segunda-feira, 12 de maio de 2025

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 11/05/2025

ANO C


4º DOMINGO DA PÁSCOA

Domingo do Bom Pastor
Dia Mundial de oração pelas vocações
Dia das Mães

Ano C - Branco

“Eu conheço as minhas ovelhas e elas me seguem.”

Jo 10,27-30

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Cristo é o Bom Pastor que cuida de suas ovelhas a ponto de dar sua vida por elas. É o único salvador, apesar de tantas vezes rejeitado por aqueles que ainda não tiveram seu encontro com ele. Ao celebrarmos o dia de Oração pelas Vocações Sacerdotais peçamos que o Divino Pastor nos dê santos e dedicados sacerdotes segundo o seu coração.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, somos o rebanho que Senhor, Bom Pastor, reuniu. Conduzidos por Ele, viemos aqui buscar o alimento de nossa salvação: a sua Palavra e seu Corpo e Sangue. Atraídos por Ele, seremos enviados para dar testemunho de sua Páscoa. Neste dia em que a Igreja reza pelas vocações, juntemo-nos como irmãos e irmãs, suplicando que o Bom Pastor envie operários à sua Messe. Ao recordarmos nossas mães, rezemos por todas elas - pelas que estão conosco e pelas que já se encontram com Deus no céu.

JESUS CRISTO, BOM PASTOR

O 4º Domingo da Páscoa é conhecido como o Domingo do Bom Pastor. Todos os anos, nesse Domingo, lê-se um trecho do capítulo 10º do Evangelho de São João, onde Jesus é apresentado, primeiro, como a porta dos pastores e das ovelhas. Os verdadeiros pastores aproximam-se do rebanho passando por essa porta, que é o próprio Jesus. Quem se apresenta a elas, por outro acesso, ou em nome próprio, não é verdadeiro pastor. Assim, Jesus alerta todos à vigilância e ao discernimento para sabermos quem é verdadeiro pastor, e quem não é. Os pastores verdadeiros trazem consigo a “marca” de Jesus Cristo, que lhes confere autenticidade.
Na segunda parte do mesmo capítulo, o próprio Jesus apresenta-se como o “pastor bom” e verdadeiro. Ele conhece as ovelhas, que são suas, e elas também o reconhecem pela voz e pelo cheiro. O pastor bom se interessa pelas ovelhas, cuida bem delas, defende-as nos perigos e é capaz de dar a vida por elas. O pastor mau não se interessa pelo bem das ovelhas, mas busca apenas a própria vantagem. Quando o perigo se aproxima, ele abandona as ovelhas e foge.
No tempo pascal, olhamos para Jesus crucificado e ressuscitado, reconhecendo nele o pastor bom, que entregou a vida por nós e por toda a humanidade, para que tivéssemos misericórdia e perdão e recebêssemos vida em abundância. Jesus Cristo é o pastor imolado pelo bem das ovelhas e ressuscitado, para que as ovelhas vivam da vida dele. Ele não foi vencido, nem mesmo pela morte violenta na cruz. Ressurgindo, ele entregou o Espírito vivificante sem medida a todos os que se aproximam dele e o seguem com fé e perseverança.
No Ano Jubilar “da esperança”, é muito bom pensar que Jesus, Bom Pastor, nos dá a certeza da nossa esperança. Que seríamos nós e a humanidade, sem o Bom Pastor? Andaríamos dispersos e sem rumo, enganados e explorados por todo tipo de falsos pastores, sem perspectivas de segurança e de futuro. Se temos um Salvador como Jesus Cristo, que nos representa diante de Deus Pai e intercede continuamente por nós, em nossas fraquezas, então temos motivos grandes para esperar na misericórdia infinita de Deus. Com São Paulo podemos exclamar: “Se Deus é por nós, quem será contra nós? Se Deus justifica, quem poderá condenar?” (cf Rm 8,31).
Sem Jesus, o Pastor bom da humanidade, em quem poderíamos colocar a nossa esperança para a superação dos nossos limites humanos e para satisfazer plenamente os anseios do coração? O rebanho que tem um pastor bom como Jesus pode viver sereno e confiante, bastando não se afastar dele. Nós somos esse rebanho e cada um dos batizados é uma ovelha desse rebanho.
Hoje a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais. Peçamos com fervor a Deus pelos sacerdotes, para que eles sejam bons pastores a exemplo de Jesus. Rezemos pelos seminaristas e sua formação no Seminário para serem, um dia, sacerdotes segundo o Coração de Jesus. E rezemos pelas vocações, para que Deus chame a muitos adolescentes e jovens para o sacerdócio e nossas comunidades tenham sacerdotes também no futuro: “Enviai, Senhor, operários à vossa messe, pois a messe é grande e os operários são poucos” (Lc 10).
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

