domingo, 6 de abril de 2025

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 06/04/2025

ANO C


5º DOMINGO DA QUARESMA

Ano C - Roxo

“Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais.” Jo 18,11

“Eu não te condeno, vá e não peques mais!”

Campanha da Fraternidade 2025

Tema: “Fraternidade e Ecologia Integral”
Lema: “Deus viu que tudo era muito bom.” (Gn 1,31)

Jo 8,1-11

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Páscoa se aproxima e a liturgia de hoje é um forte convite a reconhecermos que a presença misericordiosa de Deus se manifesta de diversos modos, entre os quais se destaca o apelo à verdade e ao perdão. A descoberta de um amor tão grande leva à adesão plena e irrenunciável ao chamado de Jesus. Encontrar-se com Ele significa mudança de vida, conversão plena e definitiva.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Páscoa se aproxima e a liturgia de hoje é um forte convite a reconhecermos que a presença misericordiosa de Deus se manifesta de diversos modos, entre os quais se destaca o apelo à verdade e ao perdão. A descoberta de um amor tão grande leva à adesão plena e irrenunciável ao chamado de Jesus. Encontrar-se com Ele significa mudança de vida, conversão plena e definitiva.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Eis que se aproxima a Páscoa! Por esta Eucaristia, unamo-nos mais profundamente a Cristo, cultivemos em nós os seus sentimentos de total confiança no Pai e total entrega amorosa aos irmãos e irmãs. Celebrando o memorial da sua morte e ressurreição, fortalecemos nossos laços de comunhão e de solidariedade que a Campanha da Fraternidade nos ajudou a compreender.
Fonte: Arquidiocese SP - Folheto Povo de Deus em 07/04/2019

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A celebração deste quinto domingo da Quaresma favorece a compreensão da fé como confiança em novos caminhos propostos por Deus, como acolhimento total e irrestrito de Jesus Cristo e sua Ressurreição, e como abertura de um novo caminho, através do perdão e da solidariedade. O tempo para a conversão está terminando. A fé não se expressa apenas por teorias ou conceitos teológicos, mas também em fatos concretos realizados por Deus. A fé, portanto, faz crer que Deus abre caminhos novos lá onde sequer somos capazes de imaginar alguma saída. Muitas vezes, são caminhos dolorosos, que precisam do tempo da semeadura sem saber se os frutos virão; com o tempo, contudo, se tornam canções que colhem libertação e alegria. Aproximemo-nos com confiança e com fé de nosso Deus, intercedendo uma vez mais a graça da conversão e suplicando uma nova direção para nossas vidas. O quinto domingo da Quaresma nos prepara para a Semana Santa, pois o domingo próximo é o Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. O "farisaismo" é a doença de quem não se olha no espelho. Todo rosto tem rugas, e por detrás de uma fachada restaurada ocultam-se manchas escuras. Em todos nós existe um sentimento de culpa exacerbado, resultado de um formalismo legalista, de aspectos inconscientes e de educação ilusória. Mas há também um sentimento de culpa que põe o dedo na ferida. As chagas ardem e causam nojo; também aquelas que comprometem toda a sociedade: a prostituição, a delinquência juvenil, a droga, as mães solteiras. Há as responsabilidades de quem se deixa explorar e há a responsabilidade de quem explora; é uma sociedade sem valores. Também a nós faltam os valores, mas é mais cômodo liberar-se dessa crise de valores procurando bodes expiatórios, e é fácil encontrá-los... A satisfação de lançar a pedra nos faz esquecer de quem somos, nos liberta da responsabilidade e do sentimento de culpa. Assim, fazem-se campanhas contra a prostituição para deixar as ruas limpas; marginalizam-se os drogados, para que não possam censurar a nossa inutilidade; fazem-se casa de correção, para dizermos a nós mesmos que fazemos o possível. Deixamos de ver ou fazer algo por essas pessoas achando que não é nossa responsabilidade e assim nos sentimos limpos, mas o desprezo que tributamos a esses irmãos e irmãs é, para Cristo, acusação contra nós, e o sofrimento deles se torna sofrimento de Cristo. Quaresma é tempo de conversão, que tal começar agora?
Fonte: NPD Brasil em 07/04/2019

...TAMBÉM EU NÃO TE CONDENO.

O Evangelho apresenta o episódio da mulher adúltera, frisando o tema da misericórdia de Deus. O fato tem lugar na esplanada do templo. Jesus está a ensinar à multidão, e eis que chegam alguns escribas e fariseus que arrastam diante dele uma mulher surpreendida em adultério. Assim, aquela mulher encontra-se no meio entre Jesus e a multidão, entre a misericórdia do Filho de Deus e a violência, a raiva dos seus acusadores. Na realidade, eles não vieram ter com o Mestre para lhe pedir o seu parecer, mas para lhe armar uma cilada. De fato, se Jesus seguir a rigidez da lei, aprovando a lapidação da mulher, perderá a sua fama de mansidão e de bondade que tanto fascina o povo; ao contrário, se quiser ser misericordioso, terá que ir contra a lei, que Ele mesmo disse que não queria abolir, mas cumprir.
Esta má intenção esconde-se sob a pergunta que fazem a Jesus: «Tu o que dizes?». Jesus não responde, fica em silêncio e faz um gesto misterioso: «Inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo»... Então Jesus levanta o olhar e diz: «Aquele que dentre vós estiver sem pecado atire a pedra contra ela». Esta resposta surpreende os acusadores, desarmando-os todos no verdadeiro sentido da palavra: todos abandonaram as «armas», ou seja, pedras prontas para serem lançadas, quer as visíveis contra a mulher, quer as escondidas contra Jesus. E enquanto o Senhor continua a escrever no chão com o dedo, a fazer desenhos, não sei..., os acusadores vão-se embora. Como nos faz bem estar cientes de que também nós somos pecadores! Quando falamos mal dos outros — estas são coisas que conhecemos bem — como nos fará bem ter a coragem de deixar cair no chão as pedras que temos para atirar contra os outros, e pensar um pouco nos nossos pecados!
Permaneceram ali só a mulher e Jesus: a miséria e a misericórdia, uma diante da outra. E quantas vezes isto acontece a nós quando nos ajoelhamos no confessionário, com vergonha, para mostrar a nossa miséria e pedir perdão! «Mulher, onde estão?», diz-lhe Jesus. E é suficiente esta constatação, e o seu olhar cheio de misericórdia, cheio de amor, para fazer sentir àquela pessoa — talvez pela primeira vez — que tem uma dignidade, que ela não é o seu pecado, ela tem uma dignidade de pessoa; que pode mudar de vida, pode sair das suas escravidões e caminhar por uma via nova...
(Papa Francisco. Angelus, 13 de março de 2016)

