terça-feira, 2 de maio de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

Santo Atanásio - 2 de Maio



Santo Atanásio, Bispo e Doutor da Igreja

Sua atuação foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada

Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.
O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.
Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio, que por cinco vezes teve de fugir de sua sede episcopal.
Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.
Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.
Santo Atanásio, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova em 2016

Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito e doutor da Igreja


Desde a infância, Atanásio estava convencido de que um bom teólogo deve necessariamente ser também um bom cristão, um santo. E os contactos com António Abate, patriarca do monaquismo, foram-lhe de grande conforto, porque compreendeu como este homem pobre e isolado sabia muito mais e muito melhor do que muitos eruditos da cidade: «Além do estudo e verdadeiro conhecimento das Escrituras c ‘uma vida justa e uma alma pura e virtude segundo Cristo são necessárias para que, caminhando na virtude, o intelecto possa alcançar e entender o que deseja, tanto quanto a natureza humana pode entender de Deus o Verbo. De fato, sem um intelecto puro e uma vida modelada nos santos, não se pode entender as palavras dos santos… Portanto, quem quiser entender o pensamento dos teólogos deve purificar a alma…” .

A coragem dos mártires, a fraqueza dos lapsi

Nascido em Alexandria por volta de 295 em uma família cristã, recebeu uma boa educação cultural. A sua infância coincidiu com a perseguição de Diocleciano (303-313) e Atanásio pôde admirar, por um lado, a coragem dos mártires e, por outro, a falta de coragem, ditada pela debilidade humana, dos lapsi, os “recaídos “, pronto para sacrificar aos deuses diante do perigo, e depois pedir para ser readmitido na comunhão com a Igreja, a perseguição acabou.

A Trindade: Deus uno e trino

Atanásio viveu tempos difíceis. Por um lado, a Igreja acabava de sair de um duro período de perseguições e ainda não encontrava uma correta relação com a autoridade imperial, visto que esta ainda influenciava as nomeações, as convocações dos Concílios e Sínodos e as formulações doutrinárias; por outro lado, surgiram incompreensões doutrinais que ameaçavam comprometer toda a experiência cristã, especialmente com o arianismo (de Ario, sacerdote da igreja de Alexandria). De fato, na cultura grega, acreditar no único Deus não era um problema: no entanto, tratava-se de ajudar os novos cristãos a compreender que Deus era Uno e Trino. A difusão de tal “doutrina” teria significado transmitir a mensagem de que a salvação pode ser alcançada com as próprias forças e, portanto, tornaria inútil a encarnação.

O Concílio de Nicéia

Em 325, como diácono, participou do Concílio de Nicéia como assistente do bispo Alexandre. Aqui foi abordada a questão de Ário, e os Bispos presentes proclamaram solenemente que o Filho é ” da mesma substância que o Pai “. Em 328, o bispo Alexandre morreu e Atanásio tornou-se seu sucessor. Como Bispo, ele decidiu visitar os monges de São Pacômio na Tebaida: Atanásio, de fato, sabia que o monaquismo poderia oferecer uma grande contribuição para o povo. No entanto, Pacômio não compareceu àquela visita porque temia ser ordenado sacerdote e se ver envolvido no compromisso pastoral de seu amigo Atanásio, que o entendia cordialmente.

Os meletianos e a defesa de Atanásio

Durante a visita às várias comunidades, os meletianos (discípulos do bispo Meletius de Licopolis – +328) liderados por Giovanni Arkaf, acusaram-no perante o imperador de se ter ordenado bispo muito jovem e de ter imposto tributos injustos aos cristãos. Não foi difícil para Atanásio defender-se das acusações, mas estas foram apenas o prelúdio do que ainda estava para acontecer. No final de 332, ele foi acusado de ter mandado matar o bispo Arsênio de Ipsele, enquanto ele estava simplesmente escondido em um mosteiro de monges e apareceu vivo e bem no tribunal. Foi um grande revés para os acusadores de Atanásio.
Nem os arianos pararam de lhe dar problemas. Os melecianos submeteram-lhe um documento com a fórmula da fé para ser assinado: aparentemente poderia parecer ortodoxo, mas faltava a expressão “da mesma substância”. O imperador pediu a Atanásio que readmitisse Ário, mas depois de ler o documento, o bispo recusou. Neste ponto, em 335, os bispos arianos e meletianos convocaram um Concílio em Tiro que – em face da maioria controlada de arianos e meletianos – decretou o exílio de Atanásio. Nesse ínterim, Giovanni Arkaf havia sido nomeado bispo em Alexandria, mas sua presença não durou muito porque logo foi expulso pelos próprios cristãos. A partir desse momento a cátedra de Alexandria não foi ocupada por outros bispos heréticos, pois os cristãos da cidade reconheceram apenas Atanásio como seu bispo.

A disputa entre os arianos e Atanásio

Após a morte de Constantino em 337, Atanásio – com o consentimento dos imperadores do Ocidente e do Oriente – retornou a Alexandria. Mas mais uma vez os arianos se opuseram e convocaram outro concílio para discutir a posição de Atanásio; neste ponto, ele se aposentou com os monges. O Papa Júlio I, sabendo onde ele estava, convocou-o a Roma para o Concílio Romano, durante o qual Atanásio foi declarado inocente. Porém, impossibilitado de retornar a Alexandria, pôde ensinar com suas catequeses – entre 339 e 346 – que o perigo do arianismo esvaziava a fé cristã. Ao mesmo tempo, difundiu a experiência do monaquismo como prova de que tudo é graça, tudo é dom de Deus para quem nele acredita e se confia a ele.

O retorno de Atanásio a Alexandria

Somente em 346, após o Concílio de 343 na atual Sofia, o bispo de Alexandria foi declarado deposto e Atanásio convidado a retornar, o que acontecerá apenas três anos depois, em meio a grandes comemorações. Gregory Nazianzen conta que ao entrar em Alexandria, na frente de seu pastor, as pessoas jogavam seus mantos e palmeiras no chão. A ação pastoral de Atanásio soube conquistar corações e mentes, como ele mesmo escreverá na História dos Arianos contada aos monges : “Quantas mulheres em idade núbil, já preparadas e decididas para o matrimônio, permaneceram virgens para Cristo! Quantos jovens, vendo seu exemplo, abraçaram a vida monástica! Quantos pais persuadiram seus filhos e quantos filhos convenceram seus pais a não abandonarem a vida cristã…”. São Basílio, que naqueles anos iniciava o seu ministério episcopal, reconheceu no já idoso Atanásio o único capaz de dialogar com todos, porque ninguém como ele “tinha a solicitude de todas as Igrejas”. Quando ele morreu em 2 de maio de 373, Basílio o lembrou como uma “alma grande e apostólica”.

Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito e doutor da Igreja, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 3 de maio:

1 - Em Florença, na Itália, o Santo Antonino Pierozzi, bispo desta cidade. († 1459)
2 - Em Sevilha, na Espanha, o Beato Bernardo de Sevilha, comandante do convento mercedário de Sant’Eulália desta cidade. († 1440)
3 - Em Varsávia, na Polonia, o Beato Boleslao (Boselao) Strzelecki, presbítero e martire. († 1941)
4 - Em Sellenbüren, na Suíça, o Beato Corrado di Sellenburen, monge e martire . († 1125)
5 - Em Antalya, na Panfília, os Santos Hesperus, Zoe, Cyriacus e Theodulus, mártires de Attalia († 120)
6 - Em Andaluzia, na Espanha, o Santo Félix de Sevilha, diácono e mártir. († sec. 4)
7 - O Beato Giovanni de Verdegallo, comandante do convento mercedário. († sec. XIV-XV)
8 - Em Aranjuez, na Espanha, o Santo Giuseppe Maria Rubio Peralta , fundador dos Jesuítas. († 1929)
9 - Em Clonmel, na Irlanda, o Beato Guglielmo Tirry, sacerdote agostiniano e martire. († 1654)
10 - Em Sardenha, na Itália, o Santo Guisitano, martir decapitado. († 1616)
11 - Em Krzydlina Wielka, na Polonia, a Beata Maria Acutina (Helena) Goldberg, martir. († 1945)
12 - Em Linköping, na Suécia, o Beato Nicola Hermansson Vescovo,  Bispo. († m. 1391)
13 - Em San Bartolo, Pesaro, na Itália, o Beato Pietro Gualcerano. († 1418)
14 - Em Bologna, na Itália, a Beata Sandra Sabattini, virgem e leiga. († 1984)
15 - Em Brantôme, na França, o Santo Sicario, mártir venerado.
16 - O Santo Ultan di Fosses, monge missionário e abade. († sec. 6º-7º)
17 - Em Borgonha, na França, o Santo Valdeberto,  . († m. 665/670)
18 - Em Córsega, Ilha da Beleza, na França, os Santos Vendemiale, Fiorenzo, Eugenio e Longino, bispos e mártires. († m. 483)
19 - Em San Gallo, na atual Suíça, a Santa Viborada (ou Wiborada), Virgem e mártir. († 926)

Fontes:
Dicastério para as Causas dos Santos
Santiebeati

– Pesquisa, produção e edição: Leonardo Girotto

Santo Atanásio

Santo Atanásio
Doutor da Igreja
296+373

Houve o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Foi no ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores romanos. Mas a luta não terminou aí, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia de Ário. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente, foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre as celebridades que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história da Igreja.
Em todos os registros sobre esse Concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado. O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte dele, equivalente a ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que os seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina, foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia cristã. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente, o ódio profundo dos arianos.
Atanásio foi um religioso muito atuante, discípulo e contemporâneo de figuras muito importantes do clero que a Igreja honrou com a veneração nos altares. Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos, recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e com afastamentos por vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Atanásio morreu, com setenta e sete anos, no dia 2 de maio de 373. Logo depois, foi inserido entre os celebres "Padres da Igreja", sendo canonizado e declarado "doutor da Igreja". Sua festa litúrgica é celebrada no dia de sua morte em todo o mundo cristão.
Fonte: Paulinas em 2014

Santo Atanásio


Chegou o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Era o ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo, de perseguido a favorecido pelos imperadores. Mas a luta não terminou, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia do arianismo. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Santo Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre os gênios que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história.
Em todos os registros sobre esse concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado.
O arianismo negava a divindade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte Dele, equivalente a Ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente o ódio profundo dos arianos.
Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e desterros de vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu Santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Santo Atanásio morreu com setenta e sete anos, recebendo logo depois o título de "Doutor da Igreja".
Fonte: Catolicanet em 2014

Santo Atanásio

Santo Atanásio foi desterrado cinco vezes por defender a religião. Nasceu na Alexandria, Egito, no ano de 297. Sendo ainda criança no ano 311, presenciou o martírio do seu bispo Pedro de Alexandria e de outros cristãos, mortos na perseguição que realizaram os pagãos. Logo soube com alegria que no ano 313 o imperador Constantino declarava a liberdade religiosa para os cristãos.
Com grandes qualidades para a oratória e uma brilhante inteligência, se dedicou a preparar-se para o sacerdócio, e sendo diácono foi escolhido como secretário de Alexandre, arcebispo de Alexandria. Aos 23 anos escreveu seu primeiro livro sobre a Encarnação de Jesus Crsto.
Naquele tempo apareceu em Alexandria um herege chamado Arrio, que negava a natureza divina de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Atanásio se dedicou a combater este heresia. Colaborou para que os bispos do mundo se reunissem para discutir sobre esta heresia que tanto dano estava causando à Igreja. Assim, realizou-se o Primeiro Concílio, o Concílio de Niceia, no ano 327, onde condenaram a Arrio e decretaram que deveria ser derrotado. Santo Atanásio compareceu a este Concílio como secretário e conselheiro do seu bispo Alexandre.
Foi o bispo mais famoso do seu século. Teve que viver em uma época sumamente difícil e combater contra os inimigos da Verdade. Em seus 45 anos de sacerdócio não deixou nunca de predicar em favor de Jesus Cristo. Morreu no dia 2 de maio do ano 373, aos 76 anos.
http://www.acidigital.com/santos/santo.php?n=293

Santo Atanásio, Bispo e Doutor da Igreja


Comemoração litúrgica: 02 de maio.

