sábado, 23 de maio de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

Nossa Senhora Auxiliadora - 24 de Maio



A Virgem Maria sempre foi venerada e festejada por todos os cristãos, que invocam o seu socorro e auxílio nas horas de sofrimento e aflição. Porque à Ela fomos confiados como seus filhos por Jesus na Cruz e à nós cristãos do mundo todo foi indicada como Mãe, através de João Evangelista, também aos pés da Cruz.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 24/05/2020

ANO A


SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

Ano A - Branco

“Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo” Mt 28,20

Mt 28,16-20

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Solenidade da Ascensão de Jesus sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva. Sua subida aos céus inaugura, definitivamente, a ação missionária dos discípulos. Olhamos para o alto, não fugindo às responsabilidades terrenas, mas acolhendo a graça que nos permite caminhar na terra como cidadãos do Céu.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, hoje Jesus sobe aos céus e, após a sua ressurreição, encerra seus encontros e aparições aos discípulos, que serviram para fortalecer- lhes a fé e explicar-lhes a missão. Despedindo-se, o Senhor promete enviar o seu Espírito e, por Ele, permanecer na Igreja por meio da Palavra anunciada e dos sacramentos. Iniciamos hoje a Semana de Oração pela unidade dos cristãos. Peçamos ao Senhor a graça de vivermos unidos em seu amor. Também hoje, alegramo- nos com todos os meios de comunicação que, no mundo, FIZERAM OPÇÃO PELA VERDADE e colaboram com o anúncio do Evangelho.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Interpretando teologicamente a Ascensão de Jesus, recomendam os anjos que não se fique a olhar para o céu, mas que se espere e prepare a volta gloriosa do Senhor. Esta é, até o fim dos tempos, a missão da Igreja, em tensão entre o visível e o invisível, enbtre a realidade presente e a futura cidade para a qual caminhamos. A ascensão do Cristo é a nossa ascensão; já que o Corpo é convidado a elevar-se até a glória em que o precedeu a cabeça, vamos cantar nossa alegria, expandir em ação de graças todo o nosso júbilo. Hoje, não apenas conquistamos o paraíso, mas, no Cristo, penetramos nos mais altos céus.

EIS QUE ESTAREI CONVOSCO

A solidão é um dos grandes males do nosso tempo, muitas vezes ela está associada a uma série de doenças, em particular a depressão. O medo de estar sozinho é terrível, e por esse motivo, as pessoas procuram diversas formas de quebrar a solidão. Alguns buscam companhia nas redes sociais, outros se apegam numa relação afetiva com seus animais de estimação e também há aqueles que simplesmente vivem na solidão. Porém, a grande verdade é que a pessoa humana não foi criada para a solidão, mas para a relação.
O relato da criação apresenta a forma cuidadosa como Deus cria o homem e a mulher e na sequência, demonstra o seu amor que não rejeita a humanidade pecadora, mas abre um caminho de salvação fazendo uma promessa. Deus mesmo viria para buscar o homem, num diálogo salvífico e redentor, capaz de perdoar e destruir o pecado. A realização dessa promessa é obra do Filho, que aceitou e assumiu o sacrifício da cruz.
A obra redentora de Jesus livrou o homem da solidão da morte, restituindo a graça e dando-lhe a condição de filho adotivo. No Filho todos somos filhos, convidados para o banquete e participantes da intimidade divina. A nova relação com Deus é estabelecida pela cruz e confirmada pela ressurreição. Essa grande novidade precisa ser comunicada a todos os homens, em todos os lugares e em qualquer tempo. Essa é a tarefa da Igreja, que cada discípulo precisa levar adiante.
Mais do que uma separação, a solenidade da Ascensão do Senhor revela a intimidade estabelecida quando o Verbo assumiu a natureza humana. Jesus não se separa dos seus discípulos ao retornar para junto do Pai, Ele permanece presente pela ação do Espírito Santo. Em cada proclamação do Boa Nova, na pregação e na celebração, quando a comunidade está reunida, o Senhor se faz presente e atua na vida dos fiéis pela graça sacramental.
Comunicar a Boa Nova é a razão de ser da Igreja, e para cumprir sua missão ela emprega todos os recursos, segundo a diversidade de cada tempo. Atenta a essa exigência, a Arquidiocese de São Paulo vem buscando atualizar seus veículos de comunicação, o jornal O São Paulo, a Rádio 9 de julho, o portal e as redes sociais.
Neste final de semana a coleta das missas tem a finalidade de ajudar a sustentar essa grande obra de evangelização. Participe e ajude a comunicar o amor de Deus, que tira o homem da solidão e lhe dá um sentido pleno de vida, “Eis que estou convosco”.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

A ascensão de Jesus é nossa vitória.

Na oração da coleta deste dia, rezamos: “Ó Deus, a ascensão do Vosso Filho já é nossa vitória”. Celebramos a vitória de Jesus Cristo sobre o mal e todas as suas manifestações e sobre a morte. Dessa vitória todos somos herdeiros, pelos méritos de Cristo. Essa vitória de Cristo nos faz compreender que o mal e a morte não têm mais poder, eles foram vencidos pelo Senhor ressuscitado dentre os mortos.
O texto dos Atos dos apóstolos de hoje é importante para compreender a mensagem da ascensão do Senhor. Ao longo de quarenta dias, depois da ressurreição, o Senhor aparecia aos discípulos e os instruía pelo Espírito Santo. O Senhor continua a estar presente e a falar com os seus, mas agora não de viva voz e em carne e osso, podemos dizer, mas pelo Espírito Santo. O Espírito Santo torna o Cristo presente aos seus discípulos e atual as suas palavras. Agora, é através do Espírito Santo que o Senhor continua a revelar o desígnio salvífico de Deus. O relato da ascensão não se oferece ao nosso olhar; trata-se de uma profissão de fé: ressuscitado dos mortos, Jesus Cristo foi elevado ao céu onde está sentado à direita do Pai. O relato tem por finalidade ser um apoio para a intelecção da fé e o aprofundamento do mistério da ressurreição. O passivo divino usado para dizer da elevação de Jesus (vv. 9.11) indica que é o Pai quem o elevou. A nuvem que envolve o Ressuscitado (v. 9) é para a tradição bíblica símbolo da presença de Deus que acompanha o seu povo (cf. Ex 13,22). A nuvem que envolve o Senhor é um modo de dizer que Jesus ressuscitado entra no mistério de Deus, no que é seu, antes da criação do mundo. Os dois mensageiros celestes são um apoio para compreender que, agora, com seu corpo glorioso, o Senhor não é encontrado no alto, mas na nossa própria humanidade, em todos os lugares e situações, no cotidiano da existência humana. É pela fé que vemos e encontramos o Senhor, em meio às vicissitudes da história. Pela fé a elevação de Jesus Cristo não é sentida como ausência, mas como uma forma de presença.
O evangelho deste domingo nos diz que é o Ressuscitado que está na origem da universalidade da missão da Igreja. A presença permanente do Senhor é o sustento dessa missão.
Oração
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.
Fonte: Paulinas em 01/06/2014

