O maior de todos eles será seu próprio Filho. A missão fundamental do Batista consistiu em preparar-lhe os caminhos, anunciando ao povo que a salvação e a remissão dos pecados jorrariam do “amor do coração de nosso Deus”, por meio da ação do Messias.
Zacarias não estava em condições de identificar Jesus com o “poderoso Salvador”, suscitado pelo Senhor, Deus de Israel. Caberia a João reconhecê-lo como aquele que tira o pecado do mundo, levando a cabo a obra divina da libertação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.
Meditando o evangelho
LOUVOR E PROFECIA
Zacarias soube reconhecer a salvação de Deus, cumprindo-se na história de Israel, por meio da libertação trazida pelo poderoso Salvador, Jesus, suscitado no meio do povo. Finalmente, a tão esperada visita de Deus se concretizava, e a libertação, há séculos acalentada, se fazia verdade. A seu filho recém-nascido competia a tarefa de preparar os caminhos da libertação que estava próxima.
Com Jesus, renascia a esperança no coração do povo. Deus não se esquecera das antigas profecias. As promessas seriam realizadas e o povo, resgatado da escravidão a que fora reduzido. Sem dúvida, a servidão pior era a do pecado e do egoísmo. Fazia-se necessário uma remissão urgente. Só assim seria possível servir a Deus, de maneira agradável, na justiça e na santidade.
O Altíssimo, do qual João seria profeta, despontaria como luz para tirar a humanidade das trevas e das sombras da morte, a que o pecado a havia reduzido. Doravante, seria possível trilhar os caminhos da paz, deixando para trás a injustiça e a iniquidade, fruto do pecado.
O canto de Zacarias, saudando o nascimento de seu filho, era de louvor pelas promessas cumpridas, mas também profecia do que Deus iria realizar.
Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Senhor Jesus, como Zacarias, eu louvo ao Pai pela fidelidade em cumprir suas promessas e agradeço o que sua misericórdia realiza em favor da humanidade.
Oração
Apressai-vos e não tardeis, Senhor Jesus, para que a vossa chegada renove as forças do que confiam em vosso amor. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Meditando o evangelho
AS PROMESSAS SE CUMPRIRAM
A profecia de Zacarias consiste numa releitura da missão de Jesus e da missão de João Batista, estabelecendo-se uma íntima relação entre ambas.
No tocante a Jesus, Zacarias reconhece que seu nascimento corresponde à tão esperada visita de Deus a seu povo. Em conformidade com as antigas promessas feitas à casa de Davi, Jesus haveria de salvar e libertar o povo, resgatando-o das mãos de seus inimigos e opressores.
Este era um evidente sinal da misericórdia divina, que desejava formar um povo livre e santo, justo e confiante, para servi-lo. Competia a Jesus concretizar este anseio divino. Portanto, toda a sua ação deveria canalizar-se nesta direção, de modo a preparar para o Pai um povo que fosse digno dele.
No tocante a João Batista, Zacarias proclama que sua tarefa de profeta do Deus Altíssimo consiste em "preparar os caminhos" do Messias libertador, anunciando a salvação vindoura, adquirida pelo perdão dos pecados. Desta forma, o Messias Jesus seria "o amor do coração do nosso Deus" visitando a história humana, iluminando-a com uma luz tão brilhante, como a do Sol nascente. Por isso, a quem se acha nas trevas e vaga nas sombras da morte, será oferecida uma luz que o guie pelos caminhos da paz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de obediência a Deus, como Jesus e João Batista, torna-me submisso ao querer do Pai, a fim de que eu me coloque totalmente a serviço da missão que ele me confia.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Fatos Importantes
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Mateus narra de maneira bem simples, á seus conterrâneos os fatos extraordinários que precederam o nascimento de Jesus, trata-se de uma ação Divina, não tanto para mostrar quanto Deus é Poderoso, pois ele não está preocupado em demonstrar a sua força e poder, mas sim mostrar aos Judeus, para os quais é destinado esse evangelho, que a Salvação provém de Deus, é puro Dom e total iniciativa dele. Não se trata, portanto de algum projeto humano, ou dos planos de alguma instituição religiosa.
Então Deus fez tudo sozinho? José e Maria não precisaram coabitar, e Deus foi falando a ambos o que era para ser feito? De modo algum, para fazer a Salvação acontecer, Deus em nenhum momento tirou do homem o seu livre arbítrio, a sua capacidade de discernir, escolher e tomar uma decisão. Foi um risco que Deus correu, pois tanto Maria como José era livres para aceitar na Fé esses acontecimentos em suas vidas.
Mas o m ais importante, a Fé no Deus dos Patriarcas, lhes deram essa visão diferente, sobre esses acontecimentos. Porque corremos o risco de pensar que para eles tudo estava muito claro, sabiam que era Deus que estava agindo... e nos perguntamos: mas com nós não é desse jeito, a gente tem dúvidas e incertezas, sobre certos acontecimentos da nossa vida. Esse é um modo errado de se viver a Fé...
José e Maria não tinham certeza de nada, fizeram perguntas a Deus, intuíram alguns fatos, como José, que não queria difamar a noiva e preferiu se retirar. Maria chegou a perguntar como iria acontecer o que o anjo lhe anunciara pois nem era casada....José e Maria fizeram uma profunda experiência de Fé em todos os dias de suas vidas e não só naquele momento, pois as dúvidas e incertezas sempre estavam presentes, mas a Fé inabalável na ação Divina acabava prevalecendo. Seria um engano pensarmos que esse acontecimento se deu em um determinado momento e que depois disso tudo foi tranquilo para o casal....A Fé é confirmada no dia a dia, diante de acontecimentos que muitas vezes não temos a exata compreensão.
Toda essa experiência de Fé, de São José, Mateus sintetizou nessas poucas palavras, ditas em um sonho pelo anjo do Senhor. Como José e Maria temos hoje essa missão importante de gerá-lo para o mundo. Na família, no trabalho, na escola, na fila de um banco, no trânsito, na relação conjugal. Em cada uma dessas situações, nem sempre tão claras, Deus continua a nos revelar o modo como ele vai agir...José e Maria não desperdiçaram o momento de graça inefável e toparam fazer parte do Plano de Deus. O jeito de Deus continua sendo esse, é pegar ou largar...
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Cântico de Zacarias
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Neste ano, a quarta semana do Advento é feita de um só dia, cheio, no entanto, de muita alegria e envolvido pela melodia do cântico de Zacarias, que nos faz bendizer o Senhor Deus de Israel que visita e liberta o seu povo. Visita mandando-nos um precursor e liberta com o nascimento do Salvador. Já predito pela boca dos santos profetas, o Salvador nos livrará dos inimigos e da mão de quem nos odeia. Livre-nos ele do mal das mãos violentas. E este menino, que nasceu antes daquele que há de vir, será o precursor que prepara o caminho. Alcance-nos o perdão dos pecados e a misericórdia do Senhor nosso Deus e prepare-nos para acolher o sol nascente que vem iluminar as trevas do nosso mundo. Dirija ele nossos passos no caminho da paz. Aponte-nos o Cordeiro como apontou para os seus discípulos para que o sigamos e com ele passemos a morar. Leve-nos, João Batista, não apenas pelo caminho da paz, mas até a paz verdadeira, que é o Cristo Jesus. Bendito seja o Senhor Deus de Israel!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Filho de Peixe, peixinho é...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Não se pode pensar em uma ação Divina isolada, que descarte o Ser Humano. Já vi longos e polêmicos debates sobre a ação do Espírito Santo em nossa vida. Ele não age a partir do “Nada”, nem faz cair de repente algo sobrenatural que despenca lá do céu sobre nossa cabeça. Seria muita ingenuidade uma Fé que pense nesses termos.
O Velho Zacarias dá um show de bola, um verdadeiro espetáculo ali no templo, no dia em que levou o filho João para ser circuncidado. O texto afirma que Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo, ou seja, naquele exato momento tudo o que Zacarias acreditava e praticava em sua vida, veio á tona sob ação do Espírito Santo, ou seja, falava por ele mesmo, mas inspirado por Deus. O Espírito Santo o capacitou para dizer com palavras acertadas, tudo o que já era o sentido e a razão de sua vida: a Fé inabalável no Deus da Aliança e o cumprimento das Promessas feitas aos Patriarcas e anunciado pelos Profetas. A Profecia de Zacarias é consequência de toda uma vida vivida e voltada para Deus.
