sábado, 15 de fevereiro de 2025

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 15/02/2025

ANO C


Mc 8,1-10

Comentário do Evangelho

A Segunda Multiplicação dos Pães: O Banquete da Eucaristia


Ainda em território pagão, Jesus realiza o segundo milagre de “multiplicação” dos pães. A sequência de ações segue o mesmo modelo da primeira multiplicação: o Mestre sente compaixão, dialoga com seus discípulos, distribui os pães (que representam o alimento universal) e os peixes (símbolos do cristianismo primitivo). Após a distribuição, os pedaços que sobram são recolhidos, e, por fim, destaca-se o grande número de pessoas presentes.
Essa narrativa, que parece sugerir um público grego, é marcada pela menção de “alguns de longe” e pela simbologia do número sete, remetendo aos sete diáconos da Igreja helenística mencionados em Atos 6, responsáveis pela distribuição das provisões. Jesus organiza a multidão e segue uma série de ações que apontam diretamente para a Eucaristia: Ele toma os pães, dá graças, os parte e distribui aos discípulos.
Mais do que uma simples “multiplicação”, como muitas vezes é referida, essa passagem revela que é na Eucaristia que a comunidade é verdadeiramente saciada. Nela, encontramos abundância, e há lugar para todos. Depois de alimentados, podemos continuar nossa missão. Que, a cada dia, experimentemos a graça e a abundância do banquete do Senhor, que nos dá vida e nos torna um só corpo e um só espírito!
https://catequisar.com.br/liturgia/a-segunda-multiplicacao-dos-paes-o-banquete-da-eucaristia/

Reflexão

O relato da multiplicação dos pães é um exemplo simbólico de como Cristo supre todas as nossas necessidades. A vinda de Jesus ao mundo devolve a condição da graça ao ser humano, que é novamente alimentado por Deus, como era no paraíso. Curioso que o Evangelho de Marcos apresenta duas narrações da distribuição dos pães e peixes (Mc 6,35-44 e Mc 8,1-10). Não sabemos exatamente se se trata do mesmo episódio ou se o evento milagroso se repetiu. Provavelmente se repetiu, mais do que duas vezes, visto que Jesus era constantemente seguido pela multidão por uma região deserta, onde é difícil encontrar alimento. Isso sem mencionar que a maioria dos que o seguiam eram pobres. Entre um evento e outro narrado por Marcos, vemos pequenas diferenças, certamente carregadas de simbolismo compreendido pelos leitores da época. Por exemplo, o número de pães varia (cinco na primeira distribuição e sete agora), assim como o número de pessoas (4 ou 5 mil?) e, o mais curioso, a quantidade de cestos de sobra (doze cestos antes, sete cestos agora). Será apenas uma questão de matemática?
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/15-sabado-10/

Reflexão

«Não têm o que comer»

Rev. D. Carles ELÍAS i Cao
(Barcelona, Espanha)

Hoje, tempo de inclemência e ansiedade, também Jesus nos chama para dizer-nos o que sente «Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não têm nada para comer» (Mc 8,2). Hoje, com a paz em crise, pode abundar o medo, a apatia, o recurso à banalidade e à evasão: «Não têm o que comer».
A quem chama o Senhor? Diz o texto: «Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinham o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse:» (Mc 8,1), quer dizer, me chama a mim, para não os despedir em jejum, para dar-lhes algo. Jesus se compadeceu —esta vez em terra de pagãos porque também têm fome.
Ah!, e nós —refugiados em nosso pequeno mundo— dizemos que nada podemos fazer. «Os discípulos disseram: «Onde alguém poderia saciar essa gente de pão, aqui no deserto?» Como poderá alguém saciar de pão estes aqui no deserto?» (Mc 8,4). De onde tiraremos uma palavra de esperança certa e firme, sabendo que o Senhor estará conosco cada dia até o fim dos tempos? Como dizer aos crentes e aos incrédulos que a violência e a morte não são soluções?
Hoje, o Senhor nos pergunta, simplesmente, quantos pães temos. Os que sejam eles necessitam. O texto diz «sete», símbolo para pagãos, como doze era símbolo para o povo judeu. O Senhor quer chegar a todos —por isso a Igreja quer ser reconhecida a si mesma desde sua catolicidade— e pede tua ajuda. Dá tua oração: é um pão! Da tua Eucaristia vivida: é outro pão! Dá tua decisão pela reconciliação com os teus, com os que te ofenderam: é outro pão! Dá tua reconciliação sacramental com a Igreja: é outro pão! Dá teu pequeno sacrifício, teu jejum, tua solidariedade: é outro pão! Dá teu amor a sua Palavra, que te dá consolo e forças: é outro pão! Dá, finalmente, o que Ele te peça, mesmo que creias que só é um pouco de pão.
Como nos diz são Gregório de Nisa, «aquele que compartilha seu pão com os pobres se constitui em parte daquele que, por nós, quis ser pobre. “Pobre foi o Senhor, não temas a pobreza».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «"Partir o pão" para o Senhor significa a manifestação do mistério da Eucaristia. A sua ação de graças significa a alegria que a salvação do género humano lhe dá. A entrega do pão aos seus discípulos para que o repartam significa que transmitiu aos Apóstolos a tarefa de distribuírem o sustento da vida, á Sua Igreja» (São Beda, o Venerável)

- «Este milagre não pretende satisfazer a fome apenas de um dia, mas é um sinal do que Cristo está disposto a fazer para a salvação de toda a humanidade, oferecendo a Sua carne e Seu sangue» (Francisco)

- «Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como chefe de família (...). É por este gesto que os discípulos O reconhecerão depois da sua ressurreição e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão as suas assembleias eucarísticas (...)» (Catecismo da Igreja Católica nº 1.329)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-02-15

