sábado, 29 de junho de 2013

Solenidade de São Pedro e São Paulo (Ano C)


Solenidade de São Pedro e São Paulo (Ano C)

Leituras e subsídios para a homilia:

LITURGIA DIÁRIA - O Domingo – Crianças

30 DE JUNHO – MISSA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Fé e missão


HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 30/06/2013

30 de Junho de 2013

Ano C


Mt 16,13-19

Comentário do Evangelho


Tão diferentes um do outro, mas unidos no mesmo amor incondicional pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.

A festa de São Pedro e São Paulo é a festa da Igreja: festa do que a Igreja é chamada a viver e do que a Igreja é. A Igreja é testemunha do Cristo, testemunha da ressurreição de Jesus Cristo, testemunha da vitória do Senhor sobre o mal e sobre a morte. Todos nós somos chamados a viver como testemunhas do Cristo Ressuscitado, testemunhas de sua vitória, da qual todos somos, por graça de Deus, herdeiros. Somos chamados a viver desta fé, nesta confiança, como viveram Pedro e Paulo.
Ao colocarmos num único dia a memória de Pedro e Paulo, que deram as suas vidas por amor a Cristo e aos irmãos, celebramos a riqueza da diversidade da Igreja. Tão diferentes um do outro, mas unidos no mesmo amor incondicional pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Um foi alcançado pelo olhar do Senhor sobre as margens do Mar da Galileia, o outro, Paulo, foi iluminado pelo Senhor no caminho de Damasco, enquanto perseguia implacavelmente a Igreja, Corpo de Cristo; uma luz tão intensa o alcançou que, num primeiro momento, o cegou, para que percebesse que seu passado, sem o Senhor, era uma grande cegueira, uma forte escuridão. Desse encontro com o Ressuscitado que ele perseguia, passou a ter uma nova luz; foi descortinado para ele o como caminho da salvação, não mais a Torá, mas o próprio Cristo.
Enquanto Pedro estava na prisão, a Igreja permanecia unida na oração por ele (At 12,5), para que sua fé não esmorecesse. Devemos permanecer unânimes na oração para que nossa fé não esmoreça diante da perseguição ou da morte. Era a oração da Igreja que sustentava Pedro. É a súplica da Igreja que sustenta a nossa fé. Esta fé inabalável de Pedro, sobre a qual nós estamos fundados (cf. Mt 16,13-19), é que permitirá a Pedro reconhecer que foi o Senhor quem o tirou da prisão. Quem está na origem da libertação, seja lá qual for a prisão, é Deus. É o Senhor, qual uma luz, que ilumina o nosso caminho para que possamos sair de todo aprisionamento que nos impede de ser testemunhas de Cristo. É esta mesma luz e força de Deus que sustentou Paulo, tantas vezes preso e perseguido, e tanta vezes “libertado da boca do leão” (2Tm 4,7). É nele que Paulo espera confiante: “O Senhor me livrará de todo o mal…” (v. 8). Então, quem pode aprisionar a Palavra de Deus? Quem pode arrancá-la de nós? Quem pode nos separar do amor de Cristo?
A fé que nós recebemos dos apóstolos, nós a carregamos como um tesouro em vaso de argila. Que a nossa fé seja a nossa alegria!
Carlos Alberto Contieri,sj

Vivendo a Palavra
Pedro proclamou em palavras o que já proclamava por opção de vida: Jesus é o Messias, o Filho de Deus vivo. Seu exemplo não é só para ser admirado, mas para ser seguido por nós. Construamos una Igreja que seja, já nesta terra encantada, sinal do Reino do Pai Misericordioso que um dia alcançaremos em plenitude.