Zacarias aprimora a mensagem que sempre ouviu e anuncia o sentido pleno da Libertação que Jesus iria trazer. Não inventa um Messias diferente, de uma outra linhagem que não fosse a de Davi, mas explicita que a Salvação será plena e não restrita a uma libertação política e social, que povoava a cabeça de muitas autoridades religiosas, e de uma parte do povo.
Ora, João Batista, Filho de Zacarias, vem como Precursor, e tem a quem puxar, pois herdou do Velho Zacarias essa linhagem de Pregador diferente, que não anuncia o Messias que o Mundo quer, mas o Messias que Deus envia ao chegar a plenitude dos tempos.
Em nossos tempos a Humanidade deseja ouvir um anúncio que fale de um Cristo da Pós Modernidade, muito mais na linha de um Super Herói, que na hora “H” vai intervir na História colocando as coisas em seus lugares. Um Cristo que não exige nada dos seus discípulos, mas que chama apenas para si, a responsabilidade de dar aos seguidores saúde, segurança e prosperidade. Zacarias transmite em sua pregação, um Messias que vai fazer parceria com os simples e os pobres e estes se alegram imensamente por serem lembrados por Deus, diferente do Sistema Excludente que os afastava de toda e qualquer decisão.
Isso fica notório nas pessoas que dão início a todo esse processo da Obra da Salvação que irá beneficiar a toda humanidade: Zacarias e Isabel, José e Maria, e hoje os cristãos de nossas comunidades. Que sejamos fiéis e coerentes em nosso anúncio, como o foi Zacarias, anunciando o Cristo que o mundo precisa, e não o Cristo que o mundo quer...
2. Bendito seja Deus! - Lc 1,67-79
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Cheio do Espírito Santo, Zacarias profetiza, bendizendo o Senhor pelo nascimento de João, seu filho, que será o precursor de Jesus, o Messias prometido. Transmitidas de geração em geração, suas palavras se consolidaram no que hoje chamamos de Cântico de Zacarias ou “Benedictus”. Todos os dias esse cântico ressoa em todo o mundo no Ofício da manhã, alegrando o dia que começa. Zacarias bendiz o Senhor que visita e liberta o seu povo, fazendo surgir, na casa de Davi, o Salvador. Voltando-se para o menino recém-nascido, Zacarias descreve a missão dada por Deus a ele, que irá à frente do Senhor, preparando os seus caminhos. Quanto a nós, serviremos a Deus sem medo, livres dos inimigos, com nossos passos trilhando o caminho da paz.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Soltando a voz... Para fazer o Anúncio
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
"Já que deixaram nóis soltar a voz, agora güenta nóis..." diz o refrão de uma música sertaneja urbana onde o cantor, referindo-se a oportunidade que teve, de tornar pública sua arte, solta a voz para cantar, mostrando o seu valor.
Há pessoas que são muito discretas e pouco falam, outros já falam pelos cotovelos, também se diz que um homem sábio fala pouco, e no meio do povo surgiu outro ditado "Em boca fechada não entra mosca".
Claro que há pessoas faladeiras que embora muito falem não dizem absolutamente nada. Há certas conversas que nem compensa ouvir, pois provém de um espírito doentio e de uma cabeça vazia de ideais e sonhos. Esses realmente são muito bons que fiquem de bico calado. E ainda a palavra de fofoqueiros de plantão é um veneno que mata e destrói.
A questão não é só FALAR, mas sobre o que Falar e daí o enfoque muda, porque a Palavra de Deus precisa ser anunciada.
Entretanto, só pode e deve anunciá-la quem a vivencia e tem com ela intimidade porque nesse caso, o anúncio brota direto do coração de Deus e perpassa pela nossa boca com a Força do Espírito Santo.
Notem bem que a unção do Espírito não é privilégio de alguns pregadores, pois quando a Vida de Fé é autêntica, o cristão sempre tem algo sim a falar, impelido pelo Espírito Santo que o renovou.
Não se pode sufocar o Espírito Santo dando vazão ao que pensamos ou sentimos, é, preciso emprestar a nossa boca, a nossa inteligência e o coração, para que o Espírito Santo se manifeste e o anúncio tenha autenticidade junto aos ouvintes. Zacarias, o Pai de João Batista passou por esse processo... Se a incredulidade o impediu de falar, agora, vendo e ouvindo o que Deus realizou, torna pública a sua Fé manifestando o seu Louvor.
Zacarias é como aquele menino, que sabendo que ia ter uma grande festa na casa do vizinho, e não tendo sido convidado, olhou por cima do muro e depois descreveu aos demais a alegria que seus olhos vislumbraram. O seu louvor de alegria e gratidão faz um resumo da História da Salvação e anuncia o que está para acontecer...
O Filho será como a sentinela que ao amanhecer anuncia em uma explosão de alegria o sol que vem para acabar com as trevas. Jesus é o sol nascente que nos visitou, diz esse belíssimo cântico de Zacarias. Mas para que os raios mornos e benditos deste Sol iluminem e deem sentido á nossa vida, é preciso abrir a nossa casa e o coração. O tempo do advento nos preparou e nos motivou para isso. Que as penumbras do pecado que rondavam nosso coração, e o mofo do egoísmo seja destruído por este Sol, e que em nossa Vida se faça sempre o "Meio Dia"...
2. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo - Lc 1,67-79
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Zacarias esteve até então sem fala. Solta-se agora a sua voz no nascimento daquele que será a voz que clama no deserto. Cristo é a Palavra desde o princípio. Sua voz no tempo é João Batista. É a aurora anunciando o sol que vai nascer. Deus, misericordioso e fiel, cumpre suas promessas. Nós o louvamos com as palavras de Zacarias e agradecemos por nos visitar na pessoa de seu Filho e na do precursor. E pedimos que não faltem precursores da chegada do Senhor, que é motivo de alegria. O Senhor está perto. Vamos adorá-lo. Com as notas musicais, dó-ré-mi-fá-sol-lá-si, unamos nossa voz à de Zacarias, no hino de louvor: “Doce, sonoro, ressoe o canto, minha garganta faça o pregão, solta-me a língua, lava-me a culpa, ó São João”.
HOMILIA
A PROFECIA DE ZACARIA
Como Maria na hora da visitação a Isabel, também Zacarias celebra, em longo cântico de louvor e ação de graças, as maravilhas de Deus, que ele contempla realizadas em sua própria casa. É o termo do Antigo Testamento, a aurora do Novo, à hora em que vai nascer o Sol de justiça, o Filho de Deus feito homem. É o cântico que a Igreja há-de cantar todas as manhãs na Hora de Laudes.
O cântico de Zacarias é um louvor ao Deus misericordioso que realiza, através de Jesus, a «visita» aos pobres. Em Jesus se manifesta a força que liberta dos inimigos e do medo, formando um povo santo diante de Deus e justo diante dos homens. Desse modo, manifesta-se a luz que ilumina a condição do povo, abrindo uma história nova, que se encaminha para a Paz, isto é, a plenitude da vida.
Ao tempo do Novo Testamento, muitos previram o cumprimento dessas promessas maravilhosas. Simeão "esperava a consolação de Israel" (Lucas 2:25). Ana representava aqueles que "esperavam a redenção de Jerusalém" (Lucas 2:38). José de Arimatéia "esperava o reino de Deus" (Lucas 23:51). Deus tinha preparado pessoas espirituais para o desenvolvimento de seu plano. Suas muitas promessas e a exposição delas pelos profetas despertaram certa expectativa nos corações do seu povo.
Os primeiros anúncios de que aquelas grandes promessas estavam sendo cumpridas deram alegria aos que ouviram as notícias. O anjo Gabriel disse a Maria: "Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim" (Lucas 1:32-33). Zacarias, inspirado pelo Espírito Santo, falou como Deus estava cumprindo as promessas que havia feito a Davi e a Abraão (Lucas 1:67-79, especialmente 69,73). João Batista e, mais tarde, Jesus e seus discípulos pregaram: "O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo" (Marcos 1:15).