O Bom Pastor


O chamado de Simão para apascentar as ovelhas do Senhor, que refletimos no domingo anterior, nos prepara para a celebração do 4º Domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor. Hoje, a liturgia nos convida a aprofundar no pastoreio de Jesus, que se manifesta nas diversas missões dos ministérios da Igreja. Este é também um dia dedicado à oração pelas vocações, um momento para pedir ao Senhor que suscite novos pastores para sua Igreja.
A expansão missionária da Igreja foi impulsionada pelas figuras de Paulo e Barnabé. Esses grandes pastores não hesitaram em pregar e testemunhar o evangelho, como lemos na primeira leitura. Eles adentraram o mundo pagão, enfrentando preconceitos, inveja e blasfêmias, sempre seguindo os passos do Bom Pastor, que os chama a ser “luz para as nações”. O anúncio da salvação, sem distinção de pessoas, alcança os confins do mundo pela força do Espírito Santo, trazendo alegria aos que a recebem.
Mesmo diante das perseguições e desafios da missão, Jesus é o Cordeiro que apascenta seu rebanho, alimenta-o e o guia até as fontes de água viva, como é descrito na segunda leitura. Ele se faz presente na vida de seus discípulos, oferecendo proteção e abrigo em sua tenda, um lugar de encontro com Deus. As lágrimas enxugadas são um sinal do consolo de Deus, que promete o fim do sofrimento para seus fiéis.
No final de João 10, encontramos um resumo do tema do Bom Pastor e de sua relação com as ovelhas. Jesus discute com os judeus sob o pórtico de Salomão durante a festa da Dedicação do Templo. Eles questionam sua messianidade e não compreendem a alegoria do pastor. Apesar da clareza das palavras do Mestre desde o início, sua incredulidade impede-os de enxergar a verdade. Esta é a marca daqueles que não pertencem ao rebanho do Senhor, pois não ouvem sua Palavra.
Diferente dos discípulos, que ouvem a voz do Pastor e são reconhecidos por Ele, existe uma relação de intimidade e confiança. Por isso, o Pastor é capaz de dar a sua vida, não apenas na morte na cruz, mas, através dela, conceder a vida eterna aos seus. Eles não perecerão, pois estão seguros sob sua guarda. Os falsos pastores não podem dispersá-los ou arrancá-los do verdadeiro Pastor. O amor que une Jesus ao Pai garante o cuidado constante com suas ovelhas.
Que nos unamos ao Bom Pastor e peçamos a Ele que suscite vocações, para que possamos continuar colaborando com o cuidado de seu rebanho.

