sexta-feira, 19 de abril de 2024

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 19/04/2024

ANO B


Jo 6,52-59

Comentário do Evangelho

Para viver plenamente, é preciso uma adesão livre a Jesus, enviado do Pai

O último versículo do evangelho de hoje localiza o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum e o caracteriza como um ensinamento. A admiração dos judeus acerca das palavras de Jesus mostra que eles não conseguiram transpor o nível puramente racional e penetrar no sentido da afirmação de Jesus. Todo o discurso sobre o pão da vida é para o leitor do evangelho uma catequese sobre o sentido da Eucaristia. “Comer a carne” e “beber o sangue” remete a outra realidade, diversa do que primeiramente aparece. “Comer a carne” significa acolher, na fé, a existência humana e terrena de Jesus; “beber o sangue” é aceitar que no sacrifício da entrega do Senhor nos é dada a vida. Dito de outra maneira, para viver plenamente, é preciso uma adesão livre a Jesus, enviado do Pai. É pela fé que o discípulo participa da vida do Filho unigênito de Deus; é pela fé que se vive a vida em Deus. Quem aceita esse alimento espiritual vive em comunhão com o Senhor. A plenitude dessa vida será dada na ressurreição da qual o Senhor nos fez seus herdeiros.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a minha caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a desfalecer pelo caminho.
Fonte: Paulinas em 09/05/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Jesus é o pão que desceu do céu


Jesus é o pão que desceu do céu para a vida do mundo. Assim disse ele aos judeus que o ouviam na sinagoga de Cafarnaum. O povo de Israel conhecia o maná que alimentou os antepassados na travessia do deserto. Agora Jesus diz que o verdadeiro pão do céu não era aquele. O pão do céu é ele mesmo. Ele mesmo é o alimento para a vida do mundo, por isso sua carne deve ser comida e seu sangue deve ser bebido. Quem ouviu pensou em antropofagia, que é alimentar-se de carne humana. O sermão do “pão da vida” é uma preparação para a instituição da Eucaristia, que será narrada pelos sinóticos, e não por São João. No capítulo sexto, João desenvolve o tema da Eucaristia, e mais tarde, ao contar o que aconteceu na última ceia, no lugar da instituição da Eucaristia colocará o lava-pés para dizer que Eucaristia é serviço. Quem come a carne de Cristo e bebe o seu sangue está disposto a entregar-se para a vida do mundo.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Jesus anuncia o grande Mistério Eucarístico ao povo da pequena Cafarnaum: o Cristo se dá inteiro àqueles que se dispuserem a recebê-lo. Pão e vinho, frutos da terra e do trabalho, resumem toda a Criação. Comê-los significa fazer parte, sentir-se um com o Universo para manifestar a glória e o Amor do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/05/2014

VIVENDO A PALAVRA

Os judeus não compreendiam as palavras de Jesus. Eles estavam acostumados a outro tipo de leitura e não desejavam se abrir ao Novo trazido pelo Mestre de Nazaré. Entendiam o ‘comer a carne’ no seu sentido literal, incapazes de compreender que Jesus quer que recebamos o seu Espírito e nos ‘tornemos um’ com Ele para proclamar a glória do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/04/2018

VIVENDO A PALAVRA

Os judeus ainda não podiam compreender as palavras de Jesus, que lhes anunciava o Sacramento Eucarístico. Eles estavam acostumados a outro tipo de linguagem e não desejavam se abrir ao Novo trazido pelo Mestre. Entendiam o ‘comer a carne’ no seu sentido literal, incapazes de compreender que Jesus quer que recebamos o seu Espírito e nos ‘tornemos um’ com Ele, para a Glória do Pai e o bem dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/04/2021

Reflexão

Como pode ele dar a sua carne a comer? Como entender que para ter a vida eterna e ressuscitar no último dia é preciso comer a verdadeira comida e beber a verdadeira bebida que são a carne e o sangue de Jesus? Essas verdades se constituem numa realidade absurda para os judeus. Por que? Porque eles não conheceram verdadeiramente quem é Jesus. No mundo de hoje, encontramos muitas pessoas que, como os judeus, não conhecem Jesus e veem a eucaristia como uma realidade absurda. Precisamos agir como missionários para que essas pessoas conheçam Jesus, se alimentem da verdadeira comida e da verdadeira bebida e vivam para sempre.
Fonte: CNBB em 09/05/2014

Reflexão

O discurso sobre o pão da vida foi escrito quando já existia longa prática da celebração eucarística. Ao instituir a eucaristia, Jesus abençoa o pão e diz: “Isto é o meu corpo”; depois abençoa o vinho e diz: “Este é o meu sangue”. Carne e sangue equivalem à totalidade da pessoa. É como se Jesus afirmasse: Sou eu, que me ofereço como alimento espiritual. Os interlocutores de Jesus entenderam suas palavras em sentido material, por isso discutem entre si: “Como pode ele dar-nos a sua carne para comer?”. Por outro lado, comer e beber, nesse contexto, não é algo meramente simbólico. É a própria presença de Jesus Cristo. Eucaristia é verdadeira comida e verdadeira bebida. Ela é sacramento, isto é, sinal sensível da salvação de Deus. Ela realiza o que diz.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 20/04/2018