Meditação

Que importância tem Jesus em sua vida? - Você sabe reconhecer Jesus como filho de Deus? - Como você encara o papel da hierarquia da Igreja? - Você se sente feliz por poder servir a Igreja? Como serve? - Tem facilidades para buscar maior instrução religiosa? Que meios emprega?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos neste domingo a solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo. Pedro proclamado como fundamento da Igreja de Cristo e Paulo apresentado como exemplo de missionário do Evangelho entre as nações. O caminho de fé, trilhado por eles, serve de baliza para os cristãos de todos os tempos. Como os apóstolos, devem contemplar o testemunho de Jesus para aprender a fidelidade ao Pai e ao Reino. Por isso, Pedro e Paulo são referências obrigatórias para os cristãos. O atribulado percurso de fé de ambos, para desembocar no martírio, abriu caminho para tantos discípulos do Reino que, ao longo da história, caminham na fidelidade ao Mestre Jesus. Celebrá-los é reafirmar o desejo de se inspirar neles na vivência do discipulado cristão. Hoje, também celebramos, o Dia do Papa, sucessor de Pedro. Um convite para rezar pelo Santo Padre intercedendo as luzes do Espírito Santo parta bem exercer seu ministério na Igreja.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebremos a solenidade de São Pedro e São Paulo, as "Colunas" da Igreja que levaram avante a missão dada por Cristo aos Apóstolos. Rezemos, de forma especial, pelo Santo Padre o Papa Francisco, sucessor de São Pedro, pois hoje é o Dia do Papa, por determinação da VII Assembléia da CNBB. Por isso somos convocados para contribuir com o "Óbolo de São Pedro", que é a ajuda da Igreja Católica do mundo inteiro em favor da evangelização dos povos. Serão para esta finalidade as coletas de hoje.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A celebração de hoje é antiquíssima; foi inscrita no Santoral Romano muito antes da festa do Natal. No século IV já se celebravam três missas, uma em São Pedro no Vaticano, outra em São Paulo, fora dos muros, a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde provavelmente estiveram escondidos por algum tempo os corpos dos dois apóstolos.
Sintamos em nossos corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
13º Domingo do Tempo Comum — ANO C


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. AS COLUNAS DA IGREJA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Festa de São Pedro e São Paulo, que celebramos nesse domingo, nos faz pensar na origem de nossas comunidades. Como tudo começou? Quando foi a primeira celebração, quem fez? Como é que a comunidade cresceu e se desenvolveu para chegar aos dias de hoje? Uma coisa é muito certa, o fundador ou fundadores, deve ter feito uma experiência muito profunda com Jesus Cristo, pois sem isso, a comunidade não teria um alicerce, alguém em quem apoiar-se para poder crescer e cumprir a sua missão.

Comecemos a falar primeiro de Paulo, cuja teologia, isso é, o modo como ele começou a pensar as coisas de Deus, depois do encontro com Jesus no caminho para Damasco, foi tão marcante na vida das comunidades, que esse apóstolo é mencionado como o segundo fundador da nossa Igreja. De fato, seria difícil pensarmos em uma igreja universal, presente no mundo inteiro, em outras culturas e nações, sem nos lembrar de Paulo, aquele que pregou aos gentios que eram pessoas de outra cultura. Paulo não ficou só na mística, se assim o fizesse, teria fundado uma outra religião e arrastaria milhares de adeptos, porém, sistematizou alguns pontos doutrinários importantes, organizou as comunidades que havia iniciado, e o mais bonito, mesmo pensando um pouco diferente do Chefe dos Apóstolos, manteve-se firme em comunhão com ele e os irmãos da Igreja de Jerusalém, com quem aliás, sempre foi solidário , ao organizar coletas que levava para a Igreja mãe.

São Paulo é o modelo fiel do cristão autêntico, que faz a experiência com Jesus, se encanta com o seu ensinamento, desfaz o seu projeto de vida por causa dele e torna-se um fiel seguidor do evangelho, dando por ele a própria vida como aconteceu em seu martírio.São Paulo sempre acreditou nas comunidades, mesmo quando havia indícios de desunião, problemas internos, contendas e divisões, acreditava nas pessoas e mantinha com elas uma boa relação, mesmo que se tratasse de Pedro, que tinha uma linha mais tradicionalista, causa de algumas divergências bastante sérias entre ambos mas Paulo nunca deixou de amá-lo por causa disso. Ele mesmo manifestava essa sua flexibilidade, quando afirmava que se fazia um com todos e não tinha dificuldade de conviver com as pessoas. Outra coisa importante na pessoa de Paulo, é que ele promoveu uma ação evangelizadora em ambiente hostil á Cristo e ao seu evangelho, era corajoso e nunca teve medo de anunciar a Verdade. Isso nos leva a pensar que muitas vezes somos negligentes, quando ficamos esperando que as pessoas venham procurar nossa pastoral ou movimento, parece que a gente não se sente seguro para falar do evangelho no meio do mundo, lá onde as pessoas precisam escutar esse anúncio, porque achamos que não vão gostar e que algumas vão ser contra. Se São Paulo pensasse assim, milhares de pessoas, ontem e hoje, não teriam conhecido a Jesus.