O Magnificat de Maria, tal como o Benedictus de Zacarias é uma exultação no Espírito Santo. Ela resulta do fato de o Espírito Santo os ter feito compreender que as antigas profecias e as promessas de Deus atingiram a sua realização.
Lucas sublinha de modo muito claro que o reconhecimento do Messias e o alcance da sua missão salvadora só pode acontecer aos que têm o Espírito Santo em si. É com este mesmo sentido que Lucas apresenta o canto do velho Simeão no templo. Este ao ver o Menino de Maria, como estava em sintonia com o Espírito Santo, reconheceu naquele recém-nascido o Messias no qual se realizam as antigas profecias e as promessas de Deus.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
REFLEXÕES DE HOJE
24 de DEZEMBRO
HOMILIA DIÁRIA
O grande presente do Natal é Jesus
Você também deve saber que o grande presente do Natal é Jesus. Ele veio para todos nós de coração aberto.
”Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.” (Lucas, 1, 68 ss)
Zacarias, aquele que duvidou e que foi incrédulo, aquele homem de fé, mas que teve dificuldades para entender a ação de Deus, é agora um homem do louvor, é agora o homem da ação de graças! Agora é um homem que reconhece os prodígios do Senhor no meio do Seu povo (cf. Lc 1, 57-80).
Rompe agora, da boca de Zacarias, um dos hinos mais belos de louvor, de exaltação e de reconhecimento pela ação de Deus no meio de nós (cf. Lc 1, 68). Toda a Igreja, na Liturgia das Horas, todas as manhãs, louva a Deus, com a boca e pela boca desse homem de Deus, que nos trouxe este hino maravilhoso, o ”Benedictus”, reconhecendo o quanto é bendito, o quanto é maravilhoso o Senhor nosso Deus, porque Ele veio nos visitar e nos redimir. Se Deus não nos deixou sozinhos, não nos deixou abandonados, Ele fez aparecer no meio de nós uma força salvadora e restauradora, Ele fez surgir, no meio de nós, Aquele que é o nosso Salvador.
Nós só podemos louvar a Deus, nós só podemos agradecer a Deus, amanhã é dia de Natal! É véspera do Natal do Senhor. Sei que a sua casa vai estar reunida, sei que em algum lugar você vai se reunir com os seus. Eu sei que muitos de nós estaremos na igreja, mas quando estiver diante da mesa, não se esqueça: O mais importante não é o que temos para comer, mas Aquele a quem nós vamos celebrar, aquele presente único que Deus nos trouxe, este sim é o presente de verdade!
Infelizmente tem muita gente ainda que fica triste, porque não ganha presente de Natal; porque não é lembrado pelo Papai Noel ou assim por diante. Você já sabe que Papai Noel é figura da imaginação humana. Você também deve saber muito bem também que o grande presente do Natal é Jesus. Ele veio para todos nós de coração aberto. De braços abertos recebemos Aquele grande presente que Deus nos deu, que é o Seu Filho Jesus.
Que tenhamos este coração, como o coração de Zacarias, agora tomado pela força do louvor, do agradecimento, do reconhecimento da ação de Deus! Nós só podemos perceber o quanto Jesus age e está presente em nossa vida quando nós O exaltamos, quando nós O louvamos, quando nós O glorificamos por tudo aquilo que Ele representa para nós.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Abramos o nosso coração para acolher o Salvador
Estamos nos reunindo para contemplar o divino Salvador, estamos nos reunindo para abrir o nosso coração, para que Ele habite em nós
“E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados.” (Lucas 1,76)
Hoje, vivemos a feliz expectativa do nascimento do divino Salvador. Nossas casas, igrejas e capelas, sobretudo o nosso coração, preparam-se para receber o nascimento d’Aquele que é o nosso Salvador.
Precisamos preparar os caminhos. E preparar os caminhos quer dizer preparar as casas, as famílias e a nossa vida para que Jesus esteja no meio de nós salvando-nos, redimindo-nos, libertando e restaurando-nos.
Estamos sedentos de uma vida nova, sedentos de renovação e amor, estamos passando por momentos difíceis e delicados na vida. E para onde iremos voltar o nosso coração? Para Jesus, pois Ele é o nosso Salvador.
Que nossos olhos não estejam voltados para ninguém mais, pois não existe guru, homem, mulher ou outro profeta! Só Jesus nos salva e nos redime, só em Jesus esteja o nosso coração, que Ele seja o nosso único presente nesta noite e por toda a nossa vida. Ele seja a única luz a irradiar a nossa alma e o nosso coração.
O essencial que vamos celebrar não é estarmos em torno de mesas repletas de presentes e comidas. Isso é até acidental, se tiver tudo bem! Mas se não tiver, o que não pode faltar é a promessa de Jesus, é o amor d’Ele vivo no meio de nós.
Estamos nos reunindo para contemplar o divino Salvador, estamos nos reunindo para abrir o nosso coração para que Ele habite em nós.
Eu só posso desejar que a sua casa, que a sua família, que os seus vão ao encontro de Jesus. Eu só posso desejar que, onde você estiver, nesta noite, Jesus seja o centro, o celebrado, o amado. Que Ele seja a luz que irradia todas as coisas. Não olhemos tanto para a árvore que vai estar brilhando, para o Papai Noel que possa estar lá. Olhemos para Jesus, conversemos a respeito d’Ele, permitamos que Ele seja o assunto principal, permitamos que Ele sacie a fome que todos nós vivemos, senão, vamos nos saciar de outras coisas; e amanhã vamos amanhecer na mesma ressaca e no mesmo vazio.
Só Deus preenche a ansiedade da nossa alma e os desejos do nosso coração. Abramo-nos para acolher aquele que veio inteiramente nos salvar: Jesus presente no meio de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Permitamos que a graça de Deus irradie em nossa vida
“Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi.” (Lucas 1,67,69)
Zacarias está pleno do Espírito Santo, e é o Espírito Santo que age nele, move-o para louvar, bendizer, adorar e glorificar o Deus Santo de Israel. Essa é uma característica fundamental daquele que se abre para a graça de Deus e se deixa encher do Espírito.
Antes, havia um outro espírito movendo o coração de Zacarias – o medo, a incerteza e a insegurança –, por isso ele ficou mudo. Agora que o seu coração se abriu, que o seu coração se encheu para a graça, ele estava bendizendo e louvando o Senhor Nosso Deus.
Levantemos nossas mãos para os Céus, glorifiquemos o Senhor Nosso Deus! Não sejamos movidos por nenhum espírito mundano e consumista deste mundo, não sejamos movidos por nenhum espírito de discórdia, confusão, mentira e ilusão, mas que somente o Espírito Santo do Senhor esteja em nós.
Contemplamos Jesus agindo no meio de nós quando nos abrimos para a Sua graça
Celebremos o nosso Natal de uma forma sóbria, sadia e, acima de tudo, tomados pela graça divina. A noite que nos espera é uma noite de ação de graças, é uma noite para louvarmos, bendizermos e exaltarmos Aquele que é o nosso Deus, Aquele que tem misericórdia de nós e manifestou o Seu poder salvador.
Se nos encontramos decepcionados ou perdidos nos caminhos da vida, é porque não abrimos ainda todo o nosso coração para que o poder salvador de Deus se manifeste em nós. Nada é mais importante para alegrar o nosso coração, hoje e a cada dia da nossa vida, do que contemplar Jesus Salvador. Zacarias estava contemplando na força e no poder do Espírito.
Jesus ainda não nasceu, no contexto cronológico, mas aquilo que se realiza na vida desse casal é a manifestação desse poder salvador de Deus. Contemplamos Jesus agindo no meio de nós quando nos abrimos para a Sua graça; Ele nasce, vive, mora e está no meio de nós.
É isso que queremos celebrar com toda a intensidade do nosso coração, na humildade, na simplicidade, deixando que essa graça divina venha irradiar em nossos lares, nas nossas famílias e em nossas casas.
