sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Homilia Diária.754: Os bispos, sucessores dos Apóstolos (Memória de São Tito e São Timóteo) - Padre Paulo Ricardo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 25 de jan de 2018

Com a morte dos Apóstolos, surge um drama no seio da Igreja: como manter-se fiel a Cristo e ao seu Evangelho se já não há mais quem tenha visto e testemunhado diretamente os obras do Senhor? Para remediar esse problema, Jesus mesmo deu a seus Apóstolos o direito e o poder de ordenar sucessores, os bispos, encarregados de continuar a missão apostólica e cumprir, como servos obedientes, a vontade divina de que a Igreja perdure neste mundo até a vinda gloriosa do nosso Redentor. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 26 de janeiro, e peçamos a Deus que santifique o nosso episcopado, tornando-o cada dia mais fiel ao ministério que lhe foi confiado.

Categoria - Educação

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HOMÍLIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Lc 10,1-9 - 26/01/2018


Precisamos reacender a chama da graça que está em nós

Deus acende a graça da chama em nós, temos que cuidar para que essa chama não se apague

“Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade” (2Tm 1,6-7).


Hoje celebramos os santos Timóteo e Tito; bispos, discípulos de Paulo e, acima de tudo, seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo. Paulo escreveu duas cartas a Timóteo e uma a Tito, ricas em ensinamentos para a nossa vida cristã. Encontramos, tanto em uma carta como na outra, Paulo exortando, reanimando, dando vida a esses seus dois companheiros para que se mantivessem firmes na pregação do Evangelho, para que não deixassem apagar a chama da graça de Deus, que um dia o próprio Paulo acendeu no coração deles.
Essa é a nossa missão: Deus acende a graça da chama em nós, a chama do Espírito. Temos que cuidar para que essa chama não se apague, porque vêm muitos ventos contrários, e eles não têm mais força do que a graça de Deus.
Muitas vezes cedemos aos ventos contrários, não aquecemos, não inflamamos o fogo da graça de Deus que está em nós. Passamos por muitas tribulações, situações difíceis na vida; passamos por tempestades na vida, mas é aí que precisamos da graça. Não é para passar pela tempestade com a chama apagada, não é para passarmos pelas tribulações esmorecidos, tristes e desanimados.
Quando passamos por momentos difíceis na vida precisamos reacender, ainda mais, a graça de Deus que está em nós. Paulo não queria que seus discípulos, Tito e Timóteo, desanimassem da missão evangélica que lhes foi confiada.
Deus não nos quer desanimados, Ele quer que essa chama esteja tão viva, acesa em nós. Mas, também, deseja que reacendamos naqueles os quais deixaram essa chama se apagar. Que a chama da graça esteja viva, acesa no coração de cada um de nós.
Não sejamos causa de desânimo, sejamos causa de ânimo para os nossos irmãos. Não permitamos desanimar e nem desanimemos a ninguém no seguimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 26/01/2018

ANO B


Lc 10,1-9

Comentário do Evangelho

O discípulo é portador de paz

O relato do envio dos setenta e dois discípulos está situado na parte central do evangelho segundo Lucas, denominada subida de Jesus para Jerusalém. A hostilidade que a missão enfrenta é dita nestes termos: "Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos" (v. 3). A confiança dos que são enviados não deve estar nos meios para a realização da missão, mas no Senhor que os envia "a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir" (v. 1). Os setenta e dois enviados devem renunciar à busca de segurança pessoal, para que estejam integralmente engajados no anúncio da proximidade do Reino de Deus (v. 9). A força do anúncio e do testemunho está na coerência: que os destinatários da missão vejam realizado nos que são enviados o que eles proclamam. O discípulo é não somente anunciador, mas portador da paz.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 26/01/2013

Comentário do Evangelho

O conteúdo do anúncio é a proximidade do Reino de Deus.

