ANO B
Mt 5,38-42
Comentário do Evangelho
Não pagar o mal com o mal.
Nós encontramos referência à lei do talião em vários textos do Antigo Testamento (Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). Do latim, talis é traduzido em português por “tal”. Trata-se, grosso modo, da reparação exigida de alguém que cometeu um delito e que devia ser proporcional ao mal que ele causou a outro. A finalidade de tal lei era conter a vingança e a violência, ao contrário do proposto por Lamec (cf. Gn 4,23-24). Essa quinta antítese visa à superação da lei do talião e explicita a bem-aventurança da misericórdia (Mt 5,7), a exigência cristã do perdão e da reconciliação e a paz que precisa ser construída com o esforço de todos (cf. Mt 5,9). A expressão “não resistir ao malvado” é ambígua e, por isso, deve ser bem compreendida. Em primeiro lugar, é fundamental a consciência de que é o mal que tem de ser extirpado e a ele não se pode ceder; a pessoa, é necessário salvá-la. Em segundo lugar, a afirmação de Jesus prescreve não pagar o mal com o mal, não pagar com a mesma moeda, não responder à violência com a violência. Para o cristão, é preciso considerar como Deus nos trata para poder superar qualquer impulso à violência, à vingança ou ao revanchismo: Deus não nos trata segundo nossas faltas. A todos, indistintamente, Ele oferece o seu perdão e o seu amor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
Fonte: Paulinas em 16/06/2014
VIVENDO A PALAVRA
Jesus ensina a mais bela lição: o Amor radical, que não reivindica direitos, retribuições, nem mesmo que seja reconhecido. Amor que se realiza nos gestos generosos, na gratuidade, na compaixão, no cuidado com o irmão, especialmente com o empobrecido, o discriminado, o rejeitado pelos homens.
VIVENDO A PALAVRA
Pela lei do talião (Ex 21,23-25) o criminoso devia ser punido, mas impunha um limite: a mesma medida do dano causado. Já era um avanço frente à barbárie que reinava até então. Entretanto, para Jesus, este limite imposto à ‘retaliação’ era muito pouco. E Ele decreta a Lei do Amor sem limites, sem restrições: ofereça a outra face, entregue também o manto, partilhe tudo! Seja generoso como é generoso o Pai que está no Céu.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/06/2020
Reflexão
Os critérios humanos não são suficientes para resolver os problemas da própria humanidade, principalmente os que estão relacionados com a justiça, pois a justiça dos homens não tem como centro a pessoa humana, mas sim o que elas têm ou deixam de possuir. Os bens são comparáveis entre si, mas as pessoas não, pois cada uma é um ser único, incomparável na sua dignidade. Além disso, os elementos que estão presentes em um relacionamento são por demais complexos para serem abrangidos na sua totalidade a partir de categorias do conhecimento humano, uma vez que a própria razão é insuficiente para a compreensão do ser humano. Jesus nos mostra que somente o amor e a misericórdia possibilitam superar essas deficiências e construir um relacionamento justo e fraterno.
Fonte: CNBB em 16/06/2014
Reflexão
Não é espontâneo ao ser humano fazer um gesto de bondade ao sofrer uma agressão. O contrário é o que se vê: violência gerando violência. Isso acontecia na época de Jesus e continua acontecendo na sociedade hodierna. Justamente por isso é que o Mestre vem com essas exigências desconcertantes. Ao mal se responde com o bem; em vez de vingança, a benevolência. É o único caminho para eliminar a espiral de violência vigente em nossos relacionamentos. Então, a benquerença amortece o ódio alheio; a valorização do outro elimina o desprezo; o abraço acolhedor vence o preconceito. Cria-se um clima de fraternidade, harmonia e paz, que ultrapassa nossa boa convivência em família. Atinge e beneficia a sociedade inteira. Projeto de Deus para cristãos e cristãs de todos os tempos.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 18/06/2018
Reflexão
Não é espontâneo ao ser humano fazer um gesto de bondade ao sofrer uma agressão. O contrário é o que se vê: violência gerando violência. Isso acontecia na época de Jesus e continua acontecendo na sociedade hodierna. Justamente por isso é que o Mestre vem com essas exigências desconcertantes. Ao mal se responde com o bem; em vez de vingança, a benevolência. É o único caminho para eliminar a espiral de violência vigente em nossos relacionamentos. Então, a benquerença amortece o ódio alheio; a valorização do outro elimina o desprezo; o abraço acolhedor vence o preconceito. Cria-se um clima de fraternidade, harmonia e paz, que ultrapassa nossa boa convivência em família, atinge e beneficia a sociedade inteira. Projeto de Deus para cristãos e cristãs de todos os tempos.