São Pedro é chamado o príncipe dos apóstolos, isso é, aquele que iniciou o apostolado, e vemos no evangelho de hoje, porque o próprio Cristo o constituiu chefe da sua igreja. Ele conseguiu enxergar em Jesus algo muito mais do que se falava, o povo via nele um Messias Profeta, comparável a João Batista ou a Elias, outro grande profeta na História de Israel, mas esse pensamento era fruto de uma ideologia, e a era messiânica que todos aguardavam com ansiedade, representava uma nova política, uma inversão do quadro, o Messias era um libertador Político, enviado por Deus sim, porém, com uma missão terrena.
O apóstolo Pedro, que fala em nome do grupo, consegue fazer essa transição, do Messias Histórico e Ideológico, para o Messias Espiritual, ele não era enviado por Deus mas sim o próprio Deus. O que Jesus falava e fazia, todos viam, e a partir disso embalavam o sonho e a esperança de dias melhores para o povo de Israel, mas sempre em uma perspectiva terrena.

A confissão de Pedro manifesta pela primeira vez no meio do grupo, a Fé em uma Salvação que supera toda e qualquer realização humana, onde o homem atinge a plenitude do seu ser, divinizando aquilo que é humano. Cesaréia de Filipe é terra de pagãos, cercado por rochas sobre as quais há edificações habitadas pela elite do império romano. A igreja de Cristo está no meio do mundo, porém edificada sobre a fé professada por toda comunidade, que tem como base a fé professada por Pedro, naquele dia.

Como Pedro e Paulo, que sejamos nessa igreja um apoio seguro para os que ainda não crêem, porque não conhecem a Cristo e acima de tudo, nunca nos esqueçamos que Jesus Cristo edificou o reino sobre pessoas como Pedro e Paulo, instrumentos aparentemente fracos, mas que pela ação da graça operante e santificante do Batismo que receberam, tornaram-se perenes, transpondo fronteiras e todas as barreiras que separa os homens, para anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus, aquele que plenificou o nosso existir. (São Pedro e São Paulo MATEUS 16, 13-19)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  cruzsm@uol.com.br

2. Tão diferentes um do outro, mas unidos no mesmo amor incondicional pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

3. FÉ E MISSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.

Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.

Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.

Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.

Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o "Messias, o Filho do Deus vivo", foi-lhe confiada a tarefa de ser "pedra" sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube
dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

30.06.2013
13º Domingo do Tempo Comum — ANO C
SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(VERMELHO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
__ "Pedro e Paulo: Fé e evangelização" __

EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE
APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA

VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT
30 de junho – 13º DOMINGO DO T. C / S. PEDRO E S. PAULO

MISSÃO A TODOS, NA UNIDADE


I. INTRODUÇÃO GERAL

A festa que hoje celebramos é popularmente reconhecida como o dia do papa, sucessor de Pedro. Mas não podemos esquecer que, ao lado de Pedro, é celebrado também Paulo, o apóstolo, o missionário por excelência. A figura de Pedro é destacada principalmente na primeira leitura e no evangelho; a de Paulo, na segunda leitura. Mas a primeira leitura cria um espaço para falar dos dois: mostra que Deus está com seus enviados. Baseando-se na compreensão popular dos dois santos, pode-se combinar, nesta celebração, a ideia da pessoa de referência para a unidade da Igreja, como foi Pedro, e a do incansável missionário, que foi Paulo. O lema que se pode repetir na pregação é: “Missão a todos, na unidade”.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (At 12,1-11)
A primeira leitura, tomada dos Atos dos Apóstolos, narra o episódio da prisão e libertação de Pedro. Por volta de 43 d.C., o rei judeu, Herodes Agripa I, vassalo dos romanos, mandou executar o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu. Depois mandou aprisionar Pedro. Mas o “anjo do Senhor” o libertou, como libertou os israelitas do Egito. A comunidade recorreu à arma da oração: é Deus quem age, ele é o libertador. Assim, Pedro é libertado da prisão pelo anjo do Senhor. Este feito confirma sua missão especial na Igreja, ressaltada no evangelho. O significado desse episódio pode ser estendido à vida de Paulo, que, conforme At 16,16-40, viveu uma experiência semelhante, além de muitas outras situações de perigo e aperto (cf. 2Cor 11,16-33).

