ANO B
Mt 25,31-46
Comentário do Evangelho
Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem, pode conhecer a situação de cada um e o que se é de fato.
Os domingos do tempo da Quaresma são como que etapas que nos preparam para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo. O tempo da Quaresma deve ser marcado por uma dupla característica: deve ser a ocasião para recordarmos o nosso Batismo e a vocação a que somos chamados pela graça desse mesmo Batismo, e tempo para a penitência, isto é, o desejo e o consequente esforço de verdadeira e profunda conversão para que possamos tirar do mistério pascal de Jesus Cristo toda a sua riqueza.
O autor do segundo relato da criação do livro do Gênesis tem a preocupação de responder à seguinte pergunta: se tudo o que Deus criou é bom, por que existe o mal? Por que, muitas vezes, o mal domina sobre o ser humano? Em primeiro lugar, o autor afirma a bondade de Deus. Deus chama o ser humano à existência; Ele pôs o seu próprio “sopro” no ser humano (2,7b). O homem, tirado do pó, é obra do coração de Deus, do seu amor. No jardim que Deus plantou havia tudo o que o ser humano precisava para realizar-se como plenamente humano. No entanto, enigmaticamente, aparece a serpente, símbolo do mal do homem; ela aparece como uma força de sedução que distorce o mandamento de Deus e leva o ser humano a negar a sua própria condição de criatura e, portanto, a negar sua referência a Deus. É o mal que, segundo o nosso autor, coloca no coração do ser humano a suspeita com relação a Deus. O mal desumaniza na medida em que leva a negar-se a qualidade de criatura e sua referência ao Criador. O ser humano é colocado diante da alternativa pela qual deve decidir: confiar em Deus ou se deixar levar pela sedução do mal. Infelizmente, o primeiro homem se deixou envolver pela sedução do mal.
O relato das tentações de Jesus segundo Mateus é um sumário das tentações que acompanharam Jesus ao longo de toda a sua vida. Ao contrário do primeiro ser humano, Jesus não permite que a voz do mal ressoe nele. Pela apropriação da Palavra de Deus, por sua comunhão com o Pai, ele vence o mal; ele vence o mal pela confiança inabalável em Deus. As tentações de Jesus dizem respeito à sua filiação divina e à sua missão. É na sua condição de Filho de Deus e em relação ao seu messianismo que Jesus é tentado. Jesus não se prosterna diante do mal, pois sua vida está profundamente enraizada em Deus; somente a Deus ele adora. Foi por nós que Jesus venceu as tentações.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reforça minha disposição para amar e servir meus semelhantes, sobretudo, os mais pobres e marginalizados. Esta será a única forma de me preparar para o encontro com Jesus.
Fonte: Paulinas em 10/03/2014
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Vinde, benditos de meu Pai
Pratique as obras de misericórdia. O mundo vai melhorar e as portas do céu vão se abrir.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/vinde-benditos-de-meu-pai-2/ e https://comeceodiafeliz.com.br/evangelho/amem-eu-vos-digo-toda-vez-que-nao-fizestes-isso-a-um-desses-menores-a-mim-nao-o-fizestes-estes-irao-ao-castigo-eterno-mas-os-justos-a-vida-eterna-19022024
Vivendo a Palavra
Jesus proclama que o Cristo que chegou até nós no Natal e virá glorioso no final dos tempos, já vive entre nós! Ele está na pessoa que chega com fome, sede, não tem casa nem parentes, está nua, doente ou presa... Permaneçamos atentos às manifestações do Cristo e as acolhamos com generosa amizade.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2014
VIVENDO A PALAVRA
Estamos diante da página mística mais profunda e fundamental para a nossa vida espiritual de cristãos – a Oração, como foi ensinada por Jesus. O tempo da nossa existência é muito pequeno para a grande viagem no interior destas tão breves palavras. Elas são Espírito e Vida. Resta-nos acolhê-las com humilde gratidão e alegria.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2018
VIVENDO A PALAVRA
Jesus proclama que o Cristo, que chegou até nós no Natal e virá glorioso no final dos tempos, já vive entre nós! Ele está na pessoa que chega com fome, sede, não tem casa nem parentes, está nua, doente ou presa… Permaneçamos atentos às manifestações do Cristo e as acolhamos com generosa fraternidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/03/2020
Reflexão
Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor. É claro que a religiosidade tem sentido, principalmente porque é através do relacionamento com Deus que recebemos as graças que nos são necessárias para a vivência concreta do amor, mas a religiosidade sozinha, desvinculada da prática do amor, é causa de condenação e não de salvação.