Setenta ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados. Baseando-nos em Gênesis 10, que diz ser setenta o número das nações que compõem a humanidade, podemos dizer que nossa perícope diz respeito à universalidade da missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, “a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir” (v. 1). Trata-se de colheita (v. 2), pois o agricultor é Deus (cf. Jo 15,1); é Deus quem faz a boa semente frutificar (cf. Mc 4,26-29). Para esta missão universal é que Jesus dá as orientações. O conteúdo do anúncio é a proximidade do Reino de Deus, anúncio que deve ser feito mesmo em situações adversas (cf. vv. 9.11). Como o discípulo não é maior que o Mestre, os discípulos enviados devem ter presente a possibilidade da hostilidade, resistência e rejeição da missão cristã: “Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (v. 3; ver também: vv. 10-11). Mas não se paga o mal com o mal, por isso o discípulo é portador da paz, que é dom do Cristo Ressuscitado: “… dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’” (v. 5). Na rejeição, sacudir o pó da sandália (v. 11), isto é, não se deixar abater pelo fracasso, pois a segurança e a força do discípulo vêm do Senhor.
Fonte: Paulinas em 18/10/2013

Vivendo a Palavra

Ontem celebramos o apóstolo Paulo. A festa de hoje quer nos lembrar que Igreja é Comunidade e como a nossa Mãe e Mestra foi se formando: pelo batismo cada vez mais numeroso de tantos homens e mulheres que se uniram a Timóteo e Tito para o anúncio do Evangelho ao mundo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/01/2013

Vivendo a Palavra

O Pai nos escolhe hoje como discípulos, envia-nos para a Sua messe. Mas os operários continuam poucos. As recomendações são as mesmas: cuidado, com os lobos vorazes, não levemos bolsas, sacolas, nem dinheiro, mas estejamos encharcados da Paz de Cristo – para levá-la aos irmãos, oferecendo de graça o que de graça recebemos.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/10/2013

VIVENDO A PALAVRA

‘O Senhor os enviou dois a dois…’ E assim foi o ministério de Paulo. Hoje lembramos os santos da primeira hora Tito e Timóteo, cada um ao seu tempo, fieis companheiros do Apóstolo. O Senhor continua nos enviando para a Missão de anunciar ao mundo a Boa Notícia do Reino, que já está em nós. Mas não nos deseja solitários. Valorizemos nossa comunidade.

Reflexão

O Evangelho de hoje, reconhecidamente vocacional, nos traz frases chaves, que são essenciais para que a nossa missão tenha êxito: “pedi ao dono da messe”, ou seja, a prática da oração; “eis que vos envio”, porque agimos em nome de Jesus e na sua obra; “não leveis bolsa...” porque os valores materiais não dão garantia do sucesso do trabalho evangelizador; “dizei primeiro: ‘a paz...’”, porque devemos ser anunciadores do Evangelho da paz; “permanecei”, pois se não há comunhão, não pode haver evangelização; “curai os doentes”, ou seja, entregue-se à prática libertadora para que haja vida em abundância; “e dizei ao povo”, para que a Palavra seja anunciada, mas o anúncio seja acompanhado da prática evangélica.
Fonte: CNBB em 18/10/2013

Meditação

O que sua comunidade faz pelas vocações? - Existe realmente apoio aos que se dedicam a evangelizar? - Procura participar de promoções de cunho vocacional? - Sua presença é presença de paz? - Tem verdadeiro espírito missionário?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/10/2013

Reflexão

Assim como os Doze foram enviados em missão na Galileia, Jesus agora envia os setenta e dois (ou setenta) discípulos a evangelizar a Judeia. São setenta, como os povos que compõem a humanidade, sinal de que a Boa-nova deve estender-se ao mundo inteiro. Despojados de segurança e comodidades, vão à frente de Jesus para preparar a sua chegada. Este é o sentido de todo o apostolado da Igreja, pois é Jesus quem deve ocupar o centro da missão. Devem levar a paz também aos ambientes hostis (ovelhas entre lobos), mas não perder tempo com pessoas de má vontade. A tarefa deles é a mesma de Jesus: anunciar a Boa Notícia do Reino e curar os doentes. Vão sentir que é imenso o trabalho a realizar, por isso deverão pedir a Deus mais missionários para a grandiosa obra de expansão do Reino.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A NECESSIDADE DE OPERÁRIOS