Reflexão

Multiplicação dos pães. Prioridade do espiritual

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje consideramos a primeira multiplicação dos "pães". É um dos grandes relatos relacionados com o "pão" na vida de Jesus. Por que se faz nesse momento o que antes —também no deserto— foi rejeitado como tentação?
As pessoas haviam chegado para escutar a Palavra de Deus e haviam deixado tudo de lado. E assim, como pessoas que abriram seu coração a Deus e aos outros em reciprocidade, podem receber o pão de modo adequado. Este milagre dos pães supõe três elementos: 1) A busca de Deus, de sua palavra, com uma reta orientação de toda a vida; 2) O pão se pede a Deus; 3) um elemento fundamental é a mútua disposição a compartilhar (escutar a Deus se converte em viver com Deus, e leva da fé ao amor, ao descobrimento do outro).
—Jesus não é indiferente à fome dos homens, às suas necessidades materiais, mas as situa no contexto adequado e lhes concede a devida prioridade.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-02-15

Comentário sobre o Evangelho

A multiplicação dos pães e peixes: «Comeram e ficaram saciados»


Hoje, Jesus abre o seu coração: «Sinto compaixão desta gente, porque já há três dias que estão comigo…». Três dias com o Mestre! Primeiro deu-lhes o “alimento” da alma: ensinamentos religiosos. Depois, Jesus, correspondendo à fidelidade dos seus seguidores, não permite que se vão embora com fome: houve alimento para todos (mais de 20.000 pessoas).
- Alguns, talvez já se tivessem ido embora. Há sempre almas com pressa! Imaginas o que perderam?
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-02-15

Meditação

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

Pelo pecado, caímos no engano de romper com Deus, fabricamos nosso próprio caminho de infidelidade-infelicidade. Porém, a única maldição de Deus foi para a “serpente”! Mesmo desprezado por nós, não nos abandona; no entanto, imprime inimizade entre o pecado e nós: só Ele, jamais o pecado, nos fará felizes. Jesus viveu inteiramente essa inimizade com o pecado. Os discípulos não encontram alguém que, no deserto, pudesse saciar a multidão faminta, embora tivessem “sete” pães, símbolo de totalidade. Com os “sete” que, mais que deles, eram de Deus, Jesus saciou a multidão e ainda sobrou tudo, “sete cestos”. Os pães eram de Deus porque Jesus os pegou e a Deus deu graças! Na compaixão, o coração de Jesus, e o nosso, jamais se fecham aos irmãos.
Oração
VELAI, SENHOR, nós vos pedimos, com incansável amor sobre vossa família; e porque só em vós coloca a sua esperança, defendei-a sempre com vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=15%2F02%2F2025&leitura=meditacao

COLETÂNEA DE HOMILIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 15/02/2025

ANO C


Mc 8,1-10

Comentário do Evangelho

O banquete do Reino é para todos

Estamos ainda em território pagão (cf. Mc 7,31), pois não há nenhuma indicação do contrário. Trata-se do relato da segunda multiplicação dos pães (cf. Mc 6,30-44). Os elementos presentes na narração apontam para uma dupla perspectiva: o povo que o Cristo reúne é constituído de judeus e pagãos e a admissão dos pagãos à mesa eucarística. A razão pela qual a multidão não tinha o que comer (v. 1) é porque estavam com Jesus há três dias. A situação da multidão causa em Jesus “compaixão” (cf. tb. Mc 6,34). É esse sentimento que leva Jesus a entregar-se por todos, judeus e pagãos. No povo que o Senhor reúne alguns “vêm de longe”, uma forma de indicar os pagãos. O nosso texto tem uma forte conotação eucarística. A indicação de que todos ficaram saciados e a menção da sobra são modos de transmitir não somente a abundância do alimento dado, mas também que o verdadeiro alimento do povo de Deus a caminho ultrapassa os limites da materialidade; trata-se de um alimento espiritual simbolizado no pão e no peixe, dois modos primitivos de referir-se ao Cristo e à Eucaristia.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração sensível às carências do meu próximo, fazendo-me solidário com ele, a ponto de me desapegar do que tenho, para ajudá-lo em suas necessidades.
Fonte: Paulinas em 15/02/2014

Comentário do Evangelho

A compaixão de Jesus pela multidão

Jesus continua em território pagão. Como no primeiro relato da multiplicação dos pães, a compaixão é o sentimento que move o coração de Jesus. Como causa da encarnação e da paixão, morte e ressurreição de Jesus está o amor de Deus pela humanidade; amor que o Senhor viveu e transmitiu até o fim. Mais do que dois “acontecimentos”, trata-se de apresentar a universalidade da salvação: o povo que Jesus Cristo reúne é constituído de judeus e pagãos; os pagãos também são admitidos à mesa da eucaristia. Estando já três dias com Jesus, a comida acabou. Essa notícia é que permite entrar na mensagem que o autor quis transmitir com o seu texto. A compaixão de Jesus pela multidão é a causa de sua entrega em favor de toda a humanidade. A conotação eucarística do texto é evidente. A notícia de que todos ficaram satisfeitos e a menção da sobra são maneiras de dizer da abundância do alimento dado e, além disso, de que esse alimento ultrapassa a materialidade, pois é um alimento espiritual simbolizado no pão e no peixe que, no início do cristianismo, se referiam a Cristo e à eucaristia.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor, eu vos louvo e agradeço pelo grande dom do Evangelho. Que ele seja conhecido, aceito e amado por todos.
Fonte: Paulinas em 14/02/2015

Vivendo a Palavra

Jesus anunciava a chegada do Reino do Pai não para anjos, mas para homens e mulheres que precisavam ser alimentados. Também nós, que somos a sua Igreja, devemos nos lembrar disso: a proclamação da Boa Notícia deve ser feita por testemunhas generosas, compassivas e atentas às carências dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2014

VIVENDO A PALAVRA

A partilha é o caminho para o Reino do Pai. Enquanto o Mestre se compadece e pensa no povo faminto, os discípulos param diante da dificuldade do momento. Faltava-lhes – e às vezes falta também a nós… – confiança no Poder do Amor e generosidade para colocar em comum os poucos pães que possuíam. Faltava-lhes – e às vezes falta também a nós… – a ousadia da fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2019

VIVENDO A PALAVRA

A partilha é o caminho e já a própria chegada ao Reino do Pai. Enquanto o Mestre se compadece e pensa no povo faminto, os discípulos param diante da dificuldade do momento. Faltava-lhes – e não raras vezes falta também para nós… – confiança no Poder do Amor e generosidade para colocar em comum os poucos pães que possuíam. Faltava-lhes – e, repetimos, não raras vezes falta também a nós… – a ousadia da fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/02/2021