2. Evangelho (Mt 16,13-19)
O evangelho apresenta Pedro como a pedra ou rocha da Igreja. A situação é a seguinte: Jesus havia enviado os Doze em missão, e eles tomaram conhecimento das reações do povo diante de Jesus, além do acontecido com João Batista, decapitado por Herodes Agripa. Quando os discípulos voltam da missão, Jesus lhes pergunta quem o povo e quem eles mesmos dizem que ele é. Pedro responde pelos Doze e chama Jesus de Messias (em grego, Cristo: cf. Mc 8,29) e Filho de Deus (como diz Mt 16,16; cf. 14,33). Enquanto o relato de Marcos (Mc 8,27-30) é mais simples, o de Mateus mostra que Jesus reage à profissão de fé feita por Pedro em nome dos Doze com três observações. Primeiro, reconhece nela uma inspiração divina: “não foi um ser humano (literalmente, ‘carne e sangue’) que te revelou isso” (Mt 16,17). Além disso, muda o nome de Simão, chamando-o, com um jogo de palavras, de Pedro, porque “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder (literalmente, ‘as portas’) do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). Enfim, Jesus confia a Pedro o serviço de governar a comunidade (as “chaves” e o poder de ligar e desligar, ou seja, obrigar e deixar livre, poder de decisão), com ratificação divina (“será ligado/desligado no céu”, Mt 16,19).
Jesus dá a Simão o nome de Pedro, “Pedra”, que sugere solidez: Simão deve ser a “pedra” (rocha) que dará solidez à comunidade de Jesus (cf. Lc 22,32). Isso não é um reconhecimento de suas qualidades naturais, embora possamos supor que Simão deva ter sido um bom empresário de pesca! Pelo contrário, não se refere ao que Pedro foi, mas ao que será. Trata-se de uma vocação que o transforma. Muitas vezes, na Bíblia, a imposição de um novo nome significa que a pessoa recebe nova vocação e deverá transformar-se para corresponder. Na Bíblia, ser “rocha” é, antes de tudo, um atributo de Deus mesmo, o “Rochedo de Israel” (cf. Dt 32,4 etc.). Jesus, com certeza, não quer colocar Pedro no lugar do “Rochedo de Israel”, mas o incumbe, por assim dizer, de uma missão que tenha qualidade análoga. A firmeza e a proteção evocadas pela imagem da rocha não são algo que Simão Pedro tem em si mesmo (ele negará conhecer Jesus na hora em que deveria testemunhar), mas são a firmeza e a proteção de Deus das quais ele é constituído “ministro”, e essa “nomeação” vai acompanhada de uma promessa: as “portas” (cidade fortificada, reino) do inferno não poderão nada contra a Igreja. Esse ministério está a serviço do reino dos céus (maneira de Mateus dizer o reino de Deus). Assim como as chaves das portas da cidade são entregues a seu prefeito (cf. Is 22,22), assim Pedro recebe o governo da comunidade que instaura o reino de Deus no mundo. Em Mt 18,18, autoridade semelhante é exercida pela comunidade, mas Pedro tem uma responsabilidade específica, unificadora, que dá solidez à Igreja.