Vivendo a Palavra

E assim a Palavra – Verbo de Deus feito carne em Jesus de Nazaré – continua presente no mundo, na carne dos seus discípulos missionários, encarregados pelo Mestre de fazer com que todos os povos sigam o seu Caminho. Oxalá nossos nomes estejam contados entre esses felizes discípulos!
Fonte: Arquidiocese BH em 01/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

«Eu estarei com vocês todos os dias!» O Cristo cumpre sua Promessa: Ele está em nós e nos irmãos – de maneira especial nos mais pobres, humildes e enjeitados pela sociedade dos homens. Este é o jeito para o Verbo – a Palavra de Deus humanizada em Jesus de Nazaré – continuar presente no mundo: encarnada nos homens e mulheres do nosso tempo. Nossa missão de discípulos missionários é anunciar ousadamente essa maravilhosa Presença ao mundo.

Reflexão

ASCENSÃO DO SENHOR

I. INTRODUÇÃO GERAL

Quarenta dias depois da Páscoa, a Igreja celebra a Ascensão do Senhor. Na realidade, o que se celebra hoje é bem mais do que uma aparição na qual Jesus é elevado ao céu. É toda a realidade de sua glorificação que celebramos, aquilo que os primeiros cristãos chamaram de “estar sentado à direita do Pai”. Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração. Por isso, não precisamos preocupar-nos em “harmonizar” a ascensão segundo At 1,1-11, em Jerusalém (I leitura), com a de Mt 28,16-20, na Galileia (evangelho). Pode tratar-se de duas aparições, dois acontecimentos diferentes, que têm o mesmo sentido: Jesus, depois de sua ressurreição, não veio retomar sua atividade de antes na terra (cf. sua advertência a Maria Madalena em Jo 20,17) nem implantar um reino político de Deus no mundo, como muitos achavam que ele deveria ter feito (cf. At 1,6). Não. Jesus realiza-se agora em outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa para nós (“Sede as minhas testemunhas… até os confins da terra” [At 1,8]), e nós é que devemos reinventá-la a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais “carnal”, mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito (At 1,8; Mt 16,20; cf. Jo 14,15-20, evangelho do domingo passado).

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (At 1,1-11)

A primeira leitura narra a ascensão de Jesus e a missão dos apóstolos segundo o livro dos Atos dos Apóstolos. Os dias entre a Páscoa e a ascensão formam “o retiro de preparação para o desabrochar da Igreja”: 40 dias, como os 40 dias de Moisés e de Elias no Horeb, como os 40 anos de Israel no deserto. Nesses dias, Jesus deu as últimas instruções aos seus: a promessa do Espírito e a missão de evangelizar. Os discípulos não devem ficar olhando o céu, mas deverão levar a mensagem de Jesus ao mundo inteiro, “até os confins da terra” (At 1,8), e para isso receberão a força do Espírito. Até o Senhor voltar, sua Igreja será missionária.

2. II leitura (Ef 1,17-23)

Na exaltação do Cristo, revela-se a força de Deus. A carta aos Efésios se inicia com um hino de louvor (vv. 2-10), seguido por um enunciado sobre o plano da salvação (vv. 11-14) e uma súplica pelos fiéis (vv. 15-19), que se expande numa proclamação dos grandes feitos de Deus em Cristo (vv. 20-23). Essa súplica e contemplação constituem a leitura de hoje. Deus ressuscitou Jesus e o fez cabeça da Igreja e do universo. A Igreja é seu “corpo”, ela o torna presente no mundo, ela é a presença atuante de Cristo no mundo. Celebrando a glorificação do Cristo, tomamos consciência de nossa própria vocação à glória. Também a oração do dia e os prefácios próprios falam nesse sentido.
Nestes tempos de “diminuição” da Igreja, podemos encontrar nessa leitura uma perspectiva maior e um ânimo mais firme. Cristo se completa em sua Igreja, e esta encontra no Senhor ressuscitado e glorioso a sua firmeza. Não há por que ficarmos medrosos e desanimados.

3. Evangelho (Mt 28,16-20)

O evangelho é o final do Evangelho de Mateus. Traz as últimas palavras do Senhor ressuscitado: a despedida de Jesus e a missão dos apóstolos. Tudo isso à luz da compreensão que Mateus tem do evangelho. No início do evangelho, Jesus é entendido como aquele que realiza o sentido pleno da profecia do “Emanuel”, Deus-conosco (Mt 1,23). Depois, Mt 4,15-16 ressaltou que a atuação desse “Emanuel” se iniciou na “Galileia dos gentios”, primeiro destinatário da mensagem da salvação, realizando assim o sentido pleno de Is 8,23-9,1. Mas, durante sua missão terrestre, Jesus se restringiu a ovelhas perdidas de Israel (Mt 10,5-6). Agora, na cena final (28,16-20), o Senhor glorioso transcende os limites de Israel. Suas palavras finais significam o universalismo da missão dos apóstolos e da expansão da Igreja. Todos os povos serão discípulos de Cristo (assinalados pelo batismo). O fim do Evangelho de Mateus revela o sentido universal de todo o ensinamento nele consignado (cf. sobretudo o Sermão da Montanha, Mt 5-7).
Assim, ao celebrarmos a entrada de Jesus na glória, não celebramos uma despedida, mas um novo modo de presença; celebramos que ele é, realmente, o Emanuel, o Deus-conosco, para sempre e para todos (Mt 28,20). Esse novo modo de presença é um aperitivo da realidade final: assim como ele entra na sua glória, isto é, como Senhor glorioso, assim ele voltará, para concluir o curso da história (cf. At 1,11). Pouco importa como a gente imagina isso, o sentido é que, desde já, Jesus é o Senhor do universo e da história (cf. o salmo responsorial, Sl 47[46]) e nós, obedientes a sua palavra, colaboramos com o sentido definitivo que ele estabelece e há de julgar.

