quinta-feira, 19 de novembro de 2020

LITURGIA DIÁRIA - 19/11/2020


Tema do dia

O REINO DO CÉU, ANUNCIADO POR JESUS, JÁ ESTÁ EM NÓS

O Apocalipse interpreta a situação histórica – a dura perseguição romana – para consolar e animar o povo que sofre. Jerusalém é o tema de hoje: Jesus chora sobre a Cidade terrestre (que no ano 70 viria a ser destruída). A primeira leitura anuncia a sonhada Jerusalém Celeste.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2018

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

5ª-feira da 33ª Semana Do Tempo Comum
Ss. Roque González, Afonso Rodrigues e João del Castillo, PresbsMts, memória.
Cor: Vermelho


Primeira Leitura (Ap 5,1-10)
33ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira - 19/11/2020

Leitura do Livro do Apocalipse de São João.

Eu, João, 1vi um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos. 2Vi então um anjo forte, que proclamava em voz alta: “Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?” 3Ninguém no céu nem na terra nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. 4Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro. 5Um dos anciãos me consolou: “Não chores! Eis que o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro”. 6De fato, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. 7Então, o Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. 8Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9E entoaram um cântico novo: “Tu és digno de receber o livro e abrir seus selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação. 10Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial (Sl 149)
33ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira - 19/11/2020

— Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.
— Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.

— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!
— Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.
— Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.

Evangelho (Lc 19,41-44)
33ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira - 19/11/2020


Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração pardepois dlea Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.

BOA NOITE! Jesus sacramentado, nosso Deus Amado.

Ótimo Finalzinho de Quinta! “Eucaristia, sacramento de amor, prova de amor” São Tomás de Aquino

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/11/2020

ANO A


Lc 19,11-28

Comentário do Evangelho

O medo é contrário à fé.

A parábola do rei que viajou para o estrangeiro é equivalente, quanto ao tema principal, à parábola dos talentos (cf. Mt 25,14-30). A introdução da parábola evoca a morte-ressurreição de Cristo, a sua parúsia, a missão conferida aos servos de cuidar do dinheiro do rei e a resistência e rejeição do rei por seus concidadãos. Não obstante a resistência e rejeição, ele foi nomeado rei e voltou para pedir contas de seu dinheiro.
Para o leitor do evangelho fica claro que se trata de Jesus. O acento é posto no “outro servo”, que enrolou o dinheiro do rei num lenço e, ao contrário dos outros dois, não valorizou esse dinheiro, por isso não o fez frutificar. O medo o paralisou, e foi a desculpa da sua inércia, do seu comodismo. De onde lhe vem este medo? Não será o mesmo raciocínio que levou Caim a matar Abel: imaginar que Deus pudesse preferir um ao outro? Fazer-se imagem de Deus pode ser perigoso e induzir a sérios equívocos. O medo é contrário à fé. O espírito servil precisa ser expurgado da vida cristã e ceder lugar à liberdade: “Vós não recebestes um espírito de escravos para cair no medo, mas de filhos adotivos” (Rm 8,15).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu agir.
Fonte: Paulinas em 20/11/2013

Vivendo a Palavra

Jesus indica claramente a postura que deseja do discípulo: nós não devemos esperar parados, mas ir e anunciar. Não escondamos os dons que nos foram emprestados pelo Criador. Trabalhemos para que eles se aprimorem, reproduzam e os coloquemos a serviço dos companheiros, especialmente dos mais fragilizados.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2013

Vivendo a Palavra

Jerusalém – o objetivo da viagem de Jesus está quase sendo alcançado. Sabia-se que o ambiente ali era hostil e os caminhantes estavam tensos. O Mestre vai deixando suas lições de vida. A de hoje: que cada um recebe sua cota de talentos e se responsabiliza por seu aproveitamento. Estejamos atentos!
Fonte: Arquidiocese BH em 16/11/2016

Reflexão

Os dons que temos não nos pertencem, mas sim a Deus, que é o Senhor de tudo, de modo que os dons que recebemos de Deus devem ser ordenados para ele. Sendo assim, não podemos usar os nossos dons, nem mesmo os dons naturais, somente em vista da nossa realização e da nossa promoção pessoal, mas devemos colocá-los a serviço de Deus e dos nossos irmãos e irmãs, pois somente quando o dom se transforma em serviço é que ele é capaz de multiplicar e de produzir frutos em abundância, contribuindo, assim, para que o Reino de Deus cresça cada vez mais no meio dos homens.
Fonte: CNBB em 20/11/2013 e 16/11/2016