Reflexão

Jesus provocou a reação dos judeus em Cafarnaum, ao dizer que é necessário comer de sua carne e beber do seu sangue para ter a “vida eterna”. Carne e sangue é a totalidade da pessoa. Foi isso que Jesus fez: doou-se plenamente por amor. Aos hebreus era proibido consumir o sangue, pois representa a vida, e só Deus podia apropriar-se dela. A exemplo do cordeiro dos hebreus no Egito, Jesus é o cordeiro pascal que entrega sua carne e derrama seu sangue por amor à vida de cada um. João “exprime o significado mais profundo da eucaristia enquanto carne e sangue doados para a vida do mundo, uma vida que não poderá estar comprometida pela morte”. O texto de hoje é uma bela reflexão sobre a eucaristia. Ao participar dela, entramos em comunhão com Jesus, com seu Pai e com a comunidade, ou seja, com todos os seguidores do Mestre.
Oração
Ó Jesus, divino Mestre, na sinagoga de Cafarnaum, ensinavas a teus compatriotas, dizendo: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Abre nossa mente, Senhor, para compreendermos o sentido profundo de tua mensagem. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 23/04/2021

Reflexão

As palavras que Jesus dirige aos judeus são fortes. Certamente, os judeus, por causa de sua fé, não compreendiam nem aceitavam o que Jesus estava dizendo; nós, hoje, poderíamos nos perguntar se compreendemos essas mesmas palavras de Jesus com clareza. De maneira elevada, digamos dessa forma, o que Jesus diz reflete uma realidade já vivida pelos primeiros cristãos e que João, o evangelista, organiza e propõe àqueles que necessitam de instrução acerca da fé em Jesus. É preciso, em palavras simples, romper com esquemas mentais ultrapassados e abrir-se para a novidade que já está presente no meio de nós. A vida plena proposta por Jesus tem lugar no nosso aqui e agora à medida que nos deixamos por suas instruções. Comer a carne e beber o sangue de Cristo é participar em plenitude de seu projeto que visa garantir vida plena a todos.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 06/05/2022

Reflexão

O discurso sobre o pão da vida foi escrito quando já existia longa prática da celebração eucarística. Ao instituir a Eucaristia, Jesus abençoa o pão e diz: “Isto é o meu corpo”; depois abençoa o vinho e diz: “Este é o meu sangue”. Carne e sangue equivalem à totalidade da pessoa. É como se Jesus afirmasse: Sou eu, que me ofereço como alimento espiritual. Os interlocutores de Jesus entenderam suas palavras em sentido material, por isso discutem entre si: “Como pode ele dar-nos a sua carne para comer?”. Por outro lado, comer e beber, nesse contexto, não é algo meramente simbólico. É a própria presença de Jesus Cristo. Eucaristia é verdadeira comida e verdadeira bebida. Ela é sacramento, isto é, sinal sensível da salvação de Deus. Ela realiza o que diz.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós»

Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch
(Salt, Girona, Espanha)

Hoje, Jesus faz três afirmações capitais como são: que se deve comer a carne do Filho do homem e beber o seu sangue, que se não se comunga não se pode ter vida; e que esta vida é a vida eterna e é a condição para a ressurreição (cf. Jo 6,53.58). Não há nada no Evangelho tão claro, tão rotundo e tão definitivo como estas afirmações de Jesus.
Não sempre os católicos estamos à altura do que merece a Eucaristia: às vezes se pretende “viver” sem as condições de vida assinaladas por Jesus e, contudo, como tem escrito João Paulo II, «a Eucaristia é um dom demasiado grande para admitir ambiguidades e reduções».
“Comer para viver”: comer a carne do Filho do homem para viver como o Filho do homem. Este comer se chama “comunhão”. É um “comer”, e dizemos “comer” para que fique clara a necessidade de assimilação, da identificação com Jesus. Comunga-se para manter a união: para pensar como Ele, para falar como Ele, para amar como Ele. Aos cristãos fazia-nos falta a encíclica eucarística de João Paulo II, A Igreja vive da Eucaristia. É uma encíclica apaixonada: é “fogo” porque a Eucaristia é ardente.
«Ardentemente desejei comer convosco esta ceia pascal, antes de padecer» (Lc 22,15), dizia Jesus ao entardecer da Quarta-feira Santa. Temos de recuperar o fervor eucarístico. Nenhuma outra religião tem uma iniciativa semelhante. É Deus que entra no coração do homem para estabelecer aí uma relação misteriosa de amor. E desde aí se constrói a Igreja e se faz parte no dinamismo apostólico e eclesiástico da Eucaristia.
Estamos tocando a entranha mesma do mistério, como Tomás, que apalpava as feridas de Cristo ressuscitado. Os cristãos teremos de revisar a nossa fidelidade ao fato eucarístico, tal como Cristo o tem revelado e a Igreja nos o propõe. E temos de voltar a viver a “ternura” para a Eucaristia: genuflexões pausadas e bem feitas, incremento do número de comunhões espirituais... E, a partir da Eucaristia, os homens nos aparecerão sagrados, tal como são. E lhes serviremos com uma renovada ternura.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «O mesmo Criador e Senhor da natureza, que faz a terra produzir pão, também faz do pão o seu próprio corpo (porque ele prometeu e tem o poder de fazê-lo), e aquele que transformou a água em vinho, faz do vinho o seu sangue. É a Páscoa do Senhor!» (São Gaudêncio de Brescia)