Também nesta data: Santos Germano e Zoé

Alexandria é a terra que deu à Igreja este grande doutor e defensor da doutrina católica. Atanásio nasceu em 296. Dotado de inteligência raríssima, fez Atanásio rápidos progressos nas ciências divinas e profanas. À medida que os conhecimentos se alargavam, mais se lhe solidificavam as virtudes e a piedade. O desejo de vida perfeita levou-o à solidão de Santo Antão, na companhia do qual passou dois anos, até que o seu antigo mestre Santo Alexandre, que havia sido elevado à dignidade de Patriarca, chamou-o para perto de si, a fim de se lhe aproveitar do talento, na luta contra os hereges.
Quando se realizou o concílio de Nicéia, Atanásio, sendo apenas Diácono, acompanhou o Prelado para aquela eminente demonstração de fé Católica. Os erros arianos foram por ele refutados com tanto brilho e clareza, que causou admiração de todos os assistentes. Seu discurso foi um triunfo para a causa católica, conquistou-se-lhe também o ódio dos arianos, que lhe declararam implacável guerra, a começar daquele momento, até o dia de sua morte.
Prevendo o próximo desenlace fatal do Patriarca Alexandre, Atanásio esquivou-se da mais que provável eleição e fugiu para Alexandria. Santo Alexandre, conhecendo o plano do amigo, declarou-lhe que de nada adiantava prosseguir na sua humilde trama, pois que não se livraria do cargo de futuro patriarca.
Efetivamente foi eleito Atanásio sucessor de Alexandre e só seis meses depois da eleição, lograram os fiéis descobrir o esconderijo do novo Pastor. De nada lhe valeram as desculpas inspiradas pela humildade, pois que o povo conduziu-o como que em triunfo à capital e Atanásio, se bem que em lágrimas, tomou posse do cargo.
O governo sapientíssimo, enérgico e resoluto que teve a diocese, é prova patente de sua administração, elevando-o à sede patriarcal de Alexandria.
Os arianos não viram de bons olhos este estado de coisas e, como se lhes não fosse possível reverter a eleição de Atanásio, recorreram à vil calúnia, para desta maneira lhe destruir o prestígio junto do Imperador. Este convocou um concílio na cidade de Tiro para que Atanásio respondesse às acusações levantadas. A Assembléia compunha-se na maioria de bispos arianos, portanto de inimigos de Atanásio que, ainda assim, compareceu à audiência.
A primeira acusação foi feita por uma mulher paga pelos inimigos do patriarca, a qual , em plena assembléia, dirigiu-se erroneamente em acusações para o Secretário Timóteo , pensando ser este Atanásio, já que não o conhecia pessoalmente. Timóteo, após receber as acusações em rosto disse: "Como eu teria entrado em tua casa? Teria te feito propostas indignas?" Ela, mediante juramento, corroborou suas palavras. Diante desta cena e bem que contrafeita, a assembléia toda declarou a inocência de Atanásio.
Recorreram os inimigos a uma outra astúcia que, segundo lhes parecia, não havia de falhar. Espalharam o boato de ter Atanásio assassinado um bispo de nome Arsênio, cuja mão direita levava consigo para fazer obras de feitiçaria, chegando mesmo a apresentar uma caixa com a tal suposta mão, que diziam ser do bispo assassinado. Atanásio, tendo absoluta certeza de que o tal bispo Arsênio estava vivo, localizou-o e pô-lo a par do que se tratava, convidando-o a vir até Tiro.
Em uma das sessões que tratava da questão de Arsênio, Atanásio perguntou aos bispos arianos presentes, um por um, se conheciam Arsênio, quando alguns deles responderam afirmativamente. Era o momento escolhido por Atanásio para desmascarar e humilhar os seus inimigos. A um sinal, abriu-se a porta da sala e entrou Arsênio, dando com sua presença, testemunho da inocência de Atanásio.
Mesmo assim, enfurecidos contra o Patriarca, tanto insistiram ao Imperador Constantino, que este determinou o exílio de Atanásio para Treves. Lá foi recebido pelo Bispo (São Maximiliano) com todas as honras e, as notícias recebidas por Atanásio de Alexandria, davam conta de que os fiéis cada vez mais rejeitavam toda e qualquer comunicação com a igreja ariana. Diversos pedidos foram feitos ao Imperador para a reabilitação do Patriarca, que não foram atendidos, sob a alegação de que não poderia interferir numa decisão do concílio.
O Imperador Constantino morreu em 12 de Maio de 337. No leito de morte, depois de ter recebido o santo Batismo, reconheceu a inocência de Atanásio e decretou-lhe a volta para Alexandria. Só em 388 foi executada esta ordem.
O império foi dividido entre os três filhos de Constantino: Constantino, Constâncio e Constante. O primeiro, Constantino, a quem coube a parte da Gália, deu liberdade a Atanásio, o qual em triunfo foi recebido na sua metrópole, Alexandria.
Os arianos, não descansaram, e armaram novas perseguições a Atanásio. Alegando que as decisões de um concílio só poderiam ser alteradas por outro, com consentimento do Imperador do Oriente, recorreram à Constâncio e, convocando um novo concílio, fizeram eleição de um novo bispo de Alexandria. . O eleito era o sacerdote ariano, Gregório.
Diante disso, Atanásio dirigiu-se à Roma e invocou a autoridade do Papa Júlio, o qual pessoalmente presidiu o concílio de Sárdica, bem como um sínodo convocado pelos imperadores católicos Constantino e Constante, que reconheceram e confirmaram Atanásio como legítimo Patriarca de Alexandria. Uma carta de Constante dirigida a Constâncio, em tom ameaçador, fez com que este respeitasse as deliberações dos concílios católicos e restabelecesse Atanásio no uso dos seus direitos.
Morreu Constante e desencadeou-se nova tempestade contra Atanásio. Constâncio, cedendo às exigências dos Arianos, acabou cedendo, tendo sido convocado o concílio de Milão pelos arianos, que novamente condenou Atanásio e exigiu da Igreja de Alexandria a agremiação à seita ariana. Foram cometidas tantas atrocidades e crueldades que Atanásio fugiu e permaneceu exilado por cinco anos numa cisterna seca, ao abrigo de um amigo, período em que escreveu as obras mais importantes contra a seita ariana. Somente por ocasião da morte de Constantino, foi-lhe permitido voltar à Diocese por um decreto de Juliano, o Apóstata, que deu liberdade a todos os bispos católicos exilados. Não tardou , porém, nova perseguição e, Atanásio, para não cair nas mãos dos inimigos que lhe queriam a morte, procurou salvação na fuga, navegando o Santo para o exílio. Só durante o governo de Joviano foi concedida paz e prosperidade para a fé católica, por um período de três anos.
O Sucessor de Joviano, Valente, empregou novamente medidas extremas contra os bispos católicos, mandando-os para o exílio. Atanásio, escondeu-se no túmulo do pai, por um período de quatro meses. Foi esta a última perseguição sofrida pelo grande Bispo. As autoridades, receando uma revolução em Alexandria caso não fosse reconduzido, chamaram de volta Atanásio, que dirigiu a diocese até à morte. Em 373 foi o grande propugnador da Igreja Católica, receber a recompensa na eternidade. São Gregório Nazianzeno, diz: "Atanásio, foi uma coluna da Igreja e o modelo dos Bispos". Ortodoxo era aquele que confessava a doutrina de Atanásio.
Reflexões:
1. A vida toda de Santo Atanásio consumiu-se na luta contra os hereges. Hereges houve sempre, ainda existem e sempre os haverá. Quem observa bem o movimento das heresias, na história da Igreja, facilmente chega a descobrir os seguintes característicos, que estigmatizam os hereges e suas obras:
- Vestem-se sempre da capa da virtude e santidade para enganar os incautos. São Bernardo caracteriza os maniqueus do seu tempo com as seguintes palavras: "Tem costumes ilibados: não oprimem a ninguém; a ninguém fazem mal; o rosto denuncia-lhes mortificação e jejum; não são ociosos e ganham honestamente a subsistência".
- São inimigos da autoridade da Igreja e tudo fazem para subminá-la. Dizem ser a Igreja retrógrada, inimiga da ciência, do Progresso, obscurantista. Segundo eles, o Papa, é "conservador", ultrapassado e não adapta a Igreja à nova realidade do mundo".
- "A seu bel prazer interpretam as palavras da Sagrada Escritura - diz Santo Ambrósio - para, sob a capa de santas citações com mais facilidade poderem inocular o veneno dos erros". Também o demônio sabe citar lugares bíblicos.
2. Para justificar sua conduta, proferem mil acusações e queixas contra a Igreja Católica: dizendo que é ambiciosa, despótica, os bispos são amigos do luxo, ninguém há mais orgulhoso que os Cardeais; hipócritas são os sacerdotes e os religiosos. Não há heresia que não toque nesta tecla batidíssima.
Oração:
Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes em Santo Atanásio um exímio defensor da divindade de vosso Filho, concedei-nos, por sua doutrina e proteção, crescer continuamente no vosso conhecimento e no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Fonte: Página Oriente em 2016