Reflexão

Encontramos, aqui, a essência da fé cristã: Jesus vem do Pai e volta ao Pai, e nos arrasta nesse movimento de ascensão. Então, podemos viver na confiança total em relação a Jesus, a quem expressamos nossas necessidades e súplicas: “O que vocês pedirem a meu Pai em meu nome, ele vai lhes dar”. A oração feita em nome de Jesus nasce de profunda intimidade com ele, com o Pai e com o Espírito Santo. O Espírito, de fato, é quem garante a eficácia de nossa oração, pois não sabemos o que pedir: “É o próprio Espírito que intercede com insistência por nós, com gemidos que não se exprimem” (Rm 8,26). Então, pedir o quê? Tudo o que contribui para a vida individual e comunitária do ser humano e para a comunicação dessa vida a outros.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço»

P. Josep LAPLANA OSB Monje de Montserrat
(Montserrat, Barcelona, Espanha)

Hoje, a atenção de Jesus sobre os homens é a atenção do bom pastor, que toma sob sua responsabilidade as ovelhas que lhe são confiadas e se ocupa de cada uma delas. Entre Ele e elas existe um vínculo, um instinto de conhecimento e de fidelidade: «As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem» (Jo 10,27). A voz do Bom Pastor é sempre um chamado a segui-lo, a entrar no círculo magnético de influência.
Cristo nos ganhou não somente com seu exemplo e com sua doutrina, e sim com o preço do seu Sangue. Nós tivemos um preço muito alto, e por isso Ele não quer que nenhum dos seus se perca. E, como toda evidência se impõe: uns seguem o chamado do Bom Pastor e outros não. O anuncio do Evangelho a uns lhes produz raiva e a outros, alegria. O que será que têm uns, e que não têm outros? Santo Agostinho, ante o mistério abismal da escolha divina, respondia: «Deus não te deixa, se tu não o deixas»; não te abandonará, se tu não o abandonas. Não ponha, portanto a culpa em Deus, nem na Igreja, nem nos outros, porque o problema de tua fidelidade é teu. Deus não nega suas graças a ninguém, e esta é a nossa força: agarremo-nos bem forte á graça de Deus. Não é nenhum mérito nosso; simplesmente, fomos “agraciados”.
A fé entra pelo ouvido, pela audição da Palavra do Senhor, e o maior perigo que temos é a surdez, não ouvir a voz do Bom Pastor, porque temos a cabeça cheia de ruídos e de outras vozes discordantes, ou o que é ainda mais grave, aquilo que os Exercícios de Santo Inácio dizem «fingir-se que é surdo», saber que Deus te chama e não dar-se por aludido. Aquele que se nega ao chamado de Deus conscientemente, reiteradamente, perde a sintonia com Jesus e perderá a alegria de ser cristão para ir a outras pastagens que não saciam nem dão a vida eterna. No entanto, Ele é o único que pode dizer: «Eu lhes dou a vida eterna. Por isso, elas nunca se perderão e ninguém vai arrancá-las da minha mão» (Jo 10,28).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «”Se alguém entrar por Mim, será salvo", poderá entrar e sair e encontrará pastagem abundante. De facto, entrará, efetivamente, abrindo-se à fé; sairá ao passar da fé à visão e à contemplação, e encontrará pasto abundante no banquete eterno» (São Gregório Magno)

- «Esta é precisamente a grande diferença entre o verdadeiro pastor e o ladrão: para o ladrão, para os ideólogos e ditadores, as pessoas são apenas coisas que se podem possuir. Mas para o verdadeiro pastor, pelo contrário, eles são seres livres com o objetivo de alcançar a verdade e o amor» (Bento XVI)

- «A participação na celebração comum da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e fidelidade a Cristo e à sua Igreja. Os fiéis atestam desse modo a sua comunhão na fé e na caridade. Juntos, dão testemunho da santidade de Deus e da sua esperança na salvação. E reconfortam-se mutuamente, sob a ação do Espírito Santo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.182)

Reflexão

João 10: a relação de conhecimento e pertença entre o bom pastor e as suas ovelhas