- «A Eucaristia continua a ser um 'sinal de contradição' e não pode deixar de sê-lo, porque um Deus que se faz carne e se sacrifica pela vida do mundo põe em crise a sabedoria dos homens» (Bento XVI)

- «O Senhor dirige-nos um convite urgente a recebê-lo no sacramento da Eucaristia: 'Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em ti' (Jo 6,53)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.384)

Reflexão

João 6: o “Pão Eucaristia” contém o sacrifício do “Verbo Encarnado”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus revela expressamente o alcance de sua encarnação: dar a vida pelo mundo. A Eucaristia, além de ser o sacramento de sua permanência entre nós, contém o dom de seu sacrifício por nós.
Isto se vê mais claramente no versículo 53, onde o Senhor menciona, também, seu Sangue, que Ele nos dá para "beber". Aqui, não somente mostra-se evidente a referência à Eucaristia, senão que também se perfila aquilo no que se baseia: o sacrifício de Jesus que derrama seu Sangue por nós e, deste modo, sai de Si mesmo, por assim dizer, se derrama, se entrega a nós. Assim, pois, Encarnação e Cruz se entrecruzam.
―O pão pressupõe que a semente ―o grão de trigo― caiu na terra, "morreu", e que de sua morte cresceu depois a nova espiga. O pão terreno pode chegar a ser portador da presença de Cristo porque leva em si mesmo o mistério da paixão, reúne em si morte e ressurreição.

Recadinho

Se não temos fé verdadeira em Cristo, tem sentido nossa reunião de irmãos? - Você agradece a Deus o grande dom da Eucaristia? - Quando está com dificuldades, você busca forças na Eucaristia? - Sua participação na Eucaristia corre risco de se transformar em algo rotineiro? - Você procura se convencer da fragilidade desta vida e se prepara realmente para vida eterna em Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/05/2014

Meditação

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” João não nos conta a instituição da Eucaristia na última ceia de Jesus. Mas, nesta passagem, apresenta um dos seus sentidos. Participar da Eucaristia não é apenas tomar parte em uma cerimônia: é assimilar a vida de Jesus, unir-se vitalmente a Ele, assumir seu jeito de pensar e de agir, tornar-se uma só pessoa com Ele. Comer sua carne e beber seu sangue é proposta para toda a vida. É salvação eterna.
Oração
CONCEDEI-NOS, DEUS TODO-PODEROSO que, tendo conhecido a graça da ressurreição do Senhor, possamos, pelo amor do vosso Espírito, ressurgir para uma vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus aos judeus: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna"


Hoje, as pessoas rejeitam Jesus porque não entendem as suas palavras: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna». Não O compreendem e afastam-se d’Ele! É uma atitude curiosa: pouco antes, Cristo tinha multiplicado por milhares uns poucos pães e peixes. Foi um grande milagre que eles aceitaram sem entender e sem protestar. Até queriam fazê-Lo rei… Agora afastam-se de Jesus Cristo!
- Entender Deus é importante; aceitá-Lo é imprescindível. Jesus sabe como fazer as coisas: graças à Eucaristia podemos alimentar-nos de modo discreto com a sua Carne e o seu Sangue.

Meditando o evangelho

EXPLICANDO UM MAL-ENTENDIDO

Os adversários relutavam em entender as palavras de Jesus. Em geral, tomavam-nas num sentido oposto à intenção do Mestre. Quando ele falou em dar sua carne em alimento para a vida do mundo, seus adversários sentiram um certo mal-estar, imaginando a cena macabra da devoração de um ser humano. Entretanto, Jesus não falava de antropofagia, e sim, da Eucaristia. Referia-se à relação a ser estabelecida entre ele e a comunidade dos discípulos, por meio do pão e do vinho eucarísticos.
Pão e vinho seriam constituídos como sacramento da presença do Senhor. Ao redor de uma mesa é que a comunidade de fé faria a experiência de comunhão profunda com o Ressuscitado. Ao comer o pão e beber o vinho, indicariam um tipo novo de relação estabelecida entre o Senhor e a comunidade. Os discípulos assimilariam plenamente o corpo de Jesus, e se deixariam transformar por ele. Seria a maneira de permanecerem nele, e permitir que o Mestre permanecesse em cada um deles. Resultado: toda a vida do discípulo seria um viver por Cristo, com Cristo, em Cristo, de modo a garantir a vida eterna, que só ele pode oferecer, pois lhe fora concedida pelo Pai.
A má-fé dos inimigos impediu-lhes de compreender o sentido profundo desse ensinamento de Jesus. Com isto, indicavam não estar em comunhão com ele, nem interessar-se em partilhar a vida que Jesus lhes oferecia.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de boa-fé arranca do meu coração toda dúvida a respeito das palavras de Jesus, e faze-me compreender o seu significado profundo.
Oração
Ó Deus todo-poderoso, concedei que, conhecendo a ressurreição do Senhor e a graça que ela nos trouxe, ressuscitemos para uma vida nova pelo amor do vosso Espírito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 09/05/2014