Reflexão

Edificaram-se as basílicas de São Pedro e de São Paulo para perpetuar a memória destes dois gigantes do cristianismo. Seus nomes, e principalmente sua obra de evangelização, estão intimamente ligados à história de Roma, onde, pelo martírio, deram testemunho de fidelidade a Cristo. A basílica de São Pedro, em Roma, erigida por Constantino no século IV sobre o túmulo do apóstolo Pedro, foi demolida no século XVI, porque ameaçava ruir; no mesmo local, foi logo reconstruída outra mais esplêndida, que Urbano VIII consagrou em 18 de novembro de 1626. Também a basílica de São Paulo foi construída no século IV. Em 1823, um incêndio devastou grande parte do edifício. Pio IX reconsagrou a basílica em 10 de dezembro de 1854, no mesmo dia da solene proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
Oração
Ó Jesus, Filho de Deus, os santos Pedro e Paulo, por suas obras e por seu martírio, mereceram a veneração dos cristãos, desde o começo da era cristã. Para perpetuar o nome deles, erigiram em Roma duas grandes basílicas. Dá-nos, Senhor, o ardor apostólico desses dois gigantes do cristianismo. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Há pessoas que colocam como objetivo de vida apenas a riqueza? - É possível ser feliz assim? - Quando S. Paulo recomenda (em Efésios 5, 16) que aproveitemos o tempo presente, pois nossos dias são incertos, a que ele se refere? - Sabe ser grato a Deus pelo dom da vida e o dom de produzir frutos? - Você reza por aqueles que “colhem onde não semearam?”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 20/11/2013

Meditando o evangelho

PRESTAÇÃO DE CONTAS

O discípulo do Reino deve manter viva a consciência de que, um dia, será chamado para prestar contas ao Senhor. Cada um prestará contas dos dons e talentos recebidos, que deveriam ter sido postos para frutificar, através da vivência do amor misericordioso, em relação ao próximo. Ninguém escolhe os dons que recebeu. Eles são fruto da benevolência divina. É como o nobre da parábola evangélica que escolheu dez de seus empregados e, sem que estes tivessem pedido ou querido, pôs-lhes nas mãos sua riqueza para que a multiplicassem, enquanto ele fazia uma longa viagem ao exterior.
O nobre era um indivíduo odiado e rejeitado. É possível imaginar o sentimento de responsabilidade que se apoderou dos que receberam as moedas de ouro para fazê-las frutificar. Era necessário agir com prudência e rapidez. O tempo urgia.
Todavia, houve um que, imaginando a severidade de seu patrão, ficou bloqueado e não fez o dinheiro render. Como a ordem era bem clara, não seria possível justificar a atitude de quem não se preparou para o acerto de contas com o Senhor.
A sorte do discípulo preguiçoso e infiel é fácil de ser deduzida. Não se conquista a salvação de braços cruzados. Ela supõe empenho fundado num relacionamento de amor com Jesus, cujo projeto deve ser assumido e levado adiante, com seriedade e criatividade. Em hipótese alguma, o discípulo pode deixar-se influenciar pelo medo.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a colocar os dons recebidos a serviço dos irmãos, de modo a fazê-los multiplicar mais e mais.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Abrir e doar-se, para ter ainda mais
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em nossas comunidades há pessoas carismáticas dotadas de dons maravilhosos concedidos por Deus, as pessoas desenvolvem aptidão para alguma coisa, alguma tarefa, mas há muitos que se omitem em usar seus dons, dizendo que não querem aparecer, achando que assim estão sendo "humildezinhas", esse é um grave pecado chamado de omissão... É como aquele servo avarento que recebeu uma dessas minas para administrar, e com medo da responsabilidade e de uma punição pelo mau uso do seu talento, manteve o seu dom trancado a sete chaves para restituir ao Senhor no momento certo porém, a sua produção foi zero, usou o talento e o dom apenas em benefício próprio, querendo só salvar a sua vida e a sua alma.
Jesus inaugurou o Reino de Deus entre nós, mas só inaugurou. Isto é, colocou a pedra fundamental que é ele próprio, e depois confiou á sua Igreja a missão de edificá-lo. O homem que foi para um país distante confiou a administração de suas minas a um grupo de pessoas, e como qualquer bom acionista, Deus quer ver o seu reino se expandir, para que todos o conheçam e venham dele participar. A construção do Reino de Deus depende dos homens! Essa afirmação poderá escandalizar os que não a compreenderem, mais isto é a mais pura verdade. Deus só age quando o homem colabora.
Basta imaginarmos o que teria acontecido com a nossa Igreja, se o grupo de apóstolos tivessem mantido a comunidade apenas em Jerusalém, não permitindo que ela se expandisse entre os pagãos, através do apóstolo Paulo. Nos dias de hoje precisamos pensar com muita seriedade no ensinamento desse evangelho, pois diante dos desafios da evangelização na pós-modernidade, temos todos a tentação de vivermos o cristianismo "enterrados" em nossas comunidades cristãs, preservando assim o santo evangelho como coisa santa e sagrada que não pode e nem deve ser levado a um ambiente profano que é a sociedade atual e todos os seus segmentos.
Esquecemos que a missão primária da Igreja teve início com uma ordem do Senhor... "IDE, a todas as Nações da terra". O cristianismo quando vivido com autenticidade e coerência, tem essa força de penetrar em qualquer cultura de qualquer época da nossa história, a Palavra que levamos e o testemunho que vivemos, tem essa força transformadora que ninguém consegue segurar. É exatamente isso que Deus espera de nós, é essa a missão que Jesus nos confiou.
Estamos investindo bem e negociando em nossas relações a riqueza da sua graça, ou egoisticamente queremos guardar tudo para nós e garantir a nossa salvação? Se assim procedermos, esse pouco que dispomos nos será tirado e ao chegarmos diante de Deus estaremos de mãos abanando...

