quarta-feira, 10 de abril de 2013

São Leão I (O Grande), Papa - 11 de abril

São Leão I (O Grande), Papa

São Leão I (Pontificado: 440 - 461)

Comemoração litúrgica: 11 de abril.

Também nesta data: Santo Estanislau; Santa Gema Galgani e Santo Isaac

São Leão, célebre  na história da Igreja pelo profundo saber, pelas grandes e extraordinárias virtudes e principalmente pelo brilhante governo que fez, como chefe supremo da cristandade, era natural de Roma.  Bem cedo, quando ainda fazia  os estudos, pode-se  observar-lhe um talento fora do comum, como de fato se distinguiu entre os  condiscípulos, sendo entre  eles um homem  que ocupava o primeiro lugar. Considerando  as ciências profanas o acesso para as divinas, com  sua aquisição não se contentou,  dedicando-se  depois ao estudo da teologia e dos livros sacros.
Feito sacerdote, o Papa  Celestino, conhecendo de perto  o grande valor científico e  moral do jovem eclesiástico, ocupou-o logo nos trabalhos administrativos. Por diversas  vezes Leão se desempenhou de  cargos dificílimos, como delegado  apostólico.    Foi Leão   que descobriu as tramóias  hipócritas, que o pelagiano  Juliano  fazia para obter  a  readmissão  no grêmio da Igreja.
Quando em 440  Xisto III morreu, por unanimidade de votos, foi Leão eleito Papa. O novo Pontífice,  conhecendo  bem a grande responsabilidade que um chefe da Igreja tem, em longas e fervorosas  orações se preparou para os trabalhos deste novo cargo. Roma  foi o primeiro campo de  sua ação apostólica. Pela oração, pela  palavra e pelo exemplo, trabalhou na elevação dos costumes. Às  outras dioceses, dentro e fora da Itália dirigiu mensagens  episcopais, todas  elas  documentos de  piedade, zelo e prudência. Não   estava muito  tempo sentado   no sólio  pontifício, quando começou  a  campanha contra as  heresias, que por toda a parte se  levantaram. Eram os maniqueus, os arianos, donatistas, priscilianistas e pelagianos que, quais  lobos famintos procuravam infestar  o rebanho de Cristo.  Em numerosas circulares dirigidas aos bispos, exortou-os  a serem vigilantes, indicou-lhes o modo  e  os meios de combaterem as  doutrinas errôneas e em  diversos  concílios, entre  estes,  no célebre  concílio de Calcedon, foram  discutidas e condenadas  as  seitas, que  deturpavam  a doutrina sobre a  encarnação de Cristo.
Prova  do seu espírito  justiceiro que não conhecia acepção de pessoas, deu numa questão litigiosa entre bispos  gálicos, que tinham invocado sua intervenção.   No seu julgamento nem poupou a  Santo Hilário, cujo  rigor  excessivo  com os  bispos  subalternos reprovou.
Enquanto Leão com todo empenho, procurava  afastar do rebanho de Nosso Senhor a  peste do erro, a Europa sofria uma das maiores calamidades que a história conhece: A invasão dos Hunos, chefiados  por Átila, que a si próprio se chamava o  açoite de Deus.  A devastação, o incêndio, pilhagem e a morte marcavam as passagens das terríveis  hordas  asiáticas. Apavorados,  fugiam os  povos  à  aproximação delas, para  não serem  vítimas da crueldade  inaudita dos  bárbaros.  Átila, sem achar resistência pode atravessar  o sul da Rússia, a Áustria  e  a Alemanha.  Tendo chegado aos  campos  catalaúnicos, na França  achou quem lhe fizesse frente, e seu exército foi derrotado. Mudando de rumo, teve a  intenção de  tomar Roma e  com este fim, invadiu a Itália. Leão convidou  os fiéis à oração e penitência, implorando assim  o auxílio divino. Átila tinha chegado  já o Ravenna, e os romanos tremiam, na expectativa   da cidade sofrer uma invasão.  Leão foi ao encontro do tirano, o qual, contra o que se poderia esperar, o recebeu com honras e sinais de respeito. Átila  prometeu pôr  têrmo à obra devastadora e  contentar-se com o pagamento de  um tributo. Posteriormente, perguntado  porque  se  curvara  diante de um sacerdote indefeso, respondeu:  "Não me curvei diante de uma pessoa, mas diante de  um ser  sobrenatural, que vi ao seu lado ameaçar-me com uma espada  flamejante".  Átila  retirou-se  para a  Panônia, onde pouco tempo depois morreu.
A vitória que Leão alcançou sobre Átila, não lhe foi possível obter, um ano depois, sobre Genserico, rei dos Vândalos e  ariano que,  às  instigações da imperatriz  Eudóxia, invadiu a Itália e  saqueou Roma.  Leão  apenas conseguiu salvar  a  cidade do incêndio e  as  igrejas da profanação. Genserico  respeitou  a  vida dos cidadãos  romanos, mas entregou muitos  à escravidão.
Os horrores  que Roma sofreu, com a  invasão dos Vândalos, Leão  atribuiu-os à  vida dissoluta e  à  ingratidão dos romanos. Leão reinou vinte e um anos. Foi  um dos  mais  gloriosos  pontificados, devido à sabedoria, prudência e piedade do santo Pontífice.
Deste grande  Papa possuímos  101  alocuções e 141  circulares, documentos  preciosos, que provam cabalmente que a  doutrina católica no século quinto era idêntica à dos nossos  dias.  Leão o Grande, morreu no ano de 461.
REFLEXÕES:
Com franqueza apostólica São Leão apontou a ingratidão e os pecados dos habitantes de Roma, como causadores da  grande desgraça da  invasão dos Vândalos.  Não  outros motivos de muitos  sofrimentos e calamidades, que caem  sobre uma  nação, uma sociedade ou família. Deus castiga o pecado e  a ingratidão.  "É  certo  -  diz  São Jerônimo -  que fome, guerra, epidemia  e  outros  sofrimentos, são conseqüências  dos nossos  pecados".  A Sagrada  Escritura confirma esta verdade, com numerosíssimos  exemplos. A história do povo judeu é a prova mais patente da reação da  justiça divina, que castiga o mal e recompensa o bem. Os Judeus  conheciam muito bem esta tática  divina.  "Não fomos obedientes aos  vossos  mandamentos -  diz o piedoso Tobias - eis porque  estamos  entregues ao saque, ao cativeiro e  à morte e  para servirmos de fábula e de  escárnio a  todas as nações, por entre as quais  nos espalhastes".  (Tob 3,4). Para afastar de  nós  os  castigos de Deus, devemos recorrer  à penitência; porque  só a penitência deve  remover o pecado, a virtude deve santificar a  nossa vida, a oração deve  unir-nos a Deus.

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