Meditando o evangelho

O PÃO DO CÉU

O ensinamento de Jesus quanto a comer sua carne e beber seu sangue foi de difícil entendimento, tanto para seus discípulos quanto para seus adversários. O perigo principal consistiu em tomar as suas palavras em sentido puramente material, numa evidente deturpação do seu real significado.
Acostumadas a celebrar a Eucaristia, as comunidades cristãs interpretavam as palavras do Mestre num contexto de fé, entendendo-as no sentido espiritual de comunhão com Jesus, simbolizado no pão e no vinho consagrados.
Os verbos comer e beber apontam para a experiência de assimilação de Jesus – sua pessoa e seu projeto de vida – por parte dos discípulos. Assim como o alimento e a bebida, ao serem ingeridos, passam a fazer parte do corpo físico de quem os consumiu, o mesmo deve acontecer com quem adere a Jesus. Toda a existência do discípulo tende a ficar permeada pelo Senhor, com o qual entrou em comunhão.
Os vocábulos carne e sangue indicam a totalidade do ser humano. Receber o corpo e o sangue do Senhor significa entrar em comunhão com tudo quanto ele é - sua humanidade e sua divindade - de forma que todo o ser do discípulo se deixe tomar por ele.
É assim que o discípulo se alimenta em sua caminhada de encontro com o Pai. E assim alimentado, jamais desfalecerá pelo caminho.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a minha caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a desfalecer pelo caminho.
Fonte: Dom Total em 20/04/201801/05/202023/04/2021 06/05/2022

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Jesus é o pão que desceu do céu para a vida do mundo. Assim disse ele aos judeus que o ouviam na sinagoga de Cafarnaum. O povo de Israel conhecia o maná que alimentou os antepassados na travessia do deserto. Agora Jesus diz que o verdadeiro pão do céu não era aquele. O pão do céu é ele mesmo. Ele mesmo é o alimento para a vida do mundo, por isso sua carne deve ser comida e seu sangue deve ser bebido. Quem ouviu pensou em antropofagia, que é alimentar-se de carne humana. O sermão do Pão da Vida é uma preparação para a instituição da Eucaristia, que será narrada pelos sinóticos, e não por São João. No capítulo sexto, João desenvolve o tema da Eucaristia, e mais tarde, ao contar o que aconteceu na última Ceia, no lugar da instituição da Eucaristia colocará o lava-pés para dizer que Eucaristia é serviço. Quem come a carne de Cristo e bebe o seu sangue está disposto a entregar-se para a vida do mundo.
Fonte: NPD Brasil em 20/04/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Comer a carne e beber o sangue do Senhor...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Para a nossa cultura esse ato parece tão estranho... Soa como canibalismo, como os primeiros cristãos foram acusados, de comer carne de criancinhas. Entre os indígenas sempre existiram os Guerreiros valentes que tinham fama de heróis, mas na batalha que estes morriam, seu corpo era levado até a tribo e os mais jovens comiam a sua carne para se apossarem do seu espírito de herói.
A Eucaristia nos torna imortais porque recebemos a carne e o sangue daquele que é Eterno e este sinal Sacramental nos eterniza. É um ritual para que a nossa razão compreenda o que a Fé realiza em nós, pois somos transformados em Cristo, suas palavras e seus ensinamentos, suas obras a favor da Vida têm continuidade a dois milênios de historia, e isso sem sombra de dúvida se deve a Eucaristia.
Na Eucaristia Jesus se faz presença real e concreta em milhões e milhões de homens e mulheres todos os dias.
A pessoa que vamos construindo em nossa vida, com nossos pensamentos e projetos, com nossas ações a favor do bem, com nossos ideais de fraternidade, agregando tudo isso ao nosso Ser Existencial e ganhando uma identidade cristã própria. Essa pessoa, alimentada pela Eucaristia supera a matéria presente na corporeidade, quando passamos pela morte Biológica, essa pessoa, que fez de Cristo a razão do seu Viver, passa incólume pelo processo de morte e continua o seu viver, agora em Vida Plena e Eterna.
Não se trata apenas da nossa personalidade ou da nossa psique, mas desse homem espiritual que somos, presente em todas as nossas dimensões e que acaba se manifestando em nossas ações, feitas em nossa corporeidade, mas desencadeadas por este Ser, unido intimamente a Jesus Cristo, e que norteia toda a nossa caminhada.
A descoberta de quem realmente somos nós, se dá na Fé em Jesus Cristo, pois é ele o Revelador de Deus e revelador do homem. Quem, portanto, não se alimentar dele, sua carne e seu sangue, transubstanciado em Pão e vinho na Santa Eucaristia, sentirá esse homem espiritual se definhar junto com a matéria. Por absoluta falta desse alimento especial que contém a Vida Eterna.
Fonte: NPD Brasil em 01/05/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus, o Pão da Vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Certa ocasião, eu indaguei a um estudioso dos povos indígenas se havia alguma justificativa para as tribos antropófagas devorarem seus adversários. Ele explicou-me que uma certa tribo havia adotado esse costume por acreditarem que, o Espírito de um Valente guerreiro, é passado aquele que comer a sua carne. Nesta tribo, os adolescentes eram convocados a saborearem a carne dos Guerreiros adversários que haviam matado. Essa ideia bem rudimentar e primitiva nos ajuda a compreender o Mistério da Eucaristia em nossa Vida.
Para se ter em nós a Vida Plena do Espírito, é preciso comer a carne do Senhor e beber o seu sangue.  Os Judeus ortodoxos ficaram escandalizados e se perguntavam, como é que Jesus iria lhes dar de comer à sua carne.
Comer o Corpo do Senhor, e beber do seu sangue, são expressões fortes para se dizer que, aquele que Nele crê, devem estar com ele em íntima comunhão a ponto de se transformar em um outro Cristo.
Entretanto, não podemos resumir a Eucaristia apenas a um Rito que é rico em significado, pois a própria palavra “Comunhão” com que designamos a Eucaristia, é a sua essência. Portanto, não se trata de um rito mágico, onde ingerimos a hóstia Consagrada e o precioso vinho, transubstanciado realmente no Corpo e Sangue do Senhor (Não do Jesus histórico) e em nosso organismo começa uma alteração química... Essa mudança só é perceptível sob o olhar da Fé, pois a vivência quotidiana deve manifestar essa prática eucarística de se estar em comunhão com o Senhor na Comunhão com os irmãos.
Estar em comunhão com o Senhor é quando eu demonstro a mesma reverência com as pessoas, que eu tenho pelo Santíssimo presente no Sacrário. Como é bonito de se ver quando o Sacerdote passa em meio a assembleia com o Ostensório. As pessoas fecham os olhos, tocam nas vestes sacerdotais, ajoelham-se, acompanham todo o percurso com o olhar em um devotamento total da alma e do coração. Terminada a celebração termina também a magia, os irmãos e irmãs são os mesmos de sempre, chatos, ranzinzas, fofoqueiros, orgulhosos, arrogantes, soberbos, e a relação com alguns da assembleia é quase impossível…
Onde ficou a comunhão com o Senhor nas relações da comunidade? E há os de “Crista Erguida” que quando exortados por alguém a serem mais pacientes, caridosos e compreensivos, respondem com a velha e repugnante frase “Venho aqui por causa de Jesus e não das pessoas”.
As demais pessoas da comunidade, inclusive os dirigentes e Ministros Sagrados, nada significam, o que importa é o Jesus Eucarístico, que não incomoda ninguém, que não faz nenhuma exigência, que concorda com tudo o que eu digo , penso e faço, e ainda de vez em quando me faz alguns milagres. Que Cristianismo é esse?
Vale aqui lembrar a frase Joanina “Quem diz que ama a Deus, que não vê, mas não ama o próximo que está ao seu lado, é um mentiroso!”. Temos uma prática eucarística ou vivemos apenas no “arrebatamento” do rito?

2. Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós - Jo 6,52-59
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Jesus insiste em dizer que sua carne e seu sangue são alimento, e quem deles se alimenta, ressuscitará e terá a vida eterna. O alimento se converte naquele que o come, por isso diz o Senhor que “quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. Se os judeus procuraram a “colagem com Deus”, chamada de “devekut”, aqui está Deus colando-se em nós. Cristo vive em nós e nós, nele. “Aquele que de mim se alimenta, viverá por mim ou por meio de mim, assim como eu vivo pelo meu Pai”. A vida do Pai e do Filho na Trindade é uma só e mesma. Assim será a vida de quem está unido a Cristo, a mesma vida de Cristo ressuscitado, que já não pode morrer. Viverá para sempre. Como Maria, que ao chegar à casa de Isabel com o fruto de seu ventre encheu sua prima do Espírito Santo e de alegria, assim também nós, recebida a comunhão, somos portadores da alegria do Espírito por onde quer que passemos.
Fonte: NPD Brasil em 23/04/2021

HOMILIA

JESUS, O PÃO DA VIDA

As pessoas que tinham comido e agora escutavam o discurso de Jesus reagiram negativamente. Chegando a fazer inúmeras perguntas e até a pensar que Jesus os teria acusado de canibais.
Mas afinal que tipo de alimento se estava a referir Jesus?
Jesus estava falando do pão que o pão do céu nos dá. Este pão é ele mesmo. Veja o que ele diz: Assim como Eu vivo pelo Pai, assim aquele que Me come viverá por Mim.
Afirma Jesus que quem come a sua carne e bebe o seu sangue entra em tal comunhão de vida com Ele, só comparável à comunhão com que Ele próprio vive com o Pai.
Esta comunhão íntima com Jesus experimentou-a S. Paulo logo a seguir à sua conversão, pois já não sabia viver sem falar d’Ele. Ela transforma a vida e dá novo direcionamento. Faz-nos compreender que desde os primórdios Deus nos ama e pensou em nós. A entender que o corpo de Jesus é dado como alimento de nossa fé desde o momento de sua encarnação, durante toda sua vida de doação e serviço aos homens e mulheres, particularmente aos excluídos.
Que suas palavras e sua presença alimentam as comunidades ao longo da história. Aquele que acolhe Jesus na fé e se identifica com ele, assumindo o serviço na comunidade e se solidarizando com próximo necessitado na sociedade, viverá para sempre.
A comunhão entre pessoas não é comunhão de coisas, mas sim de vidas, a qual leva a partilhar tudo o que é dum e doutro. Pois, a comunidade dos que tinham abraçado a fé tinha.
Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 09/05/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SEXTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 09/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