Oração
Ó Jesus, “Príncipe da paz”, a tendência a revidar alguma ofensa ou a “pagar com a mesma moeda” tem raízes profundas em nós. No entanto, aos cristãos vens pedir a capacidade de quebrar a espiral da violência, respondendo ao mal com o bem. Foi o que fizeste; assim nos ensinas. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 15/06/2020
Reflexão
A questão do “olho por olho” era a lei que procurava limitar a violência ou a agressão: o agredido não podia revidar mais do que recebeu. É quase uma atitude natural reagir de forma agressiva diante de uma ofensa ou agressão: violência gera violência. Jesus nos ensina a superar esse comportamento e propõe fazer gestos de bondade ao sofrer alguma agressão. Ou seja, enfrentar a lógica do mal com a não violência: o mal é vencido pelo bem e o ódio é vencido pelo amor. O caminho proposto por Jesus é o único para eliminar a espiral de violência vigente na nossa sociedade e nos nossos relacionamentos. Com essa proposta, Jesus não nos pede passividade ou tolerância diante da violência, mas propõe o caminho do bem e do amor. São atitudes que desarmam o adversário e o deixam impotente. Assim cria-se um clima de fraternidade, harmonia e paz.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Recadinho
Reconheço que retribuir mal com mal nada constrói? - Compreendo o mandamento da caridade? - Procuro vivê-lo? - Sou generoso como Deus é generoso comigo? - Se há mais alegria em dar do que em receber, o que dizer então da generosidade para com quem nos trata mal?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 16/06/2014
Meditando o evangelho
A VIOLÊNCIA SUPERADA
O discípulo do Reino não pode contentar-se com a prática de retribuir olho por olho e dente por dente. Ele se caracteriza pela capacidade de, com firmeza, quebrar a espiral de violência através de atitudes chocantes, até mesmo, para seu agressor. Não é fácil imaginar alguém oferecendo a face esquerda para ser esbofeteada quando já se recebeu um bofetão na direita. Do mesmo modo, alguém que pretenda extorquir uma túnica, em juízo, e ver o lesado oferecer-lhe também o manto. Ou, então, quem é obrigado a fazer companhia a alguém, numa longa caminhada, para protegê-lo dos assaltos, mostrar-se disposto a caminhar o dobro.
Estas atitudes são, à primeira vista, insensatas e injustificáveis. Mas, são normas de conduta para o discípulo. Que finalidade teriam? Jesus não estava pregando uma espiritualidade da humilhação e do sofrimento. Não lhe interessava ver o discípulo humilhado. O gesto proposto visava converter o agressor para o Reino. Mostrar-lhe que é possível viver sem violência. Abrir-lhe os olhos para a possibilidade de se relacionar com o próximo sem transformá-lo em objeto de seu ódio e estabelecer relações verdadeiramente fraternas e amistosas. A não-violência do discípulo do Reino, portanto, é vivida de forma positiva e construtiva. O Reino vai se construindo onde a violência dá lugar ao amor.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, dá-me força para quebrar a espiral da violência e transformar o ódio em amor.
Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 16/06/2014
Meditando o evangelho
CONTRA A RETALIAÇÃO
A Lei de Talião - "olho por olho, dente por dente" - não encontrou guarida no ensinamento de Jesus. Aquele princípio legal havia sido importante para coibir as arbitrariedades no caso de violência ilimitada, para fazer valer o direito. E funcionava como mecanismo de controle da selvageria e do barbarismo, nas relações interpessoais. Era um passo em direção às relações humanas civilizadas.
O discípulo do Reino submete-se a uma lógica diferente. Recusa-se a entrar no jogo do malvado, de forma a desarticular, no seu nascedouro, a espiral da violência. Responde o mal com o bem, não se valendo do que lhe garante o direito. O direito de retaliação é substituído pelo princípio da misericórdia no trato mútuo.
A reação paradoxal que Jesus sugeriu aos seus discípulos, diante da violência, tem uma finalidade concreta: mostrar as possibilidades extremas de aplicação do seu ensinamento. Quem é movido por um amor incondicional ao próximo, descentrando-se de si mesmo, será capaz de fazer gestos radicais para coibir a violência, sem responder com a mesma moeda.
O discípulo, na linha das Bem-aventuranças, caracteriza-se como manso e pacífico. Por ser manso, recusa-se terminantemente a recorrer à violência. Por ser pacífico, tudo faz para que os laços com o próximo não sejam rompidos. Mesmo à custa de gestos paradoxais!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de mansidão, torna-me capaz de não me deixar levar pelo desejo de vingança, diante da violência, e sim, de agir conforme o ensinamento de Jesus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Amor sem Limites
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Todos os Cristãos têm plena consciência de que o Amor a Deus e ao próximo é a essência do cristianismo, afinal trata-se do Mandamento novo dado por Jesus. O problema está nos limites que colocamos no Amor e na intensidade do amor dependendo das pessoas. Amor que não é sem limites, não é cem por cento Cristão.
O Amor deixado por Jesus tem a característica do Amor Sacrifical, foi com esse amor que ele amou a Igreja e deu por ela a própria vida. É um amor onde vamos morrendo aos poucos pelas pessoas as quais amamos. Por isso no evangelho de hoje ele dá o esclarecimento sobre a prática desse amor, para que não paire dúvida e ninguém se sinta no direito de corromper o sentido e o significado do Amor Cristão.
Oferecer a outra face a quem feriu a primeira, ceder a capa a quem está pleiteando na Justiça a nossa túnica, andar dois mil passos a mais, dos quatro mil exigidos pela outra pessoa...são ações que estão dentro de um contexto social e religioso. Como entender e praticar esses valores do evangelho nos dias de hoje? “Se seguirmos ao pé da letra vamos fazer papel de trouxa”, poderá pensar alguém. O que está em jogo em todas essas ações é o Espírito de Vingança, muito forte no Antigo Testamento, como recomendava a Lei do Talião “Olho por olho por olho, dente por dente”.
Quando alguém nos faz um mal, pensamos em vingança, aliás, a imagem de um Deus vingativo é muito forte em nós, por conta de uma catequese mais antiga, principalmente quando acontece uma desgraça na vida de alguém que nos prejudicou, entendemos que foi uma ação divina para punir o sujeito, e assim nos sentimos vingados, porque o mal atingiu a vida do infeliz.
É aí que Jesus inverte esse quadro e orienta para que nossas ações com o próximo que nos prejudicou, não sejam maldosas ou vingativas, exatamente por que somos imagem e semelhança de Deus e o Amor e o perdão deve ser a nossa última palavra. Coisa dificílima de acontecer e de se por em prática, e até mesmo nas nossas comunidades cristãs vemos trocas de ofensas e pequenas vinganças. Nos meios familiares até agressões e mortes acontecem, refletindo uma sociedade violenta.
Os Cristãos são chamados a esse desafio, de irem além sendo capazes de manifestar perdão e misericórdia nos ambientes mais hostis. Deus conhece as nossas misérias e fraquezas, nossos instintos maldosos e vingativos, mas concede-nos a sua Graça, oferece o alimento da sua Palavra e da Eucaristia, para que sejamos realmente capazes de ir um pouco além no nosso jeito de amar as pessoas.