Confrontando-se com a grandiosidade da missão, Jesus reconhece a necessidade de contar com colaboradores, para poder levá-la adiante, a contento. Depois de ter enviado os doze apóstolos, o Mestre enviou, também, outros setenta e dois discípulos, com a tarefa de preparar as cidades e povoados para a sua passagem, ou seja, predispô-los para acolher a sua mensagem.
Os discípulos são orientados a suplicar ao Pai - Senhor da messe - para enviar muitas outras pessoas, dispostas a assumirem a missão evangelizadora. É ele quem tem a iniciativa da vocação e da missão. Devem evitar qualquer pretensão humana de querer arrogar-se tais dons. Todos dependem de quem os chamou e enviou.
Que tipo de operário requer-se para o serviço do Reino? É preciso que seja uma pessoa cheia de coragem, predisposta a viver na pobreza, capaz de adaptar-se a qualquer tipo de acolhida que lhe for oferecida, disposta a partilhar a vida de quem a acolhe, totalmente disponível para o serviço aos doentes e marginalizados, pronta a viver a experiência do fracasso, com otimismo, sem deixar-se abater.
Quem tem estas disposições internas, deve estar atento. Pode ser que o Senhor queira enviá-lo para trabalhar na sua messe. Por que não dizer um sim corajoso e generoso?
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de coragem e generosidade, predisponha-me para trabalhar na messe do Senhor, concedendo-me os pré-requisitos necessários para um serviço eficaz.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Uma consulta com o Doutor Lucas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