3. II leitura (2Tm 4,6-8.17-18)
A segunda leitura evoca Paulo. Ele, que sempre trabalhou com as próprias mãos, está agrilhoado; na defesa, ninguém o assistiu. Contudo, fala cheio de gratidão e esperança. “Guardou a fidelidade”: a sua e a dos fiéis. Aguarda com confiança o encontro com o Senhor. Ofereceu sua vida no amor, e o amor não tem fim (cf. 1Cor 13,8). Seu último ato religioso é a oblação da própria vida (cf. Rm 1,9; 12,1). Sua vida está nas mãos de Deus, que a arrebata da boca das feras.
Sua vocação se deu por ocasião da aparição de Cristo no caminho de Damasco: de perseguidor, Paulo se transformou em apóstolo e realizou, mais do que os outros apóstolos, a missão de ser testemunha de Cristo até os confins da terra (At 1,8). Apóstolo dos pagãos, tornou realidade a universalidade da Igreja, da qual Pedro é o guardião. A segunda leitura que hoje ouvimos é o resumo de sua vida de plena dedicação à evangelização entre os pagãos, nas circunstâncias mais difíceis: a palavra tinha de ser ouvida por todas as nações (2Tm 4,17). A ninguém podia ficar escondida a luz de Cristo! O mundo em que Paulo se movimentava estava dividido entre a religiosidade rígida dos judeus farisaicos e o mundo pagão, entre a dissolução moral e o fanatismo religioso. Nesse contexto, o apóstolo anunciou o Cristo crucificado como a salvação: loucura para os gregos, escândalo para os judeus, mas alegria verdadeira para quem nele crê. Missão difícil. No fim de sua vida, Paulo pode dizer que “combateu o bom combate e conservou a fé”. Essa afirmação deve ser entendida como fidelidade na prática, tanto de Paulo como dos fiéis que ele ganhou. Como Cristo, o bom pastor, não deixa as ovelhas se perder, assim também o apóstolo, enviado de Cristo, as conserva nesse laço de adesão fiel, marca de sua própria vida.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Conforme o evangelho, Simão responde pela fé dos seus irmãos. Por isso, Jesus lhe dá o nome de Pedro, que significa sua vocação de ser “pedra”, rocha, para que seja edificada sobre ele a comunidade dos que aderem a Jesus na fé. Pedro deverá dar firmeza aos seus irmãos (cf. Lc 22,32). Essa “nomeação” vai acompanhada de uma promessa: o reino do inferno não poderá nada contra a Igreja, que é uma realização do reino do céu. A libertação da prisão, lembrada na primeira leitura, ilustra essa promessa. Jesus confia a Pedro “o poder das chaves”, o serviço de administrador de sua “cidade”, de sua comunidade. À medida que a Igreja é realização (provisória, parcial) do reino de Deus, Pedro e seus sucessores, os papas, são “administradores” dessa parcela do reino. Eles têm a última responsabilidade do serviço pastoral. Pedro, sendo aquele que “responde” pelos Doze, administra ou governa as responsabilidades da evangelização (não a administração material). Quem exerce esse serviço hoje é o papa, sucessor de Pedro e bispo de Roma, cidade que, pelas circunstâncias históricas, se tornou o centro a partir do qual melhor se exercia essa missão. Pedro recebe também o poder de “ligar e desligar” – o poder da decisão, de obrigar ou deixar livre –, exatamente como último responsável da comunidade (a qual também participa nesse poder, como mostra Mt 18,18). Não se trata de um poder ilimitado, mas de responsabilidade pastoral, que concerne à orientação dos fiéis para a vida em Deus, no caminho de Cristo.
Se Pedro aparece como fundamento institucional da Igreja, Paulo aparece mais na qualidade de fundador carismático. Transformado por Cristo em mensageiro seu (“apóstolo”), ele realiza, por excelência, a missão dos apóstolos de serem testemunhas de Cristo “até os extremos da terra” (cf. At 1,8). As cartas a Timóteo, escritas na prisão em Roma, são a prova disso, pois Roma é a capital do mundo, o trampolim para o evangelho se espalhar por todo o mundo civilizado daquele tempo. Paulo é o “apóstolo das nações”. No fim da sua vida, pode entregá-la como “oferenda adequada” a Deus, assim como ensinou (Rm 12,1). Como Pedro, ele experimenta Deus como o Deus que liberta da tribulação (cf. a primeira leitura).
Hoje, celebra-se especialmente o “dia do papa”. Isso enseja uma reflexão sobre o serviço da responsabilidade última. Importa libertar-nos de um complexo antiautoritário de adolescentes. Pedro e Paulo representam duas vocações na Igreja, duas dimensões do apostolado – diferentes, mas complementares. As duas foram necessárias para que pudéssemos comemorar, hoje, os cofundadores da Igreja universal. A complementaridade dos dois “carismas” continua atual: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária. Essa complementaridade pode provocar tensões (cf. Gl 2); por exemplo, as preocupações de uma “teologia romana” podem não ser as mesmas que as de uma “teologia latino-americana”. Mas tal tensão pode ser extremamente fecunda e vital para a Igreja toda. Hoje, sabemos que o pastoreio dos fiéis – a pastoral – não é exercido somente pelos “pastores constituídos” como tais, pela hierarquia. Todos os fiéis são um pouco pastores uns dos outros. Devemos conservar a fidelidade a Cristo – a nossa e a dos nossos irmãos – na solidariedade do “bom combate”.
E qual será, hoje, o bom combate? Como no tempo de Pedro e Paulo, a luta pela justiça e pela verdade em meio a abusos, contradições e deformações. Por um lado, a exploração desavergonhada, que até se serve dos símbolos da nossa religião para fins lucrativos; por outro, a tentação de largar tudo e dizer que a religião é um obstáculo à emancipação humana. Nossa luta é, precisamente, assumir a libertação em nome de Jesus, sendo-lhe fiéis; pois, na sua morte, ele realizou a solidariedade mais radical que podemos imaginar.
Johan Konings, sj
http://vidapastoral.com.br/roteiros/30-de-junho-13o-domingo-do-t-c-s-pedro-e-s-paulo