2. A todo aquele que tem, será dado, mas àquele que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado - Lc 19,11-28
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Você faria render o dinheiro deste rei?

HOMILIA

AS DEZ MOEDAS DE OURO

A parábola dos talentos, apesar das semelhanças, não deverá ser a mesma das minas, ainda que alguns pensem que sim, pois Jesus podia ter contado duas parábolas semelhantes, embora com o mesmo fim didático. Esta parábola ensina principalmente a necessidade de corresponder à graça duma maneira esforçada, exigente, constante, durante toda a vida. Temos de fazer render todos os dons da natureza e da graça, recebidos do Senhor. O importante não é o número dos talentos recebidos, mas sim a generosidade em os fazer frutificar.
Não se trata propriamente de uma moeda, mas de uma unidade monetária, cujo valor ignoramos ao certo, por variável que era então, mas que ronda pelos 36 quilos de prata O texto nos sugere refletirmos sobre três pontos fundamentais que são:
1 - O segredo da felicidade. Todos suspiramos pela felicidade, todos queremos ser feliz. Todavia é preciso não temos ilusões. A felicidade não se recebe de mão-beijada. Ela conquista-se com o esforço, o trabalho e o sacrifício. O segredo da felicidade está na fidelidade aos nossos deveres em relação a Deus e aos outros. Ser fiel no dever de cada dia; fiel em pequenos gestos de caridade com o próximo; fiel no compromisso de piedade, de amor para com Jesus na Eucaristia; fiel na preocupação de tornar a vida agradável aos outros; sorrido; servindo e ensinando. Não é indiferente ser ou não ser fiel: ditoso o que teme o Senhor e segue o seu caminho, diz o Salmista.
Não há felicidade sem fidelidade. As leituras da missa de hoje colocam diante de nós o exemplo da mulher virtuosa que põe todo o seu esforço ao serviço do bem estar da família, do aconchego do lar. E, no Evangelho, o exemplo dos criados que puseram a render os talentos que o patrão lhes confiou. S. Paulo, por sua vez, convida-nos a ser vigilantes e sóbrios em tudo: no falar e no comer; no vestir e no andar; na maneira de encarar os acontecimentos com otimismo e não com pessimismo e desespero.
2 - Os pecados de omissão. O Evangelho nos diz que o patrão daqueles criados, passado muito tempo, foi ajustar contas com eles. Enquanto que o primeiro e o segundo puseram a render os talentos recebidos, o terceiro, deixando-se levar pela preguiça, nada fez. Daí, ouvir a censura condenatória do seu patrão: servo mão e preguiçoso.
Aqui temos retratado o pecado de omissão. Aquele servo não perdeu o talento recebido. Teve até o cuidado de o esconder, mas assim o tornou improdutivo.
O servo preguiçoso é imagem viva do cristão que, quando é chamado a uma vida de piedade mas intensa; comprometer-se na tarefa do apostolado; a aliviar o peso da pobreza, do sofrimento de quem o rodeia, se esquiva. E tranquiliza a sua consciência dizendo: eu não sou mau, não trato mal ninguém, nem prejudico quem quer que seja. Quem fala assim não repara que também existam omissões graves, coisas que se deviam ter feito ou dito, não se fizeram nem se disseram. V.G. na comunicação social quantos pecados de omissão nesta área, lembra o Senhor Arcebispo Primaz: há momentos para elogiar e ocasiões para, sem condenar ninguém, mostrar a nossa discordância. Lembro os que apoiam publicamente o aborto e outros actos graves contra a vida a justiça e a paz.