__Doutor Lucas, com licença, posso entrar para conversar um pouco com o Senhor?
__Mas claro, fique a vontade, veio fazer uma consulta?
__Sim, mas não é sobre a minha saúde, mas sobre esse evangelho que achei meio difícil a meditação.
___Bom deixa eu me apresentar aos seus leitores, eu sou um Médico Prático, a paixão da minha vida não é a medicina mais o nosso Mestre e Senhor Jesus de Nazaré... Aquele que me enviou para trabalhar na Messe do Pai, que é Deus...
___Pois é São Lucas, é sobre esse envio que queria lhe falar, tem umas coisas que não entendi direito, por exemplo: "Eu vos envio como cordeiros no meio de lobos", que chance vai ter um cordeirinho no meio de lobos vorazes? O Mestre parece que deu uma de "Amigo da Onça"?
___Nosso Mestre, Deus e Senhor, é muito coerente, nunca disse que seríamos enviados em um mar de rosas, o que vocês tem hoje, que consome e devora as pessoas?
___Bom, tem o tal de consumismo que parece uma bocona que nunca está satisfeita, quem mais pode consumir, mais é feliz, de acordo com o mundo de hoje.
___Está aí, na verdade é a Palavra de Jesus que nos sacia, nos liberta e faz feliz, e não esses lobos de hoje...
___Ah... Por isso esse conselho de não levar nada, nem bolsa, mochila ou calçado?
___Isso mesmo, o discípulo enviado tem de caminhar, e levar essas coisas atrapalham, sem elas ficamos mais leves, não temos preocupações, aborrecimentos, porque a tentação de se ter mais sempre existe, daí você põe mais coisas na mochila, vai querer uma sandália de reserva, e a bagagem só vai aumentar, não é verdade?
___Sem dúvida, mas escute São Lucas, só não gostei desse negócio de nem cumprimentar as pessoas pelo caminho, não é falta de educação?
___Ah... Isso aí é um alerta para a gente não se distrair, depois da saudação, a gente vai entabular uma prosa, vai querer saber da família, do cachorro, gato, papagaio, vai querer por a prosa em dia, quem sabe até tomar uns tragos, e daí perdemos o foco; então é para passar "batido", até chegar ao lugar onde se vai anunciar a palavra...
___Olha, só mais uma coisinha, resuma esse contato do enviado com essa casa e a Família que o acolheu...
___Bom, o discípulo missionário, que coloca sua inteira confiança, não nos bens materiais, mas na mensagem da qual é portador, é um homem da paz; quem coloca a felicidade no consumismo, está sempre perturbado, pode reparar... Ele transmite essa paz, e se o ouvinte for como ele, irá acolher com alegria a mensagem, se ele não o acolher não insista, pois já se entregou ao Lobo, enfim aceitem a hospitalidade dos que o acolhem e oferece alimentação e abrigo. O discípulo missionário deve ocupar-se unicamente da missão que lhe foi confiada, o resto eu providenciarei... (Buscai primeiro o Reino de Deus...)
Fonte: NPD Brasil em 26/01/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Começa o Estágio dos Missionários...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O estágio é um período onde o Profissional vai conhecer a prática das suas atividades enquanto profissional. Para entendermos esse evangelho de Lucas, poderíamos dizer que Jesus envia setenta e dois discípulos em um primeiro estágio da Missão evangelizadora. Jesus ainda estava com eles fisicamente, como um Pregador Itinerante, mas procurando suscitar neles o Espírito Missionário, que depois se tornaria um mandato, envia-lhes em missão e como um bom Técnico de Futebol, que quer levar seu time á um bom resultado, lhes dá as últimas instruções, antes deles “entrarem em campo”.
Cabe aqui uma boa pergunta: por que os setenta e dois? Estaria por acaso poupando os doze para outros serviços especiais na Comunidade? Não! A Igreja é toda Missionária e Ministerial, anunciadora e servidora. Antigamente só o padre evangelizava, estudava a Bíblia e pregava na hora do sermão. Depois do Concílio Vaticano II todo Leigo se torna Protagonista da Salvação, um Discípulo Missionário do Senhor, como intitulou o Documento de Aparecida. O número 72 têm uma forte relação com o Êxodo, quando Moisés queixou-se com Deus de que não dava conta de todo serviço que lhe fora confiado, e Deus então pede para que ele convoque os 72 anciãos para que sobre eles seja derramado o seu Espírito e eles possam servir a comunidade, auxiliando Moisés. A Assembleia reunida, ouve e depois é enviada em missão “Ide em Paz e que o Senhor vos acompanhe”, diz quem preside, ao final da Celebração. Termina a celebração, começa a Missão de cada discípulo Missionário.
Vão como cordeiros em meio a Lobos, porque não são Porta-Vozes Oficiais de um Sistema Político ou Religioso, e certamente serão rejeitados, incompreendidos e até perseguidos, por causa da missão. O Discípulo Missionário não terá Status, glamour, prestígio, em meio a uma sociedade ateísta do mundo de hoje. A Demanda é muito grande e os que se dispõe a essa missão são sempre poucos, daí a necessidade de orarem, para pedir ao Pai que envie mais operários.
A Confiança é algo que não pode faltar na vida de um Discípulo Missionário, não devem se preocupar com apoio logístico algum, nem mesmo o essencial, pois haverá sempre pessoas e comunidades que o acolherão e nunca deixará lhes faltar o essencial. Onde entrar o Discípulo Missionário deve desejar aos que o acolhem o Shalon da Paz, que não é exclusividade do Discípulo, mas Dom que o Senhor oferece a todos os que o desejam.
Permanecer na mesma casa é criar relações fraternas, é estar comprometido com as pessoas, é viver juntos o quotidiano. Lembra uma comunidade Cristã nos dias de hoje. Há muitos cristãos que querem viver a sua Fé, mas sem estarem enraizados em uma comunidade. Outros migram de Igreja em Igreja, a procura da melhor comunidade, ou do melhor pastor. Esses nunca irão amadurecer na Fé pois são meros frequentadores de Igreja e não a própria Igreja. Enfim, um total desapego de qualquer benefício ou privilégio que a missão proporcionar, uma vida simples, em um testemunho de vida que convence o que foi anunciado: “O Reino de Deus está próximo!”

