ANO B
Jo 13,21-33.36-38
Comentário do Evangelho
Traição fruto do mal
O contexto é o da última ceia, no meio da qual Jesus lava os pés dos seus discípulos. A observação sobre o estado interior de Jesus faz referência às suas palavras que denunciam a incompreensão dos discípulos e a predição da traição por parte de um deles. Todos os discípulos são postos sob suspeita, ou melhor, a traição é uma tentação que diz respeito a todos, em princípio. A traição de Judas é obra de satanás. Não se deve entender, aqui, satanás como um ente pessoal, mas como uma realidade que existe na pessoa humana. Toda traição é fruto do mal que, enigmaticamente, habita o coração do ser humano; pode ser movida pela frustração, pela ambição, pelo medo, por um desvio de caráter, entre outros motivos. Não é diferente para Simão Pedro, pois negação é traição; sua reação primária não se confirmará durante a paixão. Há para ele, como para todos os discípulos, um longo caminho a ser percorrido para o amadurecimento da fé e para uma adesão incondicional à pessoa de Jesus. Será preciso uma verdadeira “metanoia” para que, de fato, eles possam dar a sua vida por Jesus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
Fonte: Paulinas em 15/04/2014
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Antes que um galo cante, tu me terás negado três vezes
Jesus anuncia a traição de Judas e a negação de Pedro. Satanás entra em Judas e Judas sai imediatamente. E a noite o envolve. Pedro, por sua vez, diz e não faz! “Eu darei a vida por ti”, mas vai negá-lo três vezes.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/antes-que-um-galo-cante-tu-me-teras-negado-tres-vezes/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/agora-foi-glorificado-o-filho-do-homem-e-deus-foi-glorificado-nele-26032024
Vivendo a Palavra
Jesus começa a revelar para os Apóstolos o seu destino próximo – o martírio. “Para onde eu vou, vocês não podem ir” – pelo menos, naquela hora, porque quase todos o seguiram, cada um a seu tempo. O que temos nós a dizer com relação à fidelidade a Jesus, à opção fundamental de vivermos como Ele viveu? Renovemos nosso compromisso neste tempo de preparação para a Páscoa.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/04/2014
VIVENDO A PALAVRA
Pedro – aquele que negou, mas se converteu até o gesto heroico do martírio – deve inspirar nossa vida em permanente processo de conversão. Se também nós caímos, então miremos no exemplo do Apóstolo e confiemos no poder do Espírito que nos habita para perseverar no Caminho que leva à Verdade e à Vida: Jesus de Nazaré.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/03/2018
VIVENDO A PALAVRA
Jesus começa a revelar para os Apóstolos o seu destino próximo – o martírio. «Para onde eu vou, vocês não podem ir» – (Pelo menos, naquela hora, porque todos o seguiram, mas cada um no seu tempo). O que temos nós a dizer com relação à nossa fidelidade a Jesus e à opção fundamental de viver como Ele viveu? Renovemos nosso compromisso neste tempo de preparação para a Páscoa.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/04/2020
VIVENDO A PALAVRA
Um conjunto de discípulos frágeis, havia até um traidor entre eles. E Jesus sabia: era com seres humanos modestos como nós – e não com Anjos – que Ele edificava a sua Igreja. A única regra a ser seguida é que nos amemos como Ele amou, entregando sua Vida para a cura e libertação de todos. Vamos nos revestir de gratidão para seguir o Mestre até o Calvário e chegar com Ele à Ressurreição!
Fonte: Arquidiocese BH em 30/03/2021
Reflexão
Mesmo entre os discípulos de Jesus, a humanidade, com a sua fraqueza, falou mais alto nos momentos mais difíceis. Todos estão à mesa com ele, celebrando a Páscoa, mas ninguém está pronto para viver a Páscoa de Jesus. Judas Iscariotes abandona a mesa celebrativa para procurar os sumos sacerdotes e trair Jesus. Simão Pedro afirma que dará a vida por Jesus e, como resposta, ouve a profecia de que o negará três vezes ainda naquela noite. Com exceção de João, que esteve acompanhando Jesus até o alto do Calvário, todos os demais se dispersaram.
Fonte: CNBB em 15/04/2014
Reflexão
O que poderia ser uma atividade descontraída e alegre, transforma-se em momento de tristeza. Jesus toma refeição com seus discípulos. Está comovido e põe às claras algo que guardava no seu íntimo: no meio de seus discípulos há um traidor. A indicação se dá por um gesto de carinho especial: “Jesus pegou um pedaço de pão, o molhou e o deu a Judas, filho de Simão Iscariotes”. Judas não aceita o amor do Mestre, sai da sala e mergulha na escuridão, no meio da qual refulge o esplendor da glória: “Agora o Filho do Homem foi glorificado”. Pedro, por sua vez, ainda despreparado para seguir o Mestre e morrer com ele, jura fidelidade: “Eu darei a minha vida por ti!”. Jesus lhe fala da negação. Longo caminho Pedro deverá percorrer antes de entregar livremente a vida por Jesus e pelo “rebanho”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 27/03/2018
Reflexão
O que poderia ser uma atividade descontraída e alegre transforma- se em momento de tristeza. Jesus toma refeição com seus discípulos. Está comovido e põe às claras algo que guardava no seu íntimo: no meio de seus discípulos há um traidor. A indicação se dá por um gesto de carinho especial: “Jesus pegou um pedaço de pão, o molhou e o deu a Judas, filho de Simão Iscariotes”. Judas não aceita o amor do Mestre, sai da sala e mergulha na escuridão, no meio da qual refulge o esplendor da glória: “Agora o Filho do Homem foi glorificado”. Pedro, por sua vez, ainda despreparado para seguir o Mestre e morrer com ele, jura fidelidade: “Eu darei a minha vida por ti!”. Jesus lhe fala da negação. Longo caminho Pedro deverá percorrer antes de entregar livremente a vida por Jesus e pelo “rebanho”.