Reflexão

Jesus age por compaixão em relação aos sofrimentos e dificuldades do povo de sua época. Ele ama com amor eterno e o seu amor se transforma em solidariedade, em gesto concreto. Jesus não para diante das dificuldades que são apresentadas, porque sabe que o amor supera todas as dificuldades. Jesus leva as outras pessoas a sentirem compaixão com ele e assim colaborarem na superação dos problemas. Os discípulos colaboram na medida em que organizam o povo e distribuem os pães. Outros contribuem também doando os sete pães, que poderiam garantir o próprio sustento. Assim, a compaixão cria uma rede de solidariedade que supera a fome no deserto.
Fonte: CNBB em 15/02/2014, 14/02/2015 e 11/02/2017

Reflexão

Este episódio descreve a partilha do pão para os pagãos; já tinha acontecido antes uma partilha para os judeus (cf. Mc 6,34-46). Mostra que Jesus, o Messias, estende sua obra salvadora não só a Israel, mas também aos demais povos, suprimindo toda discriminação. Da multidão faminta, Jesus sente compaixão, sentimento que logo se traduz em ação. Mas como, em lugar deserto, alimentar tanta gente? Jesus tem a saída para o problema: trata-se de partilhar o que cada um tem. Sete é número simbólico e indica totalidade (sete pães, sete cestos). Portanto, todos partilham tudo. Na nova sociedade inaugurada por Jesus, os dons são abundantes e, se forem repartidos, todos ficam satisfeitos. O gesto de abençoar indica que Deus é o criador de todas as coisas, e por tudo devemos dar graças a Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 16/02/2019

Reflexão

Este episódio descreve a partilha do pão para os pagãos, e já havia acontecido antes uma partilha para os judeus (cf. Mc 6,34-46). Isso mostra que Jesus, o Messias, estende sua obra salvadora não só a Israel, mas também aos demais povos, suprimindo toda discriminação. Da multidão faminta Jesus sente compaixão, sentimento que logo se traduz em ação. Mas como, em lugar deserto, alimentar tanta gente? Jesus tem a saída para o problema: trata-se de partilhar o que cada um tem. Sete é número simbólico e indica totalidade (sete pães, sete cestos). Portanto, todos partilham tudo. Na nova sociedade inaugurada por Jesus, os dons são abundantes e, se forem repartidos, todos ficam satisfeitos. O gesto de abençoar indica que Deus é o criador de todas as coisas, e por tudo devemos dar graças a Deus.
ORAÇÃO
Ó Jesus, incansável missionário do Reino, diante da multidão faminta, tua compaixão desencadeia uma solução imediata: abençoas e repartes os pães e os peixes que eles têm. E a maravilha acontece: todos ficam saciados e as sobras são recolhidas. Ensina-nos, Senhor, a repartir nossos dons. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 13/02/2021

Reflexão

Este episódio descreve a partilha do pão para os pagãos; já tinha acontecido antes uma partilha para os judeus (cf. Mc 6,34-46). Mostra que Jesus, o Messias, estende sua obra salvadora não só a Israel, mas também aos demais povos, suprimindo toda discriminação. Da multidão faminta, Jesus sente compaixão, sentimento que logo se traduz em ação. Mas como, em lugar deserto, alimentar tanta gente? Jesus tem a saída para o problema: trata-se de partilhar o que cada um tem. Sete é número simbólico e indica totalidade (sete pães, sete cestos). Portanto, todos partilham tudo. Na nova sociedade inaugurada por Jesus, os dons são abundantes e, se forem repartidos, todos ficam satisfeitos. O gesto de abençoar indica que Deus é o criador de todas as coisas, e por tudo devemos dar graças a Deus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Fonte: Paulus em 11/02/2023

Reflexão

«Não têm o que comer»

Rev. D. Carles ELÍAS i Cao
(Barcelona, Espanha)

Hoje, tempo de inclemência e ansiedade, também Jesus nos chama para dizer-nos o que sente «Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não têm nada para comer» (Mc 8,2). Hoje, com a paz em crise, pode abundar o medo, a apatia, o recurso à banalidade e à evasão: «Não têm o que comer».
A quem chama o Senhor? Diz o texto: «Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinham o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse:» (Mc 8,1), quer dizer, me chama a mim, para não os despedir em jejum, para dar-lhes algo. Jesus se compadeceu —esta vez em terra de pagãos porque também têm fome.
Ah!, e nós —refugiados em nosso pequeno mundo— dizemos que nada podemos fazer. «Os discípulos disseram: «Onde alguém poderia saciar essa gente de pão, aqui no deserto?» Como poderá alguém saciar de pão estes aqui no deserto?» (Mc 8,4). De onde tiraremos uma palavra de esperança certa e firme, sabendo que o Senhor estará conosco cada dia até o fim dos tempos? Como dizer aos crentes e aos incrédulos que a violência e a morte não são soluções?
Hoje, o Senhor nos pergunta, simplesmente, quantos pães temos. Os que sejam eles necessitam. O texto diz «sete», símbolo para pagãos, como doze era símbolo para o povo judeu. O Senhor quer chegar a todos —por isso a Igreja quer ser reconhecida a si mesma desde sua catolicidade— e pede tua ajuda. Dá tua oração: é um pão! Da tua Eucaristia vivida: é outro pão! Dá tua decisão pela reconciliação com os teus, com os que te ofenderam: é outro pão! Dá tua reconciliação sacramental com a Igreja: é outro pão! Dá teu pequeno sacrifício, teu jejum, tua solidariedade: é outro pão! Dá teu amor a sua Palavra, que te dá consolo e forças: é outro pão! Dá, finalmente, o que Ele te peça, mesmo que creias que só é um pouco de pão.
Como nos diz são Gregório de Nisa, «aquele que compartilha seu pão com os pobres se constitui em parte daquele que, por nós, quis ser pobre. “Pobre foi o Senhor, não temas a pobreza».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «"Partir o pão" para o Senhor significa a manifestação do mistério da Eucaristia. A sua ação de graças significa a alegria que a salvação do género humano lhe dá. A entrega do pão aos seus discípulos para que o repartam significa que transmitiu aos Apóstolos a tarefa de distribuírem o sustento da vida, á Sua Igreja» (São Beda, o Venerável)