III. DICAS PARA REFLEXÃO: O senhorio de Jesus e a evangelização

Temos o costume de considerar a ascensão de Jesus (como também a ressurreição) principalmente como um milagre. Mas o sentido principal desse fato é o que exprimem os termos “exaltação” ou “enaltecimento”, a entronização de Jesus na glória de Deus. Esses termos, evidentemente figurativos, significam o seguinte. Os donos deste mundo haviam jogado Jesus lá embaixo (se não fosse José de Arimateia a sepultá-lo, seu corpo teria terminado na vala comum…). Mas Deus o colocou lá em cima, “à sua direita”. Deu-lhe o “poder” sobre o universo não só como “Filho do homem”, no fim dos tempos (cf. Mc 14,62), mas, desde já, por meio da missão universal daqueles que na fé aderem a ele. E nós participamos desse poder, pois Cristo não é completo sem o seu “corpo”, que é a Igreja, como nos ensina a II leitura.
Com a ascensão de Jesus, começa o tempo para anunciá-lo como Senhor de todos os povos. Mas não um senhor ditador! Seu “poder” não é o dos que se apresentam como donos do mundo. Jesus é o Senhor que se tornou servo e deseja que todos, como discípulos, o imitem nisso. Mandou que os apóstolos fizessem de todos os povos discípulos seus (evangelho). Nessa missão, ele está sempre conosco, até o fim dos tempos.
O testemunho cristão, que Jesus nos encomenda, não é triunfalista. É fruto da serena convicção de que, apesar de sua rejeição e morte infame, “Jesus estava certo”. Essa convicção se reflete em nossas atitudes e ações, especialmente na caridade. Assim, na serenidade de nossa fé e na vivência radical da caridade, damos um testemunho implícito. Mas é indispensável o testemunho explícito, para orientar o mundo àquele que é a fonte de nossa prática, o “Senhor” Jesus.
A ideia do testemunho levou a Igreja a fazer da festa da Ascensão o dia dos meios de comunicação social – a “mídia”: imprensa, rádio, televisão, internet. Para uma espiritualidade “ativa”, a comunidade eclesial deve se tornar presente na mídia. Como é possível que num país tão “católico” como o nosso haja tão pouco espírito cristão na mídia e tanto sensacionalismo, consumismo e até militância maliciosa em favor da opressão e da injustiça?
Ao mesmo tempo, para a espiritualidade mais “contemplativa”, o dia de hoje enseja um aprofundamento da consciência do “senhorio” de Cristo. Deus elevou Jesus acima de todas as criaturas, mostrando que ele venceu o mal mediante sua morte por amor e dando-lhe o poder universal sobre a humanidade e a história. Por isso, a Igreja recebe a missão de fazer de todas as pessoas discípulos de Jesus.
Uma ideia que permeia a liturgia deste dia (como de todo o tempo pascal) e se exprime na oração sobre as oferendas e na oração depois da comunhão é que o cristão deve viver com a mente no céu, comungando na realidade da glorificação do Cristo. Essa participação é novo modo de presença junto ao mundo; não uma alienação, mas, antes, o exercício do senhorio escatológico sobre este mundo. Viver com a mente junto ao Senhor glorioso não nos dispensa de estar com os dois pés no chão; significa encarnar, neste chão, aquele sentido da história e da existência que em Cristo foi coroado de glória.

Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e mestre em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina. Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Dedica-se principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo Testamento (tradução), evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica bíblica. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A-B-C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje; Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da “Fonte Q”.
Fonte: Vida Pastoral em 01/06/2014

Reflexão

COMUNICAÇÃO COMO AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO

Entre os muitos refrões da atualidade, repete-se à exaustão que vivemos a melhor das fases no que se refere à comunicação e seus aparatos técnicos. Isso é bom e até verdadeiro. Ocorre que também convém desconfiar dos exageros ou de certo endeusamento de tudo o que cheira tecnologia da comunicação, como se os meios por si só tivessem poderes mágicos.
A comunicação humana é, em primeiro plano, a busca do outro. Comunicar é buscar construir e manter vínculos. Quem comunica partilha algo com o outro, num processo recíproco. Não deveria haver soberania do emissor e passividade do receptor. Deveria haver trocas. A comunicação se dá quando emissor e receptor se sentem como iguais. Comunicar é coabitar, de modo que não há comunicação sem o respeito ao outro. Não há comunicação no isolamento.
A mensagem do papa Francisco para este dia das comunicações sociais nos convida a uma autêntica cultura do encontro. Ele ressalta a importância dos meios de comunicação e exorta: “Neste mundo, os meios de comunicação podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos”.
Sabe-se que, em menos de cem anos, foram inventados e democratizados o telefone, o rádio, a imprensa, o cinema, a televisão, o computador, as redes. Tudo isso reduziu as condições de trocas e de relação. Reduziu, sobretudo, as distâncias, confirmando a chamada aldeia global (McLuhan).
O papa, porém, critica as formas de exclusões e divisões causadas num tempo em que os meios deveriam incluir e unir: “Dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas econômicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas”.
O desafio é aliar ferramentas a valores sempre mais democráticos e humanizadores. Não se trata de condenar nem endeusar a técnica, mas agregá-la na construção de um mundo de paz, sem exploração, tirania, violência nem mentiras. Que de nossa parte a “comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria”, ensina o papa.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, SSP
Fonte: Paulus em 01/06/2014

Reflexão

COMUNICAÇÃO DE JESUS COM OS SEUS

Cristo ressuscitado se comunica com os seus para se despedir. Mas antes lhes confia a tarefa de continuar a missão por ele iniciada, garantindo-lhes sua presença. Missão universal sem limites étnicos, geográficos e temporais. Com a despedida de Jesus, sem se ausentar da comunidade, inicia-se a missão da Igreja, a mesma do Mestre.
“Estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” – essa é a certeza que Jesus nos deixa no evangelho de hoje. Portanto, não estamos sós nem abandonados à própria sorte; nada de desânimo ou de sensação de derrota, mesmo em momentos de dúvidas ou de crise.
A missão da Igreja é “fazer discípulos de Jesus”. Não se trata de proselitismo; significa, antes de tudo, ensinar a “viver como Jesus viveu, amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou”. Em outras palavras, significa conhecer sua mensagem, comprometer-se com seu projeto e se solidarizar com os empobrecidos e esquecidos da sociedade.
É nesse clima de comunhão e comunicação que a Igreja criou o dia mundial das comunicações sociais. O tema deste ano é: “Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”. A cultura do encontro é um assunto recorrente no magistério do papa Francisco. Com a palavra, o próprio papa: “Esta é uma proposta: cultura da vizinhança. O isolamento e o fechamento em si mesmos ou nos próprios interesses nunca são o caminho para voltar a dar esperança e operar uma renovação, mas é a proximidade, a cultura do encontro. O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do conflito, não; cultura do encontro, sim. (…) Esta cultura do diálogo (…) não nivela indiscriminadamente diferenças e pluralismos. Isso significa compreender e valorizar as riquezas do outro, considerando-o não com indiferença ou temor, mas como fator de crescimento. As dinâmicas que regulam as relações entre pessoas, grupos e nações não são muitas vezes de proximidade, de encontro, mas de conflito”.
Pe. Nilo Luza, SSP
Fonte: Paulus em 01/06/2014

Reflexão

Domingo da Ascensão do Senhor


"ESTAREI CONVOSCO TODOS OS DIAS, ATÉ O FIM DOS TEMPOS’’.