Oração
Amável Jesus, experimentas profunda comoção ao revelar a presença do traidor, membro do teu grupo escolhido. Judas Iscariotes, com efeito, afasta-se da comunidade para organizar o momento de entregar-te aos chefes do povo. Concede-nos, Senhor, profunda firmeza em nossa fé, para nunca te abandonarmos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 07/04/2020
Reflexão
Nos três primeiros dias da Semana Santa, os Evangelhos nos apresentam cenas de refeição, culminando com a ceia do lava-pés na quinta-feira, que abre o Tríduo Pascal. No Evangelho deste dia, temos o plano de Judas, que sai antes de concluir a ceia para entregar o Mestre. Enquanto Jesus revela seu imenso amor pelos seus – a ceia é gesto também de amor, partilha e solidariedade -, um deles o trairá. A traição de Judas e a negação de Pedro demonstram a fraqueza humana. É noite, revela o Evangelho, tempo de sombras, incertezas e traições. Ao mesmo tempo, é noite de glorificação para o Mestre, o qual escolheu os seus, mas não lhes tolhe a liberdade de agirem segundo a própria consciência. Nessa ceia, que acaba se tornando tensa, Jesus não deixa de se dirigir aos seus com o carinhoso nome “filhinhos”, tratando-os como um bom pai trata seus filhos.
Oração
Amável Jesus, experimentas profunda comoção ao revelar a presença do traidor, membro do teu grupo escolhido. Judas Iscariotes, com efeito, afasta-se da comunidade para organizar o momento de entregar-te aos chefes do povo. Concede-nos, Senhor, profunda firmeza em nossa fé, para nunca te abandonarmos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 30/03/2021
Reflexão
O que poderia ser uma atividade descontraída e alegre transforma-se em momento de tristeza. Jesus toma refeição com seus discípulos. Está comovido e põe às claras algo que guardava no seu íntimo: no meio de seus discípulos, há um traidor. A indicação se dá por um gesto de carinho especial: “Jesus pegou um pedaço de pão, o molhou e o deu a Judas, filho de Simão Iscariotes”. Judas não aceita o amor do Mestre, sai da sala e mergulha na escuridão, no meio da qual refulge o esplendor da glória: “Agora o Filho do Homem foi glorificado”. Pedro, por sua vez, ainda despreparado para seguir o Mestre e morrer com ele, jura fidelidade: “Eu darei a minha vida por ti!”. Jesus lhe fala da negação. Longo caminho Pedro deverá percorrer antes de entregar livremente a vida por Jesus e pelo “rebanho”.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Reflexão
«Era noite»
Abbé Jean GOTTIGNY
(Bruxelles, Blgica)
Hoje, Terça-feira Santa, a liturgia põe o acento sobre o drama que está a ponto de desencadear-se e que concluirá com a crucifixão da Sexta-feira Santa. «Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite» (Jo 13,30). Sempre é de noite quando nos distanciamos do que é «Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro» (Símbolo de Niceas-Constantinopla).
O pecador é o que dá as costas ao Senhor para gravitar ao redor das coisas criadas, sem referi-las a seu Criador. Santo Agostinho descreve o pecado como «um amor a si mesmo até o desprezo de Deus». Uma traição. Uma prevaricação fruto da «arrogância com a que queremos emancipar-nos de Deus e não ser nada mais que nós mesmos; a arrogância pela que cremos não ter necessidade do amor eterno, e sim que desejamos dominar nossa vida por nós mesmos» (Bento XVI). Podemos entender que Jesus, aquela noite, tenha-se sentido «turbado em seu interior» (Jo 13,21).