Não sejamos movidos pelo Espírito do mundo para celebrar o nascimento do nosso Salvador. O espírito natalino não é o espírito de consumismo, da barriga cheia, da embriaguez. O espírito do nascimento de Jesus é o espírito da sobriedade, da paz, da reconciliação, do louvor, o espírito que nos leva a exaltar o divino Salvador que vem ao nosso encontro para nos libertar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Permitamos a Jesus habitar a nossa casa
“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi.” (Lucas 1,68)
Hoje, estamos no coração com esse hino de louvor e ação de graças que Zacarias, o pai de João Batista, entoa a Deus. Porque Deus seja bendito, o Deus de Israel, o Deus de nossos pais, porque o Senhor nos visitou e nos libertou.
Permita eu atualizar o verbo para o tempo em que nós estamos: bendito seja Deus, porque Ele nos visita e nos liberta. Permita isso acontecer na sua casa, na sua vida e na sua família. Que hoje seja uma noite de visita de Deus no meio de nós, uma visita que traga libertação, restauração e vida nova.
Sabemos que algumas visitas vêm e fazem uma diferença em nossa vida, elas nos levantam, entusiasmam-nos; agora, há visitas que são até muito importantes, mas não damos a elas a devida atenção, porque temos tantas preocupações, tantas outras ocupações, e não damos à visita a atenção que ela merece com tudo aquilo que ela nos traz.
Jesus veio morar com Maria e José, mas Ele quer morar na casa, na família de cada um de nós
Permita-me dizer que a visita de Deus a nós não é uma cortesia, mas é uma visita que nos traz a verdadeira alegria, é uma visita de redenção, de libertação; Ele veio para morar, para ficar entre nós, para permanecer no meio de nós.
Que essa noite não seja uma noite fria, mas não no sentido de temperatura nem de indiferença, porque muitos corações ainda são indiferentes para a presença do Senhor, muitos corações ainda estão inquietos com outras coisas da vida e não se voltam para Aquele que está nos visitando, vindo morar no meio de nós, permanecer no meio de nós.
Que, nesta noite, possamos reunir a nossa casa e a nossa família. Sei que nem todos podem estar juntos, mas aquilo que é o essencial, porque Jesus veio morar no meio de nós, no seio de uma família.
Jesus veio morar com Maria e José, mas Ele quer morar na casa nem na família de cada um de nós. Ele quer nascer, quer estar entre nós. Por favor, não ignoremos a presença do Senhor, não façamos da nossa noite de Natal uma noite onde se tenha tudo, mas não tenha a presença do Senhor. Que seja uma noite de louvor, de agradecimento, de júbilo, de reconciliação, mas de restauração, porque Jesus está no meio de nós.
Que possamos junto com Zacarias, com Maria e José dizer: “Bendito seja o Senhor Nosso Deus, porque Ele nos visita e nos liberta”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Encha o seu coração da graça de Deus
“Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: ‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou’.” (Lucas 1,67-68)
Estamos às vésperas do Natal de Jesus. Nesta noite santa, vamos celebrar a visita, a presença, o amor de Deus no meio de nós. Queremos unir nossa voz à voz de Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, para profetizar, para que da nossa boca saia a profecia da graça, bendizendo o Senhor, Deus de Israel, porque visitou o seu povo e o libertou.
O povo de Deus somos nós, o povo de Deus é a minha casa, a sua casa, a sua família, a nossa família. É preciso que, hoje, nos enchamos do Espírito Santo e nos enchamos da graça de Deus para louvar, bendizer, glorificar e exaltar o nome do Senhor Nosso Deus. É preciso dizer que, muitas vezes, nesta noite do Natal, as pessoas se enchem de tantas coisas, enchem-se de vaidades, de comidas e bebidas, mas não se enchem da graça.
Que, nesta noite, o Senhor nos dê o canto da graça, que o Senhor nos dê a profecia de renovação e transformação
É por isso que, nesta noite, uma noite santa, do nascimento do Senhor, há muitos de nós que não contemplamos a graça de Deus que nos visita. Sei que todos nós gostamos de usar uma roupa bonita, todos nós gostamos de nos arrumar, de arrumar toda a casa, arrumar a mesa, arrumar a ceia, mas não deixemos de arrumar o coração, não deixemos de arrumar o nosso interior.
Se você gosta de colocar ordem na casa — e deve colocar ordem na casa —, coloque ordem no seu coração, coloque o coração na sintonia de Deus, na sintonia do amor. O mais importante dessa noite não são os presentes, não é a ceia, não é a comida, não é a carne, mas é Deus, é Jesus, o grande presente de Deus. Ele sim que nos visita, Ele sim está no nosso meio para nos libertar!
Que Jesus nos liberte, nesta noite santa, da visão egoísta, orgulhosa e soberba que nós, muitas vezes, temos na vida. Que Ele nos liberte de todas as vaidades que estão direcionando a nossa própria vida, e que o Senhor nos conceda sua humildade para abraçarmos a santidade como compromisso da nossa vida.
Que, nesta noite, o Senhor nos dê o canto da graça, que o Senhor nos dê a profecia de renovação e transformação. Por isso, convido você, nesta noite, além de participar da Missa, momento único e sublime da graça de Deus, a dar as mãos como família, para que possa comunicar a graça do Espírito aos outros. Não quero desejar outra coisa a você e a sua casa, a não ser que todos estejam nesta noite repletos do Espírito Santo profetizando, louvando, bendizendo e glorificando a Deus porque nos visitou, porque nos libertou, pois a visita de Deus, a libertação de Deus acontece na casa e no coração que se abre para a graça do Senhor.
Que tenhamos uma noite, um dia abençoado e iluminado pelo Divino Salvador que nos visitou e nos libertou.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Testemunhe com a sua vida as maravilhas do Senhor
“Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: ‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo’.” (Lucas 1,67-68)
Estamos às vésperas da grande Solenidade do Natal, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antes de comemorarmos a grande Festa do Natal, a Liturgia do dia 24, nos apresenta a profecia que saiu da boca de Zacarias.
Acompanhamos esses dias que Zacarias havia duvidado do Senhor; ele — que havia rezado ao Senhor pedindo às Suas graças, e Deus, nosso Pai, o visitou, concedendo a ele a graça de um filho —, duvidou naquela hora e, por isso, ficou mudo.
Zacarias aprendeu com a sua mudez, aprendeu com a sua incredulidade, aprendeu que deveria confiar e acreditar em Deus. E, finalmente, a promessa do Senhor também se cumpriu na sua vida e ele teve o seu filho juntamente com Isabel — João Batista.
É nesse contexto que o filho João Batista nasceu, que a sua língua se desenrola. Ele aprendeu a lição e, agora, estava proclamando as maravilhas de Deus porque, finalmente, da incredulidade ele passou para a credulidade. Profetizou, a princípio, a respeito do Filho de Deus, mas também do seu filho, da salvação que nos veio em Cristo Jesus. Ele profetizou bendizendo a Deus.
Vamos, juntamente com Zacarias, proclamar as maravilhas de Nosso Senhor
Se antes ele tinha sido infiel e incrédulo, ficou mudo; agora, acreditando em Deus, ele profetizou e bendisse a Deus.
A primeira parte deste belo hino que Zacarias compôs apresenta a história da salvação, apresenta a promessa de Deus que se cumpriu, o Senhor que veio na Sua misericórdia libertar e salvar o Seu povo. E, depois, Zacarias fala a respeito do seu filho, que veio como precursor, veio preparar o caminho para a vinda de Cristo.
Meus irmãos, peçamos a graça ao Nosso Senhor de acreditarmos nas promessas de Deus, pois elas haverão de se cumprirem. Acreditemos, a promessa de Deus já se cumpriu em Cristo Jesus.
Que o nosso coração se alegre pela presença de Cristo no meio de nós, que o seu coração possa se alegrar! É verdade, são muitos os desafios que temos, as tristezas que vivemos, talvez, durante todo esse ano, mas a alegria do Natal deve tomar conta do nosso coração. Vamos, juntamente com Zacarias, proclamar as maravilhas de Nosso Senhor, como ele proclamou.
Proclamemos com a nossa vida, com as nossas palavras, proclamemos as maravilhas do Senhor com o nosso testemunho.
A bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, que o encantamento e a gratidão que Zacarias demonstrou em sua belíssima oração pelo nascimento de seu filho, João Batista, sejam as nossas atitudes diante do grande dom que nos ofereces, o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, Ele que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Oração Final
Pai Santo, faz do nosso coração nova manjedoura para acolher o Deus Menino, que quer estar entre nós. Ajuda-nos a crescer com Ele e, feitos adultos na fé, anunciaremos ao mundo a Boa Notícia do teu Reino de Amor. Pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o encantamento e a gratidão que Zacarias demonstrou em sua belíssima oração pelo nascimento do filho, João Batista, sejam as nossas atitudes diante do grande Dom que nos ofereces, o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão no Natal; por Ele, que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, faze do nosso coração uma nova manjedoura para acolher o Deus Menino, que escolheu ficar entre nós. Ajuda-nos a crescer com Ele e, feitos adultos na fé, anunciaremos ao mundo a Boa Notícia da presença em nós do teu Reino de Amor, de que Ele foi o primeiro arauto. Pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai amado, cantaremos a Ti um canto novo! Ilumina-nos com teu Espírito, para que o exemplo de João Batista nos dê força e coragem para receber o Mensageiro do teu Amor – Jesus de Nazaré em nossos corações. Ajuda-nos, Pai querido, a segui-Lo pelos caminhos de nossa vida, anunciando a chegada do Reino de Amor e de Misericórdia que Ele realizou em nós. Pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Missa da Vigília do Natal do Senhor
Mateus 1,1-25 ou 18-25
Comentário
Hoje sabereis que o Senhor vem e nos salva; amanhã vereis a sua glória. (Ex 16,6s)
Celebramos, nesta vigília, o cumprimento das promessas de Deus, que nos envia o Salvador. Anunciado pelos profetas, Jesus é o Emanuel, o Deus sempre conosco. Nele o Pai firmou sua aliança indissolúvel; dele João não se considerou digno nem sequer de desamarrar as sandálias. Cheios de alegria, cantemos o amor que o Senhor tem por nós.
Reflexão
“o maior exemplo do homem justo!”
Cumprindo com a promessa que fizera a Davi, Deus chama José para ser o pai adotivo de Jesus. José é o maior exemplo do homem justo, pois mesmo contrariando os seus planos pessoais e mudando o rumo de sua vida acatou as ordens do anjo quando lhe disse, “Não tenhas medo” e confiou plenamente em tudo o que lhe foi revelado. As ordens de Deus também nos chegam através das pessoas que nos orientam, da Palavra que nos instrui, dos pensamentos, das moções e até dos sonhos, por isso, não podemos nos desculpar afirmando que não sabemos qual é o Plano de Deus para nós. Tudo nos fala de Deus, portanto, precisamos com muita atenção, sondar os pensamentos que o Espírito Santo nos revela para pôr em prática a vontade do Pai e assim nos tornarmos justos, (as), como São José, pois justo é quem se ajusta ao Plano de Deus. José, porque era um homem justo, acolheu o chamado de Deus e ajustou-se ao plano do Senhor deixando de lado os seus próprios projetos. – Será que têm acontecido na sua vida situações como esta? Para você é difícil ajustar-se a mudanças de plano? – Você acha que o sacrifício de José valeu à pena? Tem valido a pena para você abdicar de algum projeto seu em favor de fazer a vontade de Deus. – O que você tem feito para perceber os sinais que Deus tenta lhe dar por meio das pessoas e dos acontecimentos?
Helena Colares Serpa – Comunidade Católica Missionária UM NOVO CAMINHO
Reflexão
O relato do evangelho na missa da noite de Natal inicia com um enquadramento histórico, procura situar no tempo e no espaço o nascimento do Filho de Deus. Não é, porém, um relato histórico, e sim uma leitura teológica da história da salvação. José e Maria, conforme determinação do imperador Augusto, se dirigem a Belém, cidade de Davi e de José, para se registrarem. Enquanto estavam lá, Maria dá à luz seu filho. Jesus não nasce em Jerusalém, cidade do poder e dos poderosos, mas em Belém, aldeia insignificante dos pequenos. Lá é colocado numa manjedoura, pois não havia lugar para ele na casa. Os pastores, pessoas rudes e desprezadas, são os primeiros a receber e acolher a Boa Notícia do Salvador da humanidade. A salvação não vem do poder central (Augusto) e da capital (Roma), mas nasce no meio do povo sofrido e desprezado (pastores) e da aldeia (Belém). Portanto, nesse relato do nascimento de Jesus não tem nada de romantismo. A salvação que vem de Deus, por meio de Jesus, é para todos, mas começa pela periferia, pelos pobres e desprezados. Celebrando o Natal, juntemos nossa voz ao coro celestial e, juntos, cantemos “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos que ele ama”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
O Natal é uma história conhecida por todos, no entanto, ainda hoje nos surpreende e também nos espanta… Tudo acontece no coração da noite para permanecer para sempre em nossos corações. Mas, colocamos tantas coisas para celebrar o Natal que se tem a impressão que, na realidade, queremos esconder tanta simplicidade, humildade e pobreza do verdadeiro Natal de Jesus.
Se alguém contasse a história do Menino Deus e uma pessoa que não conhecesse nada de Jesus, o que ele diria? Uma família, cuja mãe estava grávida, todos obrigados a fazer uma viagem; a mãe próxima de dar à luz; as hospedarias não acolheram o casal; a criança ao nascer e foi colocada em uma manjedoura (local de alimento de animais); o menino não teve uma casa, um berço e nem festa. Talvez tal pessoa dissesse: “Mas, onde Deus estava?” Mas, é exatamente ali, onde Deus se fez mais presente do nunca! Nunca mais se manifestará no Templo, nas festas e solenidades de Jerusalém, entre os doutores e sacerdotes da religião da época. O lugar privilegiado de Deus passou a ser a história das pessoas e cada ser humano nesta terra.
O Natal é uma grande surpresa de Deus, mas escondida em uma criança recém-nascida! Deus decidiu fazer tudo ao seu modo, não como se esperava, mas do modo onde o humano mais aparece!
Nos chama atenção no Natal de Jesus a ausência (a falta) de quase tudo para uma família: Jesus nasce, mas não foi em uma casa; com inúmeros riscos, insegurança e instabilidade; não havia nada de mínimo conforto, de reconhecimento público e acolhida do povo. Até mesmo o momento em que nasceu: “Não havia lugar para eles”. O mundo estava envolvido em outras coisas! Jesus nasce em um lugar que não era o lar de sua família; em viagem e sem uma casa. Tudo não foi um “desleixo” de Deus Pai, mas uma escolha: neste mundo, todos nós desde o nosso nascimento, estamos em viagem; as coisas desta terra são provisórias…. a riqueza neste mundo são as pessoas. Mas, o Natal não é a ausência de tudo, mas exatamente onde “tudo de mais importante” se faz presente e visível: a família, um pai e uma mãe para acolher seu filho e Deus.
Lucas no Evangelho (da noite de Natal), inicia mencionando os grandes da terra (imperador César Augusto e Quirino, governador da Síria) que provocam uma imensa movimentação de pessoas (recenseamento). Mas, o que irá marcar definitivamente a história humana, aconteceu em uma pequena vila, Belém, próxima alguns quilômetros de Jerusalém.
José e Maria viviam em Nazaré, cidade desconhecida para todos; eram da região da Galileia considerada terra de gente pouco fiel à religião oficial. O casal se deslocou para a periferia da grande cidade dos judeus, Jerusalém, dos grandes sacerdotes e de festas solenes. Tudo aconteceu à margem e fora dos esquemas oficiais do estado romano e da religião judaica. Jesus nasceu sem ser percebido e festejado pelos grandes da terra.
No Natal de Jesus, tudo é significativo, mas do modo de Deus. Enquanto todos, naquela época, olhavam e temiam o imperador César e suas leis, outra história estava iniciando no mundo. No Natal de Jesus, tudo é ao contrário: tudo acontece no silêncio da noite; em uma vilazinha; em um ambiente que acolhe animais… A nova história de Deus entre os homens nunca mais será nos palácios, no grande Templo de Jerusalém e entre os grandes desta terra.