- «Este milagre não pretende satisfazer a fome apenas de um dia, mas é um sinal do que Cristo está disposto a fazer para a salvação de toda a humanidade, oferecendo a Sua carne e Seu sangue» (Francisco)

- «Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como chefe de família (...). É por este gesto que os discípulos O reconhecerão depois da sua ressurreição e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão as suas assembleias eucarísticas (...)» (Catecismo da Igreja Católica nº 1.329)
Fonte: Evangeli - Evangelho - Feria em 11/02/2023

Recadinho

falta de pão. Mas não há também muito desperdício? - Sabemos poupar, economizar? - Sei multiplicar o pão da bondade e da fraternidade? - Procuro crescer em meu amor à Eucaristia? - Temos consciência de que há muita gente passando fome?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 15/02/2014

Comentário do Evangelho

SACIANDO AS MULTIDÕES

A sensibilidade de Jesus em relação a seus ouvintes e seguidores era notável. Ele estava continuamente preocupado com eles e cuidava para não serem penalizados pelo cansaço ou pela fome. Seu coração de pastor falava mais alto nas situações delicadas. A multiplicação dos pães foi uma clara expressão da misericórdia de Jesus. E exemplo da misericórdia que deve haver no coração de quem se faz seu discípulo. Jesus podia ter considerado encerrada sua missão ao ter beneficiado as multidões com inúmeros milagres e expressões de bondade. Que cada qual voltasse para sua casa e retomasse suas atividades!
Porém, as circunstâncias não permitiam. Era arriscado muitos morrerem pelas estradas antes de chegarem a seus destinos. O pastor não podia submeter seu rebanho a tal provação. A misericórdia de Jesus exigia dele encontrar uma saída. A solução consistiu em sugerir um gesto de partilha. Alguém colocou à disposição de todos seus sete pães e alguns peixinhos. Este gesto de desprendimento e espírito comunitário foi o ponto de partida para Jesus poder alimentar a todos, até ficarem saciados.
A misericórdia de Jesus deu frutos imediatos. Assim se explica o despojamento e a solidariedade com que o desconhecido partilhou seus parcos alimentos e levou a multidão a ser salva de morrer pela fome. A superação do egoísmo já foi um verdadeiro milagre.
Oração
Senhor Jesus, cria em mim um espírito de desprendimento de modo a poder refazer o milagre da partilha com os mais necessitados.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 15/02/2014

Meditando o Evangelho

A COMPAIXÃO OPERANTE

A contemplação da multidão, há três dias escutando os seus ensinamentos e sendo agraciada com milagres, tocou o coração de Jesus. Aquele povo corria o risco de desfalecer, se voltasse para casa faminto. O que fazer?
A compaixão de Jesus foi operante, ou seja, uma compaixão que não se detém na simples constatação das misérias do povo. Antes, pergunta-se pelo que é possível ser feito para minorar a situação de carência.
A atitude tomada por Jesus tem duas vertentes. Na primeira, ele é quem age e indica as providências a serem tomadas. Na segunda, ele engaja, na sua ação, os discípulos e a multidão. Portanto, uma ação conjunta, que exige a participação de todos.
Tratando-se de providenciar comida, Jesus promoveu uma grande partilha dos parcos recursos disponíveis: sete pães e alguns peixinhos. Ordenou ao povo sentar-se no chão, e começou a distribuir os pães e os peixes aos discípulos, e estes, à multidão. Ele supervisionou tudo, de forma que todos ficaram saciados, chegando até a sobrar sete cestos de pedaços.
A partilha dependeu também dos discípulos e da multidão. Era preciso que compreendessem a lição da partilha, ensinada pelo Mestre, e a pusessem em prática, imediatamente. Sem este engajamento efetivo, o milagre não teria sido realizado.
Fonte: Dom Total em 14/02/2015 11/02/2023

Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Espírito de comiseração, não permitas que eu veja o sofrimento de meus irmãos mais pobres, sem manifestar-lhes, com gestos concretos, minha solidariedade.
Fonte: Dom Total em 14/02/2015

Meditando o evangelho

SOLIDARIEDADE: A ÚNICA SOLUÇÃO

O contexto da multiplicação dos pães é repleto de dificuldades, sem solução aparente. O número de pessoas é imenso: aproximadamente, quatro mil, o lugar em que se encontravam era deserto. Ao longo de três dias, todo aquele povo estivera à escuta do Mestre. Era hora de voltar para casa. Contudo, poderiam desfalecer pelo caminho, pois a fome se abatia sobre todos. Pôr-se a caminho, nestas condições, seria arriscado, pois poderiam morrer, uma vez que tinham vindo de lugares distantes. Que fazer? Seria impossível providenciar comida para tanta gente, num lugar tão ermo.
Então, estavam todos fadados à morte? Não! A solução encontrada por Jesus passava pelo caminho da solidariedade. Naquelas circunstâncias críticas, ainda foi possível achar alguém que trazia consigo sete pães e alguns peixinhos. Confrontado como o número de gente a ser saciada e a grande fome do povo, isto seria o mesmo que nada.
Uma vez que o dono daquela pequena porção de alimento predispôs-se a colocá-la a serviço de todos, Jesus pode realizar o milagre. E o fez, desafiando cada pessoa a solidarizar-se com o seu próximo faminto. Quem recebia um bocado, deveria ter a mesma solidariedade manifestada por quem, no início, oferecera seus sete pães e os peixinhos.
O fato de terem todos comido à saciedade e ainda ter sobrado sete cestos foi uma prova inequívoca de que o ensinamento do Mestre havia lançado raízes no coração daquela gente.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me um coração sensível às carências do meu próximo, fazendo-me solidário com ele, a ponto de me desapegar do que tenho, para ajudá-lo em suas necessidades.
Fonte: Dom Total em 11/02/2017, 16/02/2019 13/02/2021