São Atanásio

NascimentoNo ano de 295
Local nascimentoAlexandria (Egito)
OrdemBispo
Local vidaEgito
EspiritualidadeSanto Atanásio, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja, presenciou ainda jovem ao Concílio de Nicéia, onde foi definida a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, consubstancial ao Pai. Toda a vida de Santo Atanásio resume-se na proclamação dessa grande verdade de fé contra a heresia ariana, que chegou a dominar a hierarquia eclesiástica de quase todo o mundo. Como bispo de Alexandria, durante 45 anos combateu arduamente pregando e por meio de escritos. Sofreu por essa razão cruéis perseguições e calúnias, sendo cinco vezes desterrado de sua pátria, refugiando-se em desertos. Em uma dessas ocasiões, esteve com Santo Antão, cuja vida ele escreveu mais tarde. Santo Atanásio é uma figura de proa na luta contra as heresias que se abateram sobre a Igreja a partir do Edito de Milão (313). A Igreja viu-se obrigada a refletir de modo sistemático a fé recebida dos apóstolos, a formular com mais precisão os dogmas a respeito da divindade de Cristo. Atanásio foi o pivô de toda a discussão, preservando intacta na Igreja esta verdade teológica: Cristo é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.
Local morteEgito
MorteNo ano 373, aos 78 anos de idade
Fonte informaçãoSanto nosso de cada dia e webcatolica
OraçãoDeus, nosso Pai, cremos com toda a mente e com todo o coração que Jesus, vosso Filho, é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. É o "Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós ...". É a Ternura e a Misericórdia do Pai manifestada aos homens, aos homens de boa vontade, amantes da justiça e da verdade. É o Ressuscitado que caminha junto com o povo na sua luta de libertação, continuamente nos convocando à comunhão e à fraternidade. Pelo seu Espírito confessamos: Jesus é o Senhor.
DevoçãoÀ divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo
PadroeiroDos perseguidos pela fé
Outros Santos do diaVindemial (bispo), Félix, Flamília, Saturnino, Neópolo, Germano e Celestino, Exupero, Zoé, Ciríaco e Teódulo, Florêncio, Eugênia e Longinos (mártires); Antonio (conf); Daniel e Raquele (monge).
Fonte: ASJ em 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 02/05/2023

ANO A


Jo 10,22-30

Comentário do Evangelho

Eu e o Pai somos um”

Os judeus querem uma resposta clara, sem rodeios. No entanto, nenhuma resposta seria convincente: Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente!” E em nenhum evangelho Jesus diz claramente ser o Messias. Ao invés de falar diretamente à questão, Jesus passa a falar de suas ovelhas. Lembremo-nos de que em todo o Antigo Testamento o povo de Israel se compara a um rebanho e Deus, a um pastor (cf. Sl 23[22]). As ovelhas que escutam a voz são as que conhecem o pastor. A afirmação de Jesus sobre a vida eterna estarrece os judeus, pois quem pode dar a vida eterna a não ser Deus? Nas mãos de Deus as ovelhas estão em segurança; nas mãos do Filho, as ovelhas jamais se perderão. Jesus afirma ainda uma união profunda entre ele e o Pai: “Eu e o Pai somos um”. Tal afirmação soava como blasfêmia e escândalo a muitos dos ouvintes.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração de discípulo que se deixa guiar docilmente pelo Mestre Jesus, tornando-se, assim, apto para reconhecer sua condição de Messias de Deus.
Fonte: Paulinas em 13/05/2014

Vivendo a Palavra

A presença de Jesus incomodava as autoridades. Ele não preenchia o perfil do Messias esperado. Mas os sinais que fazia diziam que sim  – era Ele! Também nós nos confundimos com os sinais do Reino de Deus, colocando-o longe, em outro tempo e lugar, Mas,ainda que em sua plenitude, Ele já está aqui!
Fonte: Arquidiocese BH em 13/05/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus declara às autoridades dos judeus que Ele é o Messias. Um Messias bem diferente do que todos esperavam – o que fora construído pelo imaginário do povo. Não era um rei poderoso, mas um homem simples. E anunciava um Reino que não tinha extensão territorial, pois estava dentro de cada um. Ainda hoje, é difícil para nós imaginarmos tamanho Amor do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/05/2020

VIVENDO A PALAVRA

As ‘autoridades’ dos judeus não estavam preparadas para a grande virada de Jesus. O deus que adoravam era o poderoso Senhor dos Exércitos, afastado dos homens no espaço e no tempo. Como seria possível um filho de carpinteiro afirmar que ‘O Pai e Eu somos Um’? Talvez também nós tenhamos a mesma dúvida… Peçamos ao Espírito Santo que ajude a nossa Fé, pois ela é tão pequenina…
Fonte: Arquidiocese BH em 27/04/2021

Reflexão

Colaborar na missão salvífica de Jesus através da ação pastoral da Igreja significa levar as pessoas a reconhecerem nele o Deus vivo encarnado para a salvação de todos os que nele crerem. Para que esta ação surta efeito, o anúncio é necessário, mas por si só é insuficiente. Não basta apenas falar de Jesus, é preciso obras, é necessária a vivência dos valores evangélicos, o amor precisa ser concretizado. Mas acima de tudo, é necessária a consciência de que somos participantes da divina missão de salvação dos homens e que quem realiza esta obra não somos nós, mas sim o próprio Deus, é ele quem pastoreia através de nós. Somos na verdade canais de graça para que os homens ouçam a voz de Jesus, sintam-se integrantes do seu rebanho e o sigam rumo à vida eterna.
Fonte: CNBB em 13/05/2014

Reflexão

“Se tu és o Cristo, dize-nos claramente”. Com esse desafio, os adversários de Jesus tentam desconcertá-lo. Ora, a fé não é resultado de raciocínio ou de argumentos bem concatenados. Para entender Jesus Cristo e aproximar-se do seu mistério, é necessário pertencer a seu rebanho e ouvir a sua voz. Só pode compreender Jesus e o seu Reino quem se dispõe a estabelecer com ele relações de comunhão, diálogo, busca sincera. Essas atitudes estão na base de todo verdadeiro  encontro. Mas as lideranças do povo não se abrem para acolher Jesus. Então, não aceitam tampouco o Pai, pois é impossível agradar a Deus sem aceitar Jesus, o Filho de Deus. Pois Jesus age em nome do Pai, e suas ovelhas estão sob a tutela do Pai. Ora, existe comunhão íntima entre Jesus e o Pai: “Eu e o Pai somos um”.
Oração
Ó Cristo Jesus, para pertencer à tua comunidade, precisamos acreditar em ti e obedecer aos teus ensinamentos. Alguns ouvintes teus se recusaram a ouvir tua voz e seguir teus passos. Recusaram-se a tomar parte no teu “rebanho”. Queremos, Senhor, renovar o propósito de seguir-te agora e sempre. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 05/05/2020

Reflexão

O texto de hoje está ambientado no templo de Jerusalém por ocasião da festa da dedicação do templo. Enquanto Jesus circula pelo templo, alguns judeus aproximam-se dele e o interrogam: “És ou não o Cristo?”. Os judeus não acreditam nas palavras nem nas obras de Jesus. Elas – palavras e obras – seriam suficientes para revelar quem é Jesus, mas eles não compreendem nem fazem esforço para aceitar as propostas do Mestre, porque não fazem parte dos seus seguidores. Quem reconhece que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e se compromete com ele, esse não se decepciona, escuta sua voz, compreende sua mensagem e procura comunicá-la aos outros. Estabelece-se assim uma comunhão de vidas entre o Mestre e os discípulos. Quem faz parte da comunhão com Jesus se une também ao seu Pai, pois ele e o Pai são um.
Oração
Ó Cristo Jesus, para pertencer à tua comunidade, precisamos acreditar em ti e obedecer aos teus ensinamentos. Alguns ouvintes teus se recusaram a ouvir tua voz e seguir teus passos. Recusaram-se a tomar parte no teu “rebanho”. Queremos, Senhor, renovar o propósito de seguir-te agora e sempre. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 27/04/2021

