Em Manguinhos, Papa disse visitar cada bairro do Brasil
Redação Portal A12
No segundo compromisso desta quinta-feira (25), Papa Francisco
chegou à comunidade de Varginha, no Complexo de Manguinhos, para uma visita que
ele disse querer representar a todos os bairros do Brasil e fez um discurso
inflamado pela justiça social.
“Desde o início, quando planejava minha visita ao Brasil, o meu
desejo era poder visitar todos os bairros deste país. Queria bater em cada
porta, dizer ‘bom dia’, pedir um copo de água fresca, beber um cafezinho –
brincou. Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as portas!
Então escolhi vir aqui, visitar a comunidade de vocês. A comunidade que hoje
representa todos os bairros do Brasil. Como é bom ser bem acolhido, com amor,
generosidade, alegria”, disse o Papa com um grande sorriso no rosto.
O Papa agradeceu pela “linda acolhida” que recebeu dos moradores
da comunidade e em sua reflexão destacou a necessidade do acolhimento e da
partilha.
“Sei bem que quando alguém que precisa comer, bate na sua porta,
vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre
se pode ‘colocar mais água no feijão’! Se pode colocar mais água no feijão?
Sempre”, disse o Pontífice.
O Papa afirmou que as pessoas mais simples são as que mais sabem
partilhar: “Sobretudo as pessoas mais simples, podem dar para o mundo uma
grande lição de solidariedade, que é uma palavra frequentemente esquecida ou
silenciada, porque é incômoda”.
No seu pronunciamento, o Santo Padre lançou um apelo pelas
questões sociais:
“Queria lançar um apelo a todos os que possuem mais recursos, às
autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a
justiça social: Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais
solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda
existem no mundo! Cada um, na medida das próprias possibilidades e
responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para acabar com tantas
injustiças sociais! Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que
frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um
mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um
concorrente ou um número, mas um irmão”, alertou.
A luta pela dignidade da pessoa e a valorização da vida também
foram destaques na fala do Santo Padre.
“Não deixemos entrar em nosso coração a cultura do descartável,
porque nós somos irmãos. Ninguém é descartável”. E completou, “nenhum esforço
de ‘pacificação’ será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma
sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si
mesma. Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma; antes, perde algo
de essencial para si mesma”.
No final, o Papa pediu aos jovens, especialmente, a juventude ali
representada, para que continuem a empreender a luta pela vida e pela justiça.
“Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente
às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de
corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu
próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca
desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A
realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a
praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo”.
Por fim, o Pontífice disse que a Igreja está unida a todos na
promoção do bem.
“Hoje a todos vocês, especialmente aos moradores dessa comunidade
de Varginha, quero dizer: Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o
Papa está com vocês”, concluiu.
Na capela São Jerônimo Emiliano, no início da visita, o Papa fez
uma breve pausa e rezou: “Pai abençoe esse altar que preparamos para ver seus
mistérios”.
Muitas faixas, algumas com pedidos de justiça, foram estendidas
nas grades das casas.
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