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O povo está com fome...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O povo de Deus que todos os finais de semana se faz presente em nossas comunidades está com muita fome, pois o mundo só oferece alimentos que são, como se diz por aí, "Para enganar o estômago". As igrejas cristãs têm diante de Deus essa grande responsabilidade de alimentarem esse povo sobre o qual Jesus lança um olhar de compaixão. E aqui convém se fazer uma pergunta provocadora: Será que nossos irmãos e irmãs saem saciados das nossas celebrações? A Palavra de Deus, proclamada pelos nossos leitores e depois pelo celebrante que a reflete, enche os olhos e o coração do povo, ou quando voltam para suas casas já vão "desmaiando" pelo caminho?
Nota-se hoje uma necessidade cada vez mais fremente dos nossos pregadores da Palavra das comunidades, terem um bom preparo espiritual e teológico, não para fazer belos discursos, mas para satisfazer o nosso povo que anda faminto de esperança, paz, justiça e amor de Deus.
Para isso é importante percebermos também que, quando o pouco que temos, no caso 7 pães e alguns peixinhos, são colocados à disposição da comunidade, o milagre acontece. Pão e peixe eram alimentos comuns na vida do povo, Jesus faz um "Banquete" com coisas simples, a Igreja não precisa de Doutores para a pregação, mas de pessoas que, mesmo tendo pouco a dar, sempre dão o melhor de si. Claro que a responsabilidade em alimentar a assembleia não é só daquele que preside, mas de toda a liturgia, leitores, cantores, proclamadores da palavra, instrumentistas, acolhida e etc.
Os indicadores de que o povo de Deus está sendo bem alimentado não está na quantidade, mas na qualidade da vida de Fé, dos irmãos e irmãs da nossa comunidade. Deus quer vida e liberdade para todo o homem e isso é manifestado na Igreja, que está a servido de toda a humanidade.
O povo está com fome, não de liturgias excessivamente pomposas, frases de efeito, êxtases e emoções incontidas, tudo isso serve apenas para "enganar a fome", o povo quer a Palavra de Deus em sua essência, que lhes exorte e toque o coração, que lhes fale de esperança apontando horizontes aos quais o homem só chegará pela graça de Deus… O Povo quer a Palavra que liberta e que leva o homem à sua realização plena como Filho de Deus. O povo está com fome...

2. Compaixão pela multidão faminta
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Os evangelistas Marcos e Mateus relatam duas vezes a multiplicação dos pães. Seriam duas multiplicações ou uma só contada duas vezes? Podemos pensar em duas tradições de um único milagre. A primeira tradição vinha das comunidades de origem judaica e a segunda originou-se no meio de comunidades formadas por pagãos convertidos. Jesus sente compaixão da multidão porque alguns vieram de longe. Estes, que vieram de longe, podem ser os pagãos, aos quais Jesus oferece a sua misericórdia. A salvação. Se ela parte de Israel, não se fecha, porém, em Israel. Não se trata apenas de estar no meio dos pagãos, como os judeus da diáspora, mas de impregnar a massa como faz o fermento. Os sinais dados por Jesus em seus milagres revelam que os pagãos também são chamados a participar da herança de Israel.
Fonte: NPD Brasil em 16/02/2019

HOMILIA

JESUS ALIMENTA OUTRA MULTIDÃO

Temos neste texto do evangelho de Marcos uma segunda narrativa da partilha dos pães. A pratica de Jesus não consiste em gestos espetaculares, mas é uma pratica educativa para a solidariedade e a promoção da vida. Assim, partilhando com a multidão, todos aderiram ao seu gesto, e pela partilha todos foram saciados.
Jesus ainda está em missão na terra de gentios. E uma grande multidão o seguia há três dias, e não tinham nada para comer. Jesus se compadece da multidão, pois estavam no deserto, não tinha como mandá-los embora sem alimentá-los, corriam o risco de desmaiarem no caminho. Muitos acompanhavam para ouvir seus ensinamentos, outros para receberem suas graças, serem curados de suas enfermidades corporais e espirituais. Mal sabiam eles, que estariam prestes a receber um dos maiores, senão o maior ensinamento de Jesus, a partilha. Os discípulos ficam preocupados em como saciar a fome da multidão no deserto, o que fariam? Jesus não fica só na compaixão, Ele age, e em seguida, diz aos seus discípulos o que deve ser feito, envolvendo dessa forma os discípulos em sua ação. Ação essa que também terá a participação da multidão.
Após abençoar sete pães e parti-los, Jesus pede para que a multidão se sente, dá aos discípulos os pães e alguns peixes, para que sejam distribuídos a todos. Saciaram sua fome e ainda sobrou alimento. O milagre da partilha foi possível, porque houve o envolvimento de todos. Foi preciso que todos da multidão e os discípulos compreendessem e entendessem o verdadeiro sentido da partilha e da lição que Jesus estava ensinando naquele momento. Jesus, por amor e misericórdia, partiu o pão, e distribuiu para o povo pobre e sofredor, e para que também chegasse até nós, migalhas do pão.
A partilha que Jesus ensina, deverá ser praticada em nossa vida. Deveríamos partilhar com os mais necessitados. Existem tantos carentes em nossa cidade, no nosso bairro, e ninguém para partir e repartir o pão. Jesus é o nosso exemplo, é a ele que deveremos imitar. Então sejamos misericordiosos e solidários, tenhamos compaixão de quem necessita de nossa ajuda. E sendo seguidores de Cristo, aprendendo a partilhar, é nossa missão também ensinar a partilha para o sustento da vida. "Esta partilha do pão é o grande sinal do amor de Deus, que quer vida para todos."
Pai, dá-me um coração sensível às carências do meu próximo, fazendo-me solidário com ele, a ponto de me desapegar do que tenho, para ajudá-lo em suas necessidades.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 15/02/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SÁBADO

Fonte: Liturgia diária Comentada2 em 15/02/2014

HOMILIA DIÁRIA

Com tantos irmãos passando fome é pecado estragar alimento

Infeliz a pessoa que trata o seu alimento de qualquer jeito, alimento tem de que ser comido para nos saciar, nos alimentar, mas, ao mesmo tempo, para ser repartido.

”Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que o distribuíssem. E eles os distribuíram ao povo.” (Mc 8, 6)

Nós estamos vendo, hoje, uma outra narração da multiplicação dos pães: é uma enorme multidão que já havia três dias acompanhava o Senhor, ouvindo a Sua Palavra, os Seus ensinamentos, os Seus prodígios; e essa multidão sente fome. E Jesus se compadece dela: ”O que vamos fazer para saciar a fome de tanta gente?”, por isso Ele pergunta: ”Quantos pães temos?” Eles responderam: ”Sete”.
O sete é um número simbólico, é o número dos Sacramentos, por meio dos quais a graça de Deus é distribuída pela Igreja. O sete aqui também tem o significado da perfeição, do todo, daquela preocupação que Deus tem de saciar a fome toda e do homem todo. Deus não deseja que nenhum dos Seus filhos passe fome, nem no espírito nem no corpo.
Deus deseja que, primeiro, o pão do céu, que nos alimenta, que nos sacia, o pão que é o próprio Cristo, seja multiplicado e distribuído a todos. O pão da Palavra, que é o próprio Senhor, deve ser abençoado, distribuído, passado e repartido, para que nenhum dos filhos de Deus pereça no espírito por não conhecer a vontade do Senhor.
No entanto, Jesus não deseja que sejamos saciados apenas no espírito, porque não só de pão vive o homem, mas, também não só da Palavra e do alimento espiritual vive o homem. O homem precisa se alimentar e se alimentar bem! Daí a preocupação de Jesus que o pão material seja repartido. Assim como chamamos Deus de “Pai Nosso”, nós também dizemos o “pão nosso”; por isso, o pão, que temos em nossa casa, precisamos repartir para saciar a fome dos outros. Aqui eu chamo à atenção para um pecado vergonhoso: geladeiras, despensas, mesas, onde pão, comida e alimentos se estragam e são jogados fora. No mundo, onde milhões de filhos de Deus passam fome, é pecado estragar alimento!
O pão que temos é sagrado, o alimento que temos na mesa é uma coisa sagrada! Infelizes do pai e da mãe que permitem que o seu filho estrague o alimento, permitem que a criança jogue comida fora. Infeliz a pessoa que trata o seu alimento de qualquer jeito, alimento tem de que ser comido para nos saciar, nos alimentar, mas, ao mesmo tempo, para ser repartido.
Preocupe-se sempre em fazer o que Jesus fez: leve o pão da Palavra àqueles que precisam ouvir a Palavra de Deus. Mas leve também o pão de cada dia, leve o pão que sacia a fome àqueles que não têm o que comer. Assim, seremos a presença de Jesus no mundo em que vivemos!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 15/02/2014

HOMILIA DIÁRIA

Doemos tempo, amor e alimento aos pobres

Doemos tempo, amor e alimento aos pobres. Quanto mais os repartimos, tanto mais se multiplicam as graças de Deus em nossa vida.

“Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem.” (Marcos 8,6)

Amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o relato das leituras de hoje nos mostra, primeiramente, a consequência do pecado na vida dos nossos primeiros pais: Adão e Eva, e, ao mesmo tempo, na vida de cada um de nós quando fazemos a opção pelo pecado.
No primeiro momento, quando erramos há o sentimento de culpa, mas depois, defrontando-nos com o pecado, sem querer assumi-lo, arrumamos as desculpas. Colocamos no outro a culpa e não assumimos onde falhamos para podermos nos levantar.
De modo que o pecado gera muitas consequências em nossa vida e nos deixa mais distantes e privados da graça e do amor de Deus e causa mais sofrimento e transtorno em nossa vida e na vida dos outros.
O pecado é fruto do orgulho e do egoísmo humano. Por isso, quando Jesus vem ao nosso meio, para restaurar todas as coisas, Ele nos mostra o caminho da salvação e da restauração da nossa humanidade, enfraquecida por causa do pecado.
Quando o Senhor multiplica os pães pela segunda vez, Ele se preocupa mais uma vez com a fome, com a necessidade de Seu povo e com o sofrimento dos Seus. E nos mostra a direção que devemos tomar nesta vida para nos libertarmos do egoísmo e sermos fonte de amor, de bênção e graça na vida das pessoas.
Para isso, precisamos saber lidar com aquilo que temos, reconhecer que todo alimento é presente do céu e não pode ser somente para saciar a nossa fome. A coisa mais triste na humanidade é permitir que se desperdice comida enquanto milhões de filhos de Deus morrem de fome!
Agradeça a Deus por cada refeição que você faz. Dê graças e reconheça que é dom do alto Deus nos dar a natureza abundante de onde podemos tirar o pão nosso de cada dia. Não se esqueça de abençoar seu alimento, que ele não seja somente para saciar a fome, mas que seja um alimento regenerador da nossa própria saúde e para o bem dos que estão conosco.
O terceiro ponto a ser observado é que nossos alimentos precisam ser distribuídos, repartidos com vizinhos e amigos, sem nos esquecermos dos mais pobres e necessitados. Quanto mais reparto, tanto mais se multiplica o que tenho e as graças de Deus em minha vida. Não pense somente em você! Tudo o que você tem de bens, de posses e de alimentos pertence também aos pobres.
Restaurando nossa imagem e semelhança do Deus de amor, retiremos do nosso coração o egoísmo e saibamos distribuir os bens que Deus nos dá.
Deus abençoe você!