Reflexão

A relação que se estabelece entre Jesus e seus discípulos é comparada à ligação que conecta o pastor e as ovelhas pelas quais ele – o pastor – é responsável. Como já foi mencionado anteriormente, talvez para nós, hoje, a relação pastor-ovelha não diga muito; contudo, podemos extrair dela o ensinamento proposto. Os judeus querem uma certeza ou uma prova definitiva de quem é Jesus; essa prova, porém, já foi dada por meio das palavras e atitudes assumidas por Jesus ao longo de sua vida. Poderíamos mencionar aqui que há, da parte dos judeus, cegueira e surdez que os impedem de ver e ouvir com boa vontade e abertura aquilo que está sendo dito. Os judeus tinham um caminho consolidado e era difícil para eles admitir uma postura completamente nova. A forma como os judeus se relacionaram com Jesus pode nos ajudar a refletir sobre quão aberto está o nosso coração para acolher a voz do Pastor.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 10/05/2022

Reflexão

Cheios de má vontade, os adversários de Jesus o insultam, provocando-o a ser mais claro quanto à sua pessoa: quem de fato ele é? Não faltava clareza nas explicações de Jesus, nem ele tinha intenção de enganar alguém. Inúmeras vezes e em diversas ocasiões, Jesus afirmou e reafirmou ser o Cristo Filho de Deus, e que as obras que ele realiza em nome do Pai dão testemunho dele, isto é, comprovam que ele vem de Deus. Aos chefes do povo, no entanto, faltam sensibilidade e disposição para ouvir e acolher Jesus e seus ensinamentos. Decididamente, não são ovelhas do seu rebanho. Não pertencem ao grupo dos que ouvem sua voz e o seguem. Privam-se de estar em mãos seguras, de ter a vida eterna garantida e de usufruir da constante proteção divina.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Eu e o Pai somos um»

Rev. D. Miquel MASATS i Roca
(Girona, Espanha)

Hoje, vemos Jesus que «andava pelo Templo, no pórtico de Salomão» (Jo 10,23), durante a festa da Dedicação em Jerusalém. Então, os judeus pedem-lhe: «Se tu és o Cristo, diz-nos abertamente», e Jesus responde-lhes: «Eu já vos disse, mas vós não acreditais» (Jo 10,24.25).
Só a fé dá ao homem a capacidade de reconhecer Jesus Cristo como o Filho de Deus. No ano de 2000, João Paulo II, no encontro com os jovens em Tor Vergata, falava do “laboratório da fé”. Há muitas respostas para a pergunta «Quem dizem as multidões que eu sou?» (Lc 9,18) … Depois, porém, Jesus passa para o plano pessoal: «E vós, quem dizeis que eu sou?» Para responder corretamente a esta pergunta é necessária a “revelação do Pai”. Para responder como Pedro — «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo» (Mt 16,16)— faz falta a graça de Deus.
Contudo, embora Deus queira que todas as pessoas acreditem e se salvem, só os homens humildes têm a capacidade de acolher este dom. «Entre os humildes está a sabedoria», lê-se no livro dos Provérbios (11,2). A verdadeira sabedoria do homem consiste em confiar em Deus.
Santo Tomás de Aquino comenta esta passagem do Evangelho dizendo: «Consigo ver graças à luz do sol, mas se fechar os olhos, não vejo; porém a culpa não é do sol, mas minha».
Jesus diz-lhes que, se não creem, que acreditem, pelo menos, devido às obras que faz, que manifestam o poder de Deus. «As obras que eu faço em nome do meu pai dão testemunho de mim» (Jo 10,25).
Jesus conhece as suas ovelhas e as suas ovelhas escutam a Sua voz. A fé leva à intimidade com Jesus na oração. O que é a oração senão o trato com Jesus Cristo, que sabemos que nos ama e nos conduz ao Pai? O resultado e o prêmio desta intimidade com Jesus nesta vida, é a vida eterna, como lemos no Evangelho.
Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Deus é o ser infinitamente perfeito que é a Santíssima Trindade» (Santo Toribio de Mogrovejo)

- «A vida no seu verdadeiro sentido não a temos só para nós, nem só por nós proprios: é uma relação. Se estamos em relação com Aquele que não morre, então estamos na vida. Então “vivemos”» (Bento XVI)

- «Movidos pela graça do Espírito Santo e atraídos pelo Pai, nós cremos e confessamos a respeito de Jesus: ‘Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo’ (Mt 16, 16). Foi sobre o rochedo desta fé, confessada por Pedro, que Cristo edificou a sua Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, nº 424)

Recadinho

Você recebeu de Deus uma vocação. Qual? - Conhece alguém que recebeu a vocação para a vida religiosa? Como a vive? - O que você mais admira na vocação sacerdotal? - Você reza pelas vocações sacerdotais e religiosas? Com que frequência? Como? - Conhece algum jovem (rapaz ou moça) que manifesta desejo de seguir uma vocação especial de serviço? Você incentiva?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 13/05/2014

Meditação

Os adversários viam como Jesus era, o que fazia e o que ensinava. A graça de Deus convidava-os interiormente a acreditar em Jesus. Eles, porém, resistiam. Estamos diante do mistério da liberdade. Nós também, por mais que Deus nos convide com sua graça, poderemos resistir. Por isso, os pobres são queridos, pois não oferecem resistência ao que é de Deus. É preciso pedir continuamente que o Senhor dobre nosso coração e nos conserve perseverantes no seu caminho.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes em Santo Atanásio um exímio defensor da divindade de vosso Filho, concedei-nos, por sua doutrina e proteção, crescer continuamente no vosso conhecimento e no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário do Evangelho

UMA INCÓGNITA SOBRE JESUS

O modo de proceder de Jesus bem com os seus ensinamentos deixavam desconcertados os seus adversários. Embora realizasse gestos prodigiosos, suficientes para revelar sua plena comunhão com o Pai, e falasse de maneira até então desconhecida, permanecia uma incógnita a seu respeito. Os judeus, que tinham tudo para reconhecê-lo como o Messias, permaneciam na incerteza. Por isso, ficavam à espera de que Jesus lhes "dissesse abertamente" quem ele era.
A postura assumida pelos adversários impedia-os de compreender a verdadeira identidade messiânica de Jesus. Movidos pela suspeita, pela malevolência e pela crítica mordaz, jamais conseguiriam chegar à resposta desejada. Daí a tendência a acusar Jesus de blasfemo e imputar-lhe toda sorte de desvios teológicos e políticos.
Em contraste com os adversários estavam os discípulos. Estes, sim, colocavam-se numa atitude humilde de escuta, atentos às palavras do Mestre, buscando desvendar-lhes seu sentido mais profundo. Dispuseram-se a segui-lo, para serem instruídos não só por suas palavras, mas também por seus gestos concretos de misericórdia, para com os mais necessitados. A comunhão de vida com o Mestre permitia-lhes descobrir sua condição de Messias, o enviado do Pai.
A incógnita sobre Jesus permanece para quem se posiciona diante dele como adversário. Quem se faz discípulo, não tem dificuldade de reconhecê-lo como Messias.
Oração
Pai, dá-me um coração de discípulo que se deixa guiar docilmente pelo Mestre Jesus, tornando-se, assim, apto para reconhecer sua condição de Messias de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, celebrando o mistério da ressurreição do Senhor, possamos acolher com alegria a nossa redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 13/05/2014