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

O Evangelho de hoje nos deixa sem palavras e faz pensar... Apresentam a Jesus uma mulher adúltera e querem apedrejá-la. É assim que manda “Moisés na Lei”. Mas, antes de supliciar a mulher, querem saber qual é a posição de Jesus: pode, ou não pode? A pergunta não é sincera, pois querem pegar Jesus numa violação flagrante da Lei de Moisés, para condená-lo também.
Jesus, porém, não discute; apenas escreve no chão com o dedo... E os acusadores insistem: “Pode ou não pode?”. Jesus responde: “Aquele de vocês, que não tem pecado, pode atirar a primeira pedra”. Todos vão embora em silêncio, começando pelos mais velhos, e deixam cair as pedras das mãos. A cena é patética. Jesus despede a mulher, dizendo: “eu também não te condeno. Vai, e daqui por diante, não peques mais” (Jo 8,11).
Talvez também nós estamos sempre prontos para acusar e condenar os outros. Lembramos que também nós erramos e pecamos e temos a necessidade do perdão dos outros e, sobretudo, do perdão de Deus? A Quaresma nos convida ao exame de consciência, ao arrependimento sincero e humilde e ao pedido de perdão. Já fizemos a nossa confissão nesta Quaresma? Não deixemos de o fazer, em preparação à celebração da Páscoa, que já se aproxima. Deus não quer condenar, mas é rico em misericórdia!
No próximo Domingo, já celebraremos o início da Semana Santa, com o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. Preparemo-nos para uma participação intensa nas celebrações da Semana Santa e, sobretudo, do Tríduo Pascal, a partir da Quinta-Feira Santa. A Semana Santa é o ponto mais alto das celebrações da Liturgia da Igreja. Não deixemos que as “distrações mundanas”, conforme palavras do Papa Francisco, nos impeçam de viver esses ricos momentos de fé e testemunho cristão.
No Domingo de Ramos também será feita em todas as Igrejas católicas do Brasil a coleta da Campanha da Fraternidade. É o gesto concreto de solidariedade, em apoio ao trabalho de caridade social da Igreja na Arquidiocese e no Brasil. A nossa oferta generosa seja sinal e fruto de nossa conversão quaresmal e da partilha com os pobres e necessitados.
Durante esta semana, conversemos em família sobre esse “gesto concreto de amor fraterno” e sobre aquilo que cada um pode oferecer na coleta do próximo Domingo.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 07/04/2019

Comentário do Evangelho

Jesus é posto à prova

Neste quinto domingo da Quaresma, a liturgia da Palavra está centrada no apelo de não permitir que a recordação do passado impeça o progresso no caminho de Deus: ". esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente." (Fl 3,13). O evangelho descreve uma cena dramática: uma mulher pega em adultério está para ser apedrejada até a morte. O Levítico prescreve: "o homem que cometer adultério com a mulher do próximo deverá morrer, tanto ele como a mulher com quem cometeu o delito" (Lv 20,10; ver também: Dt 22,22-24).
Os escribas e os fariseus, que se dizem justos, são os que conduzem a mulher até Jesus. Mas onde está o homem envolvido no mal? De fato, a Lei de Moisés interditava o adultério (Ex 20,14; Dt 5,18), como eles diziam. A pergunta deles a Jesus é para colocá-lo à prova. O silêncio de Jesus revela o pecado dos acusadores - vão se retirando um a um. No face a face entre a mulher e Jesus, em que a verdade de cada um é iluminada, a palavra de Jesus liberta, mostra a misericórdia de Deus e abre um caminho novo: "Ninguém te condenou? Eu também não te condeno! Vai, e de agora em diante não peques mais" (vv. 10-11).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tira do meu coração a maldade e a hipocrisia que me tornam juiz iníquo do meu semelhante, não me permitindo ver a necessidade de pôr em ordem a minha vida.
Fonte: Paulinas em 17/03/2013

Vivendo a Palavra

A tentação é grande. Afinal, o adultério foi flagrado e poderíamos condenar com facilidade aquela mulher. Mas o Mestre ensina que o caminho deve ser diferente: ele passa pelo exame da nossa própria consciência que, com certeza, nos fará repetir a atitude dos mais velhos; e também nós sairemos discretamente da cena...
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2013

Vivendo a Palavra

É difícil imaginar cena mais sublime: apenas Jesus e a mulher em julgamento. Surge o perdão, com o pedido de que ela não peque mais. Um episódio para ser guardado em nossos corações. Queremos ser Igreja sem julgamentos, ter um olhar impregnado de Amor e Compaixão. Uma lição para que estejamos atentos às nossas próprias limitações: egoísmo, orgulho, ambição...
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2016

VIVENDO A PALAVRA

Nosso coração já deveria ser fonte viva de perdão, por causa da condicionante evangélica: «Quem de vocês não tiver pecado…» Mas, melhor do que pensar em nós mesmos, é nos fixarmos no exemplo de Jesus de Nazaré: Ele, o Santo, o Justo, nos ensina: «Eu também não condeno. Podem ir; e não pequem mais.»
Fonte: Arquidiocese BH em 07/04/2019