2. Vos envio como cordeiros para o meio de lobos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Celebramos Tito e Timóteo logo após a conversão de São Paulo porque foram dois grandes colaboradores do Apóstolo em sua atividade missionária. Tito não era judeu e Timóteo era filho de mãe judia e de pai pagão. Timóteo, ainda muito jovem, deixou sua família em Listra e acompanhou Paulo, Silas e Lucas em sua segunda viagem apostólica. Mais tarde se estabeleceu em Éfeso e tornou-se bispo da comunidade cristã. Tito, depois de ter ouvido alguma pregação de Paulo, acompanhou-o em suas viagens até se estabelecer na ilha de Creta, onde organizou a comunidade cristã local. Atribuídas a Paulo, temos duas cartas a Timóteo e uma a Tito. A segunda carta a Timóteo é de autoria paulina. Timóteo e Tito não fizeram parte dos setenta e dois discípulos e provavelmente não conheceram Jesus, mas se tornaram apóstolos com a graça de Deus.

Liturgia comentada

Paz a esta casa! (Lc 10, 1-9)
Em toda a história da humanidade, nunca se fez ouvir tão forte o clamor pela Paz! Paz que é dom de Deus e nos foi gratuitamente oferecida na pessoa de Jesus Cristo, nossa Paz (cf. Ef 2, 14). Quando Jesus nasceu em Belém de Judá, o hino cantado pelos anjos e ouvido pelos pastores falava exatamente de paz: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”. A presença do Filho de Deus entre os homens – muito mais que o arco-íris traçado no céu, após o dilúvio – era o sinal de que a paz estava ao nosso alcance. Fora reatada a nossa Aliança com Deus.
Passaram os séculos, a areia correu pela ampulheta e... estamos em guerra. Guerra econômica entre Norte e Sul, guerra política entre Islã e Ocidente, guerra afetiva entre marido e mulher. Os noticiários falam de ataques terroristas. As imagens da TV mostram sangue e mutilações. As páginas policiais registram o julgamento do jovem que matou os próprios pais. Onde foi que perdemos a paz?
Um dia, entrando na cidade, Jesus chorou sobre Jerusalém, a “Cidade da Paz” que ele tanto amava: “Ah! Se neste dia tivesses conhecido como encontrar a paz! Mas infelizmente isto ficou oculto aos teus olhos! [...] Não reconheceste o tempo em que foste visitada!” (Lc 19, 42.44.) O tempo tinha passado. A oportunidade fora perdida. Será que também nós iremos desperdiçar a “visitação” que Jesus Cristo nos faz?
No Evangelho de hoje, os discípulos são enviados dois a dois. De casa em casa, como portadores de uma mensagem bem específica. Ali chegando, devem anunciar: “Paz a esta casa!” Este voto de paz pode ser acolhido pelos moradores. Se for recusado, a paz recairá sobre o próprio discípulo.
Anunciar a paz: eis a nossa missão. Uma forma de paz que se traduz em serviço ao próximo (como fez Madre Teresa de Calcutá), em acolher os pequeninos (como fez Dom Bosco), em aproximar as Igrejas (como fez Ir. Roger Schutz, protestante), em curar os doentes (como fez o Dr. Albert Schweitzer, luterano), em recusar toda violência (como fez o Mahatma Gandhi, hindu), em dar a própria vida para defender os oprimidos (como fez Ir. Dorothy Stang).
Em suma, Jesus Cristo renova sempre sua promessa de paz. Nos últimos tempos, sua presença se fez sentir naqueles homens e mulheres de boa vontade que consagraram sua vida ao Evangelho. Podemos imitá-los?
Orai sem cessar: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!”
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 18/10/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