3 – verdadeiro descanso. O comportamento dos servos não foi igual. Para o primeiro e o segundo o resultado foi 100% mais; para o terceiro foi 100% negativo. Cada um recebeu os seus talentos para os pôr a render sempre que posso fazer algo. E assim não posso cruzar os braços. Certamente que não resolvo tudo. Faço o que posso. Portanto, dê tu também o teu 100% e descansarás, tomarás posse do que está reservado para aqueles que em vida deram o seu 100%.
O Evangelho estabelece um laço constante entre os pecados de omissão e o inferno. Três textos se referem ao caso: a parábola dos talentos que acabados de ouvir – lançai-os às trevas de lá de fora. Na parábola do rico avarento (Lc. 16, 10): Morreu e foi sepultado no abismo. No capítulo 25, 11 de S. Mt.: afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno.
Eu, no meu lar, no lugar de trabalho, nas minhas relações sociais, na minha paróquia, faço frutificar os talentos de inteligência, de saúde, de simpatia, de possibilidades econômicas...ou enterro tudo isso no despejo da preguiça? Procuro trabalhar na defesa dos valores: da vida, da verdade, da honra, do pudor, dos outros que precisam da minha ajuda? Mãos à obras, tu tens tudo para seres feliz, e repousares na alegria do teu Senhor, basta que ponhas a render os teus talentos.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 20/11/2013

Liturgia comentada

Não queremos que ele reine sobre nós! (Lc 19, 11-28)
Estamos diante de um grande mistério do mundo espiritual, diretamente ligado ao “mistério da iniquidade” (a presença do mal do mundo). Trata-se de um vasto movimento de rebeldia que recusa a implantação do Reino de Deus entre os homens.
A raiz de tudo está na revolta dos anjos, capitaneados por Lúcifer, antes da criação do mundo. Ao anúncio da futura Encarnação do Verbo, o “portador da luz” protesta: “Non serviam!” “Não servirei a um Deus-na-carne, a um Deus-humilhado, feito frágil, pequeno, dependente!”
Não por acaso, a primeira tentação do Éden bateu na mesma tecla: tomar nas próprias mãos a decisão a respeito do Bem e do Mal (Gn 3), em um louco impulso de autodeterminação, usurpando a criatura aquilo que cabia exclusivamente ao Criador. Nomeados gerentes da Criação (Gn 1, 28), com a honrosa tarefa de prolongar a obra do Criador, homem e mulher deixam-se iludir pela promessa maligna de serem como deuses (Gn 3, 5). Desde o início, a humanidade recusa o Reino de Deus...
Na parábola de hoje, o Rei se afasta por um tempo. Estamos na história, é claro. Ao longo desse percurso, devemos trabalhar para que o Reino se instaure entre nós, mesmo entre dores e lágrimas, sucessos e fracassos. Nosso trabalho se realiza na esperança, pois o Rei prometeu voltar.
Mas aqui e ali, em todos os quadrantes, erguem-se vozes de protesto: “Não queremos que Ele reine sobre nós!” Os rebeldes se associam, tecem uma teia de rebeldia que envolve todo o planeta. Grupos financeiros, multinacionais da indústria, gigantes da área farmacêutica, generais da mídia – todos dão-se as mãos e juntam seus exércitos para ocupar o espaço do Rei.
Novos potentados são propostos para substituir o Senhor: o Mammon do lucro, a Vênus do prazer, o Marte da guerra, o Zeus do poder, a Juno da vaidade, os baais da prostituição. Quem discorda é caluniado, caçado e cassado, arrastado às arenas.
Mas o Senhor virá. O Senhor já vem. O Senhor não tarda a chegar. O servo fiel receberá seu prêmio. O servo infiel perderá até o que nunca teve. E os inimigos de Deus conhecerão a morte que não passa...
Qual é o meu estilo de vida? Adoro algum ídolo no pedestal de meu Rei? Dedico meu tempo à construção do Reino de Deus?
Orai sem cessar: “Dai ao Senhor a glória de seu nome!” (Sl 29, 2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 20/11/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