Reflexão

AMAR O PECADOR É VENCER O PECADO

É fácil e cômodo atirar pedras, julgar e condenar os outros. A resposta de Jesus na cena da mulher adúltera, porém, é séria chamada de atenção para a maldade que pode se esconder no coração humano. Quando julgamos os outros, queremos como que esconder os próprios pecados. E então vem à tona a hipocrisia, pois como podem estar limpas mãos que apedrejam e que escondem um coração incapaz de perdoar?
Quanto aos que se orgulhavam de ser exemplo de piedade e aos especialistas da religião, Jesus os faz olhar para si mesmos. Suas palavras funcionam como um espelho, um espelho libertador que pedras nunca poderão quebrar.
No episódio, quem é que estava livre do pecado, para ter a autoridade de atirar pedras naquela mulher que, logicamente, não havia cometido adultério sozinha? E, ainda que fosse o caso de apedrejar, onde estava seu parceiro no erro?
Neste tempo de Quaresma, convite à revisão de vida e conversão para a Páscoa do Senhor, Jesus continua a nos colocar diante do espelho de sua Palavra, para que nos vejamos como somos, sem máscara ou hipocrisia.
Quando tomamos consciência de nossos limites e erros, só nos cabe a atitude de quem suplica o perdão, das pessoas e de Deus. Os acusadores de então foram embora, um a um, ao serem colocados diante dos próprios pecados.
Jesus, que não vem para condenar, mas para salvar, de fato nunca condenou ninguém. O Mestre sempre ensinou a rejeitar o pecado, mas nunca o pecador. Ensinou a nunca confundir quem peca com o pecado cometido.
Ao pecador Jesus nos ensina a amar, porque todos pecamos e necessitamos de amor. Um amor sem limites como o seu, de quem se doa e sabe perdoar. Perdoando e amando, criamos relações novas, de acolhida e inclusão. E então aprendemos, simples assim, que amar o pecador é vencer o pecado escondido em nós.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Fonte: Paulus em 17/03/2013

Reflexão

Os escribas e fariseus mais uma vez desafiam o rabino Jesus a se posicionar diante de uma mulher “pega cometendo adultério” e que, segundo a lei, deve ser apedrejada. O Mestre, em vez de responder à pergunta dos adversários, propõe-lhes uma alternativa: quem não tiver pecado pode apedrejá-la. Ninguém atirou pedra alguma. Moral da história: a mulher não era a única pecadora! Época mais, época menos, sempre existiram moralistas de plantão – empedernidos e arrogantes – prontos para lançar pedras contra mulheres, contra pessoas e grupos diversos diante de qualquer deslize. Muitos atiram pedras contra os outros na tentativa de encobrir as próprias falhas e interesses. Enquanto se fica condenando esta ou aquela pessoa, este ou aquele grupo e não se olha dentro de si com sinceridade, a violência, o sofrimento e a intolerância continuarão ceifando vidas. Jesus não veio para julgar e condenar, mas para resgatar a dignidade da pessoa. Ao tomar o partido da mulher, ele provoca as pessoas a se posicionar: a favor ou contra ele. Ao condenarem a mulher, demonstram sua hipocrisia, pois não questionam o “homem adúltero”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 07/04/2019

Reflexão

O povo vai ao encontro de Jesus, porque o ama e gosta de estar com ele. Há um relacionamento mútuo de amor e todos se sentem acolhidos. Por outro lado, há os adversários sempre dispostos a atrapalhar o encontro fraterno e amigo de Jesus com seu povo. Esses adversários levam uma mulher adúltera para que Jesus a condene conforme a lei. Depois que Jesus ordenou que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado, restaram somente, como disse Santo Agostinho, a grandeza do amor e a pequenez daquela mulher. Fora levada por aqueles que queriam sua condenação. Nosso Senhor, como sempre, não deixou passar a ocasião de transformar a vida daquela mulher e de dar uma boa lição aos seus acusadores, que foram embora envergonhados. O amor de Jesus supera a crueldade desses adversários, que não trouxeram o adúltero. Talvez ele estivesse de pé no meio deles com uma pedra na mão. Toda pessoa cristã deveria se colocar diante de Jesus, para receber ao mesmo tempo a abundância de seu amor e a indicação do caminho a seguir. Jesus é juiz e nos deixou um mandamento: não julguem. Ele reserva a si essa função, no fim dos tempos. Por ora, o que ele exerce, com abundância e muita generosidade, é a misericórdia, o amor e o perdão.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 03/04/2022

Recadinho

Você procura ser igualmente justo com todos? Você perdoa? Sempre? Você usa de bondade e misericórdia para com seu próximo? Em sua comunidade há pessoas que são humilhadas e desprezadas? Somos fáceis em julgar nosso próximo. Você procura estar atento a este risco?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 13/03/2016

Meditando o evangelho

NÃO PEQUES MAIS!