Afortunadamente, o pecado não é a última palavra. Esta é a misericórdia de Deus. Mas ela supõe uma “mudança” de nossa parte. Uma mudança da situação que consiste em despegar-se das criaturas para vincular-se a Deus e reencontrar assim a autêntica liberdade. No entanto, não vamos esperar estar aborrecidos das falsas liberdades que tomamos, para mudar a Deus. Segundo denunciou o padre jesuíta Bourdaloue, «quiséramos converter-nos quando estivéssemos cansados do mundo ou, melhor dito, quando o mundo estivesse cansado de nós». Sejamos mais espertos. Decidamo-nos agora. A Semana Santa é a ocasião propícia. Na Cruz, Cristo abre seus braços a todos. Ninguém está excluído Todo ladrão arrependido tem seu lugar no paraíso. Isso sim, a condição de mudar de vida e de reparar, como o do Evangelho: «Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal» (Lc 23,41).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Esta é a única salvação para nossa carne e nossa alma: caridade para com eles [doentes, necessitados]» (São Gregório Nazianzeno)
- «O essencial nestas palavras é o "novo fundamento" do ser que nos foi dado. A novidade só pode vir do dom da comunhão com Cristo, do viver Nele» (Bento XVI)
- «É vontade do nosso Pai ‘que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade’ (1 Tm 2, 3-4). Ele ‘usa de paciência [...], não querendo que ninguém se perca’ (2 Pe 3, 9) (85). O seu mandamento, que resume todos os outros e nos diz toda a sua vontade, é que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou (86)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.822)
Reflexão
«Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele»
Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué
(Manresa, Barcelona, Espanha)
Hoje contemplamos Jesus na escuridão dos dias da Paixão, escuridão que concluirá quando exclame: «Está consumado» (Jo 19,30); a partir desse momento se acenderá a luz da Páscoa. Na noite luminosa da Páscoa —em contraposição com a noite escura da véspera de sua morte— as palavras de Jesus vão se fazer realidade: «Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele» (Jo 13,31). Pode se dizer que cada passo de Jesus é um passo da morte à Vida e tem um caráter pascoal, manifestado numa atitude de obediência total ao Pai: «Eis que eu vim para fazer a tua vontade» (Heb 10,9), atitude que fica corroborada com palavras, gestos e obras que abrem o caminho da sua glorificação como Filho de Deus.
Contemplamos também a figura de Judas, o apóstolo traidor. Judas tenta dissimular a má intenção que guarda no seu coração; assim mesmo, procura encobrir com hipocrisia a avareza que lhe domina e lhe cega, apesar de ter tão perto ao que é a Luz do mundo. Mesmo assim de estar rodeado de Luz e de desprendimento exemplar, para Judas «Era noite» (Jo 13,30): trinta moedas de prata, “o excremento do diabo” —como qualifica Papini o dinheiro— o deslumbraram e amordaçaram. Preso da avareza, Judas atraiçoou e vendeu a Jesus, o mais prezado dos homens, o único que pode nos enriquecer. Mas Judas experimentou, também a desesperação, já que o dinheiro não é tudo e pode chegar a escravizar.
Finalmente, consideramos Pedro atenta e devotamente. Tudo nele é boa vontade, amor, generosidade, naturalidade, nobreza... é o contraponto de Judas. É certo que negou a Jesus, mas não o fez com má intenção, senão por covardia e debilidade humana. «Negou-o pela terceira vez, e olhando-o Jesus Cristo, logo depois chorou, e chorou amarguradamente» (Santo Ambrósio). Pedro se arrependeu sinceramente e manifestou a sua dor cheio de amor. Por isso, Jesus o reafirmou na vocação e na missão que lhe tinha preparado.
Reflexão
O Apóstolo: debilidade humana, mas chamada divina
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje Jesus comove-se ante a debilidade dos seus. Sabe que, em poucos dias, padecerá muito por nossa salvação. E, com discrição e delicadeza, lamenta-se porque um deles lhe trairá. Ninguém crê isso possível. Simão Pedro, que ama sinceramente o Senhor, faz todo tipo de declarações. Mas..., na realidade, três dias depois, negou três vezes conhecer o “Nazareno”.
Temos aqui o mistério da debilidade dos Apóstolos escolhidos pelo mesmo Jesus Cristo. Todos e cada um somos —mais ou menos— como Judas ou Simão Pedro. O melhor disto é que Deus não deixa de nos chamar a seu lado. E sempre nos perdoa se, como Pedro, sabemos chorar.
—Senhor Jesus, desconfio das minhas forças: sem ti não posso te seguir. Obrigado porque me tens chamado, mas, por favor, tenhas paciência comigo e não me deixes apesar de que eu te deixasse. Peço a São Pedro que, com seu coração, sempre possa retornar a Deus.
Recadinho
Quais os tipos de traição mais comuns na sociedade de hoje? - Você já se sentiu traído(a) por alguém? - Você tem muitos e verdadeiros amigos? - Você agradece e retribui a Deus os bens que lhe dá? Se retribui, como?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional de 15/04/2014
Meditação
“Então, Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas.” Jesus sabia que um dos discípulos o entregaria a seus adversários e fez questão que todos soubessem disso. Tinha conhecimento do que iria acontecer. Para o traidor teve ainda um último gesto de amizade: ofereceu-lhe um bocado de pão passado no molho ritual da Páscoa. Era como que um último convite a Judas para que voltasse atrás. Podia ter certeza que ainda seria perdoado.
Oração
DEUS ETERNO E TODO-PODEROSO, dai-nos celebrar de tal modo os mistérios da Paixão do Senhor, que possamos receber vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus anuncia aos apóstolos que um deles o trairá
Hoje, aparece a figura do traidor que vai entregar Jesus. A caridade do Senhor é admirável: sabe perfeitamente quem é, e durante a ceia denuncia-o discretamente, pois os outros nem se apercebem. Judas, porém, captou a mensagem. Era uma oportunidade para retificar, mas não o fez. «Era de noite!».