É hora de sairmos do comodismo

Sim, é hora de sairmos do comodismo, de fazer os dons que Deus nos deu multiplicar, crescer.

“Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem” (Lc 19,26).

As palavras do nosso Deus vem nos chamar a atenção para a dirigência, para a responsabilidade que nós precisamos ter com aquilo que Deus nos confiou. A parábola do Evangelho de hoje mostra o senhor que confia cem moedas para cada um dos operários que a ele se apresenta. Cada um deles faz o que pode com suas cem moedas: um as multiplicam, fazendo com que rendam dez vezes mais; outro, as fazem render cinco vezes mais; um terceiro pega essas moedas e apenas as coloca em um lenço e não faz com que se multipliquem.
Por isto, o senhor é muito severo quando chega, é muito duro com este homem; e o pouco que ele tem, ele perde. Em compensação, aqueles outros que multiplicaram as suas cem moedas receberam em proporção àquilo que fizeram, foram recompensados por terem pegado seus dons e os multiplicado.
Deus nos chama à ousadia – no bom sentido da palavra –, pois não quer que sejamos preguiçosos, relaxados ou negligentes. Às vezes, levamos a nossa vida de qualquer jeito, reclamando do que temos ou daquilo que não temos. E a nossa vida cai em um marasmo, as coisas não andam para frente e nós ficamos paralisados.
Até as pessoas mais limitadas fisicamente multiplicam os dons que têm. Quando vemos pessoas cegas fazendo coisas extraordinárias, pessoas com uma perna só (ou nenhuma) em cima de uma cadeira de rodas, fazendo muito mais coisas do que nós, que temos braços e pernas, percebemos o quanto nós nos limitamos. Muitas vezes, ficamos presos à condição que temos e não saímos do marasmo.
Sim, é hora de sairmos do comodismo, de fazer os dons que Deus nos deu multiplicar, crescer. Não podemos ficar parados pelo medo, pela letargia, reclamando que não podemos isso ou aquilo. Não importa a quantidade de dons e talentos que temos, o que importa é que, pouco ou muito, nós podemos multiplicá-los, nós podemos nos dar mais, ser mais ousados. O que não podemos é ficar parados, olhando para o céu, esperando que Deus faça a nossa vida acontecer.
Ele nos deu inteligência, capacidade e fé. Se usarmos isto como nossas armas, nós multiplicaremos a graça de Deus entre nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Multipliquemos os dons que Deus nos deu

Deus nos deu talentos, dons e capacidades; Ele nos deu Sua graça, Seu Espírito e luz interior

“O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’” (Lucas 19,17).