Os inimigos de Jesus viviam criando armadilhas para pegá-lo, mas eles mesmos é que acabavam caindo nelas. Não tendo motivos plausíveis para condená-lo, buscavam, inutilmente, uma deixa para levá-lo às barras do tribunal.
O confronto com a mulher surpreendida em flagrante adultério não deixou Jesus embaraçado. Seus adversários, tão espertos para flagrar o pecado alheio, não foram capazes de esconder de Jesus os próprios pecados. Afinal, não é a mulher a grande pecadora, e sim, os escribas e fariseus que a acusavam. Não só: estes, quanto mais velhos, mais se encontravam atolados no pecado. A idade não os levou a amadurecer na virtude. Pelo contrário, cresceram na maldade e na malícia. Consequentemente, faltava-lhes moral para acusar aquela pobre mulher.
A exortação final que o Mestre lhe dirigiu - "Não peques mais!" - aplica-se perfeitamente bem aos seus inimigos. Estes intencionavam pôr Jesus à prova. Mostraram-se impiedosos com uma mulher, de cuja fraqueza se prevaleceram. Quiseram parecer honestos, quando, na verdade, viviam no pecado, uma vez que se insurgiam contra o enviado do próprio Deus. Antes de mais ninguém, eles é que deveriam converter-se. A única coisa boa que fizeram foi colocar a pecadora em contato com o coração misericordioso de Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de compaixão, lava meu coração de toda malícia, tornando-o compassivo como o de Jesus.
Fonte: Dom Total em 13/03/2016 03/04/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Perdão... uma nova oportunidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A pior coisa para um torcedor durante um campeonato, é quando o time para o qual torcemos está precisando vencer, não para ser campeão, mas sim para fugir do rebaixamento. O torcedor em cada partida nem sonha mais com o título, mas só em não ser rebaixado.
Na nossa vida de Fé, muitas vezes, por causa do desânimo do pecado, nosso e dos outros, paramos de sonhar com o “Céu” e ficamos a vida inteira lutando para não sermos “rebaixados” para o inferno. Será que foi para isso que Deus nos fez? Claro que não! Pois, para quem tem Fé, o “melhor ainda está por vir” e podemos sonhar sim, porque Jesus Cristo, o Filho de Deus acredita em nós, e mais ainda, nos dá condições totais na sua Graça, de alcançarmos a plenitude do Ser, que o Pai criou, á sua imagem e semelhança.
Em nossa sociedade, sempre marcada por uma grande hipocrisia, há certas classes sociais que são condenadas previamente enquanto que outras “castas” podem cometer certos delitos, mesmo no campo moral ou ético, pois gozam de certa imunidade. Mas, os mais frágeis, ou os que com nada podem contar, como é o caso dessa “Mulher Adúltera”, ficam expostos ao ridículo e ao moralismo exacerbado de classes sociais elitizadas, e também, de maneira pecaminosa, por algumas categorias religiosas, que as rotulam de “irrecuperáveis”, por outro lado, o sistema parece investir muito mais na construção de novos presídios do que em um projeto sério de ressocialização da população carcerária, e quando se gasta na construção de presídios, é como se dissesse ao delinquente :: “Pode cometer crime a vontade, que vamos construir mais presídios”.
Os escribas e Fariseus, isso é, a classe dominante e pensante, já havia condenado a mulher pecadora, só queriam aproveitar a ocasião e colocar Jesus contra a parede, para também condená-lo, pois um Mestre verdadeiro, no campo da moral e dos bons costumes, concordaria com a Lei de Moisés, pecou, tinha que pagar, e pagar caro, no caso dos fragilizados, ignorados pela lei, e sem nenhum direito.
Eles não acreditavam que aquela mulher pudesse se regenerar, e nem queriam lhe dar uma nova chance, estavam desejosos de mandá-la para o “paredão” e expulsá-la do convívio dos “salvos” e moralmente perfeitos. Uma comunidade verdadeiramente cristã, nunca irá proceder desta forma. Contrariando esse modo preconceituoso de pensar, Jesus de Nazaré, que é o primogênito de toda a criatura, sendo o homem perfeito, e a perfeita imagem e semelhança de Deus, não condena, porque sabe que aquela mulher tem toda possibilidade de se regenerar.
Não condenar, não significa concordar com o pecado, fechar os olhos para a ação pecaminosa cometida pela pessoa, ao contrário, Jesus acredita e aposta todas as suas fichas no ser humano, que é capaz de sair da “armadilha” do pecado, e dar a volta por cima, resgatando a sua dignidade perdida, pois, a partir da Encarnação do Senhor, nenhum homem será mais condenado, a Salvação por ele oferecida dá essa possibilidade maravilhosa de recomeçar, de levantar-se da queda e seguir em frente, para alcançar o seu destino glorioso que é a Vida Plena na Casa do Pai.
Falta muito, em nossas relações com as pessoas, essa postura de Jesus, que não condena e que sabe perdoar, pois perdão significa uma nova oportunidade, uma nova chance, para a esposa infiel, para o marido que é um traste, para o Filho ou a Filha rebelde, perdido nas drogas, no mundo da marginalidade, para o empregado mau caráter, para o Patrão desonesto, para o corrupto, para a prostituta, há muitos que gritam e imploram por uma nova chance, entretanto, já estão marcados para ser “apedrejados” em praça pública, como aquela mulher. Em nossa sociedade só se investe e se acredita em quem produz em quem é economicamente ativo, em quem tem posses para adquirir bens de consumo, o resto é lixo, e para esse resto não há novas chances ou oportunidades de se reerguer.
Voltando a comparação com o time de Futebol, Jesus Cristo é como aquele técnico paciente, empenhado, e até ousado, que quando todos estão contra, e não acreditam em uma “virada” da equipe, ele trabalha nos treinamentos, procura conhecer as deficiências e o potencial de cada atleta e tem sempre palavras de incentivo “Olha, vamos recomeçar, vocês vão conseguir, eu acredito em vocês, estamos juntos nessa, vamos em frente, vocês tem condições de “virar esse jogo”.
“Mulher, onde estão os que te acusavam?” Ninguém te condenou, nem eu te condeno,. “Vai e não tornes a pecar”. Isso lembra o meu confessor, no retiro que fizemos recentemente, onde, antes da absolvição, disse-me sorrindo, Jesus está lhe dizendo neste momento “Coragem meu amigo, tente de novo, eu estarei contigo, você vai conseguir”. Esse é o nosso Deus, cheio de misericórdia, que ainda aposta todas as suas fichas no Ser humano, porque o ama apaixonadamente.
Não sei se o time de nossa cidade será campeão, certamente é esse o desejo da direção, do seu técnico e da sua torcida. De um modo muito mais intenso, no coração de Deus, manifestado em Jesus, há esse desejo, de que toda a humanidade se salve, para chegar à Vida Plena, Deus acredita em nosso potencial, foi ele que nos deu a sua Graça santificadora e restauradora, só depende de nós... pois diferente das “oportunidades humanas”, sempre tão “manipuladas” a favor de alguém, essa Graça Divina é para todos... Basta querer... ”Vá e não tornes a pecar, mostra a tua força, o teu valor, mostra a capacidade que tens, na minha graça, de virar o jogo da sua vida, e deixar que no seu coração, o Bem supremo triunfe!”
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Eu não te condeno
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Nos domingos da Quaresma deste ano entramos, como sempre, pelo deserto da tentação ou da provocação e depois subimos ao monte para rezar com Jesus e vê-lo transfigurado. Fomos em seguida chamados à conversão a partir dos acontecimentos da torre de Siloé, que desabou, e da matança dos galileus por ordem de Pilatos. Encontramos depois o pai bondoso com os dois filhos, o pródigo e o mal-humorado e, por fim, a mulher, conhecida como a adúltera, ou a miséria que se encontra com a misericórdia. A cena se dá bem cedo, no recinto do Templo. Colocam diante de Jesus uma mulher pega em adultério, com o intuito de “experimentar Jesus e ter motivo de acusá-lo”. Não estão atrás de misericórdia, de compreensão, justiça ou verdade. Querem armar uma cilada para apanhar Jesus. A mulher é mero instrumento ocasional.
Jesus conhece quem está em volta dele e se posiciona claramente tanto em relação aos escribas e fariseus quanto em relação à mulher. Quem dos escribas e fariseus, e de todos os que lá se encontravam, estava sem pecado e podia atirar a primeira pedra naquela mulher? Quantos adúlteros se encontravam ali? O próprio homem com quem a mulher tinha sido surpreendida, não estaria lá também com uma pedra na mão? Era o teatro da hipocrisia. Jesus escreve alguma coisa no chão e os mais velhos começam a se retirar. Não devem brincar com a misericórdia de Deus. A mísera criatura se encontra com a misericórdia.
Como sempre faz, Jesus lhe devolve a vida e a vontade de viver. “Vai adiante e não peques mais.” Jesus é a luz que ilumina o caminho para que ninguém tropece nas trevas. Dizem que os cristãos tiveram dificuldade com essa passagem do Evangelho por medo de ser ela um estímulo ao pecado. O pecado, introduzido pelo demônio, tira a vida, e Jesus quer que todos tenham vida em abundância. Ele compreende nossa fraqueza e nossa miséria e nos tira do fosso profundo para a claridade de sua luz. Não faz justiça com pedradas. Ao contrário, acolhe o pecador para que mude de vida e não peque mais. Não pecará mais por ter se sentido amado, e não pela ameaça do castigo.
Fonte: NPD Brasil em 07/04/2019

