Ano A
13 de Março de 2017
Lc 6,36-38
Comentário do Evangelho
Deus é misericordioso.
Nosso texto é parte do que no evangelho segundo Lucas denomina-se “sermão da planície” (6,17-49); é a sequência do chamado dos Doze sobre a montanha, onde Jesus passou a noite inteira em oração (6,12-16). A nossa perícope é parte do trecho tematicamente dominado pelo imperativo do amor aos inimigos (vv. 27-35). A primeira parte do v. 36 equivale ao que no evangelho segundo Mateus é o imperativo à perfeição (Mt 5,48). Em primeiro lugar, é preciso compreender que o imperativo se baseia no que Deus é: misericordioso. Sua misericórdia se manifesta na sua bondade para com todos, ingratos e maus (cf. v. 35). A misericórdia de Deus se exprime na acolhida dada por Jesus aos pecadores (cf. Lc 5,29-32; 7,36-50; 15,1ss; 19,1-10). Cada um, independentemente de sua situação, pôde ou pode experimentar a misericórdia de Deus em relação a si mesmo. É com essa mesma misericórdia que se exige tratar os outros. O amor aos inimigos não é uma ideia; ele se concretiza na renúncia a julgar, isto é, condenar alguém (v. 37a-37b), na disposição permanente e renovada de perdoar (v. 37c) e de entregar-se a si mesmo (v. 38a), como o Senhor se entregou para a salvação de toda a humanidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dispõe meu coração para o perdão, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.
Fonte: Paulinas em 17/03/2014
Vivendo a Palavra
Ouçamos a Promessa do Pai e ofereçamos tudo o que temos e somos. E Ele nos retribuirá com generosidade uma ‘medida boa, calcada, sacudida e transbordante’ de Graça – que é a sua própria Presença Misericordiosa em nós, desde já, nesta caminhada pela terra abençoada que Ele nos empresta para cuidado e partilha.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2014
Reflexão
A justiça de Deus é muito diferente da justiça dos homens. A justiça dos homens parte de dois pressupostos: o primeiro diz que a cada um deve ser dado o que lhe pertence, e o segundo afirma que cada pessoa deve receber os méritos pelo bem que promovem e os castigos pelos males que causa. A justiça divina é aquela que distribui gratuitamente todos os bens e dá todas as condições para que o homem possa ser feliz e ter uma vida digna e é por isso que Deus criou todas as coisas e as deu gratuitamente para os homens que não viveram a gratuidade e se apossaram do mundo segundo seus interesses. A justiça divina é aquela que não nos trata segundo as nossas faltas, mas age com misericórdia e nos convida a fazer o mesmo.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2017&mes=3&dia=13
Recadinho
O Evangelho para o dia de hoje é breve, mas se estende ao infinito! Misericórdia! Compaixão, solidariedade, ternura, perdão, bondade, acolhida! Qual destas palavras mais lhe toca o coração no momento? - Lembro-me do testemunho do bom samaritano? A misericórdia não tem fronteiras! - No caminho de Emaús, à beira do lago da Galileia, Jesus toma o pão, abençoa-o e o reparte. Tenho condições de partilhar meus bens espirituais? E os materiais? - Os discípulos reconheceram Jesus. Eu o reconheço em meus irmãos? - Meus irmãos o reconhecem em mim? - Como as pessoas que cruzam meu caminho reconhecem que vivo uma vida cristã?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 17/03/2014
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A nossa medida para com os outros
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Um lugar onde podemos ver e comprovar como nós não somos Misericordiosos como o Pai, é no trânsito. Não adianta fingir que não é com a gente, todos somos assim, olhamos para os outros condutores de veículos com extremo rigorismo, mas quando nos olhamos ao volante, sempre amenizamos ao máximo nossas falhas. Sempre vamos ter razões de sobra para justificar o nosso erro, cometido em uma ultrapassagem perigosa, em um excesso de velocidade, em uma fechada que demos no outro, ou em qualquer norma de segurança que quebramos, nós temos necessidade e justificativa para falar ao celular no volante, mas se flagramos o outro, dirigindo desatentamente por estar falando ao celular, rapidamente o condenamos.
O trânsito é só um exemplo bem concreto de que, a nossa medida com o próximo é bem pequena e miserável. O que nos falta é exatamente aquilo que em Deus é sempre abundante e eterna: a Misericórdia! Mas esse comportamento anticristão não é só pessoal, mas tudo e todos que nos rodeiam na Família e na comunidade, amenizamos os erros e pecados, abrandamos o impacto da ação ou do escândalo, se o fato ocorreu com um filho ou filha, ou um irmão da nossa igreja, mas se for com o Filho ou a Filha do outro, que não é parente e nem membro do nosso grupo da Igreja, ah meu irmão, olhamos com uma lupa de aumento e apregoamos aos quatro cantos o pecado escabroso que tal pessoa cometeu.