- Jesus sabia o que se planeava: podia ter-se esquivado a tudo aquilo. Contudo, Ele veio ao mundo para se entregar por nós, com toda a liberdade. Cristo na Cruz: não é uma derrota; é um sacrifício voluntariamente aceite.
Comentário do Evangelho
O TRAIDOR IDENTIFICADO
O anúncio da traição foi desconcertante para o grupo de discípulos. Independentemente de qualquer cultura, a traição é sempre um ato abominável. De modo especial, entre pessoas cujas vidas foram postas em comum, e nas quais se deposita toda confiança. Isto explica a surpresa dos discípulos quando Jesus anunciou que um deles haveria de traí-lo. E essa surpresa foi maior, quando o traidor foi identificado com Judas, filho de Simão Iscariotes.
O evangelista João dirá várias vezes que se tratava de um ladrão. Logo, alguém de caráter duvidoso, de quem se pode esperar tudo. A traição seria apenas mais uma manifestação da personalidade malsã deste discípulo. Os evangelhos, em geral, referem-se a Judas como alguém que vendeu sua própria consciência ao aceitar entregar o Mestre por um punhado de dinheiro.
Entretanto, é possível suspeitar de outras razões desta atitude tresloucada. Será que Judas entendeu, de fato, o projeto de Jesus? Terá sido capaz de abrir mão de seus esquemas messiânicos para aceitar Jesus tal qual se apresentava? Estava disposto a seguir um Messias pobre, manso, amigo dos excluídos e marginalizados, anunciador de um Reino incompatível com a violência e a injustiça? Judas esperava tirar partido do Reino a ser instaurado por Jesus. Vendo frustrado o seu intento, não teria tido escrúpulo de traí-lo?
Uma coisa é certa: Judas estava longe de sintonizar com Jesus. Algo parecido acontecia com Pedro, que haveria de negá-lo. Só que este recuou e se converteu à misericórdia do Senhor.
Oração
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos celebrar de tal modo os mistérios da paixão do Senhor, que possamos alcançar vosso perdão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 15/04/2014
Meditando o evangelho
A TRAIÇÃO DENUNCIADA
A vida de Jesus foi pontilhada de experiências humanas dramáticas. A infidelidade de seus amigos mais íntimos foi, sem dúvida, uma das que mais o fizeram sofrer. Afinal, o chamado, a missão que lhe confiara e os ensinamentos partilhados eram sinais da sua benevolência e amizade.
A denúncia da futura traição de Judas e da negação de Pedro revelam a consciência de Jesus em relação ao grupo de discípulos. Ele deve ter intuído que estes não estavam preparados para enfrentar a provação que se avizinhava.
Judas tinha ideais não totalmente compatíveis com os do Mestre. Os evangelhos frisam seu mau caráter e falta de escrúpulos com os donativos oferecidos para o sustento do grupo. Pedro tinha uma personalidade impulsiva, com arroubos de entusiasmo, mas reticente na hora de defrontar-se com o perigo.
A situação de Judas e a de Pedro não eram isoladas. Os demais discípulos padeciam da mesma insegurança. Assim, na medida em que se aproximava a hora de Jesus, foram também entrando em pânico e acabaram fugindo, deixando o Mestre no mais total abandono.
A vida de Jesus parecia estar fadada a concluir-se com uma enorme frustração. Traído, negado e abandonado pelos amigos, viu ruir um projeto acalentado com muita esperança.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me forças para permanecer contigo na hora da provação, sem cair na tentação de escolher o caminho fácil da fuga.
Fonte: Dom Total em 27/03/2018, 07/04/2020 e 30/03/2021
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Um de vós me entregará...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Jesus anuncia a traição de Judas e a negação de Pedro. Satanás entra em Judas e Judas sai imediatamente. E a noite o envolve. Pedro, por sua vez, diz e não faz! “Eu darei a vida por ti”, mas vai negá-lo três vezes.
Fonte: NPD Brasil em 27/03/2018
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele - Jo 13,21-33.36-38
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Comovido, Jesus anuncia a traição de Judas e a negação de Pedro. É Deus com sentimentos humanos. Era noite quando Judas saiu. As trevas encobriram o universo. Pedro vive o entusiasmo do momento. A conversão virá mais tarde.
Fonte: NPD Brasil em 07/04/2020
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Amar, ou Negar e Trair... Você Decide...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Neste evangelho, São João, bem naquele jeito que nós já sabemos, faz uma linda reflexão com uma narrativa às avessas! O leitor com certeza, ao tomar contato com este evangelho, se perguntou, "Mas em uma hora dramática e terrível dessa, quando já o prenúncio de que dois que estão ali na mesa, irão trai-lo e negá-lo no dia seguinte, Jesus começa a falar em Gloria, porque Nele o Pai foi Glorificado?" Se a gente não comentou com alguém, pelo menos pensou, não é?