Liturgia comentada

Nem eu te condeno… (Jo 8,1-11)
Os mais antigos documentos do Evangelho de João omitem esta passagem. Entretanto, como observa a Bíblia de Jerusalém, não há dúvidas quanto à historicidade do acontecimento, nem quanto à canonicidade do texto. Fica, então, a pergunta curiosa: – Por que teriam omitido esta perícope do Evangelho durante um bom tempo?
Alguns comentaristas acenam para uma possibilidade: esta história de perdoar – tão facilmente! – uma pecadora pública parece um tanto escandalosa. Não é fácil de digerir. Os moralistas e os fariseus (exato aqueles que saíram com o rabo entre as pernas…) preferem a aplicação da lei, fria e cega. Ademais, um perdão tão rápido, sem penitências nem reparações – não estimula o mau procedimento dos outros? Como fica o aspecto exemplar das punições?
Não fica. Simplesmente, não fica. Em geral, nossa justiça humana permanece presa ao passado: errou, tem de pagar! E mesmo após cumprida a pena, perdura o estigma do lado de fora (na pele) e o remorso do lado de dentro (no coração). A justiça divina é diferente: olha para o futuro. Deus contempla o pecador e divisa o santo escondido sob as escaras do pecado.
Urs von Balthasar comenta que este Evangelho aponta para o futuro, onde a salvação de Deus cria a novidade para a qual nós nos apressamos. Nossa vida consistirá em nos dirigir para esta salvação divina. Ele diz:
“O Evangelho nos mostra pecadores que, sob o olhar de Jesus, acusam outro pecador. Mostra Jesus que, como se estivesse ausente, escreve sobre o solo. Apenas por duas vezes ele rompe o silêncio: a primeira vez, para reunir acusadores e acusada na comunidade do pecado; a segunda vez, para pronunciar seu perdão – pois ninguém pode mais condenar a outrem. Diante de seu sofrimento mudo para todos, toda acusação deveria também calar-se, pois ‘Deus encerrou todos os homens na mesma desobediência’  – não para os punir, como desejariam os acusadores – mas para ‘fazer misericórdia a todos’ (Rm 11,32).
Se ninguém pode condenar a mulher – conclui von Balthasar -, isto não se deve apenas à primeira palavra de Jesus, mas muito mais à segunda: ele sofreu por todos, a fim de adquirir para todos o perdão do céu, e por essa razão ninguém mais pode acusar o outro diante de Deus.”
Sim, eu sei que os moralistas continuam insatisfeitos. Assim sendo, queiram responder a esta pergunta: se era para julgar e condenar o pecador – como eu e você -, para que teria morrido na Cruz o Salvador do Mundo? Se não foi para lavar o pecador, atomizar o pecado, sumir com ele do mundo, não terá sido inútil a sua morte?
Fonte: NS Rainha em 13/03/2016

HOMILIA

nº 1526 – Homilia do 5º Domingo da Quaresma

“Novas Criaturas”