Misericórdia é acolher o outro em nosso coração, e o Judeu tem um significado ainda mais bonito, é acolher o outro em nosso útero, para dar-lhe uma vida nova com o nosso amor, é também sermos solidários com a miséria do outro, caminhar junto, sorrir e chorar junto e foi essa misericórdia do PAI , que Jesus manifestou por todos nós.
Não julgar, não condenar, perdoar, dar e acolher são palavras chaves do evangelho, colocadas como prática cristã em nossa relação com o próximo no dia a dia. E o próximo são todas aquelas pessoas que passam por nós na rua, no Banco, na Feira Livre, no ônibus, na escola, no trabalho, na política, no futebol, na torcida. Na comunidade somos capazes de disfarçar a nossa raiva, impaciência e intolerância com o outro, mas fora da Igreja somos quem somos, e é exatamente nesses lugares e ambientes que nos relacionamos com as pessoas.
O evangelho traz uma exortação final muito séria, se a nossa medida com o próximo (com todas as pessoas com quem cruzamos em nosso dia a dia, não é só com o irmãozinho da comunidade...) não for larga, cheia e generosa, Deus também nos olhará com rigorismo e não vamos poder contar com a sua bondade e misericórdia sem limites. Isso porque estamos deturpando a imagem, de Deus para o irmão.
E fica aqui, no final da reflexão uma boa pergunta: as pessoas com quem convivemos, acreditam em um Deus amoroso e misericordioso, ou em um Deus intolerante e implacável? Se a resposta for negativa, é bom não nos esquecer de que essas pessoas simplesmente refletem a imagem de Deus que a ela passamos com a nossa conduta...
2. Sede misericordiosos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Hoje lembramos o dia da eleição do Santo Padre, o Papa Francisco, como Pastor Supremo da Santa Igreja. Ele mesmo se apresentou como Bispo de Roma, porque o Bispo de Roma é o Pastor da Igreja universal. Desde o início seu pontificado foi marcado pela misericórdia. Esta é a perfeição do Pai ao nosso alcance: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso”. “Quem sou eu para julgar?”, disse uma vez aos jornalistas. Insistiu em largas medidas e que as portas se abram. É a Igreja com o rosto de Jesus. Tivemos o Ano Santo da Misericórdia e temos agora a oportunidade quaresmal de nos questionar sobre a nossa prática da misericórdia. Se não quiser ser julgado, se não quiser ser condenado, se quiser ser perdoado, não julgue, não condene e perdoe. Estamos sempre medindo os outros. Se não podemos deixar de fazê-lo, usemos então de medidas largas. Deus vai usar para nos medir a medida que colocarmos em suas mãos. Será a mesma com que medirmos os outros.
Santa Quaresma, tempo de boas sugestões para darmos início a atitudes novas, a novos costumes, a uma novidade de vida. O Santo Padre terminava a Bula de Proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia fazendo votos de que a Igreja “nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar”. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: “Lembra-te, Senhor, do teu amor e da tua fidelidade desde sempre”.
Fonte: http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d2
Meditando o evangelho
SER MISERICORDIOSO
A presença de Jesus, na história humana, visava recuperar o coração das pessoas, deturpado pelo pecado, de forma a redirecioná-lo para Deus. Seus ensinamentos continham indicações bem precisas de como isto deveria acontecer.
O Evangelho aponta a misericórdia como atitude característica de Deus, e que deve ser imitada pelo ser humano. Ela consiste em uma maneira particular de tratar o próximo. Exemplo consumado de sua misericórdia infinita Deus ofereceu à humanidade, ao lhe prodigalizar todos os bens da criação. Da mesma forma, tudo de bom que alguém realiza em benefício de seu próximo é fruto da misericórdia. Trata-se de ter um coração desprovido de egoísmo, todo voltado para o bem-estar do outro. Trata-se de ir ao encontro de suas necessidades. Trata-se de não colocar limites, nem pré-requisitos para o bem que se faz. Expressão de misericórdia é também evitar julgar ou condenar alguém, saber perdoar e doar-se, sem medida. Só um coração misericordioso é capaz disto.
A misericórdia que se usa para com o próximo está em estreita relação com a misericórdia de Deus para conosco. Quem se põe a julgar e a condenar, não pode esperar a complacência divina. Quem se fecha ao perdão, não pode pretender ser perdoado por Deus. Quem planta misericórdia, colherá misericórdia.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me a graça de ser misericordioso, de maneira criativa, procurando sempre caminhos novos de entrega e doação.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-03-13
Oração Final
Pai Santo, dá-nos um coração puro e compassivo. Que em relação ao nosso próximo, nós sejamos incapazes de julgamentos e condenações, mas estejamos sempre prontos para o perdão e a fraternidade. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2014
14 de Março de 2017