quinta-feira, 25 de julho de 2013

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 26/07/2013

26 de Julho de 2013

Ano C


Mt 13,16-17

Comentário do Evangelho

Meus olhos viram a tua salvação.

O texto de hoje é a continuação da pergunta dos discípulos: “Por que lhes falas em parábolas” (v. 10). A resposta de Jesus faz uma distinção entre os discípulos e a multidão: “... a vós foi dado a conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não” (v. 11). Então, Jesus fez distinção de pessoas? 
 Não! A compreensão deve ser positiva, pois ela tem uma força de interpelação para o leitor do evangelho: somente no seguimento de Jesus Cristo é que suas palavras fazem plenamente sentido. Não é Jesus que fala de maneira enigmática, mas os que ouvem não se sentem envolvidos por seu ensinamento. É como se a palavra de Jesus não lhes dissesse respeito.
A bem-aventurança do v. 16 diz respeito à pessoa de Jesus. Ver o Messias, ouvir a sua voz, foi o desejo de muitos profetas. O velho Simeão exulta: “Agora, soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2,29-30).
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra

Jesus responde aos apóstolos que perguntavam o porquê de suas parábolas. E lhes explica que o coração do povo estava endurecido e eles fechavam o ouvido para não ouvir e não compreender. Será que nós abrimos os olhos, ouvidos e coração para ver, ouvir, entender e vivenciar as parábolas de Jesus?

Reflexão

Todos nós falamos muito em felicidade e todas as pessoas desejam ser felizes. Em nome da felicidade as pessoas fazem as maiores proezas e correm os maiores riscos. A felicidade está sempre naquilo que nós mais valorizamos na nossa vida. É justamente aqui que nós encontramos o elemento de análise principal para encontrarmos a causa de tanto sofrimento e tanta dor que estão presentes no mundo de hoje. Deus é o valor absoluto e somente a partir dele pode haver felicidade verdadeira. Qualquer felicidade que encontre o seu fundamento fora de Deus, coloca o seu fundamento em um falso valor, de modo que é na verdade uma falsa felicidade, que só pode trazer dor e sofrimento.

Meditação

Posso dizer que realmente vejo? - Há coisas que tenho vontade de, às vezes, não ver. Que tipo de coisas? - Somos felizes porque recebemos a Graça de Deus. Procuro partilhar esta Graça? Como? - Não surge a tentação de guardar o dom de Deus só para si? - O dom de Deus terá algum valor se não for partilhado?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. Capacidade de entender a Palavra
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando conversamos com alguém sobre algum assunto muito importante, mas notamos que o ouvinte está “longe” da conversa, distraído, olhando para os lados, preocupado com outras coisas, lógico que não sentimos vontade de continuar, e assim logo  encerramos o assunto ou  transformamos a  conversa em uma futilidade, que não requer tanta atenção do outro.

Na celebração de casamentos ás vezes enquanto o Padre ou o Diácono capricha na homilia, os noivos estão dando risinhos entre si, ou olhando para a cara de algum padrinho engraçado, ou olhando a daminha ou o noivinho, ou o que é ainda pior, fazendo pose para uma foto. Como diz o caboclo, “dá uma réiva”, e daí a gente logo conclui  e perde a vontade de continuar com a reflexão, pois os principais interessados, que são os próprios celebrantes, estão distraídos, a palavra é apenas um ruído, um barulho que não passa dos ouvidos.

Para fazer esse desabafo no evangelho de hoje, Jesus deve ter passado essa experiência inúmeras vezes diante da multidão, ele ali falando com entusiasmo do Reino Novo, falando e revelando o Pai, e o povaréu nem aí com o “peixe”, parece que só se ligavam quando Jesus fazia algum milagre, daí a coisa fervia, pois milagre não exige compromisso da parte de quem o recebe.

Temos em nossas vidas pessoas com quem conversamos todo dia, mas algumas nos são especiais, e com essas a conversa passa do mero formalismo para um colóquio, algo mais profundo. As multidões sempre seguiram Jesus, no meio delas haviam pessoas que viam em Jesus alguém especial, interessavam-se em ouvi-lo, prestando toda atenção, porque suas palavras traziam esperança, fortalecimento, coragem e conforto, e com isso trazia também a vontade de pensar diferente e construir um mundo novo. Não era apenas uma mensagem bonita que deleitava os ouvidos, mas era algo que entrava dentro do coração, no centro da vida, provocando mudanças...

Mas havia também os “avoados”, os interessados em buscar em Jesus alguma vantagem, esses até o aplaudiam e o admiravam, mas não estavam interessados em mudanças radicais de vida, ouviam as pregações, entravam por um ouvido e saia pelo outro. Jesus era só mais um pregador entre outros, muito bom, falando com sabedoria, mas era só mais um. Assim é que o homem da pós-modernidade vê o cristianismo, como mais uma religião entre centenas de milagres, como uma Filosofia de Vida, entre tantas outras, muito boa, sólida, consistente, tradicional, mas é só mais uma...

Os Discípulos foram escolhidos do meio da multidão, o Senhor viu neles, muito mais do que ouvidos atentos, mas corações abertos, sedentos de esperança e uma total disponibilidade para segui-lo. Nãosão homens especiais e superdotados de algum poder sobrenatural, mas para eles Jesus não é apenas mais um, é o Único e absoluto. Com eles Jesus inicia o Novo Povo de Deus, os homens e mulheres da Nova Aliança, haverá entre Jesus e eles um forte elo como havia no Código da Aliança entre Deus e Israel “Eu serei o Vosso Deus e Vós sereis meu Povo” em uma relação única e particular.

