quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

São Flaviano - 18 de fevereiro



Santo Flaviano
Século V
Flaviano pertencia à alta aristocracia romana e era convertido ao cristianismo. Na época do Imperador Constantino, foi eleito governador de Roma, dadas a sua grande inteligência e boa moral. Quando, porém, o imperador morreu e em seu lugar assumiu seu filho Constâncio, este deu início à perseguição dos cristãos e, logo, Flaviano foi destituído de seu cargo.
Ele, porém, não se intimidou e passou a dedicar seus dias a confortar e estimular os cristãos. Morto Constâncio, assumiu Julião, que deu continuidade à perseguição, empreendendo-a ainda com mais ênfase. Flaviano que já era um sacerdote cristão se destacava muito pela prática radical do Evangelho e por sua defesa contra os hereges.
Assim, em 446 foi eleito patriarca de Constantinopla, que na época era capital do Império Romano, já que o mundo católico se via estremecido por agitações político-religiosas e sua atuação poderia reverter este processo. Flaviano assumiu com mão de ferro o posto, mas em seu primeiro ato oficial já pode ter uma idéia dos conflitos que viriam. 
Era costume o patriarca, assim que assumia, mandar um presente simbólico ao imperador. Ele enviou então um pão bento durante a missa solene, como símbolo de paz e concórdia. O primeiro-ministro mandou o pão abençoado de volta, dizendo que só aceitaria presentes em ouro e prata. Flaviano respondeu que o ouro e a prata da Igreja não pertenciam a ele, mas a Deus e aos pobres, seus legítimos representantes na Terra. Tanto o imperador quanto o ministro juraram vingança, e as pressões começaram. 
Flaviano enfrentou várias dissidências que depois seriam consideradas heresias em concílios realizados para julgá-las. Entre elas, a mais significativa foi a que queria tirar de Jesus seu caráter humano. Isso significaria aceitar que a divindade de Jesus teria assimilado e absorvido sua humanidade. Flaviano conseguiu o apoio do Papa Leão Magno, em Roma, mas foi traído pela parte do clero que defendia a tese. 
Nenhuma das decisões conciliares foi aprovada pelo papa, a não ser o chamado Tomo a Flaviano, carta enviada pelo papa São Leão Magno ao presidente do concílio, condenando as heresias de Nestório e de Eutiques. 
Flaviano foi praticamente assassinado durante a assembléia ecumênica que, por isso é chamada o conciliábulo de Éfeso Isto mesmo, maus religiosos se uniram aos políticos e os inimigos conseguiram sua deposição do cargo. O bispo Flaviano foi preso e ali mesmo torturado tão cruelmente que ele não agüentou e, logo depois, veio a falecer vítima delas, no dia 18 de fevereiro de 449. 
Dois anos depois o Papa Leão Magno, que também é venerado pela Igreja, convocou um concílio, onde a verdade foi restabelecida. Aceitavam-se as duas naturezas de Jesus, a divina e a humana e os contrários foram declarados hereges. No mesmo concílio a figura do bispo Flaviano foi reabilitada e ele declarado mártir pela ortodoxia da fé cristã. O culto à São Flaviano se mantém vivo e vigoroso ainda hoje e sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.
http://www.catolicanet.com.br/index.php?option=com_blog_calendar&year=2014&month=02&day=18&modid=114&Itemid=105

São Flaviano, Bispo e Mártir



Comemoração Litúrgica:  18 de fevereiro.