2. Dá a quem te pedir - Mt 5,38-42
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Esta semana termina com as festas do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria. Coração é sede da bondade. Então, desde hoje, sejamos bondosos com todas as pessoas. Evitemos causar tristeza a quem quer que seja. Vão bater na sua face direita, e você vai oferecer a esquerda. Vão querer tirar a sua camisa, e você dará também o casaco. Vão obrigá-lo a andar um quilômetro, e você andará dois. Vão lhe pedir emprestado, e você emprestará. Por que tudo isso? Primeiro, para mostrar que você é livre. Depois, para não dar um certificado a atitudes que você não apoia. Por que dar um tapa, se você não está de acordo com o tapa que lhe deram? Não alimente o pecado do mundo, antes o enfraqueça. Introduza algo novo em seus relacionamentos, como a bondade e a compreensão. Não trate o inocente como culpado, mas trate o culpado como inocente, para que se reabilite. Continua válida a regra de ouro: “Faça ao outro o que você quer que seja feito a você”. Você não acha bom ser bem tratado? Um exemplo de maldade encontra-se no Primeiro Livro dos Reis, na história da vinha de Nabot. O rei Acab quis comprar a vinha. Nabot não quis vender por ser herança de seus pais. O rei ficou triste, e sua esposa Jezabel fez falsas acusações contra Nabot, que foi apedrejado e morreu. Assim Acab pôde se apossar da vinha.
Fonte: NPD Brasil em 15/06/2020
HOMILIA DIÁRIA
A vingança é um sentimento que não vem de Deus!
A vingança não é de Deus, ela não faz bem ao coração humano; pelo contrário, ela maltrata e escraviza.
“Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda!” (Mateus 5, 38)
A lógica do Evangelho do coração de Jesus não é a lógica humana do “olho por olho”, “dente por dente”. Assim, se alguém lhe fizer um mal, você não pode retribuir esse mal; se alguém lhe roubou alguma coisa, isso não lhe dá o direito de roubar algo dela. Da mesma forma, se alguém o machucou, você não pode machucá-lo também. A vingança não é de Deus, ela não faz bem ao coração humano; pelo contrário, a vingança maltrata, escraviza e, muitas vezes, transforma um elemento negativo em outro pior como o rancor, ódio e o ressentimento.
A Palavra de Deus nos diz: não enfrente quem é malvado para não se tornar também malvado como ele. Se alguém lhe fizer mal e você lhe der também o mal de volta, você se tornará maldoso também. Em outras palavras, você não pode se rebaixar.
O mal é um elemento terrível, é diabólico e infernal. Você não pode descer ao inferno, não pode descer àquilo que há de pior no ser humano, que é fazer mal a outra pessoa. Então, se alguém o prejudicou, não devolva com a mesma moeda. Se alguém lhe bater na face direita, ofereça a esquerda. Não que você seja bobo, que tenha “sangue de barata” ou deva permitir que as pessoas pisem em você, mas sim porque você se quer muito bem, quer bem a sua saúde e a sua paz interior. E se há algo que tira a sua paz interior é todo e qualquer sentimento de vingança.
O que você precisa é se purificar do mal que o outro lançou sobre você; o que é uma grandeza evangélica, um sentimento de quem tem o coração purificado pelo amor divino, pelo amor que veio do coração de Deus.
Se você alimenta o ódio e o ressentimento dentro do seu coração, se leva sentimentos de vingança, ainda que seja vingança mental, permita-se, hoje, ser purificado pela Palavra de Deus, que tira do nosso coração tudo aquilo que é maligno!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/a-vinganca-e-um-sentimento-que-nao-vem-de-deus/?sDia=16&sMes=6&sAno=2014 (16/06/2014)
HOMILIA DIÁRIA
Transformemos o mundo pelo bem de Deus que está em nós
O que está em nós não é o mal, o que está em nós é o bem, a graça, o perdão e a misericórdia
“Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda!” (Mateus 5,39)
“Olho por olho. Dente por dente” é um preceito tão antigo quanto a humanidade, colocado em prática nas relações humanas até os dias de hoje e com mais evidência. Se me fez um mal, eu retribuo com o mal, fechou-me a cara, eu fecho a cara também, não me valoriza eu também não valorizo e vivemos em um mundo de disputas, de inimizades, de conflitos e vingança. Há várias formas de se vingar: a vingança da frieza, da indiferença, dos maus tratos, da briga, das guerras, das competições e disputas. Todas elas destroem o mundo, o nosso coração, a nossa saúde, as relações e convivências humanas.