Primeira Leitura: Atos 1,1-11;
Salmo 46 (47), 2-3.6-7.8-9 (R/.6);
Segunda Leitura: Efésios 1,17-23;
Evangelho: Mateus 28,16-20.

Situando-nos brevemente

Celebramos a Ascensão do Senhor Jesus. ‘’No dia de hoje, (...) o Senhor subiu ao Céu. Não O vimos, mas acreditamo-lO. Os que O viram anunciaram-nO do sono. Por isso o dia de hoje é celebrado em toda terra’’. (...) ‘’Nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao Céu; suba com ele nosso coração. Tal como Ele subiu sem se afastar de nós, assim também nós estamos já ali com Ele, apesar de não se ter realizado ainda no nosso corpo o que nos foi prometido’’.
Ele foi elevado aos céus por entre aclamações. O Pai o associou definitivamente à sua vida, ao seu poder sobre as pessoas e sobre o mundo. Com Ele, por Ele e n’Ele, agradecemos a Deus pela elevação de todas as pessoas e do universo. São Leão Magno escreve: ’’A ascensão do Cristo é a nossa ascensão; já que o Corpo é convidado a elevar-se até a glória em que precedeu a cabeça, vamos cantar nossa alegria, expandir em ação de graças todo o nosso júbilo. Hoje, não apenas conquistamos o paraíso, mas, no Cristo, penetramos no mais alto céu’’.
Prossigamos nosso itinerário de fé nesta certeza: Ele estará conosco todos os dias, até o fim dos tempos. Enquanto aguardamos sua vinda final, na força do seu Espírito, assumimos nossa missão, começando da Galileia.

Recordando a Palavra

A leitura do evangelho de Mateus narra a parte final da obra deste evangelista. Está  situada na ‘’Galileia das nações’’, uma região estratégica que facilitava o acesso de povos diversos e também a dominação, como os assírios no passado (cf. 2Rs 15,29). Na Galileia, Jesus manifestou a presença do Reino de Deus, aliviando o sofrimento das pessoas, acolhendo os mais esquecidos, reunindo à sua volta um grupo de discípulos novamente na Galileia, lugar do encontro com Jesus ressuscitado, é confirmado na manhã da Páscoa (cf. 28,7. 10). Jesus permanece vivo na Galileia por meio da ação solidária dos discípulos e discípulas.
A montanha remete ao anúncio das bem-aventuranças, ao programa de libertação (cf. cap. 5-7), à revelação de Jesus Cristo na transfiguração (cf. 17,1-9). A comunidade dos discípulos e discípulas, à luz do ministério pascal, iluminada pela palavra, reconhece Jesus como o Kyrios, o Senhor do céu e da terra que conduz a história. A presença do Ressuscitado é reconhecida de modo especial na oração, na celebração da comunidade: ‘’Quando o viram, prostraram-se’’ (28,17). A contemplação, a experiência de comunhão com o Senhor alimenta a vida e o testemunho de fé. Alguns tinham dúvidas, ainda não haviam feito a experiência do encontro pessoal com o Ressuscitado.
O Ressuscitado se aproxima dos discípulos com a força do Pai amoroso, para infundir confiança e sustentar o caminho da fé. Os discípulos são enviados a evangelizar em nome de Jesus; ‘’Ide, pois fazer discípulos entre todas as nações batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado’’ (28,19-20). A mensagem do Ressuscitado é universal, destina-se a todos os povos. O anúncio aos gentios, indicado de modo especial em 2,1-12, realiza-se agora plenamente. Toda a comunidade recebe a ordem de fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar os ensinamentos deixados por Jesus de Nazaré.
O objetivo essencial da missão é fazer discípulos de Jesus. O ensino e o Batismo estão direcionados para a formação de discípulos, para conduzir as pessoas ao encontro com o  Ressuscitado. O Batismo expressa a adesão a Jesus, a sintonia com sua mensagem. É o caminho da vida nova, que proporciona a nova relação de comunhão com o Pai, através do Filho e do Espírito Santo. A força do Ressuscitado sustenta a missão dos discípulos, assegurando a continuidade de seu projeto libertador: ‘’Estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos’’ (28,20). Jesus é o Emanuel, o Deus conosco (1,23; cf. Is 7,14), que guia o caminho de seus seguidores até o cumprimento de toda justiça (cf. 3,15), missão confiada pelo Pai em seu Batismo.
A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos descreve a missão das comunidades cristãs primitivas, centrada na vida, morte salvífica e ressurreição de Jesus, assim como na esperança de sua vinda gloriosa. O Espírito do Ressuscitado, que havia sido prometido (cf.Jo 14,16-17.26; 16,4b-15), renova e confirma os discípulos como continuadores do ministério de Jesus. Os quarenta dias caracterizam o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado, de preparação para a ação evangelizadora. Os quarenta dias remetem à experiência de Moisés no Horeb (cf. Ex 34,28); à de Elias (cf. 1Rs 19,8); à de Israel no deserto (cf. Dt 8,2).
O Cristo é glorificado junto ao Pai, após ter passado a vida a serviço do reino, fazendo o bem às pessoas necessitadas. A nuvem, símbolo da presença divina (cf. Ex 13,21-22; 14 19.24; 24,15-18; 40,34-38), acentua que Jesus não abandona os discípulos, continua iluminando sua caminhada. O olhar da fé e a esperança na vinda gloriosa de cristo devem manter a comunidade fiel no serviço ao reino de Deus. Os dois homens vestidos de branco remetem à experiência da ressurreição, da vida nova em Cristo (cf. Lc 24,1-12). Conduzidos pela ação do Espírito Santo, os discípulos testemunham e anunciam a Boa-Nova de Jesus ressuscitado em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até os confins da terra.
O salmo 46(47) celebra a exaltação, a realeza universal de Deus diante dos povos. Deus Pai é aclamado com alegria e júbilo, pois conduz os povos conforme seu desígnio salvífico de amor. Cristo, que ascende vitorioso do abismo da morte e entra na glória do Pai, é reconhecido no céu e na terra e professado com fé por toda língua como Senhor (cf. Fl 2,5-11). Conduzidos pela ação do Espírito Santo, os discípulos testemunham e anunciam a Boa-Nova de Jesus ressuscitado em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até os confins da terra.
O salmo 46(47) celebra a exaltação, a realeza universal de Deus diante dos povos. Deus é aclamado com alegria e júbilo, pois conduz os povos conforme seu desígnio salvífico de amor. Cristo, que acende vitorioso do abismo da morte e entra na glória do Pai, é reconhecido no céu e na terra e professado com fé por toda língua como Senhor (cf. Fl 2,5-11).
A segunda leitura da carta aos Efésios está situada após um hino de louvor (1,3-10), seguido de um enunciado sobre o plano da salvação (1,11-14). Começa com uma prece confiante ao Pai, suplicando a sabedoria para conhecermos “a esperança à qual ele nos chama”( 1,18). Deus revelou seu amor em Cristo “ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus” (1,20). A esperança da comunhão plena na glória do Pai impele a percorrer o caminho de Jesus, no serviço e no amor solidário.
Cristo, servidor de todos até a morte na cruz, foi exaltado por Deus como Senhor do universo e da história, cabeça da Igreja, que é chamada a ser presença atuante de Cristo no mundo, através do testemunho de comunhão e de solidariedade. Como membros, alimentados na vida de Cristo, que realizou o projeto salvífico em favor da humanidade, os cristãos são continuadores da missão libertadora em favor da vida plena de todos os povos.