Fazendo uma releitura diferente dos sinóticos, onde a paixão e morte de Jesus apresenta-se como um quadro desolador ao espírito do leitor, João enxerga na paixão de Jesus a sua Vitória definitiva, a sua definitiva Glorificação, dando-lhe inclusive uma postura de Rei e Juiz, invertendo os papéis com Pilatos. Essa ideia de João não foi algo que surgiu depois, mas desde o início de seus escritos, nas Bodas de Caná, por exemplo, ele afirma a Mãe que "A sua Hora ainda não chegou", não a hora da derrota, do fracasso e do fim do sonho, mas exatamente o contrário, o que está nascendo, o que está surgindo, o Reino firma suas raízes sobre o madeiro da cruz, e é um Reino para sempre, que conduzirá os homens à sua plenitude, é o início da nova criação, um novo horizonte se descortina para toda humanidade.
É olhando nessa perspectiva joanina que agora podemos focar Judas e Pedro. Um que o traiu, e outro que o negou. Dois pecados da mesma gravidade. Judas agiu assim, porque já tinha delineado dentro dele o modelo de Jesus que ele queria e ambicionava, para sair-se vitorioso em suas ambições possivelmente revolucionárias, é difícil fazer um juízo sobre a ação do traidor, talvez o tenha traído porque ele o havia decepcionado, por não ser o modelo que ele havia delineado dentro de si, ou talvez o traiu, por acreditar que na hora decisiva Jesus manifestaria o seu Messianismo poderoso e daria a volta por cima, "virando o jogo". Mas são apenas hipóteses...
Já Pedro o negou por medo de comprometer-se, estava ali como um curioso, nem conhecia o tal homem...Evidentemente que depois, quando seus olhos cruzaram com o de Jesus, Pedro sentiu na alma a dor da sua negação e chorou amargamente, e acreditou na Misericórdia Divina, maior que o seu pecado. Judas não! Possivelmente sentiu que o seu pecado não teria perdão, não acreditava e nunca acreditou que Deus o amaria, com a mesma intensidade, depois da sua traição, e preferiu a loucura da morte, porque a ideia de olhar para os olhos de Jesus, o aterrorizava.
Em nossos tempos, longe do fato histórico que marcou as últimas horas de vida de Jesus, junto aos seus discípulos, é urgente percebermos contritos que, Trair ou Negar a Jesus, é uma questão de ocasião e de oportunidade. Podemos trai-lo sim, quando percebemos que o Jesus que criamos, ou que alguém criou em nossa fantasia, não bate com o Jesus real dos evangelhos, podemos trai-lo quando percebemos que teremos que mudar nosso jeito de ser cristão, mas falta-nos coragem para dizer a verdade e assumi-la em nossas comunidades, talvez medo de perder o cargo, a fama e o prestígio...
Podemos também negá-lo, como Pedro, nos confrontos com a pós modernidade, que nos impõe anti-valores, por medo de perder algo, o prestígio, o status diante dos amigos e da sociedade. Não é fácil dar testemunho cristão nos dias de hoje, e muitas vezes nos iludimos achando que o nosso testemunho cristão é dado na comunidade, na pastoral, no movimento, se fosse isso, jamais haveriam cruzes, seria fácil demais. No trabalho, na escola, na família, no partido político, como trabalhador, como funcionário público, como profissional autônomo, é exatamente aí nesses ambientes "extra eclesian", fora das fronteiras da comunidade, é aí que negamos ou traímos a nossa Fé, e o evangelho de Cristo. Pelo menos que sejamos sinceros como São Pedro e acreditando na misericórdia Divina, choremos, por nosso amor para com Deus, o próximo e a Igreja, ser ainda tão pequeno...
"Nós vos adoramos Senhor Jesus, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo."
2. Para onde eu vou, vós não podeis ir - Jo 13,21-33.36-38
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Judas saiu imediatamente. Era noite. Esta é a noite de Judas. Era noite, dentro e fora. Fora, no tempo; dentro, em Judas. Na noite de Pedro cantará o galo, anunciando a chegada da Luz, não dominada pelas trevas.
Fonte: NPD Brasil em 30/03/2021
HOMILIA
A TRAIÇÃO
Estamos na terça feira da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à prisão e à condenação de Jesus. Os textos não trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também relatam as traições e negações dos próprios discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus pelas autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.
Nesta ceia estão com Jesus, os apóstolos. Destacam-se João, aquele "a quem Jesus amava", Simão Pedro, representando as pessoas em busca de identidade e Judas Iscariotes, o traidor. Nas refeições solenes, dar um pedaço de pão umedecido no molho era sinal de carinho especial. Jesus entrega este pedaço de pão a Judas Iscariotes. Com isto o Evangelho dá a entender que Jesus ama de maneira extraordinária aquele que o trairá. A traição não é obra de inimigos de Jesus. Acontece por meio de um dos seus. Pedro está distante de Jesus, não só fisicamente, mas precisa da mediação de João para se comunicar com o Mestre.