A ordem de Jesus para nós é: “Não enfrenteis quem é malvado. Não compartilhe com o mal. Não se contamine com o mal do mundo”. O mal que o mundo quer injetar em nós é: “Fez-me o mal, eu também faço o mal”. Ora, o que está em nós não é o mal, o que está em nós é o bem, a graça, o perdão, a misericórdia; ou não trazemos Deus em nós, não O recebemos em nós ou não temos a vida d’Ele na nossa vida. Essas questões são fundamentais, é isso que define se somos de Deus ou se somos mundanos, é a mentalidade que temos, é a cabeça que temos. Talvez, você diga: “Ainda não cheguei a esse ponto”. Então, chegue e lute, para que a nossa mentalidade não seja a do mundo, porque essa mentalidade mundana destrói todas essas coisas.
Não nos contaminemos pelo mal, mas transformemos o mundo pelo bem de Deus que está em nós. Não é ser ingênuo, bobo como muitos querem entender que devemos ser, é não se contaminar pelo mal, é não deixar que nos tornemos maus, porque o outro nos fez mal. É mostrar que o que está em nós é maior do que está no mundo.
No mundo está o mal, mas em mim eu quero que esteja sempre o bem, a graça e o Reino de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
A vingança tira a pureza do nosso coração
“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda!” (Mateus 5,38-39)
O seguidor de Jesus não se deixa levar pela vingança, pelo rancor, pelo ressentimento e pela mágoa. Ainda que fiquemos magoados, a mágoa tem de ser curada, mas não podemos permitir que a alma seja maltratada porque vamos cultivando esses rancores.
A vingança é um demônio terrível que se esconde de diversas formas na nossa vida e na nossa história. Pode ser que, nós, literalmente não nos vinguemos de quem nos fez o mal, mas desejamos, alimentamos, esperamos e cultivamos. No fundo dizemos: “Ele vai pagar pelo que fez”, e usamos até subterfúgios mundanos para nos escondermos debaixo de uma faceta religiosa: “Aqui se faz, aqui se paga”; alguém ainda diz que está na Bíblia e usamos esses elementos para cultivar a vingança.
A vingança tira a pureza do nosso coração; o ressentimento, a mágoa e o rancor deixam o nosso coração machucado, oprimido, doente e enfermo. Jesus não está falando isso primeiro por causa do outro, mas por causa de nós, porque Ele quer o nosso coração sadio, quer a nossa vida a salvo. Ele quer a alma de cada um de nós vivendo de forma sadia e serena.
Permitamos que a graça de Deus vença a toda vingança, rancor, ódio e ressentimento que há em nós
Não há vida sadia e serena com o coração abarrotado pelo sentimento de vingança, de rancor e raiva. É óbvio que, na hora em que as coisas acontecem, quando somos traídos ou contrariados, os sentimentos crescem em nós. Dentro de nós os sentimentos mais belos se tornam os ressentimentos mais duros da alma, mas conhecemos Jesus e a graça d’Ele está em nós. A graça d’Ele em nós chama-se amor e misericórdia.
Quando falamos em amor, logo pensamos nas pessoas queridas que queremos, isso é uma forma de amar, mas o amor é mais sublime. O amor é o remédio que a alma precisa para ser curada dos males que o mundo nos impõe.
Quando vemos que estamos com pensamentos ruins sobre o outro, quando estamos com um desejo maldoso a respeito do outro é porque o amor não nos curou. Precisamos mergulhar no amor para sermos curados.