Na Eucaristia temos a presença real de Jesus Cristo

A Eucaristia não é símbolo, não é lembrança; a Eucaristia é a presença real, viva, amorosa de Nosso Senhor Jesus Cristo no meio nós!

”Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (João 6, 56)

Os discípulos que tiveram a graça de conviver com o Senhor – e até se encontrarem com Ele depois da Ressurreição d’Ele – desejaram e anunciaram que o Senhor permanecesse entre eles! Depois disso, Jesus ainda caminhou quarenta dias com Sua Igreja e só depois foi para o céu, contudo Ele mesmo nos disse: ”Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.
E muitos podem se perguntar: “Onde está essa presença de Jesus?” Jesus está na Sua Palavra, nas pessoas que se reúnem para orar em Seu nome; nas pessoas que fazem o bem em Seu nome e naqueles que são fiéis aos Seus mandamentos. E existe uma presença, por excelência, de Jesus entre nós, foi Ele quem assim quis e as Suas palavras nos dão certeza disso e certificam aquilo que Ele mesmo diz: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (João 6, 56).
O último presente de Jesus para nós, antes de morrer, foi na Última Ceia ao nos dar o Seu Corpo e Seu Sangue em Alimento: o sacramento da Eucaristia, que é para nós a presença maravilhosa de Deus no meio de nós. A Eucaristia não é símbolo, não é lembrança; a Eucaristia é a presença real, viva e amorosa de Deus no meio nós!
Comungar com o Senhor e do Senhor é comungar o Seu Corpo e o Seu Sangue! Não se trata de uma presença puramente espiritual, uma presença moral; mas sim de uma presença real. O mesmo Jesus, que nós comungamos na Eucaristia, é o Jesus que morreu na cruz. O Corpo de Jesus, que se oferece a nós pelas mãos dos sacerdotes, é o mesmo que ressuscitou dos mortos. Não há dois, há um só Jesus, o Senhor da vida, por isso ter comunhão com Ele e permanecer n’Ele é permanecer no Seu Corpo e no Seu Sangue.
Como nós precisamos mergulhar na profundidade desse mistério e na beleza sublime dessa graça que nos é dada! Estar na comunhão do Senhor é estar na comunhão do Seu Corpo e do Seu Sangue!
Não se trata de comungar a Eucaristia de forma automática, robotizada, entrar em uma fila e recebê-Lo em nós. Sim, nós O recebemos, mas uma vez que O recebemos, nós precisamos cultivar o Alimento que entrou em nós; precisamos valorizar, amar, adorar e permitir que Jesus seja vida para a nossa vida!
Adorado e glorificado seja o Senhor presente nos sacrários do mundo inteiro! E que Jesus resplandeça em nossa vida quando recebermos o Seu Corpo e o Seu Sangue.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

O Sangue de Cristo purifica a nossa vida

O sangue de Jesus não só nos purifica dos nossos pecados, mas fortifica a nossa vida para que tenhamos fé, sentido e direção

“Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.” (João 6,53)

Precisamos e queremos ter a vida, mas para tê-la é preciso que a vida eterna de Deus entre em nós. Não negligenciemos a comunhão com Deus, não negligenciemos o Corpo e o Sangue do Senhor (…) e queiramos a vida no sentido mais pleno, no sentindo mais glorioso, a glória eterna.
A glória é contemplar Deus para sempre, mas a glória começa quando vivemos a comunhão com Ele. Talvez tenha sido duro para os judeus compreenderem o significado disso.
Fomos acostumados a comer a carne dos animais: do frango, do peixe; a carne bovina; mas todas elas são apenas um alimento que nos sacia (…), mas quando pensamos na Carne do Filho de Deus, devemos pensar na vida que nela está, que viveu a santidade, na Carne que viveu a vida plena de Deus no meio de nós.
É algo muito divino, muito sublime, pois por meio dessa Carne, o Eterno entra no nosso ser corporal, mortal, inflamado de pecados, de erros, de incoerências, mas quando permitimos que a Carne de Cristo entre em nós, Ele nos transfigura, nos transforma, e a nossa vida assume outro sentido.
Não podemos esperar estarmos plenamente santos para recebermos a Carne do Senhor, pelo contrário, a nossa fraqueza tem de ser do Senhor. A nossa carne para ser santificada, precisa da Carne do Senhor; o nosso corpo precisa do Corpo do Senhor. Por isso, é preciso ter fome da Eucaristia, precisamos fazer do Corpo do Senhor o alimento da nossa vida, precisamos mergulhar n’Ele, tomar consciência de que Ele nos santifica da ponta dos pés até o fios do nosso cabelo. Quando vivemos essa comunhão, Ele santifica os nossos pensamentos e sentimentos.
O Sangue de Cristo é o símbolo maior da vida; o Sangue vertendo é a vida que perece. O Sangue que recebemos é a vida que ganhamos como dom do Alto. A vida nunca mais nos será tirada quando nos saciamos do Sangue do Senhor. O Sangue de Jesus não só nos purifica dos nossos pecados, como também, fortifica a nossa vida para que tenhamos fé, sentido e direção.
Que sejamos tomados pela presença do Corpo e Sangue do Senhor, que santificam o nosso corpo e a nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 20/04/2018