O anúncio da traição. Depois de ter lavado os pés dos discípulos e de ter falado da obrigação que temos de lavar os pés uns dos outros, Jesus se comoveu profundamente. E não era para menos. Enquanto ele estava fazendo aquele gesto de serviço e de total entrega de si mesmo, ao lado dele um discípulo estava tramando a maneira de como traí-lo naquela mesma noite. Jesus expressa a sua comoção e diz: Em verdade lhes digo: um de vocês vai me trair! Não diz: Judas vai me trair, mas um de vocês. É alguém do círculo da amizade dele que vai ser o traidor.
A reação dos discípulos. Os discípulos levam susto. Não esperavam por esta declaração tão séria de que um deles seria o traidor. Pedro faz um sinal a João para ele perguntar a Jesus qual dos doze iria cometer a traição. Sinal de que eles nem sequer desconfiavam quem pudesse ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles ainda não tinha chegado à mesma transparência de Jesus para com eles. João se inclinou para perto de Jesus e perguntou: Quem é?
Jesus indica Judas. Jesus disse: é aquele a quem vou dar um pedaço de pão umedecido no molho. Ele pegou um pedaço de pão, molhou e deu a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam fazer entre si. E Jesus disse a Judas: O que você tem que fazer, faça logo! Judas tinha a bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e de dar esmolas para os pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anúncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: Até o meu amigo, em quem eu confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair. Judas percebeu que Jesus estava sabendo de tudo. Mesmo assim, não voltou atrás, e manteve a decisão de trair Jesus. É neste momento que se opera a separação entre Judas e Jesus. João diz que o satanás entrou nele. Judas levantou e saiu. Ele entrou para o lado do adversário (satanás). João comenta: Era noite. Era a escuridão.
Começa a glorificação de Jesus. É como se a história tivesse esperado por este momento da separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entraram em Judas quando ele decidiu de executar o que estava tramando. Neste mesmo momento se fez luz em Jesus que declara: Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo! O que vai acontecer daqui para frente é contagem regressiva. As grandes decisões foram tomadas, tanto da parte de Jesus e agora também da parte de Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus já dá o aviso: Filhinhos, é só mais um pouco que vou ficar com vocês. Falta pouco para que se realize a passagem, a Páscoa.
O novo mandamento. O evangelho de hoje omite estes dois versículos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro.
Anúncio da negação de Pedro. Junto com a traição de Judas, o evangelho traz também a negação de Pedro. São os dos dois fatos que mais contribuíram para o sofrimento de Jesus. Pedro diz que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: “Você dar a vida por mim? O galo não cantará sem que me renegues três vezes”. Marcos tinha escrito: “O galo não cantará duas vezes e você já me terá negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando de manhã cedo o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos estão cantando. Pedro é mais rápido na negação do que o galo no canto.
O que o texto diz para mim, hoje? Também me coloco na mesa, junto a Jesus. Em que lugar? Identifico-me com Pedro, João, ou com qual apóstolo? Os bispos, na Conferência de Aparecida falaram da comunidade de amor que nasce da Eucaristia e constrói a unidade. A Igreja, como "comunidade de amor é chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. Que também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas por 'atração': como Cristo 'atrai tudo a si' com a força de seu amor. A Igreja atrai quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou!
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 15/04/2014
REFLEXÕES DE HOJE
TERÇA
Fonte: Liturgia Comentada2 em 15/04/2014
HOMILIA DIÁRIA
Precisamos reconhecer as nossas fraquezas e entregá-las a Deus
Hoje, ao olharmos para Judas e para Pedro, queremos reconhecer nossas fraquezas e entregá-las a Deus. Reconhecer que nós, muitas vezes, também negamos o Senhor.
”Respondeu Jesus a Pedro: ‘Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes’.” (João 13-38)
Nós, hoje, nesta terça-feira da Semana Santa, estamos acompanhando o drama da fraqueza humana: dois discípulos de Jesus conviveram, dormiram sob o mesmo teto, andaram, comeram com Ele, escutaram Suas palavras, Suas pregações e Seus testemunhos de vida de uma forma muito próxima: Pedro era o primeiro dos apóstolos; Judas Iscariotes era o tesoureiro do grupo, cada um deles, movido por motivações diferentes, traiu o Mestre, o Senhor da vida.
Ainda que o fim de cada um tenha sido distinto, um encontrou a misericórdia, porque se abriu para o perdão de Deus e, o outro, Judas, tenha se desesperado e perdido a salvação, ambos, para nós, representam aquilo que é a nossa fraqueza humana. Nós também conhecemos Jesus, nós andamos com Ele, comemos com Ele, comungamos do Seu Corpo e do Seu Sangue na Eucaristia.
Judas e Pedro estavam na Última Ceia com Cristo, eles receberam a herança definitiva de Deus, de Jesus no meio de nós: o Corpo e o Sangue do Senhor. E mesmo assim foram tomados pela frieza e pela indiferença; não que, naquele momento, Pedro não estivesse inteiro, mas é que a fraqueza humana, na hora em que o Mestre mais precisou dele, falou mais alto!
Todos nós somos fracos e, hoje, olhamos para Judas e para Pedro e queremos reconhecer nossas fraquezas, nossos limites; reconhecer que nós, muitas vezes, também negamos o Senhor.