Também nesta data:  São Simeão, Santo Heládio e São Cláudio

Flaviano, sucessor de São Proclo, ocupou a sede patriarcal de Constantinopla durante os três anos de 446-449. Seu governo coincidiu com uma época agitadíssima da Igreja Oriental. Heresias, graves dissensões e lutas intestinas perturbavam a paz e tornavam quase insuportáveis a permanência na capital do império grego. Flaviano, envolvido fatalmente nas agitações político-religiosas daquele tempo, com a solidez de suas virtudes, com a firmeza de seu caráter conservando-se sempre superior e absoluto senhor da situação, apresenta a figura dum grande Patriarca, digno da admiração de todos os tempos. A modéstia, unida à firmeza, à paciência imperturbável nas situações mais críticas, fizeram com que não se esquecesse nunca de sua alta posição e das obrigações a ela ligadas.
Logo após a sua eleição para Patriarca se deu um fato, presságio de lutas vindouras. Segundo o costume daquele tempo, o Patriarca eleito enviara ao Imperador os tais chamados eulógias, isto é, pão bento, símbolo da paz e concórdia. A oferta de Flaviano foi devolvida, com a retificação que só seriam aceitas eulógias de ouro. O Patriarca respondeu: “Ouro e prata não me pertencem”.
Quando a heresia monofisítica do arquimandrita Eutiches começou a ganhar terreno em Constantinopla, Flaviano se lhe opôs, com toda a energia e franqueza apostólica. Principiou com esta campanha a subida para o Calvário do intemerato antístite. Eusébio de Doriléia, com um solene protesto contra a nova doutrina, dera sinal de alarme. Flaviano convocou um Concílio local em Constantinopla (448); que examinou a doutrina eutichiana e a condenou. Contra o autor foi lançada a excomunhão. Tendo na questão o apoio incondicional do grande Papa Leão I, Flaviano não mais hesitou em entrar em luta aberta contra os poderosos amigos de Eutiches. Os que como tais se revelaram, eram o eunucho Crisáfio, favorito e tesoureiro do Imperador Teodósio II e Dioscuro, Bispo de Alexandria; dois formidáveis adversários, cuja política outra mira não visava, a não ser deposição e expulsão do Patriarca. Para alcançar este fim, todos os meios, por mais indignos que fossem, lhes eram aceitáveis. Vendo que o Patriarca não cedia, nem ameaças com o desagrado do Imperador lhe faziam modificar a atitude, trataram de alcançar de Teodósio a autorização para convocar um concílio, com o intuito de, como diziam, restabelecer a paz religiosa. O Concílio, chamado o latrocínio de Efeso, realizou-se (449), sob a presidência de Dioscuro. Compareceram 135 Bispos. De um sínodo, onde só inimigos tinham representação, que justiça Flaviano podia esperar? De fato o sínodo de Éfeso foi a expressão da paixão, do ódio, do despotismo sem freio contra o Bispo católico.
A primeira humilhação foi à absolvição solene de Eutiches e a reabilitação de sua doutrina condenada. Seguiu-se a vergonha de Bispos subalternos declararem deposto o superior e pronunciarem contra ele a sentença da excomunhão. De nada valeu a apelação de alguns Bispos, que de joelhos suplicaram a Dioscuro que não cometesse tamanha injustiça e retirasse a sentença pronunciada contra Flaviano. A injustiça aí não parou. De chofre apareceu um bando de gente armada, entre outros, monges fanatizados chefiados pelo afamado Barsumas, que com paus e facas se atiraram aos Bispos católicos, exigindo-lhes debaixo de terríveis ameaças, a assinatura do documento da deposição e condenação de Flaviano. Sem exemplo na história eclesiástica foi o tratamento bárbaro que Flaviano mesmo sofreu, no meio dos inimigos. O próprio Dioscuro (segundo outros Barsumas) pisou-o com os pés e as feridas que recebeu dos outros fanáticos foram tão graves, que morreu três dias depois.
O triunfo dos inimigos teve pouca duração. Dois anos depois se realizou o Concílio ecumênico de Chalcedon, que restabeleceu a honra do grande Patriarca, dando-lhe o título de Mártir glorioso, que morreu em testemunho da fé verdadeira. O Papa Hilário, que, como comissário apostólico, tinha presenciado as cenas horríveis do sínodo de Éfeso, construiu uma Igreja em honra do Bispo Mártir. Nela se vê um quadro artístico que representa o martírio de S. Flaviano.
Nota: A Igreja ensina que há em Jesus Cristo duas naturezas, a divina e a humana. A pessoa, porém, é uma só, a de Nosso Senhor Jesus Cristo, Homem-Deus. A heresia de Nestório, condenada pela Igreja, vê em Jesus Cristo duas pessoas, uma divina e uma humana, uma bem diferente da outra. Eutiches ensinou, contrariamente a fé católica, e ao Nestorianismo que em Jesus Cristo há só uma natureza. Que estas heresias, todas orientais pudessem causar tanta desordem e serem defendidas com tanta paixão, tem em parte sua explicação no caráter dos orientais, que pendem mais para a especulação teórica que os ocidentais. Quase sempre havia naquelas questões fortes elementos políticos e pessoais, que faziam com que degenerassem em espetáculos, como os que observamos na vida de S. João Crisóstomo e S. Flaviano.
Reflexões:
Admirável foi a resistência que São Flaviano opôs à heresia de Eutiches. Pondo de lado o respeito humano, desprezando a grande influência do terrível heresiarca, Flaviano preferiu morrer a negar a fé. “Ó Timóteo! Guarda o depósito, evitando as profanas novidades de palavras e as contradições duma ciência de falso nome, da qual fazendo alguns profissão, decairão da fé”. Estas palavras do grande Apóstolo dos gentios a seu discípulo Timóteo, Flaviano observou-as escrupulosamente, como se lhe fossem dirigidas. O mesmo devemos nós fazer: guardar a doutrina que nos foi transmitida e não uma, que outros depois inventaram. Da doutrina que nos veio, não nos é lícito tirar um jota, nem lhe acrescentar uma vírgula. “Deus - diz São Paulo – tendo falado muitas vezes e de muitos modos, noutro tempo, a nossos pais pelos profetas: Ultimamente, nestes dias, nos falou pelo Filho”. (Hebr. 1, 2). A palavra do Filho está documentada e depositada na Igreja, que cuidadosamente a conserva nos livros bíblicos e na tradição. Da Igreja é que todos os fiéis recebem a doutrina pura e imaculada. Para que ninguém possa ter queixa, como se a Igreja lhe quisesse impor coisas impossíveis e “reduzir-lhe a cativeiro e entendimento para que obedeça a Cristo”. (2. Cor. X – 5) Deus prometeu à sua Igreja assistência do Espírito Santo, para que lhe servisse de luz nas trevas e de orientação nas dúvidas. Cristo não fundou a Igreja sobre areia, mas deu-lhe sólido fundamento, capaz de opor firme resistência às tempestades. “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt,  16,  18) Pedro é o fundamento. Pedro conserva a fé. Onde está Pedro está a verdade. Quem se associa a Pedro, está com a verdade. Cristo não podia deixar sua Igreja e sua doutrina ao vai-vem das opiniões humanas, que não têm fixidez alguma e são como areia do mar. O futuro da Igreja não podia ser confiado ao homem sujeito a paixões, erros, preconceitos e ignorância. Como poderia o espírito humano estudar e compreender coisas que estão muito além do alcance? A fé, a doutrina estão garantidas em toda sua integridade pela infalibilidade da Igreja. Conservemos fielmente o sagrado depósito da fé, como a Igreja infalível de São Pedro nô-lo apresenta.
http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/fev/flaviano1802.htm

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