A missão exige apóstolos destemidos

Postado por: homilia
janeiro 26th, 2013

Estamos celebrando, hoje, o dia de São Timóteo e São Tito. Nos três evangelistas sinóticos, é encontrada a narrativa do envio dos doze apóstolos. Lucas retoma esta narrativa, ampliando-a para o envio de outros setenta e dois, em território gentílico, quando Jesus caminhava para Jerusalém.
Como fizera com os doze, Jesus instruiu os setenta e dois discípulos enviados, dois a dois, a preparar Sua passagem a caminho de Jerusalém. Servidores do Reino, competia-lhes dispor as pessoas para acolher o Mestre e Sua mensagem, deixando-se converter para Deus. Tarefa difícil, se considerarmos que os discípulos se encontravam em território samaritano, cuja hostilidade contra os judeus era assaz conhecida.
Por isso, as instruções de Jesus insistem em apresentar as dificuldades que deverão enfrentar. Eles serão “como cordeiros entre lobos”. Estarão em condições de desigualdade, podendo ser vítimas fatais da agressão dos habitantes das cidades que iriam visitar. Portanto, a missão exige apóstolos destemidos.
Timóteo e Tito não eram judeus, ambos pertenciam ao mundo pagão, e encarnaram o primeiro problema encontrado na Igreja nascente, isto é, se era lícito batizar os pagãos sem que antes passassem pela circuncisão judaica. Era uma questão candente, pois havia entre cristãos importantes de Jerusalém uma forte corrente conservadora que queria impor aos pagãos convertidos a legislação de Moisés. O problema exigiu a convocação do primeiro Concílio dos apóstolos em Jerusalém, onde venceu a tese de Paulo de que não era mais a observância da lei mosaica que salvava, mas sim a fé em Cristo.
Timóteo nasceu em Listra, Ásia Menor, de pai pagão e mãe judia, de nome Eunice. Esta abraçou o Cristianismo, quando Paulo passou em Listra. De sua mãe, Timóteo recebeu o espírito cristão com certa cultura judaica. Na segunda passagem de Paulo por Listra, o apóstolo levou consigo o jovem Timóteo. Tinha, na ocasião, vinte anos de idade. Desde então, Timóteo será o companheiro e fiel colaborador de Paulo, acompanhando-o em quase todas as suas viagens, sendo-lhe confiadas missões delicadas junto às igrejas recém-fundadas.
Também de Tito, as únicas informações sérias nos são dadas pelas cartas do apóstolo Paulo. Era pagão de nascimento e, provavelmente, de origem antioquena. Jovem ainda, converteu-se ao Cristianismo e tornou-se companheiro e inestimável colaborador de Paulo. Encarregado por este de importantes missões, foi duas vezes a Corinto para pacificar aquela igreja, uma vez a Jerusalém para entregar a importância duma coleta em favor dos cristãos. No ano 64-65, foi com São Paulo à ilha de Creta e lá o designaram bispo daquela região. Mais tarde visitou a Paulo em Nicópolis e em Roma. Voltou novamente à ilha de Creta, onde recebeu uma carta do próprio mestre, Paulo, que figura entre os livros sagrados.
As três cartas, escritas por Paulo a estes seus dois discípulos, têm alto valor pelo conteúdo eminentemente pastoral, de tal modo que podem ser consideradas como o primeiro diretório pastoral dos bispos de todos os tempos.
A metáfora da condição dos discípulos é uma forma de descrever o futuro da missão. Ser “cordeiros entre lobos” não dá margem para dúvidas: a missão está destinada a ser uma batalha desigual, onde toda prudência é pouca. Nada de ilusões!
Humanamente falando, as orientações dadas por Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade.
Os enviados em missão devem estar despojados e confiantes. Em seu anúncio, sofrerão a repressão dos poderosos, que são como que lobos. A pobreza material levava-os a depender da caridade alheia. Como se sabe, nem todo mundo está disposto a ajudar. Quem depende de esmolas, está sujeito a toda sorte de ironia, gozações e humilhações, sem contar o risco de sofrer agressões físicas. A recomendação de não escolher casa ou cidade onde entrar – os discípulos deveriam ir a toda cidade e lugar por onde Jesus passaria – obrigava-os a visitar até mesmo povoados hostis, especialmente os situados na região da Samaria.
Lucas destaca por duas vezes a determinação de “entrar” e “comer” nas casas, o que é uma negação dos costumes do Judaísmo de não entrar, e muito menos comer, em casa de gentios.
Se a hospitalidade em uma cidade lhes fosse recusada, eles não teriam o direito de fazer uso da força ou da violência. Bastava-lhes sacudir o pó das sandálias, e seguir adiante.
Falando na perspectiva do Reino, a ação missionária oferecida aos setenta e dois discípulos exigia deles serem testemunhas do mundo novo proclamado por Jesus. Aí os bens materiais deveriam ser relativizados, não tendo primazia no coração humano. A solidariedade seria um imperativo, e a violência, banida. Por conseguinte, a reação dos apóstolos diante de situações adversas já seria uma ação evangelizadora.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 26/01/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Coloque-se sob a direção do Espírito Santo