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos permanecer em comunhão com o Senhor

“Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (João 6,55-56)

Queremos permanecer em Jesus! Precisamos permanecer n’Ele, porque, se permanecermos, produziremos os frutos do Reino. O mais bonito é que Ele quer permanecer em nós, Ele desejou ardentemente permanecer conosco e está no meio de nós.
A beleza é que Ele está no meio de nós de forma real, visível e concreta, pois Ele nos deixou o Seu corpo e o Seu sangue. Voltamo-nos para o mistério da cruz de Jesus e ali vemos o Seu sangue ser derramado e a Sua carne ser pregada na cruz. Ele deu o Seu corpo e o Seu sangue para nos salvar e nos libertar dos nossos pecados, mas Ele também nos dá o Seu corpo e o Seu sangue para que tenhamos a vida em Deus e para que a vida d’Ele esteja em nós.
Não podemos permanecer distantes de Jesus; precisamos permanecer em Deus. E a maneira de permanecermos n’Ele é termos comunhão com Ele. Talvez, alguns pensem que comunhão é ter um pensamento igual, é estar pensando em Deus; essa comunhão também passa pelos pensamentos e pelos sentimentos, mas é muito mais do que isso: é ter a vida de Deus em nós e a nossa vida estar n’Ele, porque o sangue e a carne representam a totalidade da vida.

Precisamos permanecer em Jesus, porque, se permanecermos n’Ele, produziremos os frutos do Reino

Deus não quer estar conosco de forma aparente, superficial ou virtual. Deus quer estar conosco em tudo aquilo que realizamos, Ele quer que a vida d’Ele esteja em nós. Por isso, precisamos encarnar Jesus como Ele se encarnou no meio de nós. Assim como o Filho de Deus assumiu a natureza humana, a carne humana, a vida humana, o sangue humano, a natureza divina, também precisam estar em nós. Precisamos encarnar Jesus em nós, ter os sentimentos, os pensamentos e a vida d’Ele em nós.
Não se desvie do sacramento da graça e da Eucaristia. Onde quer que você esteja, na sua casa, trabalhando, mesmo distante, olhe para as Igrejas que estão no mundo inteiro e proclame: “Nós O adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo aqui, ali, em todas as nossas Igrejas que estão no mundo inteiro e Vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo”. Assim rezava Francisco, é assim que precisamos também orar! E não só orar, mas ter uma vida eucarística, ter uma vida na comunhão com o Senhor, adorando e permitindo que Ele permaneça em nós.
No meio de tantas agitações, inquietações, preocupações e tensões é preciso acalmar a alma, o coração, os afetos, os sentimentos, porque, se não o fizermos, seremos tomados pela raiva, pelo medo, pelo rancor, pelos ressentimentos e tensões próprias da vida.
É preciso voltar-se para Jesus porque Ele está voltando-Se para nós. É preciso encarnar os sentimentos de Jesus e comungar do Seu corpo, da Sua carne, do Seu sangue e da Sua vida em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 01/05/2020

HOMILIA DIÁRIA

Mergulhemos a nossa vida na Eucaristia

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (João 6,56)

Entre tantas coisas belas e profundas que vem de Jesus o Seu testamento de vida está aqui: é Ele mesmo que se dá. Sempre esperamos receber algo material de quem parte. Jesus não nos dá coisas materiais nem terrenas, mas Ele nos dá Seu próprio Corpo e Seu próprio Sangue.
Olhamos para Jesus na Cruz, Seu corpo pregado e dilacerado pelas maldades humanas, é Ele dando-se para a nossa salvação. Seu sangue derramado na Cruz, é o sangue que nos dá vida. Por isso, quando contemplo o Seu mistério na Cruz, contemplo o mistério de Deus amando-me, dando-se, doando-se por mim.
Aquilo que acontece no Calvário desce para a minha vida, porque antes mesmo do Calvário, Ele se deu na Eucaristia, e Ele se dá em cada Eucaristia por nós. “Quem não comer a minha carne não terá a vida”. Podemos até estranhar: “Como vamos comer a carne?”, mas é comer mesmo a carne d’Ele, pois o corpo d‘Ele é dado como alimento a nós.