Atualizando a Palavra

A glorificação de Cristo junto ao Pai plenifica seu caminho percorrido no amor até a entrega total da vida. A esperança de vida plena em Deus leva a seguir os passos de Jesus, suas palavras, seus ensinamentos.
Iluminada pela Páscoa de Jesus, as comunidades cristãs primitivas cumprem a missão de “fazer discípulos entre todas as nações”. A confiança na presença de Jesus ressuscitado na vida e na história sustentou a caminhada das comunidades cristãs, as ajudando a superar as dificuldades. Como os discípulos, conduzidos pela força do Espírito do Ressuscitado, somos chamados a anunciar o evangelho, que rompe as fronteiras e estabelece a comunhão fraterna entre os povos.
O Papa Leão Magno afirma que “os santos apóstolos, apesar dos milagres contemplados e dos ensinamentos recebidos, ainda se atemorizavam perante as atrocidades da paixão do Senhor e hesitavam ante a notícia de sua ressurreição. Porém, com a ascensão do Senhor progrediram tanto que tudo quanto antes era motivo de temor, se converteu em motivo de alegria. Toda a contemplação do seu espírito se concentrava na divindade daquele que estava sentado à direita do Pai; agora, sem a presença visível do seu corpo, podiam compreender claramente, com os olhos do espírito, que aquele que ao descer a terra não tinha deixado o Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu”.
O Papa Francisco afirma que Jesus ao dizer: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” nos chama a ser discípulos em missão. “O Senhor nos diz: “Ide, sem medo para servir”. Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. Nasce da força do amor, do fato de que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e se deu por inteiro. Ele deu sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de deus, (...) Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O evangelho é para todos, e não apenas par alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante e mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.
De forma especial, queria que o mandato de Cristo – “Ide- ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama:”Ai de mim se eu não pregar o evangelho!”(1Cor 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora esse anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam!
‘Sem medo’. Jeremias, quando foi chamado por Deus para ser profeta disse ao Senhor: ‘Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo’. Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias; “Não tenhas medo (...), pois estou contigo para defender-te’ (Jr 1,8). Deus está conosco! ‘Não tenham medo’! Quando vamos anunciar cristo, ele mesmo vai à nossa frente e nos guia.  Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: “Eu estou com vocês todos os dias’ (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus nunca deixa ninguém sozinho! Sempre nos acompanha! Além disso, Jesus não disse: ‘Vai’, mas ‘Ide’: somos enviados em grupo. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para vivessem isolados; chamou-lhes para que formasse um grupo, uma comunidade. Sigam em frente e não tenham medo!
‘Para servir’. A vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço. Paulo, para anunciar Jesus ‘fez-se escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível’(1Cor 9,19). Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.
Ide, sem medo, para servir. Seguindo essas palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu evangelho. Quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de ' extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar' (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmos, da intolerância e do ódio,; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.
Neste dia dedicado aos meios de comunicação social, somos impelidos a anunciar a Boa-Nova de Cristo “até os confins da terra”, utilizando a mídia como instrumento eficaz de evangelização. “A missão de anunciar a palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Cristo, em conseqüência do seu batismo. Nenhuma pessoa que crê em Cristo pode sentir-se alheia a esta responsabilidade que deriva do fato de ela pertencer sacramentalmente ao corpo de Cristo. Toda a Igreja, enquanto mistério de comunhão, é necessária e cada um, no seu próprio estado de vida, é chamado a dar uma contribuição incisiva para o anúncio cristão” (Verbum Domini,94).

Ligando a Palavra com a ação eucarística.

Celebrando hoje a Ascensão do Senhor, agradecemos a Jesus, pois Ele, vencendo o pecado e a morte, subiu ante os anjos maravilhados, ao mais alto dos céus. Ele tornou-se nosso mediador diante de Deus. Ele subiu aos céus, não para se afastar de nossa humildade, mas para nos dar a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade (cf. Prefácio I).
Na celebração dominical, fazemos experiência sacramental do Ressuscitado que se revela a nós por meio de gestos e palavras. Experimentamos agora uma nova forma de presença no meio de nós. Ele é o Deus conosco, não é um Deus distante, mesmo habitando em luz inacessível. Por isso, tantas vezes repetimos na liturgia: “Ele está no meio de nós”.
Juntos, professamos nossa fé em todo o seu mistério e, ao recitarmos o “creio”, firmamos nossa convicção de que a glorificação do Senhor é e será também a nossa glória.
Nesta semana de oração pela unidade das Igrejas cristãs, invoquemos o Espírito de Deus para que habite em nós e seja nosso sustento na missão que recebemos do próprio Ressuscitado.