Sabem, meus irmãos, o nosso destino só não pode ser o mesmo de Judas, aquele que traiu o Senhor, traiu a si mesmo e perdeu a sua própria vida. Nós precisamos, a cada dia, purificar as nossas fraquezas e entregá-las a Deus, reconhecer que somos fracos, que somos frágeis, que a nossa natureza humana é muito vulnerável e clamar ao Senhor que tenha misericórdia e compaixão de nós; e que nos ajude a sermos firmes no caminho e no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Judas não se arrependeu de seus pecados, ainda que tenha chorado amargamente pelos seus erros ele não soube se arrepender. Pedro chorou até o último dia de sua vida, foi perdoado pelo Senhor e conheceu a Sua misericórdia.
Nós, hoje, queremos pedir a Deus que nos ajude a reconhecer nossas fraquezas, para que possamos banhá-las no tesouro infinito, no oceano infinito da Sua misericórdia, para que sejamos novamente reconciliados com Deus.
Uma boa confissão, o reconhecimento de nossas faltas e a humilhação diante do Crucificado são o melhor meio de nos purificarmos de nossas faltas e não nos desesperarmos por causa de nossas fraquezas!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 15/04/2014
HOMILIA DIÁRIA
A Eucaristia nos purifica a cada dia
A Eucaristia é para nos santificar, transformar-nos e colocar-nos em comunhão com Deus e não com o mal
“Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: ‘Em verdade, em verdade, vos digo, um de vós me entregará’.” (João 13,21)
No contexto daquela Ceia final, na qual Jesus estava com Seus discípulos, Ele anunciava uma das coisas que mais doíam em Seu coração. O coração de Jesus estava profundamente comovido e entristecido, porque Ele sabia quem caminhava com Ele, sabia quem chegaria com Ele até aquele momento final.
Até o momento final, Deus espera que saíamos dos espíritos confusos que nos separam d’Ele, que fazem de nós pessoas traidoras. Quando Jesus anunciou que um dos apóstolos O trairia, não se referia àquele momento, mas é porque já O traía, já servia mais ao dinheiro do que a Deus.
A Palavra diz que, naquele momento da Ceia, Satanás entrou no coração de Judas, quando ele recebeu um pedaço de pão. Não é porque recebemos a Eucaristia, porque tomamos do Corpo e Sangue do Senhor que o inimigo não age em nós. Estamos, muitas vezes, celebrando a Eucaristia, participando da mesa do Senhor e permitimos que o espírito entre em nós, espire em nós, coloque em nós os sentimentos de traição a Jesus.
Judas tinha um coração dividido, portanto, não deixemos que o nosso coração se divida, não deixemos que a Eucaristia seja causa de condenação para nós, pelo contrário, em cada Eucaristia celebrada busquemos a fidelidade a Jesus, não deixemos que espíritos perturbadores, que servem os nossos desejos carnais, as nossas ambições humanas, movam as nossas atitudes de discípulos de Jesus.
Trair Jesus não é ter tentações, dificuldades, problemas ou fraquezas, e sim, colocar a “mão no pão” e servir ao mal, aos nossos maus pensamentos, maus sentimentos e más inclinações. A Eucaristia é para nos santificar, transformar-nos e colocar-nos em comunhão com Deus e não com o mal. Que a Eucaristia nos santifique e nos purifique a cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 27/03/2018
HOMILIA DIÁRIA
O mistério da iniquidade age no meio de nós
“Então, Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então, Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa.” (João 13,26-27)
A cena da Ceia final de Jesus tem muitos lances, nuances e pontos importantes que precisamos meditar e refletir para entendermos a vida de ontem, de hoje e sempre.
O mistério da graça é o mistério da salvação e do amor que nos salva, mas, no meio de nós, age o mistério da iniquidade e da maldade. Se Deus é aquele que veio salvar, o iníquo é aquele que veio perder. E a quem nós entregarmos o coração, a vida, os pensamentos e os sentimentos, seremos levados. Por isso, queremos que a vida esteja em Jesus, para que o mistério da iniquidade não esteja agindo em nós, não tenha força nem poder sobre a nossa vida.
Judas era muito mais do que discípulo de Jesus, era apóstolo do Senhor, e fazia parte dos Doze escolhidos. Gozava da intimidade do Mestre, ia para todos os lugares e, no grupo, tinha uma responsabilidade fundamental: cuidava do dinheiro do grupo, que era doado pelas pessoas, era responsável por administrar.
O mistério da iniquidade entrou em Judas pelo poder e pela sedução que o dinheiro exerce na vida humana, mas ele não deu ouvidos a Jesus quando precisava, ele não seguiu Jesus com a total entrega da alma e do coração. Deixou a tentação falar mais alto no seu coração, mesmo estando na companhia de Jesus. E o demônio entrou nele logo depois que ele recebeu o pão, a Eucaristia.
O mistério da iniquidade é forte, só não é maior que Deus
Não podemos nos juntar ao grupo dos que querem apedrejar Judas. A brincadeira, sem graça, de apedrejar Judas até as crianças fazem. Que maldade e perversidade!
