ANO A
Mt 17,22-27
Comentário do Evangelho
A gratuidade está no centro da relação com Deus.
Trata-se do segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Os discípulos ficaram profundamente tristes (Jo 14,1). O episódio do imposto devido ao Templo é próprio a Mateus. A prescrição do tributo do Templo, cobrado inclusive dos judeus da diáspora, se encontra em Ne 10,33-38. Todo judeu do sexo masculino pagava a soma anual de duas dracmas. O Templo possuía sua própria moeda, daí os cambistas de Mt 21,12. A questão posta aos discípulos sobre se Jesus pagava o imposto ao Templo é, na verdade, uma questão posta aos cristãos: os judeus convertidos ao cristianismo devem pagar esse imposto? A resposta de Jesus vai numa dupla direção: em primeiro lugar, para instruir os discípulos há uma orientação fundamental, a saber, a relação com Deus não é mediada nem subordinada a nenhuma taxa, pois se trata de uma relação paterna em que a gratuidade está no centro dessa mesma relação; em segundo lugar, há uma solução prática e realista, uma vez que existe a obrigação que se pague a taxa (cf. Mt 22,15-22). A moeda a ser encontrada na boca do peixe é uma forma de dizer que o imposto deve ser pago com o fruto do trabalho, nesse caso, a pesca.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu saiba desfrutar minha condição de filho, que me faz livre diante das imposições injustas dos poderes deste mundo, pois só a ti devo submeter-me.
Fonte: Paulinas em 11/08/2014
Comentário do Evangelho
Jesus é maior que o Templo
Ante o segundo anúncio da paixão-morte-ressurreição (o primeiro: 16,21-23), “os discípulos ficaram extremamente tristes” (v. 23). Nós já observamos que os anúncios da paixão do Senhor são acompanhados da incompreensão dos discípulos. Aqui se diz da “forte tristeza”. De que tristeza se trata? Tristeza da incompreensão. Talvez se fixem somente nas palavras paixão-morte e se esquecem de que a ressurreição passa pela paixão e morte do Senhor.
O episódio do imposto devido ao Templo é próprio do primeiro evangelho. A obrigação de pagar um imposto para o Templo se encontra em Neemias 10,33ss: “Impusemo-nos como obrigação: dar uma terça parte de um ciclo por ano para o culto do Templo de nosso Deus…” (ver também Ex 30,13). No entanto, a questão legal, aqui, é menos importante. Jesus amplia a questão do v. 24, perguntando a Simão: “os reis da terra cobram impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?” (v. 25). Ao que Pedro respondeu: “Dos estranhos!” (v. 26). Jesus ultrapassa, assim, um primeiro nível de sentido: os filhos, aqui, são filhos do Rei, isto é, os que reconhecem em Jesus o Filho bem amado do Pai. Desse modo, os discípulos estariam liberados do imposto. E Jesus? Ora, Jesus não é só maior que o Templo, mas onde aprouve a Deus habitar com a plenitude de sua graça.
A moeda na boca do peixe é um modo de sugerir a Simão pagar o imposto com o fruto do seu trabalho, isto é, a pesca.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 12/08/2013
Vivendo a Palavra
A própria morte anunciada, não confirmava a expectativa do Messias poderoso que todos esperavam. Mas Deus é criativo: surpreendeu com a morte de Jesus e continua surpreendendo nos sinais dos tempos que vivemos. Fiquemos acordados e atentos a esses sinais para discernir neles a Presença do Criador.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/08/2014
Vivendo a Palavra
Jesus quer nos mostrar que o mundo não nos reconhece como filhos, mas como súditos. Portanto, haverá dificuldades em nossas relações. Ele mesmo seria entregue nas mãos dos homens e também nós, seus seguidores, teremos sorte semelhante. Mas, ao terceiro dia, ressuscitaremos com Ele!
Fonte: Arquidiocese BH em 12/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
Ao anunciar a própria morte, Jesus não confirmava a expectativa do Messias poderoso que todos esperavam. Mas Deus é criativo: surpreendeu com a morte/ressurreição de Jesus e continua surpreendendo nos sinais dos tempos que vivemos. Fiquemos acordados e atentos a esses sinais para discernir neles a Presença do Criador.
Reflexão
Uma coisa é termos direito sobre algo e outra coisa é a conveniência do uso desse direito. No nosso dia a dia, muitas vezes acontece que temos que renunciar a um direito em vista de um bem maior. O próprio Jesus nos mostra essa necessidade no evangelho de hoje, quando renuncia ao direito de não parar os impostos do templo para conseguir um bem maior que está no fato de evitar escândalos. Assim, também nós devemos deixar de lado determinados direitos, que podem até demonstrar mesquinhez,quando esses podem se tornar causa de escândalos ou conflitos e fazer com que percamos um bem maior como a paz e a tranqüilidade.