Sugestões para a celebração

· Cuidar do espaço para que seja expressão da Páscoa do Senhor, destacando o círio pascal, a fonte batismal, a mesa da Palavra e a mesa da eucarística.
· no início da Semana de Oração pela Unidade, convidar pessoas de outras Igrejas para participar da procissão de abertura. Cada membro leva uma vela acesa que será colocada num lugar previamente preparado.
· A profissão de fé pode ser feita com a versão ecumênica cantada do “Credo Apostólico”, aprovada pelo CONIC (Conselho Nacional de Igrejas cristãs).
· O Pai-nosso poderá ser cantado na versão ecumênica.
· Incentivar a comunidade a fazer a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
· Dar destaque ao envio em missão, utilizando a bênção solene para a Ascensão, conforme o Missal Romano.
· O cantos sejam preparados com antecedência, prevendo ensaios. O Hinário Litúrgico da CNBB possui ótimas sugestões. As melodias estão gravadas no CD Liturgia XVI – Páscoa – Ano A.
· Promover a celebração da Vigília de Pentecostes, no próximo sábado.

Eis a Luz de Cristo! - Roteiros Homiléticos  para o Tríduo Pascal e Tempo Pasca l l – CNBB 2014 - Ano A
Fonte: Emanarp em 01/06/2014

Reflexão

Ascensão do Senhor

Celebrar a Ascensão de Jesus é celebrar seu modo novo de estar conosco, do Emanuel, Deus Conosco, manifestar-se em nosso meio.
Certamente esse modo novo do Senhor se manifestar entre os homens passa pela Comunidade, por suas atitudes que dão continuidade á missão do Senhor e que asseguram a continuidade da construção do Reino de Justiça e de Paz.
O Livro dos Atos dos Apóstolos, do qual é tirada a primeira leitura da solenidade de hoje, nos mostra Jesus dizendo aos seus discípulos que eles receberão o Espírito Santo e que Este os tornará suas testemunhas no mundo inteiro.
O Espírito que os discípulos receberão é o mesmo que esteve presente em Jesus. Os anjos que aparecem após a “subida” de Jesus ao Céu dizem aos discípulos para não ficarem de braços cruzados, mas agirem, isto é, continuarem a missão do Senhor. Os anjos dizem aos discípulos que Jesus vai voltar. Isso nos recorda a parábola contada pelo Senhor em que o patrão quando volta de viagem quer saber de seus servos o que fizeram, qual o produto do trabalho. Os anjos nos recordam a necessidade de deixar de ficar olhando para o céu e colocar mãos à obra, trabalhar!
O Evangelho de Mateus nos fala que o poder que Jesus recebeu do Pai e foi plenificado após sua ressurreição, é dado à Comunidade para que “Vá e faça discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que lhes ordenei!”
Batismo e catequese! Batismo é a consagração, a configuração a Jesus Cristo, o Ungido e a Catequese é a implementação da Justiça. Logo, deveremos levar as pessoas a se configurarem ao Homem Novo, de acordo com o desejo do Pai e, depois, após conscientizá-los, levá-los a praticar a justiça e as bem-aventuranças. E Mateus termina citando a certeza da presença eterna de Jesus ao nosso lado: “ Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo!”
A Ascensão de Jesus é a transformação da presença do Emanuel, do Deus Conosco. Sua presença é manifestada não através de uma figura visível, a de Jesus, mas através da ação libertadora praticada pelos membros da Comunidade.
Quando chegar o final dos tempos, a Parusia, veremos a “re-velação” do Senhor. Veremos que atrás de cada atitude cristã estava o Redentor – Cristo, o Autor de todo ato de bondade – o Pai, e nos inspirando, o Espírito de Amor.
Pe. César Augusto dos Santos SJ - Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)
Fonte: Liturgia da Palavra em 01/06/2014

Reflexão

Segundo o Evangelho de Mateus, Jesus faz sua última aparição na Galileia. É lá que o Mestre iniciou sua missão e lá a conclui. É nas periferias, fora do grande centro religioso e político, que o pequeno grupo também é convidado a iniciar sua missão. Antes de deixar os apóstolos, Jesus lhes transmite as últimas instruções. São convidados a fazer discípulos todos os povos, a missão universal da Igreja. A prática do batismo em nome da Santíssima Trindade nasceu no início da Igreja e perdura até hoje. É o sinal do ingresso na comunidade de Jesus. Mateus conclui seu evangelho confirmando a “profecia” do início (1,23): Jesus é o Emanuel, o Deus conosco (“estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos”). No dizer de Santo Agostinho, Jesus, com sua ascensão, não abandona a humanidade, assim como não abandonou o “céu quando desceu à terra, nem se afastou de nós quando subiu ao céu”. Cristo continua presente na humanidade e comprometido com ela, mediante a comunidade cristã.
Oração
Senhor Jesus, aos teus discípulos reunidos falas tuas últimas palavras. Voltas para o Pai, mas entregas para nós a tua mesma missão, a de continuar a tua obra capaz de transformar o mundo. Sabemos que a tarefa é exigente, porém contamos com tua perene assistência, segundo tua promessa. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Como temos vivido nossa vocação missionária? - Como vive sua fé? De modo indiferente, apático, tranquilo, acomodado, atuante? - De que modo Cristo está com você? - Você ensina? Como? - É fácil testemunhar a fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 01/06/2014