Por isso Jesus os trata de modo especial e os introduz pedagogicamente ao conhecimento sobre os mistérios do Reino dos Céus, que não é revelado a multidão. Hoje esses discípulos estão nas nossas comunidades cristãs, são todos os batizados que se abriram á Graça de Deus, que foram capazes de se encantarem com Jesus e seu evangelho, e se colocam sempre disponíveis para construir esse Reino que é Eterno. Jesus não fala mais em parábolas, ele é o Logus do Pai, a sua Palavra encarnada no meio de nós, ele se entrega totalmente na Eucaristia em cada celebração.

Ai de nós se o ouvirmos de má vontade, sem nenhuma disposição interior para o segui-lo, ai de nós se não o acolhermos com o coração aberto... Melhor seria nem ser batizado e não ter se apossado do nome de Cristão.

2. Meus olhos viram a tua salvação.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.


3. POR QUE FALAR EM PARÁBOLAS?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes, uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração ao Reino.

Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os mistérios do Reino, a outros não.
Seria isto um preconceito de Jesus em relação a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem, de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.
Precisamos respeitar os mais velhos
Precisamos ter honra, respeito e consideração a todos aqueles que vieram antes de nós. Respeitar a sabedoria dos mais velhos.
Na Liturgia de hoje, nós celebramos São Joaquim e Sant’Ana, os pais de Nossa Senhora, os avós de Jesus.
Na meditação do Evangelho de hoje, eu queria chamar a atenção para aqueles que são os nossos avós. Alguns avós ainda são avós muito jovens: casaram muito cedo, tiveram filhos e, logo, esses filhos lhes deram netos. Mas eu queria chamar a atenção para nossos avós, sobretudo, para aqueles que já são mais idosos.
Nós, muitas vezes, gostamos do colo do avô, da avó, mas a Palavra de Deus chama a nossa atenção para que tenhamos respeito e consideração para aqueles que são os nossos antepassados.
E quando dizemos “nossos antepassados”, nós queremos aqui lembrar que são aqueles que vieram antes de nós. E aí, pela ordem cronológica, claro que são os nossos pais, depois os nossos avós, e se você tem a graça de ter bisavós… E assim por diante. Em outras palavras: precisamos respeitar os mais velhos.
Precisamos ter honra, respeito e consideração a todos aqueles que vieram antes de nós. Respeitar a sabedoria dos mais velhos. Ainda que muitas vezes nos sintamos irritados, ou achamos que eles são antiquados, ou ainda de outra geração. É o respeito para com eles que nos garante a bênção do Senhor em nossa vida.
Na sua juventude, não despreze ninguém por ser velho, ancião ou mais idoso. Muito pelo contrário, tenha para com eles um respeito, um amor e até uma veneração. Existe neles muita sabedoria, a sabedoria da vida, a sabedoria dos anos, a consideração que nós precisamos ter para com aqueles que já são de mais idade.
Quero hoje pedir a Deus que abençoe nossos vovôs e vovós que estão doentes, que estão sofrendo. Sobretudo, sofrendo com a solidão, muitas vezes com o abandono ou com a incompreensão da vida, dos netos e dos filhos. Que sobre esses Deus conceda uma bênção muito especial.
E se você tem um vovô e uma vovó, não esqueça de dar um beijo e orar muito por essa graça que Deus te deu.
Um dia muito abençoado para você. 
LEITURA ORANTE

Mt 13,16-17 - Olhos e ouvidos para quê?



Dia de São Joaquim e Santa Ana

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos 
que se encontram aqui, em torno da Palavra:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra,
à tua oração,à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.


1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia,  o texto: Mt 13,16-17.
Jesus continuou, dizendo: 
- Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos vêem, e os seus ouvidos ouvem. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: muitos profetas e muitas outras pessoas do povo de Deus gostariam de ver o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.
Ver o Messias e ouvi-lo era o grande anseio do povo. Mas, já dizia o profeta Jeremias: “os sacerdotes não perguntaram: Onde está o Senhor? Os depositários da Lei não me conheceram, os pastores rebelaram-se contra mim, os profetas profetizaram por Baal e, assim correram atrás do que não vale nada” (Jr 2,8). O Salmista, por sua vez, afirma: “Meu rochedo e minha muralha és tu, Senhor” (Sl 70). Agora, Jesus, o Messias e Senhor, está presente. Os que o vêem e o escutam “são felizes”. No entanto, devemos admitir que há ainda muitos que estão cegos e surdos.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Onde vejo e escuto o Messias?
Como aproximar e abrir os olhos e ouvidos de tantos que ainda não vêem, nem escutam?
Os bispos, em Aparecida disseram: “Os cristãos precisam recomeçar a partir de Cristo, a partir da contemplação de quem nos revelou em seu mistério a plenitude do cumprimento da vocação humana e de seu sentido. Necessitamos nos fazer discípulos dóceis, para aprende d’Ele, em seu seguimento, a dignidade e a plenitude de vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão proporcionar. Em Cristo Palavra, Sabedoria de Deus (cf. 1 Cor 1,30), a cultura pode voltar a encontrar seu centro e sua profundidade, a partir de onde é possível olhar a realidade no conjunto de todos seus fatores, discernindo-os à luz do Evangelho e dando a cada um seu lugar e sua dimensão adequada." (DAp 41).

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com o bem-aventurado Tiago Alberione,
 também por todos os vovós que hoje homenageamos:
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
 
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
 
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
 
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
 
Que eu celebre como tu te im
olaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim.
Amém.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é para ver Jesus e escutá-lo, hoje.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e
Filho e Espírito Santo. Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos olhos, ouvidos e coração atentos, pois nós queremos ver, ouvir e seguir tua Palavra Criadora encarnada em Jesus de Nazaré. Dá-nos, também, Pai amado, coragem para anunciar aos irmãos a Boa Notícia do Teu Reino de Amor. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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