Amor é a lei

No caminho para a Páscoa, temos a cena da adúltera. É uma continuação das tantas rejeições que Jesus sofre por parte dos fariseus e dos mestres da lei (estes seriam os catequistas do povo, os professores da religião judaica). Querem colocar Jesus em um dilema: Se Ele disser que a mulher não deve ser condenada, está contra a lei. Se disser que deve ser condenada não é tão bom com diz. A adúltera deveria ser lapidada, isto é, morta a pedradas. Ela não escaparia, pois já estava condenada por eles. Disseram a Jesus que a lei condenava, e Ele, o que dizia? Jesus começa a escrever no chão. O que Jesus escrevia? Penso que estava mostrando que não entrava na questão. Eles insistem para saber sua opinião.
Diz: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe pedra”, E voltou a escrever no chão (Jo 8,7-8). Os acusadores saíram um a um, a começar dos mais velhos. “A começar dos mais velhos” não se trata em primeiro lugar de dizer que os mais velhos são os mais pecadores. Podemos entender que a atitude de Jesus é nova para quem quer um Deus que condena. Os contrários à novidade do Reino se retiram. Jesus é o mais novo que dá a sentença final: “Ninguém te condenou?” A mulher responde: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus: “Eu também não te condeno; podes ir e de agora em diante não peques mais” (id. 10-11). Jesus condena o pecado e não as pessoas. Sempre há uma nova oportunidade. A Páscoa da Ressurreição proclama o perdão misericordioso de Deus. Perdoa, mas não aceita a dureza de coração.

Leis do amor

O profeta Isaias ensina a não ficarmos presos ao passado. Deus fez maravilhas ao povo. Boas novas serão realizadas: “Eis que faço coisas novas. Rezamos no salmo: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria” (Sl 125). A Páscoa de Jesus, depois de todo o sofrimento, é um momento novo. Não é só uma celebração, mas acontece nos fatos da vida onde age Jesus. Assim foi o caso da pecadora. Nesse momento da Quaresma, o perdão dado à infiel, corresponde ao perdão dado ao povo infiel. Os que a condenavam se diziam justos perante a lei.
Jesus não negou a lei, mas trouxe um novo modo de interpretá-la. Temos uma comparação que ensina que as leis do amor são escritas em pedras, as leis do pecado são escritas na poeira que o vento apaga. O amor só será compreendido quando acolhermos Jesus e seus ensinamentos. A conversão pode parecer dura, mas rezamos no salmo: “Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria” (Id). Na pastoral o amor não é somente passar a mão na cabeça, mas dar a mão para que vivam. O amor sempre salva.

Pecado envelhecido

Viver a Quaresma e superar o pecado envelhecido é, como rezamos na oração da missa, “caminhar com alegria na mesma caridade que levou Jesus a entregar-Se à morte no seu amor pelo mundo”. A experiência mostra que um pecado cultivado por muito tempo tem raízes profundas que são difíceis de tirar e, quando tiradas, doem muito. Deixar o pecado envelhecido é uma batalha difícil. Precisa crer no amor de Deus e amar a si mesmo como filho de Deus ressuscitado. Por isso viver bem a Quaresma ouvindo a Palavra e fazendo o que ela nos sugere, temos a possibilidade de receber as palavras de Jesus: “Eu também não te condeno. Podes ir e de agora em diante não peques mais” (Jo 10,11). Rezamos no salmo: “Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto” (Sl 125).
Leituras Isaías 43,16-21; Salmo 125; Filipenses 3,8-14; João 8,1-11

Ficha nº 1526 – Homilia do 5º Domingo da Quaresma (13.03.16)

A cena da pecadora colocada na Quaresma ensina sobre a redenção que Cristo oferece a todos, sempre dando precedência ao amor, ao contrário dos fariseus que querem a condenação. Os velhos que saem por primeiro são os que recusam o amor.
Deus sempre faz coisas novas, mesmo que já tenha feito tantas. A grande novidade é a presença redentora de Cristo. Jesus privilegia a lei do amor. É necessária permanente conversão.
Para superar o pecado envelhecido somos convidados a caminhar na mesma caridade que levou Cristo a se entregar no seu amor pelo mundo. É preciso crer no amor de Deus e amar a si mesmo. Mudai nossa sorte, rezamos.

Botando para correr

Deus fez grandes maravilhas para salvar o povo. Não ficou nisso. É capaz também de fazer maravilhas e levantar os pequenos sofredores.
É o que vemos no caso da mulher adúltera que é jogada diante de Jesus pelos fariseus que querem pegá-lo numa enroscada.
Certamente que cumpriam a lei. Mas a justiça não pode ser feita com injustiça.
Como sabiam que Jesus era bondoso com as pessoas, queriam que Ele dissesse que não se devia condenar. Assim estaria desobedecendo a lei. Jesus não respondeu. Então insistem. A resposta esparramou todos os malvados acusadores: “Quem não tem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra”. Puseram a armadilha e caíram nela.
O evangelho diz claro: “Foram saindo, um a um, a começar pelos mais velhos”. Com todo carinho Jesus pergunta: “Mulher, ninguém te condenou”? Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então disse: “Eu também não te condeno. Podes ir e de agora em diante não peques mais”. Jesus não aceita o pecado, mas não mata o pecador. O perdão é sempre um grande remédio. Acusar os outros de pecado pode ser um reflexo do próprio interior. Por isso saíram um após o outro, a começar dos mais velhos. Pecado envelhecido tem raízes profundas.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 13/03/2016