Judas representa a iniquidade que está em cada um de nós, as nossas próprias infidelidades e quedas. Representa cada um de nós que somos da Igreja, que nos dizemos cristãos e seguidores de Jesus.
Quantas vezes traímos Jesus, quantas vezes participamos da Ceia do Senhor, comungamos do Senhor, mas comungamos também da perversidade e maldade do mundo! Quantas vezes recebemos a Eucaristia na boca, e a própria língua fala mal, fala da vida dos outros e comete atrocidades!
Hoje, e nenhum outro dia, é dia de julgarmos ou condenarmos Judas. Hoje, é dia de colocarmos a nossa barba de molho (como sempre devemos fazer a cada dia), colocarmos o nosso coração no lugar que ele precisa estar, para meditar e refletir o quanto permitimos ao mistério da iniquidade nos iludir e nos enganar. Digo mais, ele não está só no mundo, ele age em nós, na Igreja, onde quer que estejamos, porque o mistério da iniquidade é forte, só não é maior que Deus.
Permitamos que Deus seja maior em nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/04/2020
HOMILIA DIÁRIA
Revisemos nossa postura de discípulos de Jesus
“Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: ‘O que tens a fazer, executa-o depressa’.” (João 13,27)
Nesta terça-feira da Semana Santa, nós nos colocamos na condição de discípulos de Jesus e olhamos a fragilidade, a fraqueza, os perigos que corremos como seguidores de Jesus se não O seguirmos em Espírito e verdade. Os dois discípulos, sobre os quais contemplamos, na Palavra, a fraqueza é para nós sinal de alerta: quem estiver de pé tenha cuidado para não cair.
Judas Iscariotes era discípulo de Jesus como os outros, era administrador dos bens que aquele grupo possuía, mas ele focou seus olhos nos bens e no dinheiro, mas não focou seu coração em Jesus. O dinheiro falava mais alto para ele do que o Mestre Jesus. Estava na mesa ceando com Jesus, recebendo o pão como os outros receberam, que para nós se torna a Eucaristia, o Corpo do Senhor. Judas não pôde reconhecer, não pôde entrar na comunhão, porque ele tinha outra ambição no seu coração. No momento que recebeu aquele pão, ao invés de receber a graça do Espírito, ele deixou satanás entrar no seu coração.
Que cuidado devemos ter, nós que recebemos a Eucaristia, que recebemos a Palavra de Deus, nós que rezamos, que falamos de Jesus? Cuidado, porque na mesma boca que entra Jesus, Ele pode sair, porque colocamos satanás dentro de nós com sua astúcia, com suas malícias, seus erros e enganos, com nossas vaidades, ilusões, nossa avareza, nosso amor desordenado aos bens materiais.
Olhemos a fragilidade, a fraqueza, os perigos que corremos como seguidores de Jesus
Quantas pessoas querem Jesus em vista da sua ganância, da sua avareza! Quantas pessoas querem Jesus para os seus projetos e interesses pessoais! Quantas pessoas não querem servir a Jesus, mas querem apenas ser servidas por Ele e usá-Lo para os seus interesses. É esse demônio que entra no coração de Judas.
Do outro lado está Pedro, aquele discípulo que sempre foi o mais audacioso, que se coloca à frente, disposto a dar a sua vida por Jesus, mas que, quando colocado à prova, negou o Senhor.
Muitas vezes, parecemos ser corajosos e audaciosos, mas quando a vida nos coloca na verdadeira prova, negamos, ignoramos, desconhecemos, temos medo, receios e não estamos dispostos dar a nossa vida por Jesus até o sangue, como Pedro na sua fraqueza se manifestou.
Que hoje aprendamos a colocar a nossa “barba de molho” para revermos nossas posturas de discípulos e seguidores de Jesus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 30/03/2021
Oração Final
Pai Santo, inspira-nos a manter silêncio profundo para penetrar, cheios de gratidão, no Mistério da Morte e Ressurreição do Cristo Jesus. Que essa meditação fortaleça nosso compromisso de servir aos irmãos, como discípulos missionários da Igreja do Teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/04/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nos criaste para a Vida no teu Reino de Amor, livra-nos da pretensão de sermos perfeitos. Reconhecemos os nossos limites e a nossa fraqueza, mas, ajudados por teu Amor Misericordioso, queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/03/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, inspira-nos a manter silêncio profundo para penetrar, cheios de gratidão, no Mistério da Morte e Ressurreição do Cristo Jesus. Que este retiro quaresmal fortaleça nosso compromisso de servir aos irmãos, como discípulos missionários da Igreja do teu Filho que se fez humano como nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/04/2020
ORAÇÃO FINAL
Pai, que amamos e és nossa Fonte de Luz, duas coisas nós pedimos: humildade para reconhecer que somos pecadores e gratidão por sabermos que Tu és misericordioso e nos perdoas. Dá-nos força para seguir ao teu Filho Unigênito, o Cristo que se fez homem, viveu entre nós fazendo o Bem, foi rejeitado, sofreu e morreu, mas Tu O ressuscitaste. E hoje, vivo, contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/03/2021
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