Diz os textos Sagrados que uma luz diferente começou a brilhar não mais distante e no céu, mas entre nós. Não mais um Deus acima de todos, mas entre nós, como um de nós. Não mais distante e difícil, mas como uma criança que se pode carregar nos braços. Cada pessoa passa a ser morada de Deus.
A luz do Deus forte rompe a escuridão que a humanidade se encontrava para se tornar uma chama de vida em cada pessoa. Todas as promessas do Antigo Testamento, surpreendentemente, se cumprem de uma forma espetacular: em uma criança depositada em uma manjedoura. Deus continua forte, mas de ternura; Deus guerreiro e imbatível, mas que se esconde num olhar de uma criança recém-nascida; Príncipe da paz na formosura de um bebê;
Quando tudo acontecia no silêncio da noite de Belém, os pastores são os primeiros convidados para participar deste momento fundamental para todos os homens e mulheres. Eles, desprezados por todos, são convocados por um mensageiro de Deus para testemunhar a beleza de Deus.
O anjo lhes anuncia e assegura a todos: “Não tenham medo!” A partir do Natal, Jesus nos mostra que nosso Deus não é mais para ter medo, mas para se apaixonar; os grandes da terra provocam medo, Deus quis provocar com a sua ternura; não provoca mais pavor com grandes sinais, mas com as coisas pequenas feitas com amor, compaixão e misericórdia.
Os homens sempre querem ser grandes, poderosos, crescer sobre os outros; Deus quis descer, servir e conviver com todos a começar pelos simples e pequenos da terra. O Menino Deus vem a este mundo quase “pedindo emprestado” tudo de nós: Belém não era a cidade em que seus pais viviam; estava em viagem; o local foi improvisado (estábulo); uma manjedoura de animais foi emprestada para ele ser colocado. Isto tudo será uma marca em sua vida e até mesmo de sua morte: foi colocado em um túmulo vazio que não era dele.
Mas, tudo necessitará de um profundo ato de fé: todas as promessas divinas se realizaram em uma criança recém-nascida envolta em faixa e deitada numa manjedoura. Uma “grande notícia”, mas envolta em faixas de pano. A luz eterna de Deus resumida na fragilidade de uma criança. É preciso ter muita fé! Mas, os simples e os pequenos deste mundo sempre entenderam isto!
No Natal de Jesus, o Criador se confunde com a Criatura. Há uma inversão da roda da história que sempre gira em torno dos grandes e poderosos; agora, é Deus que desce até nós como um de nós; o céu que desce à terra; o Maior que desce ao mais singelo da realidade humana. Jesus nasce para que pudesse nascer em cada um de nós. Se Jesus quis nascer em um lugar simples e sujo entre os animais, não vai se escandalizar de nós, de nossas sujeiras e imundices humanas. O Natal é a certeza de que a nossa carne pode ser santa porque ela se misturou com Deus.
Natal não é momento de se encher de coisas e quase que fugir de nossa realidade, mas viver os mais puros sentimentos que realmente nos tornam cada vez mais humanos: ternura, amor, compaixão, misericórdia, presença, solidariedade…
Jesus ao se fazer pobre entre os pequenos se deixa acalentar e abraçar por qualquer pessoa: dos mais pobres aos mais ricos; dos mais simples até os mais importantes… Deus se torna, definitivamente, presente junto a todos os homens e mulheres!
Padre Dirlei Abercio da Rosa
Presbítero da Arquidiocese de Pouso Alegre,
mestre em Ciências Bíblicas (Instituto Bíblico, Roma)
e professor da Faculdade Católica de Pouso Alegre
Missa da Noite (do Galo)
Lc 2,1-14
Comentário
Alegremo-nos todos no Senhor, pois nasceu o Salvador da humanidade, verdadeira luz que resplandece em nossa vida. Na fragilidade da criança, Deus se torna humano para nos tornar divinos; desce até nós para nos elevar até ele. Somos convidados, nesta noite santa, a celebrar aquele que nos traz a graça, a salvação e a paz sem fim.
vIVENDO A PALAVRa
Diante do Mistério de Amor, nós nos quedamos em contemplação reverente, silenciosa e cheia de gratidão. E lemos e tornamos a ler o texto, extasiados com tamanha misericórdia do Pai que, ao nos oferecer o próprio Filho, participa da nossa humanidade e nos possibilita participar de sua Divindade. Aos companheiros de ‘Meu dia em Oração’, um Santo Natal! Glória a Deus no mais alto dos Céus, e Paz na terra aos homens por Ele amados!
Reflexão
Após enquadrar o foto historicamente, Lucas narra o nascimento de Jesus em Belém, na Judeia, e a visita dos pastores ao recém-nascido. Deus vem a nós encarnado na criança frágil e indefesa. Seu nascimento acontece num contexto de migração. Nasce numa estrebaria porque não havia lugar para ele na sala. Hoje ele encontra lugar em nosso coração, em nossas famílias e nas ceias natalinas? Ele não entra onde há ostentação, orgulho, arrogância e prepotência. Ele não nasce em palácios, pois lá os pobres não têm acesso; ele nasce numa estrebaria, lugar onde os pobres podem frequentar. Foi justamente os pobres e desprezados pastores que foram os primeiros a receber a boa notícia e visitar o recém-nascido. Jesus nasce pobre e se revela aos pobres, e são estes que o visitam e o acolhem. Natal é a festa da alegria, da simplicidade, do amor e da fraternidade. Luxo, pompa, ostentação não fazem parte dessa festa da cristandade. Infelizmente o comércio e o consumo acabam sufocando a genuinidade e a ternura dessa festa. Para que nossos natais sejam autênticos, precisamos voltar a Belém e recuperar o sentido da “manjedoura”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
Maria e José estão fora de sua casinha de Nazaré. Encontram-se em Belém da Judeia, e é aí que Maria dá à luz o “filho primogênito”, Jesus. Por falta de lugar na hospedaria, Maria enrola o bebê em panos e o acomoda numa manjedoura. Desconcertante é a pobreza do ambiente em que nasce Jesus. A respeito do Verbo encarnado (Jesus), o Evangelho de João dirá: “Tudo foi feito por meio dele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1,3). O contraste é evidente e provocativo: quem criou o mundo não encontra no mundo um espaço confortável onde nascer. De qualquer forma, a pobreza e a simplicidade do Menino Jesus nos atraem. Quem não gostaria de acarinhar um recém-nascido indefeso e pobre? Celebremos o nascimento de Jesus, com a alma inundada de alegria e gratidão, porque Deus vem morar entre nós.
Oração
Ó Menino Jesus, comove-nos a situação de pobreza no teu nascimento. Recém-nascido, és colocado numa manjedoura, sem qualquer conforto. Ao teu lado, tens apenas o aconchego da tua Mãe, Maria, e a proteção do teu pai adotivo, José. O céu, porém, explode em manifestações de júbilo. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Reflexão
(branco, glória, creio, prefácio do Natal – ofício da solenidade)
Alegremo-nos todos no Senhor, porque nosso Salvador nasceu no mundo. Hoje, para nós, desceu do céu a verdadeira paz.
Anúncio do Natal
(Cantado ou recitado, do ambão)
Transcorridos muitos séculos desde a criação do mundo, quando no princípio Deus criou o céu e a terra e formou o homem à sua imagem; depois de muitos séculos desde que, após o dilúvio, o Altíssimo pusera entre as nuvens o arco, sinal de aliança e de paz; vinte e um séculos depois que Abraão, nosso pai na fé, migrou da terra de Ur dos caldeus; treze séculos depois da saída do povo de Israel do Egito, conduzido por Moisés; cerca de mil anos depois da unção real de Davi; na sexagésima quinta semana segundo a profecia de Daniel; durante a Olimpíada centésima nonagésima quarta; no ano setecentos e cinquenta e dois da fundação de Roma; no quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto, quando a paz reinava em toda a terra, Jesus Cristo, Deus eterno e Filho do eterno Pai, querendo santificar o mundo com o seu piíssimo advento, concebido pelo Espírito Santo, decorridos nove meses após a sua concepção, nasceu em Belém de Judá, da Virgem Maria, feito homem: natividade de nosso Senhor Jesus Cristo segundo a carne.