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 07/04/2019

HOMILIA DIÁRIA

A glória de Deus é que o homem viva para sempre

Postado por: homilia
março 17th, 2013

Com a expressão: “Quem não tiver pecado atire a primeira pedra”, Jesus toca a consciência daqueles homens que se consideravam justos, sem pecados e, por isso, sem motivos de censura.
No Evangelho deste 5º Domingo da Quaresma, uma mulher que foi apanhada em adultério foi trazida à presença de Jesus pelos escribas e fariseus. Jesus estava pregando no Templo e havia muitas pessoas ao redor. E essa mulher foi posta no meio dessa multidão. Com certeza, ela passou muita vergonha. É provável que ela estivesse com os olhos fechados de tanta vergonha. E segundo a Palavra de Deus, ela só esperava as pedras “voando” em cima dela, como punição. Mas no fim, quando ela percebeu, não tinha mais ninguém ao seu redor.
Jesus pregou para essa mulher? Não, Ele não pregou para essa mulher. Houve alguém que a condenasse? Não. Então ele disse: “Eu também não te condeno. Vai e não peques mais”.
Se fosse meu caso – como sou padre – provavelmente eu aproveitaria essa oportunidade e passaria um “sermão” nessa mulher nos seguintes termos: “O que você estava pensando ao fazer uma coisa dessas? Você conhece os mandamentos da Bíblia. Você sabe que se você adulterar, seu castigo será o apedrejamento. Por que você fez isso? Falta juízo na sua cabeça! Não tem jeito, a Palavra diz isso”. Mas somos convidados a contemplar o silêncio de Jesus e a Sua misericórdia.
“Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? – Ninguém, senhor! – respondeu ela. E Jesus conclui – Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!”
Por outro lado, a mulher poderia ter dito: “Mas Jesus, segundo a Lei, eu adulterei então eu preciso morrer”. Não se preocupe, vá. Pode ser que a mulher não tenha compreendido o que aconteceu com ela. Mas, quando Jesus foi crucificado, é provável que ela estivesse lá naquela multidão ou olhando de longe a triste cena. E nesse momento, talvez ela tenha entendido: “Segundo as leis de Deus, eu é que tinha que ser morta pelo meu pecado”. Eu fui salva, mas, no meu lugar, aquele homem que me salvou está sendo crucificado”. E eu penso que, quando ela percebeu e entendeu o que tinha acontecido, ela chorou.
O Cristianismo tem muitos princípios bons, muitos mandamentos, mas ele não se restringe somente a isso. Ele é, sobretudo, misericórdia, perdão, piedade e amor de Deus entre os homens.
Somente conhecer os ensinamentos que estão escritos na Bíblia é ser um “fariseu”. É condenar e matar. Mas praticar o amor de Cristo nos torna testemunhas de Jesus Cristo.
Convido você a se desfazer das multidões… Nós gostamos de juntar pessoas para criticar, fofocar, censurar e condenar. Aprendamos com Jesus o “ir à procura” da ovelha perdida, do filho pródigo, da pecadora, da excluída e marginalizada dando-lhe uma oportunidade na vida. Pois a glória de Deus é que o homem viva. E viva para sempre.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 17/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

Sejamos tocados pela misericórdia de Jesus

Quando nosso coração é tocado pela misericórdia divina, reconhecemos nossos próprios pecados e cuidamos daquele que também errou

“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” (João 8, 7)

Ainda era madrugada quando os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério para que Jesus tomasse uma posição. Ele era o Mestre da misericórdia e veio cumprir a Lei. Segundo a Lei, quando uma mulher fosse surpreendida em adultério, deveria ser apedrejada, escorraçada e levada à morte por tamanho pecado e crime.
Quando levaram essa mulher ao encontro de Jesus, já estavam prontos para sentenciá-la. Cristo, o Mestre da vida, esperou acalmar a euforia, acalmar aqueles corações que estavam efervescentes e tomando decisões de forma precipitada. Ele se abaixou e começou a escrever no chão, talvez ali pudesse escrever tantas coisas, pudesse se lembrar dos pecados que cada um tinha em si. Ao levantar-se, disse que aquele que não tivesse pecado poderia atirar a pedra naquela mulher.
Nós costumamos considerar o pecado do outro sempre o maior, considerar o outro como pecador, e quando assim o fazemos, somos capazes apenas de enxergar o pecado e o erro do outro, mas não enxergamos nosso próprio pecado e miséria. Quando temos um coração muito envolto pela justiça e quando esta não se condensa pela misericórdia, não somos justos, mas justiceiros; queremos a toda prova julgar, condenar e reprovar aquele que erra.
Jesus é a misericórdia de Deus encarnada, Ele não quer jogar na cara de ninguém o pecado desse ou daquele outro, mas quer que cada um se reconheça e olhe a sua própria miséria e pecado; assim a misericórdia irá nos envolver! Primeiro, a misericórdia de Deus, que nos ajuda a reconhecer quem somos; depois, como exercê-la para com o outro.
Quando nosso coração é tocado pela misericórdia divina, reconhecemos nossos próprios pecados e pedimos: “Senhor, misericórdia!”. Com essa mesma misericórdia, tratamos aquele que pecou, errou e falhou.
Deus abençoe você!



HOMILIA DIÁRIA

Sejamos promotores da misericórdia

“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” (João 8,7)

A Liturgia deste domingo nos apresenta os homens pecadores que levaram uma mulher pecadora à presença de Jesus. Ressalto, em primeiro lugar, a hipocrisia desses homens: eles a pegaram em flagrante adultério.
Ninguém adultera sozinho! A mulher não adulterou sozinha. Se ela foi pega em adultério, onde está o homem que foi também surpreendido com ela?
Há aquela coisa de acusarmos quem queremos; sobretudo, há algo maior, pois muitos fizeram o que essa mulher fez na sua fraqueza, mas quem acusa é porque não se conhece, não quer se conhecer nem quer esconder o que de fato é. Por isso, esses homens não estão ali para fazer justiça, porque a primeira justiça fazemos com nós mesmos. Estão ali para acusá-la e condená-la.
Jesus, ao ver, inclusive, por que os homens invocaram a Lei de Moisés, a atitude d’Ele é surpreendente. Ele não diz sim e nem não, Ele não rejeita, mas também não acolhe o que os homens trazem; em um gesto Ele desce, inclina-se e começa a escrever no chão com o dedo.
Alguns padres da Igreja disseram que Jesus escreveu os pecados da humanidade naquele chão, mas, a verdade é que o chão é de onde nós viemos. O chão é onde está o pó da terra e todos nós viemos do pó, todos nós precisamos nos inclinar para o chão, para a terra para reconhecer, de fato, o pecador que somos, a miséria humana que somos.