30 de junho – SÃO PEDRO E SÃO PAULO
TU ÉS PEDRA!
A passagem do evangelho de hoje nos convida à reflexão. Nela vemos Jesus afirmando que Pedro é a pedra. Desde o dia de nosso batismo, Jesus – de algum modo – também nos dirige este questionamento: “Tu és pedra, és fundamento?” Qual está sendo nossa atitude diante dessa pergunta? Será que sou fundamento de alguma boa nova em minha vida? Será que tenho a capacidade de sustentar alguma sólida iniciativa de promoção ao próximo na minha existência? Ou tenho sido até hoje uma espécie de areia movediça das coisas ou pessoas que se apoiaram em mim?

Podemos ser pedra no sentido bem concreto. Pois certamente, em nossa vida, pessoas já precisaram de nosso apoio, da mesma forma que a criança precisa do apoio de seus pais. Como muito bem sabemos, esta é a principal missão dos pais, ser apoio para os filhos, sejam adultos ou ainda pequenos. Apoio que se manifesta tanto no sustento material (roupa, comida, educação…) como no espiritual (oração, amizade, amor, esperança…). Todos os pais e mães, nesse sentido, assemelham-se a Pedro. De fato, há pedra melhor e mais consistente do que o pai ou a mãe sobre os quais nos apoiamos? Mas é claro que, quando esses pais são como uma pedra de sal, sem consistência e estrutura, os filhos também se desmontam.
Em nossas comunidades cristãs, ao lermos essa passagem evangélica, normalmente imaginamos que pedra é somente o papa, às vezes também o bispo e o padre, e descarregamos sobre eles todas as responsabilidades. Mas quando nos incluímos na situação, tudo muda. Já pensamos nisso?
Cada um de nós pode, na comunidade, ser pedra no sentido afetivo, psicológico. Até mesmo uma criança, às vezes, é na família uma pedra sobre a qual os pais se apoiam, principalmente nos momentos de dificuldade. Com efeito, muitos casamentos se solidificam graças à presença de uma criança na família.
E podemos continuar nos perguntando: será que nós, adultos, temos conseguido ser pedras para os adolescentes de hoje? Ao nos procurarem, têm eles encontrado em nós apoio e firmeza ou somente dúvidas e medo? Já imaginamos qual seria a situação de nossa comunidade caso decidíssemos abandoná-la? Por mais que pensemos ser uma pedra de pouca importância para a construção de nossa comunidade, a verdade é que cada um de nós é pedra fundamental, sem a qual a comunidade se torna mais frágil e sujeita à ruína.
É por isso que a fala de Jesus se dirige também para nós, chamando-nos à responsabilidade: Tu és pedra, “tu és Pedro”.

Jorge Alves Luiz, ssp
São Pedro e São Paulo, pilares da Igreja
Que maravilha podermos proclamar, celebrar, em uma só festa, esses dois apóstolos admiráveis! Essa é a graça que Deus dá à Sua Igreja, de celebrar esses dois pilares, essas duas colunas no início do Ministério Apostólico.
É com toda a alegria do nosso coração que celebramos os apóstolos Pedro e Paulo e também o Dia do Papa, porque ele é o Sucessor de Pedro.
Hoje, o Papa Francisco é Pedro para nós na Igreja. Mas que maravilha podermos proclamar, celebrar, em uma só festa, esses dois apóstolos admiráveis! Essa é a graça que Deus dá à Sua Igreja, de celebrar esses dois pilares, essas duas colunas no início do Ministério Apostólico.
É claro que conhecemos bem Pedro, porque os Evangelhos narram para nós como esse discípulo foi querido pelo Senhor, como ele foi próximo de Jesus. O Evangelho de hoje nos aponta como Jesus confiou ao apóstolo a Sua Igreja: “Porque tu és Pedro e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja”.
Já nos diziam os Padres da Igreja: “Onde está Pedro aí está a Igreja de Cristo”. Olhamos, hoje, para a Igreja que tem o seu Papa de número 266. Ao longo de 2 mil anos, ela balançou, foi sacudida, perseguida, mas está firme e forte por causa da proclamação de fé do apóstolo Pedro, o qual disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Proclamemos essa mesma fé e olhemos para Pedro na certeza de que estamos no caminho do Senhor.
Paulo foi ardoroso na pregação do Evangelho, converteu-se depois, foi de perseguidor a perseguido por causa do amor de Cristo, e o Evangelho chegou às nações graças a Paulo.
Nós olhamos, então, para o carisma; olhamos para toda a pregação que Paulo fez, na fé, e dizemos que a Igreja precisa da unidade na figura de Pedro. Ela precisa ser missionária.
Que o Senhor nos ensine a olharmos para esses dois apóstolos e termos neles os nossos referenciais de fé.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
LEITURA ORANTE


