No cristianismo a menção
do Sábado Santo nos remete logo à estreita ligação entre Maria e o Mistério
Pascal. Naquele dia, Maria recolheu em si toda a fé da Igreja, só Ela conservou
a fé na ressurreição do Filho de Deus. Nessa reflexão, a Igreja Católica do
oriente e do ocidente afirmou o Sábado como o "dia da Virgem Maria".
Uma especial
devoção a Nossa Senhora com o título "do Sábado Santo" cresceu entre
os fiéis de Corropolis, a partir do século XV. A cidade surgiu bem antes, sobre
as ruínas de um povoado pré-histórico, em uma colina próxima ao Mar Adriático,
na Itália central. Nela está o Santuário mariano mais antigo da região de
Abruzzo. Trata-se da igreja paroquial de Santa Inês, padroeira da cidade, onde
se venera a imagem milagrosa da citada devoção.
A obra é uma
escultura em madeira de 1300, representa a Mãe Imaculada de braços abertos, com
uma expressão de intensa dor estampada no rosto. Segundo os registros alguns
pescadores a encontraram no rio Tronto e a entregaram aos padres celestinos que
ocupavam o mosteiro beneditino de Santa Maria, em Maculano, Corropoli. Logo a
imagem ganhou o título de Nossa Senhora do Sábado Santo, por participar sempre
nos ritos da semana santa da Páscoa.
A tradição atribui
à sua poderosa ajuda celestial, a cidade ter escapado do flagelo da peste, que
assolou a região no início do século XVII e na metade do século XIX. A devoção
ganhou forte impulso no século XX. Os olhos da sagrada imagem de Nossa Senhora
do Sábado se moveram diante do povo. O prodígio ocorreu duas vezes, em 1914 e
1939, e foi a previsão da Mãe dos horrores de cada uma das guerras mundiais. A
imagem milagrosa recebeu a coroação canônica, em 21 de maio de 1942, data de
sua festa anual.
Existe também a
devoção à Nossa Senhora do Sábado, padroeira de Minervino Murge, uma
cidadezinha fascinante de Puglia, no sul da Itália. A imagem representa a
Virgem sentada estreitando o Menino Jesus junto à si, com a mão direita
enquanto com a esquerda segura o pèzinho. O quadro, de pintor anônimo do século
XIV, foi localizado na parede de uma gruta escavada na rocha encontrada depois
de três séculos.
Apesar da data ser
ignorada, a tradição confirmou um certo sábado, quinze dias após a Páscoa, o
que originou o título da devoção. Nesse sábado, durante uma caçada, o príncipe
Pignateli, barão da cidade, notou seu cão penetrar numa fenda de rocha. A
seguir ouviu os latidos, mas o animal permaneceu no local. A pesar do difícil
acesso decidiu ir verificar. Assim descobriu a antiga gruta com a preciosa
imagem da Virgem.
A capela dedicada à
Nossa Senhora do Sábado foi erguida no século XVII, sob o patrocínio do
príncipe Márcio Pignateli, irmão do Papa Inocêncio XII. A construção foi feita
em duas partes: a inferior, que é a gruta onde está a imagem mariana; e a
superior, o templo maior para acomodar os peregrinos e fiéis. A festa anual da
padroeira ocorre sempre no sábado, quinze dias após o domingo da Páscoa de
Cristo.
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