Enquanto pensarmos mal, querermos e desejarmos o mal e o mal do outro estiver em nós, continuaremos mal no que pensamos e no que sentimos.
Permitamos que a graça de Deus vença a toda vingança, rancor, ódio e ressentimento que há em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 15/06/2020
HOMILIA DIÁRIA
Faça escolhas justas guiado pela graça de Deus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele!” (Mateus 5,38-41)
Meus irmãos e minhas irmãs, a Palavra de Deus nos pede uma grande força de vontade nesse dia de hoje. Quanta força de vontade nós precisamos ter para não reagir diante do mal que se apresenta diante de uma injustiça sofrida, diante de uma situação que nós enfrentamos e que, muitas vezes, sentimentalmente nos pede uma reação calorosa. Quanta força de vontade!
Quanta força de decisão interior para não reagir diante desse mal, e é justamente isso: o mal nos faz reagir. Do contrário, o bem nos faz escolher. O mal não nos faz escolher uma opção certa e correta, o mal só nos faz reagir diante das provocações que nós vivemos. Mas a graça de Deus sim, a graça de Deus nos fortifica para as escolhas justas. Quanto mais nós nos abrirmos à ação de Deus, à ação da graça de Deus, mais nós teremos a capacidade de fazer escolhas justas, até mesmo diante das situações mais provocativas.
As reações são diferentes das escolhas sábias que nós podemos fazer. Somos, a todo momento, colocados diante de provas; somos, a todo momento, colocados diante de provocações e situações nas quais precisamos aplicar aquilo que está dentro de nós: o poder da graça de Deus, o poder que age a partir de nós, dentro de nós, para nos colocar sempre nas opções que nos levam para o caminho do Senhor.
Quanto mais nós nos abrirmos à ação de Deus, à ação da graça de Deus, mais nós teremos a capacidade de fazer escolhas justas
O Evangelho de hoje não pede de nós técnicas de autocontrole, como se nós pudéssemos ou apenas realizássemos uma técnica de respiração diante de uma situação provocativa, talvez a prática de yoga, uma meditação que nos levasse, por exemplo, a essa serenidade; repetir um mantra. Não! O Evangelho não nos pede esse tipo de postura, o Evangelho pede de nós uma escolha, uma escolha que é guiada por princípios, uma escolha que é guiada por uma experiência pessoal com o Senhor.
Por isso, o Evangelho de hoje nos dá o chamado, o apelo a fazer uma escolha igual ou contrária àquilo que o mal está sugerindo. Se o mal hoje se apresenta diante de você e lhe pede algo, a Palavra de Deus, o Evangelho, está pedindo para nós totalmente o contrário.
Não basta resistir à provocação do mal, precisamos contra-atacar, mas com um bem muito superior àquele mal; contra-atacar no sentido de dar àquela situação uma resposta completamente diferente e contrária àquilo que ela está pedindo. Como fazemos isso? Reforçando a nossa vontade interior, cultivando ainda mais a nossa intimidade com o Cristo, tocando cada vez mais no coração de Cristo que quer nos dar também essa capacidade extraordinária de pagar o mal com o bem, de fazer um bem sem olhar a quem.
Peçamos ao Senhor essa graça, nesse dia de hoje, que a Sua Palavra fortifique o nosso interior para que eu e você saibamos e consigamos fazer bem todas as nossas escolhas.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a consciência de que tudo o que temos e somos é dom do teu Amor e nada nos pertence. Ajuda-nos, Pai amado, a cultivar nossos talentos, não para satisfazer o orgulho ou egoísmo, mas para o bem dos teus filhos que colocaste em nosso caminho. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/06/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai amado, dá-nos sabedoria para seguir Jesus no seu Caminho de perdão sem medidas, de cuidado carinhoso com todos os irmãos – começando pelos marginalizados, os injustiçados e os pobres – chegando às alturas do amor aos inimigos. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/06/2020