HOMILIA DIÁRIA

Escutar Deus e romper com o pecado

Rompamos com o pecado para voltarmos a Deus

O Senhor Deus chamou Adão, dizendo: “Onde estás?” E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo, porque estava nu; e me escondi.” (Gênesis 3,9-10)

Nós estamos acompanhando, na liturgia desses dias, o livro dos Gênesis, cuja primeira leitura está se referindo ou trazendo para nós o início de todas as coisas, desde a criação do mundo. Hoje, nós nos detemos, a partir de ontem inclusive, neste texto que traz para nós o início do mal e do pecado.
Adão e Eva, símbolos dos nossos primeiros pais, início da vida humana, desobedeceram a Deus e caíram no pecado. A primeira coisa que precisa ser dita é justamente isso, não é a desobediência por simplesmente desobedecer, mas é desobedecer por deixar de ouvir.
A palavra “obediência”, em latim significa oboedire (ob “a”; audire “ouvir”), ou seja, a capacidade de ouvir com atenção. Quando um pai fala para uma criança, ela pode até escutar o que ele falou, mas não o ouviu. Ouvir é captar e praticar. Quando você diz: “Meu filho, não faça isso, ele escutou você falar, mas não ouviu interiormente que não devia fazer isso. Ele faz e você sabe a consequência.
Quando a criança faz algo errado, é igual a Adão! A primeira coisa: medo. Quando fazemos alguma coisa errada, isso gera medo em nós. Então, procuramos fazer o quê? Esconder as coisas erradas que fazemos, colocando-as debaixo do tapete, fingindo que nada aconteceu e assim por diante.
Nosso primeiro erro, no entanto, está justamente em não saber ouvir, não saber escutar aquilo que, de fato, Deus está nos falando. Pecado não é outra coisa senão perder a capacidade de escutar Deus. Por que o mundo peca? Por que as pessoas pecam? Por que nós pecamos? Porque deixamos de ouvir Deus.
Sabemos o que não deve ser feito, mas fazemos, porque perdemos a comunhão, a comunicação com Deus; e o pecado é esse rompimento da nossa comunhão e da nossa comunicação com o Senhor.
As consequências estão aí: afastamo-nos de Deus. Ele não se afasta de nós, assim como não se afastou de Adão; pelo contrário, Ele veio ao encontro de Adão, este que correu, ficou com vergonha, fechou-se no seu medo; mas Deus tomou a iniciativa de nos salvar, de nos resgatar todas as vezes que caímos.
Permita-me dizer uma coisa ao seu coração: não rompa a comunicação com Deus, pois todo pecado é rompimento, todo pecado é barreira, todo pecado é uma comunicação mal feita. Se dentro de nós estávamos vivendo situações pecaminosas, é porque estava faltando a comunhão com Deus naquela situação, e essa comunhão não pode ser rompida.
Quando essa comunhão é rompida por nós, Deus toma a iniciativa de vir atrás de nós, mas corremos, escondemo-nos d’Ele. Precisamos assumir: “Não, eu realmente falhei, eu pequei, eu errei, eu fiz o que não era para fazer, mas eu quero voltar”.
O pecado não atinge Deus, ele atinge cada um de nós, ele nos quebra e quebra a nossa relação, a nossa comunhão com o Senhor. Deus, ao tomar a iniciativa, quer nos levantar, quer nos reerguer, mas é preciso que nós O encaremos do jeito que somos e do jeito que estamos, porque podemos até pensar que enganamos Deus, mas é uma ilusão, pois enganamos a nós mesmos.
Com Deus não podemos disfarçar, Ele nos conhece mais do que nós mesmos nos conhecemos. O que precisamos é nos assumir e pedir: “Senhor, restaura! Senhor, restabelece a comunhão que quebrei por causa do meu pecado, com a minha falha, com aquilo que eu fiz”.
Deus nos quer restaurados, Ele nos quer curados. Deus nos quer em comunhão com Ele.
Que o Senhor abençoe você!
Padre Roger Araújo

HOMILIA DIÁRIA

Tenhamos compaixão e nos solidarizemos com os mais necessitados

Jesus tem compaixão de todos aqueles que não têm o que comer

“(…) Jesus chamou os discípulos e disse: ‘Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem nada para comer’.” (Marcos 8, 1-2)

Jesus é o Mestre que alimenta os Seus. Ele alimenta com o pão da Palavra; Ele ensina, prega. Ele conduz os corações para o Reino dos Céus. Mas o homem não vive só da Palavra. O homem vive, também, do pão que alimenta, sacia e mantém em pé. Por isso, Jesus teve compaixão daquela multidão que há três dias o seguia e não tinha nada para comer. Então, Ele manifesta aos Seus discípulos a preocupação d’Ele.
Nós, como discípulos de Jesus, precisamos ouvir a preocupação do Mestre. Ele está preocupado com multidões que, no mundo em que vivemos, não têm o que comer.
O homem tem sede e fome de Deus. E nós precisamos levar Deus aos corações, anunciar a Sua Palavra e proclamar o Seu amor. Mas, por favor, não vivamos a hipocrisia da pregação. Não basta anunciarmos nos microfones, nos meios de comunicação e nas redes sociais que “Jesus é o Senhor”, se não nos preocupamos com a fome das pessoas.
São muitos os famintos e são grandes as multidões que, neste mundo, não têm o que comer. Nas nossas ruas, crianças passam fome; nas nossas cidades, pais de famílias, homens e mulheres, muitas vezes, não têm o que comer.
É doloroso dizer que muitas pessoas comem alimentos estragados; comem alimentos que fazem mal só para poderem enganar a fome. Enquanto isso, nas nossas casas, jogamos comida fora, crianças só comem o que querem e jogam comida fora.
Perdemos a consciência do valor sagrado do alimento e perdermos a consciência do valor sagrado da solidariedade. A nossa solidariedade tem nome, ela chama-se compaixão. Jesus sofre com todos aqueles que sofrem. Ele sofre a fome, a penúria; sofre por não ter o que comer.
Não se trata de explicações sociológicas para a fome, para a miséria humana, porque teríamos diversas razões e explicações. Aqui, trata-se de cuidar de quem passa fome, de dar o pão a quem não tem o que comer, de repartir o que temos em nossa casa, ir ao encontro daquele que é necessitado.
Não podemos permitir que, ao nosso lado e até distante de nós, qualquer filho de Deus passe fome. Não podemos, na nossa consciência cristã, dizer que esse problema não é nosso. Isso seria sinal de que não somos discípulos de Jesus, porque é Ele quem chama os Seus discípulos para dizer que tem compaixão daquela multidão que não tinha o que comer.
Jesus diz, ainda hoje, que tem compaixão de todos aqueles que não têm o que comer. Multipliquemos os nossos pães, os alimentos que temos em nossa casa. Multipliquemos a nossa solidariedade para que possamos dividir e repartir com aqueles que não tem.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 16/02/2019

HOMILIA DIÁRIA

Alimentemos aqueles que passam fome ao nosso lado

“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem nada para comer.” (Marcos 8,2)