Fonte: CNBB em 11/08/2014
Recadinho
Você fica muito triste diante dos sofrimentos? - Como consegue recobrar ânimo? - Há muita escravidão de seres humanos ainda hoje e de vários tipos. Você teria algum exemplo para citar? - Faça algum comentário de algum caso em que os impostos devidos não são pagos e também não são bem gerenciados por quem teria obrigação disso. - Jesus paga o imposto devido para evitar escândalo. Corremos o risco de escandalizar pessoas? Mencione alguma situação.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 11/08/2014
Meditação
Você fica muito triste diante dos sofrimentos? - Como consegue recobrar ânimo? - Há muita escravidão de seres humanos ainda hoje e de vários tipos. Você teria algum exemplo para citar? - Faça algum comentário de algum caso em que os impostos devidos não são pagos e também não são bem gerenciados por quem teria obrigação disso. - Jesus paga o imposto devido para evitar escândalo. Corremos o risco de escandalizar pessoas? Mencione alguma situação.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 12/08/2013
Meditando o evangelho
OS FILHOS ESTÃO ISENTOS
Os cobradores do imposto para o Templo estavam de olho em Jesus. Os sacerdotes e os rabinos julgavam-se isentos de pagá-lo. Será que Jesus, por ser considerado mestre, imaginava gozar do mesmo direito? Afinal, todo judeu adulto devia cumprir esta obrigação, a partir dos vinte anos. A resposta à pergunta dirigida a Pedro seria uma forma de revelar a identidade de Jesus, ou melhor, o que ele pensava de si mesmo.
Pedro responde afirmativamente. Com isso, deixa entrever seu modo de entender a pessoa do Mestre: um Messias submisso às tradições de Israel, cumpridor de suas obrigações. Um Messias sem novidades, afinado com as expectativas populares.
A pergunta que Jesus dirigiu a Pedro tem um quê de censura. Ao falar de "reis da Terra", "seus filhos" e de "estranhos", Jesus tinha em mente o oposto disto: "o Rei do Céu" e seus "filhos". É neste nível que ele se situa. Por conseguinte, sendo filho do Rei do Céu, por direito estava isento de pagar taxas impostas aos estrangeiros pelos reis da Terra.
A consciência de serem filhos, como Jesus, deveria fazer parte da vida dos membros da comunidade. Por serem filhos de Deus os discípulos estão dispensados de se submeter às imposições das instituições humanas, mesmo as religiosas. Caso se submetessem, seria apenas por razões pastorais, para evitar escândalos, não fechando às pessoas a possibilidade de serem tocadas pela palavra de Jesus. Era preciso deixar uma porta aberta para a conversão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que eu saiba desfrutar minha condição de filho, que me faz livre diante das imposições injustas dos poderes deste mundo, pois só a ti devo submeter-me.
HOMÍLIA DIÁRIA
Temos de ser livres
Nós temos de ser livres para proclamar o Reino de Deus. No entanto, a liberdade não tira as nossas responsabilidades.
E Jesus disse: “Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti” (Mt 17,27).
Os homens estavam incomodados, querendo saber se Jesus pagava o imposto do templo, por isso perguntaram a Pedro: “O vosso mestre não paga o imposto do Templo?”. Pedro disse: “Sim, paga”.
Jesus então disse a Simão: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?”. Pedro respondeu: “Dos estranhos!” Então Jesus disse: “Logo os filhos são livres”.
Jesus, hoje, está chamando a nossa atenção, pois, muitas vezes, as leis humanas são criadas para nos prender e não para fazer de nós homens livres. Não devemos nos conformar com leis injustas, com leis que não estão corretas, as quais, muitas vezes, exploram o nosso povo, a nossa gente e cada um de nós. Impostos altos, pedágios pesados… São tantas as situações que nós enfrentamos que não é simplesmente dizer: é isso mesmo.
Primeira coisa, nós não podemos escandalizar; nós temos de dar o exemplo. Se as leis existem, sendo justas ou injustas, precisamos cumpri-las, nem que tenhamos de fazer como Jesus e ir na boca do peixe pegar a moeda para pagar os impostos, os pedágios e tantas coisas que nessa vida são injustas.
Mas nós precisamos ser livres, ou seja, não concordar com muitas das coisas que fazem os homens, muitas leis que se criam e que não favorecem a vida, não favorecem a boa convivência dos filhos de Deus.
Temos de ser livres para dizer o que o Evangelho ensina, o que o Mestre vem nos ensinar. Temos de ser livres e não presos a essa ou aquela ideologia, a esse ou aquele partido. Nós temos de ser livres para proclamar o Reino de Deus. No entanto, a liberdade não tira as nossas responsabilidades. Vamos dar o exemplo e cumprir as leis, mas ser livres para dizer quando elas não estão corretas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/08/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que de tantas maneiras te manifestas, discreto para não invadir nossa liberdade, mas transparente bastante para ser percebido pelos corações puros, ilumina-nos para que sintamos tua Presença Criadora em nós e no nosso meio, e anunciemos com alegria aos irmãos o teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo. Amém.