Ano A
10 de Abril de 2017
Jo 12,1-11
Comentário do Evangelho
Gratuidade fruto do amor
Com esse trecho entramos na segunda parte do evangelho segundo João, denominada “livro da glória”. A ambientação é os dias que antecedem a Páscoa dos judeus, e o contexto é o da paixão de Jesus. Estamos, segundo o relato, nos últimos seis dias da vida terrestre de Jesus. Lázaro, Marta e Maria são amigos de Jesus; é na casa deles que Jesus para antes de entrar para a sua paixão e morte em Jerusalém. A acolhida, o serviço e o amor dispensados a Jesus naquela casa são traços característicos e indissociáveis da comunidade cristã (cf. Ct 1,12; 7,6). A refeição na casa dos amigos é sinal de comunhão, e a evocação do episódio de Lázaro indica que se trata, também, da alegria da vida recebida como dom. A unção, Jesus mesmo a interpreta como uma antecipação de sua sepultura. Judas é o personagem que entra na história como contraste de todo o acima dito. É tratado negativa e duramente pelo narrador como sendo traidor e ladrão. Mas há um outro traço de Judas: ele é incapaz de reconhecer e acolher um gesto de pura gratuidade. Quem não é capaz de gestos de gratuidade não é, igualmente, capaz de amar; quem não é capaz de verdadeiro amor não busca senão o seu próprio interesse, abrindo, assim, a possibilidade de trair, inclusive, o Senhor da vida.
Oração
Pai, tira de mim toda malícia que me impede de compreender, em profundidade, os gestos de Jesus, o qual se fez pobre entre os pobres, e morreu como um deles.
Fonte: Paulinas em 14/04/2014
VIVENDO A PALAVRA
Nesta semana, guardemos silêncio profundo em sinal de gratidão pelo dom do Pai Misericordioso, o Filho Unigênito. Ele nos amou tanto que se entregou por nós à morte, e morte de cruz. Como Maria, ofereçamos o melhor perfume a Jesus: a nossa conversão, a opção radical de vivermos com e para os irmãos.
http://arquidiocesebh.org.br/para-sua-fe/espiritualidade/meu-dia-em-oracao/semana-santa-entre-voces-sempre-havera-pobres/
Reflexão
A vida e as atitudes de Jesus sempre causaram reações contraditórias de aceitação ou rejeição. A morte de Jesus também não foi diferente. Para os principais dentre os judeus, a morte de Jesus significou a realização dos seus planos e uma vitória conquistada no sentido da manutenção da ordem estabelecida. Para o poder romano, não significou nada, pois ele foi mais um entre os muitos que são condenados à morte. Mas quem o amava, houve um momento de carinho e atenção à sua pessoa antes que a morte chegasse trazendo o sofrimento, a dor e a separação.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2017&mes=4&dia=10
Recadinho
Como sua comunidade encara o problema dos pobres? - Como evitar o risco de ser explorado por alguns pobres que são oportunistas? - Você tem amor, respeito, compreensão por aqueles que se dedicam integralmente ao próximo? (sacerdotes, religiosos(as), leigos (as)...) - Sempre que há ocasião, você testemunha publicamente sua fé? - Por que é difícil rezar: “Perdoai-nos assim como nós perdoamos...?”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 14/04/2014
Meditando o evangelho
UMA PREOCUPAÇÃO SUSPEITA
A preocupação de Judas Iscariotes pelos pobres foi posta sob suspeita pelo evangelista e reforçada por Jesus. O evangelista interpretou como ganância a preocupação do companheiro com o desperdício do nardo puro e precioso usado por Maria para ungir os pés do Mestre. Isto por que era Judas quem cuidava das finanças do grupo, e estava habituado a roubar as ofertas que eram dadas para o sustento de todos.
Por sua vez, Jesus alertou os discípulos: teriam sempre a possibilidade de fazer o bem aos pobres, não teriam, porém, a chance de partilhar de sua presença para sempre. O momento da partida estava para chegar.
O Mestre revelou aos seus discípulos o valor simbólico do gesto de Maria. Ela estava antecipando o que deveria acontecer no sepultamento de Jesus, ungindo o corpo que seria colocado no túmulo. Afinal, havendo de padecer a morte dos pobres, sem nem mesmo ter um túmulo para ser sepultado, Maria estava suprindo o gesto de piedade de que seria privado.
Sobretudo, Judas não se dava conta de estar convivendo com Jesus, cuja opção era ser pobre e viver como pobre. Não só, o Mestre buscava sempre a convivência com os pobres, com os quais se mostrava solidário. Portanto, a censura de Judas a Jesus não tinha cabimento. O Mestre sabia muito bem o que estava fazendo, e o sentido de tudo o que estava acontecendo. O discípulo é que estava obcecado pela malícia.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, tira de mim toda malícia que me impede de compreender, em profundidade, os gestos de Jesus, o qual se fez pobre entre os pobres, e morreu como um deles.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-04-10
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Maria de Betânia: Modelo de Agente Pastoral
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Nesta semana os relatos dos evangelhos estarão direta ou indiretamente relacionados com a Paixão do Senhor. Hoje começamos com o episódio mais conhecido como a Unção em Betânia. O evangelista coloca essa ceia, logo após Jesus ter ressuscitado Lazaro, em um jantar em sua homenagem.