Eucaristia é compromisso de vida, que se transporta e transforma-se para vivermos a vida de Deus em nós

Se estão procurando a vida em qualquer alimento humano e material, qualquer alimento nos sacia de forma superficial; agora, quem nos alimenta para a eternidade é o alimento que vem do Céu. Já não são mais necessários bois, carneiros, cordeiros, qualquer outro sacrifício, porque o único que nos salva é o sacrifício do próprio Deus imolado no Corpo e no Sangue do Seu Filho.
Aproximemo-nos da Eucaristia, aproximemo-nos do mistério da nossa fé, convictos de que comendo a carne e bebendo o sangue de Jesus, temos em nós a vida de Jesus. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”.
Precisamos permanecer em Jesus e deixar que Ele permaneça em nós, estabeleça-se e more em nós, precisamos ter a vida de Jesus em nós. Não basta receber a Eucaristia e acharmos que, de uma forma mágica, a vida de Deus está em nós. Eucaristia é compromisso de vida, que se transporta e transforma-se para vivermos a vida d’Ele em nós.
Deus transportou-se, veio até nós e agora vamos até Ele, e permitimos que a vida d’Ele esteja em nós. Eucaristia é compromisso e transubstanciação.
O mistério da Eucaristia é a transformação da substância do pão e do vinho, no Corpo e no Sangue do Senhor. As aparências permanecem, conosco não é diferente, as aparências são do Roger, são as aparências de Maria, de José… mas o nosso interior, a nossa substância mais profunda vai se transformando, eucaristizando-se e transformando-se numa nova realidade, até que possamos exclamar como Paulo: “Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim, porque a vida de Cristo está em mim pelo Seu Corpo e Seu Sangue” (cf. Gálatas 2,20).
Mergulhemos a nossa vida na Eucaristia, porque ela é o Corpo e o Sangue que dá sentido à nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 23/04/2021

HOMILIA DIÁRIA

Reveja o seu amor pela Eucaristia

“Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: ‘Como é que ele pode dar a sua carne a comer?’. Então Jesus disse: ‘Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida’.” (João 6,52-55)

Meus irmãos, o convite que Jesus faz, a oferta de Cristo não é um convite ao canibalismo. Canibalismo, você entende muito bem que é comer carne humana. Para os judeus, soava bastante estranho essa oferta de Jesus do seu corpo, do seu sangue e da sua carne. Para eles, era bastante difícil compreender isso. Mas eles se espantavam pela realeza, pela realidade, pela definição que Jesus acabou dando sobre esse mistério de união d’Ele com cada um de nós.
Era um convite, na verdade, para aceitar a vida de Cristo, não era fisicamente comer a sua carne ou beber o seu sangue, mas era para entrar numa dimensão muito mais profunda, era para acolher a vida de Cristo. Uma vez que Ele está se referindo à sua carne e ao seu sangue, Jesus está dizendo: “Recebam a minha vida. Recebam profundamente aquilo que sou no coração e na alma de vocês”.
Aqui, entra também uma coisa interessante, que é um conceito aristotélico, mas que depois também foi refeito e feita uma releitura por parte de São Tomás de Aquino, que é o conceito de substância e acidente.

É um convite para cada um de nós rever o nosso amor pela Eucaristia, o cuidado que temos com esse grande tesouro na vida da nossa Igreja

Substância é a coisa na sua realidade mais profunda, o acidente já é a parte externa. Por isso que, quando nós falamos da Eucaristia, esses dois conceitos são muito aplicados, porque, na Eucaristia, a substância é Jesus, embora o símbolo externo seja pão e seja vinho. Vemos pão e vinho, a matéria do pão e do vinho, mas a substância é Jesus. Por isso que, na Doutrina Católica, dizemos que, naquele momento, acontece o milagre da transubstanciação, e não a transmaterialização. Jesus está presente, não comemos nem bebemos de uma forma simbólica, mas realmente comemos e bebemos a carne de Cristo, o sangue de Cristo. É Jesus que está presente, como eu disse: embora na aparência frágil do pão e do vinho.
Porque é assim, Jesus também se apoia na nossa vida frágil, na nossa vida limitada, assim como Ele escolheu a realidade frágil de se apoiar na matéria do pão e do vinho, Ele também se apoia no meu e no seu coração.
Então, hoje, ao meditarmos esse Evangelho, é um convite para cada um de nós rever o nosso amor pela Eucaristia, o cuidado que temos com esse grande tesouro na vida da nossa Igreja, que é a presença perene de Jesus todos os dias vivo na Eucaristia, para ofertar a cada um de nós o dom da sua vida, o dom do seu ser.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, não permitas que o Mistério Eucarístico se torne mais uma rotina na nossa vida. Mantém-nos maravilhados e agradecidos pelos dons da Carne e do Sangue do Cristo, que quis permanecer conosco e em nós até o fim dos tempos. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/05/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, envia sobre a Igreja o teu Espírito e nos dá força e coragem para mergulhar no Mistério da tua Presença Paterna em nós, desde já, nesta caminhada que fazemos de retorno ao nosso Lar – a tua Morada Santa – na companhia de toda humanidade e de Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/04/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai da Luz, feliz quem espera no Senhor, nosso Deus! Envia sobre a Igreja o teu Espírito e nos dá sabedoria e humildade para mergulhar no Mistério da tua Presença Paterna em nós, nesta caminhada que fazemos para retornar ao Lar – a tua Morada Santa – na companhia dos irmãos e seguindo a Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão Maior – Ele, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/04/2021