Pistas para reflexão
Um “menino” irá trazer alegria e felicidade ao povo de Israel, desolado por causa da invasão do Império Assírio. Trata-se de figura do “menino Jesus”, que trouxe luz e esperança ao povo imerso nas trevas da miséria, do sofrimento e do abandono. A maior manifestação da graça salvadora de Deus foi a vinda de Jesus. Salvando-nos por sua ressurreição, ele nos ensina a viver os valores do seu Reino. Os primeiros a receber a notícia do nascimento de Jesus são os pastores, pessoas pouco valorizadas. Graças ao anúncio do anjo a eles, tomamos conhecimento dessa Boa Notícia. Nascendo pobre, Jesus nos convida a evitar o consumo desenfreado e a viver com simplicidade, despojamento e alegria.
(Liturgia Diária, Ano C, dezembro de 2024)
Meditação
A PALAVRA DE DEUS: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO
Com toda a Igreja, iniciamos hoje o Ano Jubilar “Peregrinos da Esperança”. Mais do que do coração do Papa Francisco, parece nascer do teimoso e incansável sonho de Deus para nós humanos. Deus se faz peregrino conosco, buscando nos acordar e assim vencer nossa passiva resignação ao pouquíssimo que vivemos, da imensa riqueza que ele nos oferece. Não abram mão da esperança!
Mediante Isaías, como que andando nas trevas, que o Povo visse no nascimento de um novo rei davídico, uma especial presença de Deus, uma grande luz. Naquele menino que nascia, alimentasse a esperança de ver quebrado o jugo, a canga que o escravizava. Chance maravilhosa de as botas de soldados, as vestes de sangue, todo sinal de guerra ser queimado e devorado pelas chamas. Sonhem, esperem, lutem pela paz!
Pelo recenseamento decretado, Jesus concebido galileu, nazareno, de fato é dado à luz na davídica Belém, cumprindo as promessas feitas a Davi.
Ele, como seus pais, não encontra lugar na hospedaria, mas sim no coração dos desprezados pastores: “eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor”.
Acontecimento na minúscula Belém! Anunciado a desprezados pastores! Mas o céu pretende que seja “para todo o povo”, para a humanidade. E para Deus ainda é pouco. Sim, que seja “paz na terra aos homens” que ele ama. Não só, que repercuta também nas alturas: “glória a Deus no mais alto dos céus”!
Há dois mil anos Jesus instaura no mundo o que sonhara por meio de Isaías: “a graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens”. É Jesus que “se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e se dedique a praticar o bem”.
Ainda em construção o mundo de Deus! E vencendo toda maldade, a começar a aninhada em nós mesmos, hoje é nossa vez de sonhar, de esperar com as mãos, de somar forças com Jesus, fazendo emergir o mundo da paz que seja também glória para Deus nos céus!
Este Natal feliz, de paz, de esperança desejamos a você, a todos os seus, a todos nós!
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 24/12/2024
Liturgia comentada
Paz na Terra! (Lc 2, 1-14)
Em 1994, o povo de Ruanda se viu mergulhado em sangrenta guerra civil, com a nação dividida entre as duas etnias dos hutus e dos tutsis. O genocídio deixou um milhão de mortos e milhões de refugiados em territórios vizinhos. Nesse clima de horror, a comunidade local do Foyer de Charité precisou de se refugiar fora do país, até que a violência amainasse. Naquela pequena comunidade, viviam fraternalmente membros das duas etnias. Sua fraternidade acendeu ódios dos dois lados em conflito: era inconcebível, para uns e para outros, que hutus e tutsis convivessem em paz.
Esta é a lição fundamental do nascimento de Jesus Cristo no Natal: a paz é possível entre aqueles que se sentem amados por Deus. Ou ainda: todos aqueles que reconhecem a Jesus como o seu Salvador, tornam-se irmãos de quem tem a mesma experiência. Cristo se torna a ponte que une e reconcilia, acima e além de qualquer tipo de barreira humana, sejam elas sociais, econômicas, étnicas ou culturais.
O hino entoado pelos anjos nas Campinas de Belém falava de duas realidades do Natal: a gloria (para Deus) e a paz (para os homens). Pena que a palavra “paz” tenha sido tão deturpada! Para os romanos, a “paz” consistia em sufocar toda rebelião nas províncias do Império. Para os governos atuais, a paz pode ser confundida com o silêncio dos deserdados do sistema.
Mas o cristão sabe que a verdadeira é paz é dom de Deus e não será conquistada pelas armas nem por acordos comerciais. Por isso mesmo, pedimos em cada missa: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!” Esta prece é dirigida ao mesmo Jesus que, ressuscitado, entrou no salão onde os discípulos estavam trancados e lhes disse: “A paz esteja convosco!” Aquele mesmo sobre quem Paulo escrevia aos cristãos de Éfeso: “Por que Ele é a nossa paz, Ele que de dois povos fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava.” (Ef 2, 14.)
Nós aprendemos com a tradição judaica que o verdadeiro “shalom” não significa a ausência de crises e conflitos, a falta de tiros nas ruas ou de agressões dentro do lar. A paz não é uma ausência, mas “presença”: a presença do Senhor no meio de seu povo.
A noite de Natal vem lembrar a todos que a paz está ao nosso alcance. E poderemos experimentá-la em plenitude ao acolher amorosamente o Menino que veio a nós. Mesmo que ele esteja vestido com o disfarce dos mais pobres deste mundo...
Orai sem cessar: “O Senhor abençoará seu povo, dando-lhe a paz!” (Sl 29, 11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
HOMILIA DIÁRIA
Jesus nasceu para ser o nosso Rei e Salvador
Postado por: homilia
dezembro 24th, 2012
O Evangelho de Jesus nos diz que sua vida e morte testemunham a natureza inigualável de sua realeza e Reino. Mas o que seu nascimento nos diz? Jesus é o único qualificado para ser Rei.
Mateus traça a linhagem de Jesus através de José (Mt 1,1-17), um descendente de Davi (Mt 1,6), uma vez que somente um filho de Davi poderia reinar como Messias (Salmo 89,3-4). Lucas traça do mesmo modo a linhagem de Maria até Davi (Lc 3,23-31), assim qualificando duplamente Jesus para ser o Messias. Contudo, o Messias precisa também ser o Filho do Céu (Salmo 2,7). Pela virgindade de sua mãe, Jesus nasceria como o único Filho de Deus. O anjo Gabriel assegurou a Maria que o “poder do Altíssimo” (Lc 1,35) lhe daria a capacidade de conceber sendo virgem (Mt 1,20). E, “por isso, o ente santo” poderia ser “chamado Filho de Deus” (Lc 1,35).
O nascimento de Jesus demonstra Sua divindade. Anjos disseram a Maria (Lc 1,26-38) e a José (Mt 1,18-23) que seu “Filho do Altíssimo” era mais do que apenas um filho. Antes, ele seria o Filho unigênito de Deus (Jo 3,16), chamado apropriadamente “Emanuel”, ou seja, “Deus-conosco” (Is 7,14; Jo 1,14).
E Jesus reinaria sobre a casa de Jacó reconstruída (Lc 1,33; At 15,16-18). Desde que Ele receberia quem quer que o temesse e fizesse o que é reto (At 10,35), essa casa consistiria de judeus e de gentios. Ele concederia a todos os seus cidadãos uma igualdade e comunhão que o mundo jamais tinha conhecido (Gl 3,28), pois Ele seria boa nova “para todo o povo” (Lc 2,10).
Todavia, Jesus não reinaria como um tirano, mas como Salvador. Ele salvaria “seu povo dos pecados deles” (Mt 1,21), trazendo a eles a maior paz de todas: a paz com Deus (Rm 5,1). Ele salvaria, não subjugaria. Desde que seu Reino também traz salvação (At 2,23-24), Ele não poderia ser Rei se não fosse Salvador (Zc 6,12-13; Hb 1,3). Portanto, desde que Ele salva, Ele na verdade tem que reinar (At 2,33-36).
O modo de Seu nascimento mostra como Ele é inigualável. A maioria dos reis nascem no luxo e na riqueza. Porém, não este. Suas faixas não foram de fina púrpura nem seu berço de ouro. Em vez disso, uma manjedoura serviu como sua cama. Esse Rei humilde fez uma entrada quieta e não pretensiosa para aquelas pessoas de humildade incomum que seriam Seus cidadãos.