Não é difícil imaginar que Betânia era uma comunidade muito acolhedora, pois ali Jesus se hospedava sempre que tinha necessidade. Se quisermos aprofundar um pouco mais, podemos dizer que essa comunidade, por alguma razão que não sabemos, passou por uma crise muito grave a ponto de quase se acabar (Lázaro morto e há quatro dias enterrado) e que Jesus a levantou dando-lhe Vida nova e Ressuscitando o que antes estava morto, e temos a clara alusão a Ceia da qual participam os que receberam esta Vida Nova, que só Deus pode dar, essa ceia que celebra a Vida em sua plenitude, é a Eucaristia. João gosta de contar as coisas do seu jeito, mas no fundo está falando de coisas mais profundas do que aquilo que os seus relatos permitem nos ver. João faz como nos rodízios de carne, primeiro serve uma deliciosa salada, a gente não pode ir fundo logo de cara, pois com João, sempre o melhor vem depois.
Mas há algo que João dá um foco maior nesse evangelho, as atitudes de Maria e a de Judas Iscariotes. Comecemos por Maria, ela é irmã de Marta e Lázaro, portanto é também anfitriã, e poderia tranquilamente sentar-se em lugar de honra ao lado do Mestre e fazer até inveja aos demais convidados, a gente vê isso em jantar dançante da paróquia, quem tem a ventura de poder sentar-se á mesa do padre, sente-se importante, não é mesmo?
Porém, essa Maria deixou de lado o formalismo e principalmente o seu status, e rebaixou-se a condição de uma escrava quando inclinou-se diante de Jesus e começou a ungir seus pés com perfume, não um perfuminho qualquer, mas um de primeiríssimo qualidade, uma libra de nardo puro, que custava os "olhos da cara" e equivalia, sem exagero, ao salário de um ano de um trabalhador, ou seja, o que Maria tinha de melhor e mais valioso, ofereceu a Jesus naquele momento.
E aí entra em ação o agente de Pastoral Juiz e policial, aquele que fica só de olho no que o irmão faz, para critica-lo, ainda mais se ele está aparecendo muito naquilo que faz: Judas Iscariotes, um irmão da comunidade, mas que não era flor que se cheirasse, sempre arredio, misterioso, tomava conta da "bolsa", mas metia a mão sempre que podia. Pessoa calculista que sempre está pensando no que ele pode ganhar com a situação. O argumento, cheio de hipocrisia, foi o de que aquele dinheiro poderia ser ofertado aos pobres. Um detalhe importante, para chegar aos pobres o dinheiro primeiro teria que passar pelas suas mãos e daí... Bem, o leitor já pode imaginar o resto da história...
Maria, uma mulher generosa, exemplo de agente de pastoral, que se entrega totalmente por amor a Cristo e a sua igreja, dá o que tem de melhor e mais valioso, manifestando amor Àquele que irá também dar o que tem de melhor e mais valioso á humanidade: a sua Vida.
Judas, mesquinho, interesseiro, calculista, tipo de agente de pastoral que FAZ, mas CONTROLA, Faz, mas quer sempre mandar no pedaço, FAZ, mas quer sempre ser consultado e não admite nem que o padre tome decisões sem ouvi-lo. Não olhemos no passado, mas para nossas comunidades onde MARIA e Judas estão dentro de nós... Eu e todos vocês, quantas vezes agimos assim, talvez como Maria, dando à pastoral ou ao movimento, o melhor de nós, mas também quantas vezes, a gente tem o comportamento de Judas, então... Não projetemos Judas nos outros, mas olhemos para nós e peçamos ao Senhor que nesta Semana Santa, nossos atos e palavras consigam impregnar a toda comunidade com o doce e suave odor de Jesus Cristo, para que a nossa comunidade, como Betânia naquele dia, exale o doce aroma do amor doação, gratuito e incondicional.
"Nós vos adoramos Senhor Jesus, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo".
2. Maria unge os pés de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Segunda-feira da unção em Betânia. Na casa de Marta, Maria e Lázaro há um jantar. Lázaro estava à mesa com Jesus. Marta, como sempre, servia. Maria manifesta seu apreço por Jesus. Unge os pés do Mestre com um perfume muito caro. A unção é para a morte. Lázaro está perto, ainda com o odor da morte. A casa, porém, se enche do aroma do perfume. É o odor da ressurreição que afugenta o cheiro da morte. No sepulcro de Lázaro, Marta tinha dito a Jesus: “Já cheira mal”. Era o quarto dia. A alma já tinha partido. Judas Iscariotes faz teatro de pobre. É mais um entre tantos. Há perfume para ser vendido em favor dos que são pobres. Os pobres continuam por aí. Neles Cristo continua a ser ungido. Todo ungido é sempre Cristo.
Fonte: NPD Brasil
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, mantém-nos encantados pelo sagrado mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Que nossas celebrações não se tornem apenas rotina e nós sintamos cada vez como novo o gesto amoroso de teu Filho, que entregou por nós sua Vida, até a morte na cruz. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
http://arquidiocesebh.org.br/para-sua-fe/espiritualidade/meu-dia-em-oracao/semana-santa-entre-voces-sempre-havera-pobres/
11 de Abril de 2017