Mt 16,13-19 – O Filho do Deus vivo



Preparo-me para a Leitura Orante.
Disponho-me ao encontro com Deus, com toda a Igreja virtual que agora reza conosco:

Divino Espírito Santo,

amor eterno do Pai e do Filho,

eu vos adoro, louvo e amo!
Peço-vos perdão por todas as vezes que vos ofendi
em mim e no meu próximo.
Vinde, com a plenitude de vossos dons,
nas ordenações, nas consagrações e nas crismas!
Iluminai, santificai, aumentai o zelo apostólico!
Espírito de verdade,
consagro-vos a minha inteligência,
imaginação e memória. Iluminai-me!
Dai-me conhecer Jesus Cristo Mestre.
Revelai-me o sentido profundo do Evangelho
e de tudo o que ensina a santa Igreja.
(Bv. T. Alberione)

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto Mt 16,13-19, observando o testemunho de fé de Pedro.

Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesaréia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
- Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus. 

Simão Pedro respondeu:
- O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
Jesus afirmou:
- Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.
Simão declara que Jesus é o Filho do Deus vivo. Jesus confirma, declarando a missão de Pedro, o Primado na Igreja: “Você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu”. Jesus se propõe construir a Igreja que não é simplesmente um prédio, mas é uma nova comunidade. Esta comunidade ou Igreja é do domínio de Jesus. Ele diz: “construirei a minha Igreja”. E Pedro tem nela uma missão de mediação: terá “as chaves”. Terá o poder de abrir e fechar as portas, ligar e desligar, terá o poder de julgar, perdoar e proibir o que não é conforme o projeto do Reino de Jesus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
A pergunta de Jesus é também para mim: 
“Quem dizem que eu sou? 
E você? 
Quem sou para você?” 
Estas perguntas merecem uma profunda reflexão de nossa parte e uma resposta coerente e sincera. Veja que resposta bonita deram os bispos em Aparecida:“Jesus Cristo é a plenitude da revelação de Deus, um tesouro incalculável, a “pérola preciosa” (cf. Mt 13,45-46). Verbo de Deus feito carne, Caminho, Verdade e Vida dos homens e das mulheres aos quais abre um destino de plena justiça e felicidade. Ele é o único Libertador e Salvador que, com sua morte e ressurreição, rompeu as cadeias opressivas do pecado e da morte, revelando o amor misericordioso do Pai e a vocação, dignidade e destino da pessoa humana.” (DAp 6).
Portanto, para os bispos e para nós, Jesus Cristo é “a plenitude da revelação de Deus”, “um tesouro incalculável”, a “pérola preciosa”, “Verbo de Deus feito carne”, “Caminho, Verdade e Vida”, “O único Libertador e Salvador”. 
É assim que o acolhemos na nossa vida?

 3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja o
Creio 
Creio em Deus-Pai, todo poderoso,
criador do céu e da terra

e em Jesus Cristo seu único Filho, Nosso Senhor

que foi concebido pelo poder do Espírito Santo.

Nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Poncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu a mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.

4. Contemplação(Vida/ Missão) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

- Meu novo olhar será para priorizar Deus em minha vida.


Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e força para vivermos de tal maneira que, ao final de nossa jornada nós possamos, unidos aos companheiros peregrinos desta terra, proclamar com a mesma alegria de teu apóstolo Paulo: Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.