Meditando o evangelho

A MISSÃO UNIVERSAL

A Ascensão descortinou para os apóstolos um vasto campo de missão que abrangia o mundo inteiro e toda a humanidade. Uma vez concluída a caminhada terrena do Messias, urgia levar adiante esta missão, para que todos pudessem beneficiar-se da salvação realizada por ele.
Enviados pelo poder que Jesus recebeu do Pai, os apóstolos deveriam partir, dispostos a caminhar por todas as estradas do mundo, e a anunciar a Boa-Nova da salvação a quantos encontrassem. Ninguém podia ser deixado de lado, pois a salvação é um direito de todos.
O sinal de adesão a Jesus dar-se-ia no batismo feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Seria a forma de vincular toda a humanidade com o Pai, por meio de Jesus, na força do Espírito Santo. Desta comunhão de amor deveria surgir uma humanidade nova, fundada na filiação divina e na fraternidade.
Os apóstolos tinham como tarefa levar os novos discípulos a pautar suas vidas pelos ensinamentos do Mestre. Nada de novas doutrinas! Bastaria ensinar os batizados a observar tudo quanto Jesus lhes havia ensinado: nada mais do que amar a Deus e ao próximo, como fora explicitado no Sermão da Montanha.
Uma certeza deveria animar os apóstolos: o Ressuscitado estaria para sempre junto deles, incentivando-os a serem fiéis à missão. Portanto, nada de se deixarem abater pela grandiosidade e pelas exigências da tarefa recebida.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Mandato Missionário
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Dia desses alguém me perguntava, por que razão o evangelista Mateus não fala da Ascensão de Jesus, parece que a parte mais importante ele omite, justo o final Feliz de toda História: Jesus vai subindo e sumindo entre as nuvens, glorioso e vencedor! Alguns mais radicais até acham que esse evangelho  nem deveria entrar na Liturgia desse Domingo da Ascensão. Então aqui entram os admiradores de São Lucas, esse “caprichou” na narrativa, narrou em Atos, que é a primeira leitura desse domingo, e repetiu em seu segundo evangelho. Só faltou uma câmara digital para filmar Jesus subindo... Que coisa linda! Claro que esta cena cinematográfica não está no centro das atenções de nenhum dos nossos evangelistas, mas em todos eles, direta ou indiretamente há algo bem mais importante que eles transmitiram as suas comunidades e também as nossas: a História de Jesus, e principalmente a sua missão, terá continuidade!
Não podemos limitar a Festa da Ascensão apenas a essa “subida” de Jesus entre as nuvens, mesmo porque os terrnos são confusos á luz da razão humana, afinal, Jesus foi ou ficou? Pois se Ele foi, não pode ter ficado, e se ficou, então não foi. Esquecemos que Deus é Onipresente e atemporal, não há um antes e um depois nessa história. Pois se Jesus não usa dessa pedagogia própria, nem os seus discípulos e nem nós entenderíamos absolutamente nada. Também é bom esclarecer que a sua presença em nosso meio não em um “Faz de Conta”, um sonho bonito que alimentamos, quando, por exemplo, perdemos um ente querido e afirmamos convictos que sentimos a sua presença junto de nós. Jesus não está vivo entre nós, porque evocamos a sua lembrança, a sua presença é real, embora mística. Ele nunca saiu da Direita do Pai e também nunca saiu do nosso meio, o que muda aos nossos olhos é apenas o modo de se fazer presente, pois se a presença do Senhor em sua Igreja fosse apenas uma bela Utopia, a Igreja teria sucumbido nos primeiros quatro séculos de sua história, quando teve contra si a força destruidora do poderoso império romano.
Quando assumimos algum empreendimento humano, logo queremos saber o que vamos ter que fazer, qual vai ser o nosso papel. O Cristão Discípulo de Jesus já tem essa resposta sobre o que fazer “...Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” E Jesus ordenou tantas coisas, seu ensinamento é tão denso, como é que a gente vai se lembrar -  poderá argumentar alguém. “Eu vos dou um novo mandamento....” . Pronto! Aqui temos a missão da Igreja, anunciar o evangelho que conduz o ouvinte á prática do maior de todos os mandamentos: o amor aos irmãos e irmãs.
Todas as pastorais e movimentos, associações, ordens religiosas, ministérios e tudo mais que há no contexto da Igreja, deve estar direcionado para este mandato; Anunciar o Evangelho é essa a missão primária da Igreja, se o trabalho na em comunidade não tem esse objetivo há algo errado. Nenhuma pastoral ou Movimento deve anunciar a si mesmo, mas o Evangelho de Cristo, e qualquer  modelo de espiritualidade deve ser sempre um incentivo ao cumprimento dessa missão. A Igreja no início do Novo Milênio começou a tomar consciência de que tinha se omitido dessa sua missão primária, as paróquias passaram a ser Postos de Atendimento Religioso e Distribuidora de Sacramentos. Por conta disso alguns movimentos que trabalham o querígma, cresceram na nossa Igreja, em uma ação do Espírito Santo, graças a Deus que isso aconteceu, acho até, que foi um “puxão de orelha” em nossas paróquias, que agora, em uma nova visão pastoral vão elaborando planos que contemplam esse resgate da Missão evangelizadora fazendo um anúncio que leve o ouvinte a esta experiência profunda com a Pessoa de Jesus Cristo, chega de fórmulas doutrinárias e conceitos clássicos decorados ou mal digeridos! Chega de tanta omissão, precisamos de Paróquias evangelizadoras cada vez mais!
É este o apelo nas entrelinhas do cérebre Documento de Aparecida, que deve ser o Livro de Cabeceira de todos os que se propor a viver um cristianismo mais autêntico. É normal questionar, se uma Igreja imperfeita e pecadora conseguirá dar conta dessa missão de tão grande importância, uma comunidade Santa e forte na Fé daria melhor conta desse recado. Mateus não se ilude a esse respeito, nas primeiras comunidades não faltavam pessoas fervorosas que reconheciam em Jesus o único Deus e Senhor, prostrando-se diante dele, mas havia também os fracos na Fé, que ainda duvidavam tal qual acontece ainda hoje em nossas comunidades. Jesus não deu a missão apenas aos fervorosos, mas a todos os que participam da comunidade, pois é isso eu define o “Ser Cristão”, anúncio e testemunho! (Festa da Ascensão do Senhor)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações - Mt 28,16-20
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” São Mateus nos leva de volta à Galileia, onde tudo começou. A sinceridade do evangelista em sua narração nos diz que alguns ainda duvidavam. Eles não inventaram a ressurreição. Mesmo os que tiveram a graça de ver Jesus Ressuscitado precisaram de tempo para perceber o que estava acontecendo. Prostraram-se diante de Jesus em adoração. Já se davam conta de que ele era mais do que um habitante de Nazaré. São Mateus anota as últimas palavras de Jesus, que, com a autoridade que lhe foi dada, os envia a todas as nações: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. Foi uma despedida com a garantia de que ele permaneceria sempre conosco. Sem dizer que Jesus subiu ao céu, São Mateus deixa os discípulos com uma missão universal e a presença de Jesus que ultrapassa a barreira do tempo. Nós não o vemos nem o ouvimos como os primeiros discípulos, mas sabemos e percebemos que ele está no meio de nós.
São Lucas, nos Atos dos Apóstolos, deixou por escrito que Jesus foi subindo até desaparecer de seus olhos, envolvido por uma nuvem. Ele subiu e, conforme prometeu, enviará outro Defensor, o Espírito da Verdade. Os apóstolos, com outros discípulos e Maria, a mãe de Jesus, voltaram a Jerusalém e permaneceram reunidos no Cenáculo, onde costumavam ficar. Com eles esperamos a manifestação do Espírito, suplicando ao Pai que venha a nós o Espírito de sabedoria e de revelação para podermos realmente conhecê-lo. Assim rezamos instruídos pela Carta aos Efésios. Seu chamado contém uma esperança e uma herança rica de glória. Há um poder de Deus que ele exerce em nosso favor. Foi este poder que ressuscitou Jesus dos mortos, pôs tudo debaixo de seus pés e o constituiu cabeça da Igreja. Caminhamos nas estradas desta vida envoltos num mistério inefável que um dia se dará a conhecer. Caminhemos de esperança em esperança como quem vê o invisível. Nada nos poderá deter.
O Senhor subiu, mas está conosco aqui na terra. Olhemos para o céu e olhemos para nosso mundo. Ele nos deixou uma missão bem definida e não pequena, pois abrange todo o universo. Esperamos vê-lo em sua vinda definitiva. Enquanto ele não vem, trabalhamos.