Meditando o evangelho

O MESTRE É RECONHECIDO

Os judeus insistiam com Jesus, exigindo que ele afirmasse, abertamente, sua identidade de Messias. Jesus, porém, tinha motivos para não ceder a uma tal pressão. Existe um caminho muito simples para reconhecê-lo: prestar atenção nas obras que ele realiza!
Só consegue reconhecer Jesus a partir de suas obras, quem se faz discípulo dele. A condição de discípulo coloca o indivíduo na perspectiva justa para observar o agir de Jesus e tirar as conclusões a respeito de sua identidade. Como? Permitindo olhá-lo com benevolência, sem preconceitos, nem má intenção. Colocando-se em sintonia com o Senhor, o discípulo pode discernir quem, de fato, é Jesus. Igualmente, capacita-o para ler, nas entrelinhas da ação de Jesus, sua condição de Messias, realizador das antigas esperanças de Israel, restaurador da vida e da esperança. E mais, sua condição divina, pois, as obras que Jesus realiza são exclusivas de quem é o Filho de Deus.
Quem não se torna discípulo, ou seja, sua ovelha, não está em condições de reconhecê-lo como Messias, por mais prodigiosa que seja a obra realizada por Jesus. Quem não está predisposto a ser discípulo, não abre mão da posição já tomada, nem confessa a messianidade de Jesus. Por isso, não era oportuno perder tempo com tal tipo de gente. Se não quisessem crer nele a partir das obras, paciência!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito do Messias, coloca-me na perspectiva justa, para reconhecer e confessar a messianidade do Filho Jesus.
Fonte: Dom Total em 05/05/2020, 27/04/2021 e 10/05/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A dúvida cruel...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Como qualquer Judeu, Jesus vai constantemente ao templo, e lá sempre é assediado pelos Judeus mais conservadores, que o conhecem e ouvem, têm até admiração por ele, mas vivem na dúvida cruel sobre o seu Messianismo. Nesse evangelho eles indagam novamente sobre essa questão crucial: “Até quando nos deixarás na incerteza, se és o Cristo, dizei-nos claramente”. Hoje, em um mundo marcado pelo ateísmo, certamente muitos aceitam Jesus, mas têm restrições sobre sua Divindade.
As comunidades do primeiro século tiveram que abrirem-se muito á graça de Deus e a sabedoria do Espírito, para compreenderem o ensinamento dos apóstolos sobre as duas naturezas de Jesus.
Talvez o grande problema naquele tempo, era entender como é que podia um Homem ser Deus e este ser um Homem, ao mesmo tempo, com duas naturezas distintas. Justamente por conhecerem á sua origem, a sua história, a sua genealogia e seus familiares mais próximos, os conterrâneos dali da "Terrinha" de Jesus, até que sentiam orgulhosos por terem entre eles alguém de tão grande conceito em Israel, um grande Profeta, que já estava com uma fama maior do que os maiores profetas da história, pois seus ensinamentos causavam admiração, suas obras enchiam os olhos dos Nazarenos, mas daí, começar a pensar que seria ele o grande e esperado Messias, já seria um exagero. E por quê?
Pela sua origem simples, sua vida rotineira igualzinha a vida de qualquer judeu, alimentar-se, ir à catequese, estar submisso ao Pai e Mãe, aprender a profissão do Pai, para sobreviver economicamente. O Messias não precisava de nada dessas coisas, tinha poder e glória, era um enviado de Deus e não estava em nível de um simples ser humano.
Hoje há um pensamento nefasto no cristianismo, que vem contaminando a vida de muitos cristãos, trata-se da Fé da Magia, que crê em um Cristo apenas Divino, que deverá usar seus poderes para socorrer os vis mortais. Um Jesus que está com a gente mais que não é igual a nós, um Jesus que separa Fé e Vida.
Pior do que ficar na dúvida é inventar um Jesus Cristo mais adequado as nossas necessidades. Esse Cristo descaracterizado, produto de um Espírito Consumista, é hoje em Dia o Deus de muita gente que se rotula cristã...

2. Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente! - Jo 10,22-30
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus diz que os judeus do seu tempo não acreditavam nele nem em suas palavras. Perguntavam se ele era ou não o Cristo e, no entanto, podiam ver as obras que ele fazia em nome do seu Pai. Não acreditam, diz Jesus, “porque não são das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”. Quem são de fato as ovelhas do rebanho de Jesus? Santo Agostinho nos ajuda a responder com outra pergunta que ele mesmo faz: “São todos os que estão? E estão todos os que são?”. Ele pergunta se todos os que estão na Igreja são de fato discípulos de Jesus e se todos os que são de verdade discípulos de Jesus estão na Igreja. Muitos podem estar na Igreja sem pertencer ao rebanho, porque não ouvem a voz do Pastor. Outros, porém, que estão fisicamente fora do rebanho, participam do mistério pascal de Cristo de um modo que só Deus conhece. Suas obras realizam a vontade do Pai. O melhor será estar no rebanho, fazer parte dele de forma consciente, ouvir a voz do Pastor e segui-lo com muita disposição.
Fonte: NPD Brasil em 05/05/2020