Esse Evangelho, com o qual Jesus está, hoje, formando-nos, orientando e conduzindo, conta uma parábola que pode até ser de difícil compreensão, mas é cheia de riquezas e significados para todos nós.
Esse homem nobre, que vai para um país distante, resolve pegar sua riqueza e entregar nas mãos de seus empregados cem moedas de prata, para que façam bom uso delas.
Fico pensando em nossa vida, fico pensando em quantas moedas de pratas Deus já colocou em nossas mãos. Não foram poucas, foram mais de cem moedas de pratas! Deus nos deu talentos, dons e capacidades; Ele nos deu Sua graça, Seu Espírito e luz interior.
Ao voltar, o que entristece aquele homem foi ver que um de seus empregados, que recebeu cem moedas de prata, simplesmente as enterrou e foi viver de forma preguiçosa, relaxada; não foi capaz de multiplicar, não foi capaz de fazer render, de produzir frutos, de fazer com que aquele dinheiro fosse bem aplicado.
Vivemos num mundo capitalista, onde tudo tem retorno. Jesus está falando do retorno dos dons que Ele mesmo confiou a cada um de nós.
Olhamos, neste próprio Evangelho, e vemos um outro empregado que fez render cinco vezes mais, dez vezes mais, porque foi diligente e aplicado, não se acomodou, correu atrás, fez acontecer, não parou nem estagnou, não ficou pensando de forma negativa nem colocou dificuldades, não criou problemas.
Muitas vezes, somos contaminados por uma visão muito negativista da vida, muito pessimista ou acomodada da vida. Vivemos na lamúria, na reclamação, vivemos simplesmente olhando a vida do seguinte prisma: “Tudo vai dar errado! Já tentei, já busquei, mas nunca dá certo!”. Desculpe-me, mas essa é a resposta de uma pessoa relaxada, preguiçosa, que, na verdade, não busca se superar.
Meus irmãos e irmãs, todos temos capacidades para ir mais adiante, mesmo que seja a pessoa mais simples do mundo. O homem do campo, do interior, o homem que não tem nada, pega seu rastelo, sua enxada e, com aplicação e determinação, faz uma pequena “hortinha” se transformar num grande varejo de produção de frutas.
Não precisa ser tão grande. Cada um vai produzir o que é capaz, mas precisa de inteligência e aplicação, é preciso levantar cedo, ter determinação. Quando a pessoa faz isso, ela vai colhendo os frutos ao longo da vida.
Fico pensando na situação atual que nós vivemos, de muitas pessoas desempregadas. Como doí no coração ver esse ou aquele desempregado! Entretanto, costumo dizer: desemprego é uma dureza, mas, muitas vezes, acontece; e pode acontecer com qualquer um de nós. Podemos até ficar desempregados, mas desocupados jamais!
Todos nós temos capacidade de fazer acontecer onde estamos. Se não foi possível produzir aqui, se não tem espaço para mim aqui, eu vou fazer acontecer em outro lugar ou de outra forma. Não pode ter essa vergonha, essa acomodação, não pode dizer: “Eu só sei fazer isso”. É impossível que um ser humano só saiba fazer uma coisa na vida!
Há pouco tempo, fiquei olhando os jogos olímpicos, sobretudo os jogos paralímpicos. Trouxe brilho aos meus olhos ver como aquelas pessoas, que aparentemente eram cheias de limites físicos (os quais nem pensamos em ter: falta os braços, as pernas, não enxergam…), como são proativas, capazes de fazer coisas que nós, com os membros inteiros, não somos capazes de fazer.
Fico pensando numa pessoa que não dá conta, que têm as duas pernas, tem saúde física e diz não ter condição de fazer uma caminhada a cada dia. “Senhor, estou cheia de doenças!”. Contudo, não é capaz de fazer meia hora de caminhada por dia. Muitos dizem: “Dá uma cansaço!”. É claro, pois você está nessa situação de acomodação.
Queremos saúde, mas de forma mágica: “Deus, me dê saúde!”, mas não somos capazes de nos aplicar para buscar a saúde onde ela se encontra. Se não deu certo aqui, busquemos acolá, mas não paremos. Temos que fazer a graça de Deus acontecer!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 16/11/2016

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a vencer o comodismo, a preguiça – às vezes até a covardia – e nos inspira para trabalharmos pelo bem de todos irmãos, caminhando com eles pelas estradas abertas neste mundo encantado pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2013

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a reconhecer os dons que nos emprestas, ainda que sejam apenas em potencial. Dá-nos sabedoria para desenvolvê-los e grandeza d’alma para colocá-los a serviço dos irmãos e da nossa Comunidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Canção Nova em 16/11/2016