Como ocorre com a história de uma pessoa e de uma comunidade, a nossa história pessoal é mudada quando nós nos colocamos sob a direção do Espírito.
“Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10,3).
Hoje nós temos a graça de celebrar o evangelista São Lucas, que era médico, doutor. É por esse motivo que, hoje, nós nos lembramos de todos os médicos, aqueles que exercem a sua profissão em favor da nossa saúde. Que Deus abençoe a cada um dos doutores, doutoras, homens e mulheres que se consagram a essa nobre profissão.
O evangelista Lucas foi um doutor que cuidou de muitas pessoas e, ao mesmo tempo, foi um médico de almas, foi discípulo do apóstolo Paulo e seguidor de Jesus Cristo, acima de tudo.
Lucas, uma vez que conheceu Jesus, procurou entrar nas nuances, nos momentos principais e íntimos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Lucas não escreveu apenas o seu Evangelho, mas também o Livro dos Atos dos Apóstolos.
Quando lemos qualquer coisa escrita pelo evangelista Lucas, temos que ter como chave da direção a Pessoa do Espírito. Na verdade, toda a obra dele, – tanto o Evangelho de Lucas como os Atos dos Apóstolos –, são a obra do Espírito Santo de Deus.
O evangelista preocupa-se em nos revelar como o Espírito Santo age na vida daquele que se coloca sob Sua dependência, sob Sua direção. Como ocorre com a história de uma pessoa e de uma comunidade, a nossa história pessoal é mudada quando nós nos colocamos sob a direção do Espírito.
Lucas deve ter tido uma proximidade muito grande com Maria, a Mãe de Jesus. Ele nos relata detalhes importantíssimos da infância de Jesus, os quais, seguramente, só a Virgem Maria conhecia, como o momento em que o anjo a visitou, a forma como se deu o diálogo entre o anjo Gabriel e ela, o nascimento de Jesus, a visita dos Pastores, o Cântico de Maria.
Enfim, Lucas é o evangelista da infância de Jesus. Depois, ele nos mostra como Jesus foi o homem conduzido pelo Espírito, como o Espírito Santo conduziu a vida d’Ele desde o momento em que Ele vence as tentações ao momento em que começa Sua missão pública, anunciando o Evangelho do Reino de Deus. É o Espírito quem O conduz quando Ele realiza as curas, os milagres e os prodígios de Deus no meio de nós.
É o Espírito quem socorre Jesus no momento da dor, da aflição, é o Espírito quem está com Jesus na hora da cruz, na hora da morte. E é esse mesmo Espírito que Jesus sopra e que O envia para junto do Pai, e para todos nós quando a Igreja nasce no Pentecostes.
Ao celebrarmos hoje o evangelista São Lucas, queremos pedir a ele que interceda por nós, para que também sejamos homens e mulheres do Espírito. Que nos deixemos conduzir por Aquele que conduz a história e muda a direção da vida dos homens.
Que o Espírito Santo venha em socorro da nossa pobreza e da nossa miséria!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/10/2013