HOMILIA

EU CONHEÇO AS MINHAS OVELHAS

É um escândalo, esse Bom Pastor, porque toda a vida de Jesus é um juízo contra os que pensavam que Deus devia ajustar-se à “dogmática” religiosa. Ele não se adapta! Assim, pois, o que decide de um modo definitivo o sentido deste evangelho, cotejado com o Salmo 23, é a atitude que devemos ter ante a verdade que Jesus propõe: quem se encontra para valer, com Ele, “veste a camisa” do Reino de Deus, encontra-se com Deus custe o que custar, enquanto confia sem reservas nos cuidados do Bom Pastor. Se Ele, Jesus, escuta nossas súplicas, Deus faz o mesmo. Se Ele dá a vida por nós, isso é o que faz Deus por nós. Não estamos ante uma ficção com estas palavras. Algo concreto se apresenta: estamos diante do “Doador da Vida”, que também se dá para “manter a Vida”. O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas! A cruz não é sofrimento inútil. A parte mais difícil, porém, continua sendo as renúncias necessárias e a entrega total à Causa do Bom Pastor! (cf. Jo 10, 3). Jesus conhece os problemas da suas ovelhas. Mesmo quando elas seguem falsários e arremedos substitutivos que pretendem, na verdade, levá-las ao matadouro.
O bom pastor continua cuidando de suas ovelhas, busca a ovelha ferida, trata de seus machucados. Busca a que se extraviou, chama-a docemente ao caminho certo. Trata-a sempre com doçura e com voz carinhosa. Em regiões desérticas como na Palestina bíblica, a vida ou a morte do rebanho dependia do cuidado do pastor. Levar as ovelhas para campos verdes da primavera, ou para a vegetação seca comestível no verão, e alimentá-las, é sua função. Especialmente quanto às sobras da ceifa já realizada nos campos próximos das vilas e cidades. Nas noites escuras o pastor deve cuidar do rebanho, pois feras do deserto, e eventualmente salteadores, rondam e podem atacá-lo. O pastor deve estar vigilante, escutar cada pequeno ruído e manter-se em posição de defesa ou ataque, se necessário for. Dá-lhes segurança ao atravessarem depressões profundas, nos terrenos difíceis ou nos caminhos cheios de pedras soltas e perigosas onde as ovelhas possam resvalar. Sabe a exata distância entre os oásis; conhece as fontes de água onde se pode permanecer para se refazerem as forças... Tudo isso pertence ao cuidado, ao desvelo e à prudência de todo pastor não mercenário (cf. Jo 10, 12-13; Zc 11, 15), no exemplo do salmista e poeta.
O pastor é um companheiro. Ele liga seu destino ao destino do rebanho. Sofre a mesma sede, a mesma fome, padece sob as perseguições ferozes. É solidário, mesmo com sol ardente durante o dia e frio intenso durante a noite. Cansa-se com as ovelhas ao caminhar pela areia, debaixo de sol escaldante e sobre pedras. Corre os riscos de agressão pelas feras, ou ferido e até morto pelos ladrões escondidos à beira da estrada. O pastor é diferente do mercenário ou do ajudante contratado, dá a sua vida pelas ovelhas (cf. Jo 10, 15). Ele mantém uma relação de afeto profundo com as ovelhas. Elas o amam: “Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem” e “elas seguem o pastor porque conhecem a sua voz” (10, 4.27). As ovelhas sentem o bater cadenciado do cajado no chão ou nas pedras.
Os israelitas nunca esperaram um Messias que sofresse, e que fosse, portanto, capaz de dar a vida como Jesus se empenha em fazê-lo, como está no evangelho de João. Nem observaram com atenção o Servo Sofredor do Segundo Isaías. Para eles, é preciso desmontar uma concepção “equivocada” de messianismo: um rei poderoso que se imporá pela força das armas. E assim se nos permite descobrir a opção radical por Jesus. O verdadeiro Messias é capaz de dar “a vida pelas ovelhas”, o mesmo que dizer: dar a vida pelo povo, este muitas vezes referido como “ovelhas desgarradas”, na Bíblia.
A crítica é dura, sempre, aos pastores de Israel. Perverteram a natureza do pastor, que é de apascentar as ovelhas. Eles se apascentam a si mesmos, em vez das ovelhas, com arrogância e desfaçatez. Conseqüentemente as ovelhas dispersam e se tornam vítimas da pilhagem, e de animais selvagens (Ez 34, 8; Jr 10, 21; 23, 3; 50, 6). O castigo virá sobre eles: “Gemei, pastores, e gritai. Revolvei-vos no pó, chefes do rebanho! Sereis dispersados e caireis como vasos preciosos; não há refúgio para os pastores nem escapatória para os chefes do rebanho” (Jr 25, 34-35; Zc 11, 16-17). Esses textos parecem descrever situações atuais. Como se pode avaliar, biblicamente, a figura do pastor suscita arquétipos ancestrais ligados ao cuidado, à acolhida, à segurança, à confiança. Pastores entregues a valores inversos sempre são denunciados. Os profetas da Bíblia não dão mole para os que se corrompem. Serve-nos o exemplo?
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 13/05/2014

REFLEXÕES DE HOJE

TERÇA

Fonte: Liturgia Diaria Comentada2 em 13/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

Você tem ouvido a voz do Bom Pastor ou a do mundo?

Precisamos da sabedoria, do silêncio interior, da meditação e da contemplação para escutarmos a voz do Bom Pastor, Aquele que nos conduz e não nos deixa perdidos nas estradas da vida!

”As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão” (João 10, 27-28).

Nós continuamos a meditar a figura do Bom Pastor e hoje esse mesmo Pastor nos diz a que as Suas ovelhas escutam a Sua voz, seguem a Sua voz; conhecem a voz do Pastor e vão atrás d’Ele.
Dentro de nós, do coração de cada um de nós, existem muitas vozes gritando, clamando, chamando-nos para fazer isso ou fazer aquilo. Nós precisamos escutar a voz do Bom Pastor, d’Aquele que dá a vida por cada um de nós e não nos deixarmos nos confundir, sermos enganados, iludidos, inebriados; porque, no meio do caminho, é muito fácil nos confundirmos.
Muitas vezes, escutamos o que o outro diz, aquilo que o outro fala, nós damos vozes e atenção a qualquer coisa que escutamos e deixamos de ouvir a voz do Bom Pastor. Deixamos de ouvir aquilo que Jesus quer falar ao nosso coração para escutarmos o que as pessoas estão nos falando.
Às vezes, isso é tão confuso dentro de nós, causa tanta confusão em nosso interior, sobretudo no mundo do “disse não me disse”, no mundo da confusão, da mentira, da futrica, da conversa fiada, das ilusões, sobretudo no mundo em que as pessoas não tomam consciência do que falam (se eu não gosto de alguém ou falo mal dessa pessoa em assim, eu confundo as pessoas com as coisas que falo), que nos deixamos nos enganar. Deixamo-nos seduzir, deixamos que outras vozes confundam o nosso coração!
Aquele que é do redil de Jesus, aquele que faz parte do rebanho de Jesus, não se deixa enganar: escuta, discerne, peneira e conclui – “Isso é de Deus! Isso não é de Deus! Isso faz bem a mim, isso não faz bem a mim!”.
Aquele que é de Deus não toma decisão precipitada, não se deixa levar por suas emoções, pelo calor dos acontecimentos, pelas vozes das emoções que estão ali clamando dentro do coração, com raiva, com medo, tensão e preocupação. Não! Quem é de Jesus acalma o coração, acalenta a alma, procura, no silêncio da oração, escutar a voz de Deus!
Nós nos confundimos e erramos muito no caminho da vida, na estrada que prosseguimos, porque escutamos as vozes confusas que clamam em nós. O que precisamos é da sabedoria, do silêncio interior, da meditação e da contemplação para escutarmos a voz do Bom Pastor, Aquele que nos conduz e não nos deixa perdidos nas estradas da vida! Ao nos deixar guiar pela sabedoria divina, Ele nos conduz pelos prados verdejantes, ainda que tenhamos que passar pela aridez,  pelo vale tenebroso da sombra da morte, nós não temeremos, porque a mão do Senhor, a voz d’Ele há de nos conduzir.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

Silenciemos o nosso coração para escutarmos Jesus

“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão” (João 10,27-28).

As ovelhas de Jesus escutam a Sua voz, mas preciso dizer que existem muitas vozes gritando fora de nós, porque o mundo está aí com propagandas, convites e tantas coisas para nos atrair.
Abrimos as nossas redes sociais, os computadores, ligamos a televisão, o rádio… e têm vozes o tempo inteiro, com propagandas, negócios e ofertas. Criam a melhor linguagem possível para falar conosco e nos puxar; então, nós nos prendemos, ficamos tocados, começamos a ouvir e achamos aquilo tudo muito bonito e bom. Pensamos: “Era isso que eu precisava ouvir!”, e facilmente nos deixamos seduzir.
Depois, há as vozes que estão gritando dentro de nós, que são as nossas carências, as nossas necessidades, também aquilo que, dentro de nós, está ferido, machucado; são os nossos medos, receios e temores, são as buscas que temos na vida, é a sede que grita dentro de nós. São vozes de parentes, de amigos, de pessoas que não são tão amigas. Todo mundo tem uma opinião a dar, um conselho a nos orientar. São tantas coisas a nos dizer, que nos perdemos no emaranhado de coisas que as pessoas dizem.
Estamos num mundo onde todos têm razão, onde todo mundo sabe de tudo e é dono de tudo, onde todo mundo é doutor, sábio e conhecer de tudo.

