terça-feira, 21 de maio de 2013

Para chegar à fé se deve experimentar a oração, assegura Cardeal Rouco

Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio María Rouco Varela. Foto: Europa Press

MADRI, 20 Mai. 13 / 02:59 pm (ACI/Europa Press).- O Arcebispo de Madri e presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Cardeal Antonio María Rouco Varela, defendeu que "não se pode chegar à fé se não se entrou na experiência da oração", durante uma exposição sobre a "Liturgia, fonte e espaço da Fé" dada na última sexta-feira durante o V Congresso Teológico que se celebra em Cáceres.
Nesse contexto, explicou que o Concílio Vaticano II aprovou quatro grandes documentos, sobre a Igreja, a Sagrada Liturgia, a Igreja e o mundo de hoje e outro sobre a primeira Revelação. Para o Cardeal, "Não se pode chegar à fé se não se entrou na experiência da oração".
Para o presidente da Conferência Episcopal Espanhola, a pessoa não se pertence a si mesma, mas Deus é dono do ser. Assim, o Cardeal Rouco Varela explicou que na história recente se excluiu à fé como forma de conhecimento profundo da verdade.
Posteriormente, o cardeal destacou a importância de Cristo na Fé. "Para as pessoas de seu tempo, Jesus Cristo era um dos grandes profetas, mas Pedro lhe diz, 'você é o Cristo o Filho de Deus'. Foram escritas muitas biografias sobre Jesus de Nazaré e muitas tentativas de conhecê-lo prescindindo dessa irrupção do divino em suvida".
O Cardeal destacou também que "há mal no mundo e mal no coração, há um tentador que é mentiroso que quer nos levar pelo caminho da mentira negando a fé, como o super-homem do Nietzsche", informa em nota de imprensa o Bispado de Cória-Cáceres.
O Cardeal Rouco Varela fez uma alusão ao experimento com as células mães, indicando que quando o homem se situa no centro de tudo e frente a Deus, considera-se "dono de sua própria existência". Entretanto destacou que o fim da saúde "não" é mal, mas o homem "vê-se ameaçado quando expõe certos posicionamentos à margem da ética". "Como se usam os conhecimentos aos que chegam pela experimentação para o bem do homem?", perguntou-se.
Fé e razão
Por outro lado, analisou o "problema" da fé e razão, e é que segundo o cardeal, "o problema está em que a teologia não é reconhecida como ciência em muitos lugares da Espanha".
"Ciência agora é o resultado do uso metodológico da razão no conhecimento da natureza que avança e se corrige a si mesmo, na medicina não há resultados imutáveis, tudo depende do que se avance. Mas, quer conhecer o que há dentro do homem além da biologia? O psicólogo o conhece no mais profundo do seu ser? Conhece o que sente? O que ama?", indicou.
Posteriormente, explicou como deve responder um crente ante o desafio da autossuficiência. "Do mesmo modo que com o modernismo, se o seu coração e sua alma não levam a conhecer a verdade profunda e funda definitiva da vida, você ficou pela metade do caminho. Se você se apoia na autonomia do homem que não considera que o bem é mais do que o êxito do trabalho científico, que não pode ser negado e que tem que ser respeitado, pois então verá que sua vida fracassa e o caminho da humanidade não irá bem. Cristo é o Salvador do homem, que nos permite ver a luz. Não se pode ter medo do diálogo com a razão, do diálogo com o mundo", afirmou.
Em definitiva, para o Cardeal, há tanta necessidade de amor, que se tem que aprender a pedir Àquele que é o Amor por excelência e o Amor Encarnado. "O que nunca pede nunca acreditará. O homem que dirige sua vida e se crê autossuficiente para resolver seus problemas e os de outros, por causa de suas próprias forças, nunca acreditará, só o fará o que o possa fazer litúrgica e eucaristicamente", declarou.

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