Somos chamados por Jesus a sermos como Ele: promotores da misericórdia

Depois que Jesus desceu ao chão, Ele se ergueu e disse a sentença: “É simples, quem de vocês não tiver pecado, pode atirar pedras sobre essa mulher”. No fundo, como está a consciência de cada um? Quem já examinou a sua consciência hoje? Quem já parou na verdade e sinceridade da sua própria vida para dizer quem é melhor ou pior do que essa mulher?
Jesus não está absolvendo essa mulher no primeiro momento, quanto menos condenando, Ele está colocando cada um, inclusive ela, para que reveja a sua própria vida. É o que precisamos fazer, precisamos nos rever acima de tudo.
Quando fizermos um exame de consciência de verdade e formos sinceros em nos conhecer como de fato nós somos, nuca mais julgaremos nem condenaremos ninguém neste mundo.
Ouvindo o que Jesus falou, os homens foram saindo um por um. Quem estava sem pecado naquele lugar? Jesus se levantou e disse: “Ninguém te condenou, eu também não te condeno, mulher. Apenas não peques mais para você mesmo não se julgar e condenar, para que os homens não te julgam nem te condenem, para que a sua vida não volte mais a ser deplorável”.
Jesus resgatou, levantou e amou profundamente aquela mulher, e perdoou todos os seus pecados. Foi a misericórdia que a salvou e a libertou. Foi a misericórdia que conduziu a vida daquela mulher.
Somos chamados por Jesus a sermos como Ele: promotores da misericórdia e não de julgamentos de um para com os outros.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/04/2019

HOMILIA DIÁRIA

Sejamos tocados pela misericórdia de Jesus

“Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a Jesus: ‘Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?’ Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: ‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.’.” (João 8,1-7)



Palavra forte deste domingo! Apresentamos o nosso coração diante do Senhor para que Ele também nos converta. Geograficamente, Jesus está inicialmente no monte das Oliveiras, um lugar predileto de Jesus, um lugar onde Ele escolhia para rezar. E a oração de Jesus não era para entrar num estado “zen”, Jesus não fazia oração para isso, mas sim para entrar no estado “nem”. Nem pense em agir diferente, porque a vida de Jesus foi sempre sacrifício, foi sempre luta e provações.
Então, nós já aprendemos que a oração não é para nos tirar das nossas realidades, das nossas provações, não é para nos aliviar ou anestesiar o nosso coração das provações. Não entremos em estado zen; a oração nos coloca justamente no combate e na luta.
E o que Jesus foi combater imediatamente após a Sua experiência de oração? Apresentaram a Ele uma mulher pega em adultério, e essa mulher representa todos nós, essa mulher representa o nosso pecado, representa-nos naquelas vezes em que não amamos o Senhor, naquelas vezes em que nós O traímos, naquelas vezes em que nós deixamos a nossa fidelidade de lado.
A Lei era muito clara: apedrejar ou estrangular aquela mulher, pois era uma das duas possibilidades. Fico pensando se Deus nos tratasse como exigem as nossas faltas, coitados de nós! (cf. Salmo 78) Certamente, aqueles homens se esqueceram de meditar esse Salmo, certamente eles pularam essa página, porque se olhassem para dentro deles mesmos, veriam também as barbáries e os pecados escondidos ali dentro.

Quando rezamos de verdade, o nosso coração se assemelha ao coração do  Pai

A justiça que vem da oração é totalmente diferente da justiça dos fariseus. Por que Jesus agora age com misericórdia? Porque Jesus tinha rezado verdadeiramente. Quando nós rezamos de verdade, o nosso coração se assemelha ao coração do Pai.
Eles queriam a morte, Jesus queria a conversão daquela mulher, só isso. É o que Jesus quer de cada um de nós! Jesus não quer a morte de ninguém, Ele não quer a condenação de ninguém, mas quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.
A lapidação era uma forma de assassinato coletivo naquela época, porque todos ali próximos deviam estar concordes naquele ato, e se um só se manifestasse contra, aquela pessoa tinha que ser lapidada junto com o condenado. Então, era uma realidade um pouco assim: “o bode expiatório”, aquela pessoa fazia a função de bode expiatório para que os outros ficassem com a consciência “limpa”, porque, na verdade, estavam escondendo os próprios pecados.
Jesus está encurralado, Ele estava, realmente, numa situação muito difícil, porque se Ele dissesse “sim”, podem apedrejá-Lo, e Ele perderia toda a sua credibilidade; se Ele dissesse “não”, estaria contra a Lei; se dissesse “sim”, estaria contra o império, porque, naquela época, só o governador poderia assinar a sentença de morte de alguém. Jesus não podia dar aquele aval; se dissesse “não”, estaria contra o povo que queria se rebelar contra o império. Ou seja, Jesus estava encurralado.
Por isso Jesus vai para o chão e escreve no chão. Não sabemos o que Ele estava escrevendo, mas Ele deu aquela pausa para mostrar que agora o dedo de Deus estava tentando escrever naqueles corações uma palavra de amor, uma palavra da verdade. Porque o que Deus escreveu no nosso coração não foi a lei da condenação, mas foi a lei do amor e da misericórdia. Era isso que Jesus queria escrever no coração daquelas pessoas e quer escrever no meu e no seu coração.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Donizete Heleno Ferreira
Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.

Oração Final
Pai Santo, que o nosso julgamento seja sempre voltado para o nosso limite pessoal e a nossa condenação, seja contra os nossos pecados. Enche-nos de Esperança na Vida Nova em teu Reino de Amor, que foi vivido e anunciado pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos receptivos à lição que aprendemos no Evangelho de Hoje. Que jamais nos coloquemos na posição de juízes de nossos semelhantes, mas estejamos prontos para acolher os irmãos com cuidado e carinho, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2016

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos grandeza d’alma para o exercício do perdão. A misericórdia entre irmãos é o atalho para chegarmos ao teu Reino de Amor. Abranda os nossos corações, torna-nos humildes e compassivos, parecidos com Jesus de Nazaré, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/04/2019