Jesus pregava, anunciava, curava e libertava, mas, acima de tudo, anunciava o Reino de Deus. É Jesus quem nos diz: “Não só de pão o homem vive, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4,4), por isso, Ele dá àquela multidão o Pão da Palavra, por isso, Ele alimenta aquela multidão com o Pão da Palavra.
Não sejamos hipócritas, nós não vivemos somente da Palavra; nós nos alimentamos da Palavra e ela alimenta a nossa vida e o nosso espírito, mas o mesmo Jesus que era Palavra, também se alimentava e não podemos ser indiferentes à fome de ninguém, porque não somos nem em relação à nossa, pelo menos três refeições ao dia procuramos fazer e quando a fome começa a bater muitos ficam agitados e assim por diante.
Por que não nos preocupamos com a fome do outro? Por que não nos preocupamos com o que o outro precisa de material? Quem escuta a sede espiritual, também percebe a sede material que o outro vive. Cuidemos do espírito humano de cada um, mas não descuidemos das nossas necessidades materiais, porque, nesta Terra, não somos anjos. Seremos na eternidade semelhantes aos anjos, mas nem seremos anjos, seremos semelhantes a eles, aqui na Terra somos pessoas humanas.

É vergonhosa a humanidade, a igreja, a sociedade que permite alguém passar fome

Infelizmente, vemos muitas vezes um descaso, um pouco-caso com as realidades sofridas da humanidade, com pessoas que são famintas, que não têm o que comer, que não têm o que beber e vestir, e entregamos ao “Deus dará”. O que é o “Deus dará” senão nós nos dando para acolher e cuidar da necessidade do outro?
Não permita que ninguém passe fome ao seu lado, não permita que as comidas na sua casa sobrem ou estraguem. Não permita que seus filhos comam um pouquinho de comida e joguem o resto fora sem entender o valor sagrado do alimento que deve ser repartido, compartilhado e multiplicado para ser dividido para que ninguém passe necessidade.
É vergonhosa a humanidade, a igreja, a sociedade que permite alguém passar fome. A sociedade descartável como a nossa, que descarta comida para lá e para cá o tempo inteiro, descarta também seres humanos que estão famintos e sedentos de Deus. Estão famintos e sedentos de justiça social ao invés de comer, beber e vestir.
Nos banquetes que se promovem por aí se gastam tanto dinheiro numa noite, o que daria para alimentar uma família um ano inteiro. “Não é problema meu”, dizem alguns. Evangelicamente, como não pode importar ao nosso coração a dor e a fome do outro?
Se Jesus teve compaixão da multidão, e não é a primeira vez, mas em todo o Seu ministério e ação, um discípulo de Jesus não pode ser movido por outra coisa. Como me alimento do Pão do Céu, da Eucaristia, e vou louvor e bendizer a Eucaristia, Jesus que está em mim e não me preocupo com o irmão que não tem o que comer, o suficiente para sobreviver a cada dia?
Que a Eucaristia nos dê consciência de que precisamos receber Jesus para lavar os pés dos outros e dar de comer a quem não tem.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 13/02/2021

HOMILIA DIÁRIA

O Senhor tem compaixão da sua condição

“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem nada para comer. Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe. Os discípulos disseram: ‘Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?’ Jesus perguntou-lhes: ‘Quantos pães tendes?’ Eles responderam: ‘Sete’. Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que o distribuíssem. E eles os distribuíram ao povo.” (Marcos 8,2-6)

Esse grande sinal da multiplicação dos pães foi mais um dos sinais da presença do Messias; o Messias que está com o Seu povo. A abundância e a gratuidade revelam o oposto da consequência do pecado. A consequência do pecado é a escassez, é justamente a necessidade de labutar e trabalhar para saciar a fome.
Se nós pegarmos o Livro do Gênesis, vamos ouvir que uma das consequências do pecado foi, justamente, o homem ter de trabalhar para conseguir o seu sustento. A Palavra de Deus vai dizer: “Arrancarás alimento à custa de penoso trabalho” (cf. Gênesis 3,17).

Jesus sente compaixão da nossa condição miserável causada pelo pecado

O Evangelho hoje, ao refletir sobre a milagrosa multiplicação dos pães, parece justamente contradizer essa consequência do pecado dos nossos primeiros pais, porque Jesus vai reparar completamente os pecados do homem, dando-lhe acesso à verdadeira prosperidade.
Essa abundância de pães revela a prosperidade do Reino de Deus e da presença do Messias no meio do Seu povo, ao passo que o relato do Gênesis revela as consequências do pecado que nos separa de Deus e nos coloca nessa situação de miséria. E não falamos só de miséria material, mas sim essa miséria espiritual, essa escassez espiritual, escassez do alimento espiritual.
Jesus sente compaixão da nossa condição miserável. E, assim como sentiu compaixão daquela multidão que estava com fome, Ele também sente compaixão da nossa condição miserável causada pelo pecado. E é Ele quem nos faz sair da escassez e da miséria que o pecado gera em nós.
Por isso, meus irmãos, deixe que hoje o Senhor tenha compaixão de você e te dê o verdadeiro alimento que é Ele mesmo, te fazendo sair da miséria que é o pecado.
Desça sobre você a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 11/02/2023

Oração Final
Pai Santo, livra-nos do apego e do egoísmo. Dá-nos coragem para oferecer à comunidade os bens que nos emprestas para serem partilhados com os companheiros de nossa jornada rumo ao teu Reino de Amor. Nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, companheiros de caminhada nesta terra sofrem as consequências do egoísmo que a nossa sociedade cultiva como virtude. Poucos acumulam o que falta para muitos. Faze de nós profetas da Justiça e da fraternidade, caminho privilegiado para alcançar a Paz do Reino que prometeste. Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2019

ORAÇÃO FINAL
Pai amado, desperta teu Poder e vem nos salvar! Muitos companheiros de caminhada nesta terra sofrem as consequências do egoísmo, que a nossa sociedade cultiva como virtude. Poucos acumulam o que falta para as multidões. Faze de nós profetas da Justiça e da Fraternidade, caminho privilegiado para alcançar a Paz do Reino que prometeste. Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/02/2021