Os anjos não anunciaram o nascimento d’Ele aos poderosos e prestigiados, mas aos pastores. Eles, humildemente, vieram “apressadamente” para encontrar “a criança deitada na manjedoura”. Encontrando-o, eles glorificaram e louvaram a Deus. Para os corações que respondem, como os desses pastores, em fé confiante nas Palavras de Deus, Jesus seria Rei.
Entretanto, esse Rei seria tanto “para ruína como para levantamento” (Lc 2,34). Porque a maioria rejeita Sua mensagem (Jo 1,11), eles caem enquanto outros sobem a “lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2,6) pela obediência à Sua vontade (Mt 5,19). Até mesmo seus pais representam o tipo de cidadãos que pertenceriam ao seu Reino: justos, amorosos, puros e obedientes.
Seguindo a estrela até Herodes, homens sábios do Oriente aprenderam com o profeta Miquéias que o Messias nasceria em Belém. Eles entraram na casa (não estábulo) e viram o menino (não o recém-nascido) (cf. Mt 2,11). Portanto, esses homens possivelmente viram Jesus antes de Seu segundo ano de idade, em vez de vê-Lo na manjedoura, porque Herodes informou-se com os homens sábios “quanto ao tempo em que a estrela aparecera” (Mt 2,7) e, mais tarde, matou crianças de dois anos para baixo (Mt 2,16).
Até mesmo os visitantes do Oriente tipificam os cidadãos do Reino. Dispostos a fazer uma viagem longa e árdua só para vê-lo, eles O adoraram (Mt 2,11). Eles trouxeram dádivas adequadas a um rei: ouro, uma dádiva comum à realeza (1 Rs 10,14-22); incenso, frequentemente ligado com adoração a Deus (Lv 2,1-16); e mirra, uma especiaria tipicamente cara usada na adoração (Êx 30,23-33), na aromaterapia (Salmo 45,8) e no embalsamamento (Jo 19,39).
Nós também precisamos chegar alegremente ao nosso Rei e oferecer nossos corpos “por sacrifício vivo, santo, que é o vosso culto racional” (Rm 12,1). Seu nascimento valida Seu direito ao trono de Davi, Sua divindade, Seu domínio internacional e até a natureza de Seu Reino. Mas o que os pais, os pastores e os homens sábios demonstram é que nada menos do que corações submissos e vidas obedientes são suficientes para esse Rei, que eleva corações humildes à glória, no Reino dos Céus.
Pai, dá-me um coração de pobre que me permita contemplar o nascimento de Seu Filho Jesus, que viveu pobre para ser solidário com os pobres.
Padre Bantu Mendonça
HOMILIA DIÁRIA
Permitamos a Jesus habitar a nossa casa
“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi.” (Lucas 1,68)
Hoje, estamos no coração com esse hino de louvor e ação de graças que Zacarias, o pai de João Batista, entoa a Deus. Porque Deus seja bendito, o Deus de Israel, o Deus de nossos pais, porque o Senhor nos visitou e nos libertou.
Permita eu atualizar o verbo para o tempo em que nós estamos: bendito seja Deus, porque Ele nos visita e nos liberta. Permita isso acontecer na sua casa, na sua vida e na sua família. Que hoje seja uma noite de visita de Deus no meio de nós, uma visita que traga libertação, restauração e vida nova.
Sabemos que algumas visitas vêm e fazem uma diferença em nossa vida, elas nos levantam, entusiasmam-nos; agora, há visitas que são até muito importantes, mas não damos a elas a devida atenção, porque temos tantas preocupações, tantas outras ocupações, e não damos à visita a atenção que ela merece com tudo aquilo que ela nos traz.
Jesus veio morar com Maria e José, mas Ele quer morar na casa, na família de cada um de nós
Permita-me dizer que a visita de Deus a nós não é uma cortesia, mas é uma visita que nos traz a verdadeira alegria, é uma visita de redenção, de libertação; Ele veio para morar, para ficar entre nós, para permanecer no meio de nós.
Que essa noite não seja uma noite fria, mas não no sentido de temperatura nem de indiferença, porque muitos corações ainda são indiferentes para a presença do Senhor, muitos corações ainda estão inquietos com outras coisas da vida e não se voltam para Aquele que está nos visitando, vindo morar no meio de nós, permanecer no meio de nós.
Que, nesta noite, possamos reunir a nossa casa e a nossa família. Sei que nem todos podem estar juntos, mas aquilo que é o essencial, porque Jesus veio morar no meio de nós, no seio de uma família.
Jesus veio morar com Maria e José, mas Ele quer morar na casa nem na família de cada um de nós. Ele quer nascer, quer estar entre nós. Por favor, não ignoremos a presença do Senhor, não façamos da nossa noite de Natal uma noite onde se tenha tudo, mas não tenha a presença do Senhor. Que seja uma noite de louvor, de agradecimento, de júbilo, de reconciliação, mas de restauração, porque Jesus está no meio de nós.
Que possamos junto com Zacarias, com Maria e José dizer: “Bendito seja o Senhor Nosso Deus, porque Ele nos visita e nos liberta”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Recenseamento de toda a terra
Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de toda a terra. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. (Lucas 2,1-14)
Primeiro recenseamento
Meus irmãos e minhas irmãs, nós estamos nesse dia especial!
Hoje é véspera de Natal, e nos celebramos a Eucaristia. Normalmente, essa missa é celebrada na noite do dia 24, e esse é o texto que eu acabei de ler para todos vocês.
Bom, nós temos diversos dados históricos, no Evangelho de hoje, justamente para dar ênfase ao que nos é narrado e, acima de tudo, credibilidade ao evento mais importante que a Terra já presenciou.
César Augusto, como referência histórica, política, decretou o recenseamento, indicando um sistema anagráfico de controle da população, que foi adotado pelo Império Romano daquela época. Aqui no Brasil, nós chamamos do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em Portugal, há o INE – Instituto Nacional de Estatísticas –, se eu não estou enganado; depois, os portugueses que acompanham me corrijam.
Todos esses dados colocam a Sagrada Família num momento pontual da história da humanidade: o nascimento do menino Jesus.
Sem plano de saúde, sem quarto neonatal, sem o conforto de um quarto aconchegante. Os pais têm que realizar o parto num espaço dividido com os animais.
Jesus não nasceu num curral, é importante explicar isso!
Sendo José o seu pai, natural daquela região, certamente havia algum parente ou pessoas conhecidas que acolheram o casal. José não seria imprudente a ponto de expor Maria a algum perigo.
Acontece que algumas casas daquela época possuíam também um espaço, sobretudo na parte baixa da casa, onde estavam os animais, que era um lugar para se aquecer do frio.
Esses animais ficavam nessa parte da casa, por isso que pode ter ocorrido o parto próximo de onde estavam esses animais. Quando o texto diz que não havia lugar na hospedaria, o termo que aparece aqui “Katalyma”, e pode significar sala de jantar ou também alojamento.
Por isso, resumindo, o Filho de Deus nasceu com toda a dignidade. Ele só não nasceu num contexto de riqueza e de conforto.
Tudo isso para nos lembrar a pobreza evangélica, o despojamento, o desapego de tudo nesta terra para buscarmos única e exclusivamente os tesouros do céu.
Que essa noite de Natal possa produzir em nosso coração, de fato, esse desejo de seguir Jesus, de fazer a vontade de Deus em todas as coisas.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai e Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno Ferreira
Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.
ORAÇÃO FINAL
Pai querido, Tu és a nossa Fonte de Luz, de Paz e de Amor. Neste dia festivo do Natal de Jesus, nós elevamos a alma em Ação de Graças pela encarnação do teu Filho. E pedimos, amado Pai, como Igreja que desejamos ser, que não percamos o espírito do Jesus Menino e nos mantenhamos simples, puros, abertos ao Novo em que Te mostras para ensinar-nos e nos libertar da rotina que escraviza. Pelo mesmo Jesus, o Cristo, que contigo vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
QUE O MENINO JESUS NASÇA,
TODOS OS DIAS EM SEU CORAÇÃO.