Somos ovelhas do redil de Jesus e precisamos escutar o nosso Mestre e Pastor

Diante de tantas vozes confusas, se não sabemos silenciar a alma nem o coração, seremos pessoas sem discernimento, perdidas nas estradas e sendas da vida. Sobretudo, não saberemos escutar a voz do Pastor, estaremos sendo levados para lá e para cá o tempo inteiro.
Somos ovelhas do redil de Jesus, e precisamos escutar o nosso Mestre e Pastor. Se não silenciarmos tanto barulho e tanta bagunça, tantas vozes na cabeça e no coração, não iremos escutá-Lo cativando a nossa mente e o nosso coração.
Escute Jesus, silencie a si mesmo, silencie esses gritos que estão clamando dentro do seu ser. É por isso que temos tantos tormentos, tantas dores de cabeça, enxaquecas, inquietações, perturbações, insônias ou sono excessivo, porque há tantas coisas gritando, reclamando. É preciso silêncio para escutar a voz profunda do Mestre.
O Mestre nos dá a vida eterna para que jamais nos percamos, pois nos perdemos muito facilmente, perdemo-nos dentro de nós, no meio do emaranhado de coisas que temos de fazer. Precisamos nos encontrar e nos achar para que ninguém nos arranque das mãos de Jesus.
Escutemos a nossa voz para permanecermos em Jesus, e para que Ele permaneça em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/05/2020

HOMILIA DIÁRIA

A voz do Bom Pastor conduz os nossos caminhos

“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (João 10,27).

As ovelhas de Jesus escutam a voz d’Ele. Não há exercício espiritual na vida mais importante do que o exercício da escuta. E saber escutar é para poucos!
Vivemos na sociedade do barulho, vivemos no meio de uma sociedade agitada, onde existem vozes nos conduzindo para todos os lados. Vozes que enganam, seduzem, iludem, que chamam. E essas vozes estão gritando dentro de nós, estão nas ruas, nos meios de comunicação, nos meios de interação social que usamos, estão aí gritando dentro e fora de nós, mas não podemos nos deixar enganar.
É preciso abafar, expulsar, é necessário exorcizar as vozes mundanas que clamam em nós, para escutarmos a voz do Bom Pastor, a voz de Deus. Porque erramos muito, nos iludimos e nos engamos muito até quando achamos que escutamos a Deus e não escutamos. Porque escutamos as nossas tendências, as nossas vontades, os nossos desejos e transformamos isso como se fosse voz de Deus.

É a voz que nos conduz e nos direciona, é a voz que nos traz vida

A linguagem de Deus é o silêncio. E só aquele que sabe sair dos barulhos, das inquietações e dos barulhos do dia a dia e busca, na concentração e na penetração interior pela contemplação e pela meditação, consegue escutar a voz do Pastor.
É a voz que nos conduz e nos direciona, é a voz que nos traz vida, que nos tira aqueles desgostos todos que experimentamos da vida para encontrarmos em Deus o sabor de viver. Ele nos dá a vida eterna e a vida que Ele nos dá, ninguém há de nos roubar e nos tirar, se permanecermos n’Ele e a vida d’Ele permanecer em nós. Se escutarmos a Sua voz e não nos deixarmos enganar e iludir pelas vozes confusas ao longo da vida, é Ele quem vai nos dirigir e nos iluminar.
Por isso, é preciso mais do que nunca, escutar. Escutemos a Deus, demos atenção à Palavra de Deus, à voz de Deus, à direção e à luz de Deus que quer nos tirar dos enganos que as vozes do mundo traçam no meio de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/04/2021

HOMILIA DIÁRIA

Seja um discípulo próximo do coração de Jesus

“Naquele tempo, celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do Templo. Era inverno. Jesus passeava pelo Templo, no pórtico de Salomão. Os judeus rodeavam-no e disseram: ‘Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente’. Jesus respondeu: ‘Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas’” (João 10,22-26).

Que afirmação dura: “Não sois das minhas ovelhas”. Afirmação dura, porque, na verdade, não é Jesus quem está afirmando. Jesus só está reconhecendo que muitos corações não aderiram a Sua Palavra, muitos corações não reconheceram n’Ele o Messias. E eram pessoas sábias, pessoas entendidas na Sagrada Escritura, versadas realmente na Sagrada Escritura, e tinham até mesmo o poder e a capacidade de transmitir a Palavra de Deus. Eram doutores da Lei, eram escribas e fariseus, pessoas que estavam no contexto religioso.
Isso fala muito para nós, porque, muitas vezes, nós também somos assim, somos sábios na Doutrina, mas somos analfabetos no discipulado, não aderimos a Jesus de coração e de alma. Sabemos muitas coisas, sabemos até mesmo o Catecismo de A a Z, mas o discipulado, muitas vezes, é muito frágil. Temos determinados comportamentos que não dizem respeito a um discípulo de Jesus, temos reações ou até mesmo determinados comportamentos que se contrastam radicalmente com os valores do Evangelho.

O discípulo de Jesus precisa se esforçar, precisa amadurecer, precisa passar por diversas etapas de amadurecimento

Esses judeus dizem a Jesus: “Dize-nos abertamente se és o Messias”. “Abertamente.” O que mais eles precisavam? E as obras de Jesus? O que Jesus fazia? Essas obras do Senhor que não foram acolhidas, que não foram por eles tocadas, e Jesus estava ali o tempo todo sendo os olhos do Pai, os braços do Pai, a voz do Pai, e aquilo que Deus fazia, Jesus fazia igualmente, mas eles não foram capazes.
As obras de Jesus precisavam ser discernidas, precisavam ser tocadas, precisavam ser experienciadas, mas isso dá trabalho. Isso é coisa do discípulo que quer ficar perto do Mestre, isso requer amadurecimento. E nós somos, muitas vezes, mal-acostumados com respostas prontas, não queremos trabalho, não queremos esforço; e o discípulo de Jesus precisa se esforçar, precisa amadurecer, precisa passar por diversas etapas de amadurecimento na fé e de crescimento, e isso exige uma renúncia, exige um esforço da nossa parte.
Devemos e precisamos descobrir Deus nos fatos, nas suas obras, no mundo, saber como Ele age, como se coloca neste mundo, como Ele se revela. Isso é um trabalho árduo, por isso precisamos ser mestres de discipulado. Muito bem que a Doutrina nos ajuda, muito bem que nós precisamos conhecer o Catecismo da nossa Igreja, precisamos nos empenhar, estudar, nos formar para que a nossa fé tenha ainda mais convicção. Mas precisamos de um encontro pessoal com Jesus, precisamos de uma relacionamento pessoal com Ele,  precisamos ser discípulos naquilo que toca a dimensão da intimidade, da proximidade com o coração de Jesus e com as Suas obras, para que o mundo creia realmente que nós O seguimos.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, nós pedimos que nos faças filhos dóceis e acolhedores, prontos para seguir o exemplo da Mãe que gerou Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/05/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai amado, perdoa a nossa incredulidade e nos ajuda a acolher com alegria e gratidão o Reinado de Amor que nos foi trazido pelo teu Ungido, o Cristo que se fez Homem em Jesus de Nazaré. Que através do testemunho de nosso viver anunciemos a toda humanidade a tua compaixão misericordiosa. Pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/05/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai amantíssimo, que és misericordioso, conta-nos entre as ovelhas que entregas ao teu Filho Unigênito e que não se perderão. Queremos ouvir a Voz amiga do nosso Pastor e segui-la pelos caminhos desta terra encantada, junto com os peregrinos que colocaste perto de nós. E nos concede, Pai tão amado, os dons da gratidão para contigo e da generosidade para com os irmãos. Pelo Cristo Jesus, que contigo vive e reina na unidade do Espirito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/04/2021