a graça de Deus, quando não deixa a graça de Deus penetrar, porque a graça de Deus quer entrar em nós, ela quer penetrar na nossa vida, mas o coração se tornou rígido, pedregoso, de um modo que a graça não penetra, de tão duro que está o nosso coração.
Nós nem saímos da presença de Deus, mas não conseguimos deixar que a graça de Deus mergulhe em nós. Porém, nos tornamos muito secos em relação aos outros. Um homem está ali com a mão seca, todo fragilizado e, Jesus, quer cuidar daquele homem, mas aquelas pessoas com coração delas tão duros, olham a Jesus com desconfiança, porque ele iria fazer aquilo no sábado.
Isso despertou uma profunda ira e tristeza no coração de Jesus, porque não são capazes de ver mais o sofrimento do outro; e há a perda da sensibilidade humana. Ter um coração fechado é não se abrir à graça de Deus e perder a sensibilidade pelo sofrimento do outro.
Nós não podemos ser aquelas pessoas indiferentes, frias, onde pensamos: “O problema não é meu, o mais importante é que eu sou de Deus e as minhas orações”; não me preocupo com o sofrimento do outro e nem com sofrimento do mundo, apenas digo: “Ele está recebendo o que merece”; não é assim, pois Jesus olhou para todas as realidades humanas e teve compaixão.
Onde está a compaixão do nosso coração? Pois não conseguimos mais nos sensibilizar com o sofrimento do mundo, das pessoas, dos mais pobres, dos doentes, dos enfermos, dos nossos jovens que têm se perdido nas drogas, com o sofrimento das famílias que estão se desfazendo. Não podemos dizer que esses problemas não são nossos, porque seria um sinal de que o nosso coração está enrijecido, está fechado para a graça.
Quando a graça de Deus está em mim, eu tenho sensibilidade pela dor e pelo sofrimento do outro. E peço não só para o outro estender a mão, mas estendo a minha mão para o sofrimento do próximo. Que Deus cure toda a insensibilidade, que não sejamos o motivo nem da ira e nem da tristeza do Seu coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, que por teu Filho Unigênito, encarnado em Jesus de Nazaré, nos ensinaste o trato gentil e carinhoso com os irmãos – todos os irmãos e, de forma especial, os discriminados pela sociedade –, faze-nos uma Igreja misericordiosa e atenta ao clamor dos pobres. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que por teu Filho Unigênito, feito humano em Jesus de Nazaré, ensinaste o trato gentil e carinhoso com os irmãos – todos eles e, de forma especial, os discriminados pela sociedade –, faze-nos uma Igreja misericordiosa e atenta ao clamor dos pobres. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
oRAÇÃO FINAl
Pai que amamos, se Tu estás conosco, nada mais desejamos. Ajuda-nos a traduzir teus Mandamentos em princípios para nossa vida. Que a tua Vontade não seja um fardo pesado sobre nossos ombros, mas que nós descubramos nela o caminho para a nossa felicidade e para a Alegria dos companheiros de Caminhada e de Fé. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.