Oração Final
Pai Santo, nós te pedimos que a Igreja seja Santa e que todos e cada um de nós, que nos dizemos Igreja, tenhamos a consciência que o único caminho que temos para santificar a Igreja é procurarmos a nossa própria santificação. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/01/2013

Oração Final
Pai Santo, que nós saibamos acolher agradecidos os dons que recebemos de Tua Graça. Faze de nós sinais de Tua Presença e fontes perenes de Paz! Que o Amor preencha os recantos interiores do nosso ser e inunde os ambientes em que nos encontrarmos. Por Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/10/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a viver a amizade fraterna na tua família, a Igreja. Que na nossa comunidade sejamos humildes, atenciosos uns com os outros – cada irmão ouvindo e valorizando o seu próximo – e generosos na partilha dos bens que nos emprestas. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.

LITURGIA DIÁRIA - 26/01/2018


Tema do dia

SANTOS TIMÓTEO E TITO

Paulo, servo de Deus, a você, Tito, meu filho na fé, graça e paz de Deus e de Jesus Cristo, Salvador. Eu o deixei em Creta para que você cuidasse de organizar o que ainda restava para fazer em cada cidade, conforme instruções que lhe deixei. (Tt 1,1-5)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

São Timóteo e São Tito, bispos. Memória
Cor: Branco


Primeira Leitura (2Tm 1,1-8)
3ª Semana do Tempo Comum - Sexta-feira - 26/01/2018

Início da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo.

1Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2a Timóteo, meu querido filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! 3Dou graças a Deus — a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados — quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 4Lembrando-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de rever-te, e assim ficar cheio de alegria. 5Recordo-me da fé sincera que tens, aquela mesma fé que antes tiveram tua avó Loide e tua mãe Eunice. Sem dúvida, assim é também a tua. 6Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

OU

1ª Leitura - Tt 1,1-5
3ª Semana do Tempo Comum - Sexta-feira - 26/01/2018

A Tito, meu legítimo filho na fé comum.

Início da Carta de São Paulo a Tito 1,1-5

1Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo,
para levar os eleitos de Deus à fé
e a conhecerem a verdade da piedade
2que se apóia na esperança da vida eterna.
Deus, que não mente,
havia prometido esta vida desde os tempos antigos,
3e, no tempo marcado,
manifestou a sua palavra
por meio do anúncio que me foi confiado
por ordem de Deus nosso salvador.
4A Tito, meu legítimo filho na fé comum,
graça e paz da parte de Deus Pai
e de Jesus Cristo nosso Salvador.
5Eu deixei-te em Creta,
para organizares o que ainda falta
e constituíres presbíteros em cada cidade,
conforme o que te ordenei.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 95)
3ª Semana do Tempo Comum - Sexta-feira - 26/01/2018

— Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!
— Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!

— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó Terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!
— Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações e entre os povos do universo seus prodígios!
— Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória, dai-lhe a glória que é de vida ao seu nome!
— Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.


Evangelho (Lc 10,1-9)
3ª Semana do Tempo Comum - Sexta-feira - 26/01/2018


Vos envio como cordeiros para o meio de lobos

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração para depois de ler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.