HOMILIA

UNIDOS NA TRINDADE SANTA

A festa de hoje é um convite a mergulhar no imenso mistério da vida íntima do próprio Deus e a louvar a grandeza do seu amor: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
Deus revela-nos o mistério da sua vida quando, para nos fazer participar da sua própria vida, nos envia o seu Filho à Terra, e o Filho – consumada a obra da Redenção – nos envia do Pai o Espírito Santo.
A Igreja – fundada por Deus à imagem da SSª Trindade – é também um mistério de comunhão na unidade, a que jamais pode renunciar.
Ora, pois bem! Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras dirigidas aos seus discípulos de irmão para irmão, de amigo para amigo. São palavras de vida que seduzem e conquistam. Os discípulos são enviados de modo a eles próprios fazerem novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na observância de sua palavra e na adesão à vontade do Pai. Agora, os discípulos são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Jesus ao afirmar: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, torna muito bem claro que Ele não é somente o Filho de Deus, como algumas pessoas acreditam, mas sim, o próprio Deus descido do Céu, consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza que o Pai, com os mesmos poderes do Pai, porque quem o viu, viu o Pai. Ele está repetindo o discurso que havia feito antes através do evangelista João: Eu e o Pai somos um!
Ao enviar ordenadamente os seus discípulos: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele está nos confirmando que Deus é uno e trino, pois é composto de três pessoas distintas, muito embora não entendamos isso com a nossa razão nem com a nossa inteligência, mas sim com os olhos da fé. Não se trata de um dogma inventado pelos papas e bispos, mas sim, uma realidade anunciada pelo próprio Deus na pessoa de seu filho amado. A Santíssima Trindade, assim como a existência da nossa alma invisível, é um grande desafio para a nossa fé, pois tais verdades anunciadas por Jesus, só podem ser detectadas, repito, pelos olhos da nossa fé.
Quando Jesus nos garante: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. É para a gente confiar mesmo, ter coragem e a decisão inabalável de continuar o nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, através do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos. Isto porque não somos concorrentes uns dos outros, mas sim, somos multiplicadores de muitos outros cristãos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Vejam que os discípulos são enviados de modo que eles próprios vão fazer novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, nem tampouco nenhuma obrigação de aceitar, também não há nenhum processo de seleção, porque todos, sem distinção, são chamados ao seguimento de Jesus, para ouvir a sua palavra, e colocá-la em prática, e através da observância de sua lei e na adesão à vontade do Pai, todos sejam salvos. A missão de Jesus começou com o seu batismo no Rio Jordão.
No Evangelho de hoje, Jesus me envia e te envia como discípulos para evangelizar e batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não ofereça resistência à sua voz. Responda sim ao seu chamado e vai unido, unida à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Fonte: Liturgia da Palavra em 01/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

24 DE MAIO-DOMINGO


HOMILIA DIÁRIA

Nossa missão é formar discípulos dispostos a servir a Deus

Nós somos batizados na autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; somos mandados ao mundo para servir a Deus e para formar outros discípulos.

“Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta” (Salmo 46).

O Salmo 46 da liturgia de hoje nos aponta o significado da festa que nós celebramos: a Ascensão do Senhor aos Céus, um acontecimento glorioso, magnífico, é a glorificação do Cristo Nosso Deus por toda a Sua vida aqui na Terra. Ele, agora, depois de quarenta dias no meio de nós [após Sua Ressurreição], sobe à presença dos anjos e é glorificado por Deus no céu e está à direita do Pai, ao lado do qual Ele cuida de nós, conduz Sua Igreja e Seus discípulos. E, antes da Sua Ascensão aos Céus, o Senhor nos dá algumas recomendações a nós que somos discípulos d’Ele:
“Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28, 20).
Começo pela última parte dessa passagem bíblica, com a certeza de que o Senhor está conosco todos os dias, de que nós não estamos sozinhos, não somos órfãos, nós não fomos abandonados; pelo contrário, a presença amorosa de Deus se faz presente em nós. Jesus está entre nós pela Sua Palavra, a Palavra viva de Deus é a presença d’Ele entre nós. Jesus está entre nós na Eucaristia, é Seu Corpo e Seu Sangue. Jesus está entre nós quando nos reunimos em Seu nome, quando dois ou três estão reunidos em Seu nome, Ele se faz presente entre nós.
O Senhor está presente na comunidade e na família que se reúne para glorificar o Seu nome, está presente no meio do Seu povo; o Senhor caminha conosco na nossa solidão, na nossa oração pessoal, quando invocamos o Seu nome, a Sua presença está entre nós. E assim como o Senhor está em nós e entre nós, precisamos levá-Lo aos outros, pois Ele nos ordena a fazer discípulos entre todos os povos.
A nossa missão é sermos discípulos e formar discípulos do Senhor! O discípulo é aquele que faz parte da escola de Jesus e aprende com Ele; e tudo o que aprende do Senhor ensina aos outros, forma os outros. A vida nova, que o Senhor trouxe para nós, precisamos levá-la aos outros. Nós somos batizados na autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; somos mandados ao mundo para formar outros discípulos.
Faça discípulos em sua casa, na sua família, faça discípulos entre os seus; onde quer que você esteja seja um missionário, seja audacioso em anunciar e proclamar que Jesus é o Senhor da nossa vida! Ele que subiu ao toque da trombeta, Ele está no meio de nós, conduzindo nossos passos para permanecermos sempre em Sua presença até a nossa vida eterna junto com Ele.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 01/06/2014

Oração Final
Pai Santo, dá-nos consciência de tua Presença no mundo através da nossa presença. Que saibamos ver-Te nos irmãos e sejamos para eles sinais vivos do teu Amor de Pai que também é Mãe. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai misericordioso, dá-nos a consciência da tua paternal Presença nas maravilhas da Natureza e na humildade da existência humana. Que nós, encantados e agradecidos, saibamos ver-Te no Universo e nos irmãos; e sejamos para todos sinais vivos do teu Amor de Pai que tem entranhas maternais. Nós Te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.