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje meditamos num aspecto essencial do sermão sobre o pastor: o conhecimento mútuo entre o pastor e o rebanho: ele chama as suas ovelhas pelo nome e as ovelhas seguem-no porque conhecem a sua voz.
Conhecimento e pertença estão entrelaçados. O pastor conhece as ovelhas porque elas lhe pertencem, e estas conhecem-no precisamente porque são suas. Basicamente, "conhecer" e "pertencer" são o mesmo. O verdadeiro pastor não "possui" as ovelhas como um objeto qualquer que se usa e se consome; elas "pertencem-lhe" nesse conhecer-se mutuamente, e esse "conhecimento" é uma aceitação interior. Indica uma pertença interior, que é muito mais profunda do que a posse das coisas.
—Esta é precisamente a diferença entre o verdadeiro pastor e o ladrão: para o ladrão - os ideólogos e ditadores - as pessoas são somente coisas que se possuem; para o verdadeiro pastor são seres livres, destinados a alcançar a verdade e o amor: não se aproveita deles, antes dá a sua vida por eles.

Comentário sobre o Evangelho

«As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna».


Hoje, Jesus fala de nós. Para nós, Ele é como um pastor e seguimo-lo. O Senhor cuida de nós e, como é o próprio Deus, quer levar-nos para sua casa, o Céu, para junto de seu Pai e dos santos.
- Só tu, Deus, és eterno: vives desde sempre e para sempre. Leva-nos contigo!

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

Hoje celebramos o Domingo do Bom Pastor e somos motivados a rezar pela nossa missão no mundo neste Dia Mundial de Orações pelas Vocações. São comemorações que nos ajudam a viver o quarto domingo da Páscoa com fé e confiança naquele que cuida de nós e nos chama a ser cuidadores com Ele.
As leituras que ouvimos nos colocam em atitude de missão. Como assim? A mensagem da liturgia que rezamos, hoje, nos insere na dinâmica missionária do Reino que Jesus implantou entre nós. Para que esse Reino continue a existir, é necessária nossa colaboração; aí está nossa atitude de missão. O Ressuscitado quer contar com nossa força, vontade e dedicação para que seu Reino seja, verdadeiramente, vivido e celebrado.
A Primeira Leitura relata a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, que decidem levar a mensagem do Cristo ressuscitado e não são bem acolhidos entre os judeus. Decidiram, então, ir até os pagãos, que acolheram o anúncio da salvação com alegria e abraçaram a fé. Enciumados, os judeus começaram a tramar contra esses discípulos de Jesus, gerando ondas de perseguição contra eles. Mesmo assim, Paulo e Barnabé, inspirados pelo Ressuscitado, não desistiram de sua missão, e como Jesus, se tornaram bons pastores, evangelizando as Comunidades por onde passavam.
A Segunda Leitura é a certeza de que nada feito em nome do Ressuscitado é em vão, porque Ele, com seu amor e cuidado, permanece sempre ao nosso lado em toda e qualquer situação. A leitura apresenta uma visão messiânica na qual existe unidade e harmonia, e todos vivem a alegria da paz em Deus, todos são alvejados no Sangue do Cordeiro, ou seja, todos são salvos pela entrega de Jesus e por seu sangue derramado na cruz. Ele é o pastor que nos conduz às fontes de água viva. E é disso que o Evangelho nos recorda.
No Evangelho, encontramos na atitude de Jesus o retrato do Bom Pastor que, com amor, cuida de suas ovelhas. Jesus diz que suas ovelhas escutam sua voz, elas o conhecem e o seguem. Essa relação íntima com Jesus, o Bom Pastor, traz segurança e conforto às suas ovelhas. E é essa a relação sagrada que devemos buscar ter com Ele. Somos suas ovelhas e só teremos ânimo, coragem, perseverança e missionariedade para vivermos nossa vocação se aceitarmos seus cuidados e conselhos. Seus cuidados são só amor. Seus conselhos são o caminho que Ele nos ensinou: o de amar e servir. Assim, o Bom Pastor transforma suas ovelhas em pastores bons que continuam a sua missão de evangelizar e construir seu Reinado de Amor.
Pe. Lucas Emanuel Almeida, C.Ss.R.

Oração
— OREMOS: DEUS ETERNO E TODO-PODEROSO, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que a fragilidade do rebanho chegue onde a precedeu a fortaleza do pastor, Jesus Cristo. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. — Amém.