Fonte: CNBB em 10/03/2014
Reflexão
Mateus apresenta, em forma de drama, o julgamento final. Diante do Rei (Jesus), nenhum grupo privilegiado (cristãos, muçulmanos, budistas etc.), mas “todas as nações”. Haverá separação: direita e esquerda; ovelhas e cabritos; boas-vindas aos que praticaram obras de justiça; ordem de afastar-se aos que não as praticaram. A sentença se dará em base à prática da justiça e misericórdia. Em outras palavras, o critério do julgamento é a nossa atitude diante dos marginalizados. E os que nunca ouviram falar de Jesus, também eles serão julgados com esse critério? Todo ser humano, em pleno uso de sua razão, conhece o que é bom, justo e honesto. Sendo assim, estão em sintonia com o projeto de Deus. É a prática da justiça e do amor que decide o destino de cada pessoa.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 19/02/2018
Reflexão
Mateus apresenta, em forma de drama, o julgamento final. Diante do Rei (Jesus), nenhum grupo privilegiado (cristãos, muçulmanos, budistas etc.), mas “todas as nações”. Haverá separação: direita e esquerda; ovelhas e cabritos; boas-vindas aos que praticaram obras de justiça; ordem de afastar-se aos que não as praticaram. A sentença se dará com base na prática da justiça e misericórdia. Em outras palavras, o critério do julgamento é a nossa atitude diante dos marginalizados. E os que nunca ouviram falar de Jesus, também eles serão julgados com esse critério? Todo ser humano, em pleno uso de sua razão, conhece o que é bom, justo e honesto. Sendo assim, estão em sintonia com o projeto de Deus. É a prática da justiça e do amor que decide o destino de cada pessoa.
Oração
Ó Jesus, justo Juiz, em forma de drama nos informas que haverá um juízo final. E nos mostras quais são as exigências para ingressar definitivamente no teu Reino eterno. Dá-nos, Senhor, a graça de reconhecer tua presença nos irmãos sofredores, e o impulso para praticarmos o amor fraterno. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 02/03/2020
Reflexão
O percurso quaresmal pede de nós uma profunda revisão de vida que não deveria ser teórica, mas prática. Isso significa que somos convidados a passar das boas intenções para atitudes concretas, ou seja, quando e como, segundo as nossas possibilidades, estamos acolhendo o irmão que passa por necessidade, a começar por aqueles que estão mais perto de nós? A instrução é muito importante e necessária para todo ser humano, mas devem-se associar à instrução formal gestos concretos de promoção da vida. A vivência da nossa fé pode, sim, ser expressa por meio de palavras que não deveriam ser sinal de autopromoção, mas meio de edificação da comunidade por causa daquilo que realizamos. A nossa forma de viver e as escolhas que fazemos já nos dizem se estamos distantes ou próximos de Deus e de seu projeto de vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 07/03/2022
Reflexão
Mateus apresenta, em forma de drama, o Julgamento Final. Diante do Rei (Jesus), nenhum grupo privilegiado (cristãos, muçulmanos, budistas etc.), mas “todas as nações”. Haverá separação: direita e esquerda; ovelhas e cabritos; boas-vindas aos que praticaram obras de justiça; ordem de afastar-se aos que não as praticaram. A sentença se dará com base na prática da justiça e da misericórdia. Em outras palavras, o critério do julgamento é nossa atitude diante dos marginalizados. E os que nunca ouviram falar de Jesus, também eles serão julgados com esse critério? Todo ser humano, em pleno uso de sua razão, conhece o que é bom, justo e honesto. Sendo assim, estão em sintonia com o projeto de Deus. É a prática da justiça e do amor que decide o destino de cada pessoa.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Reflexão
«Todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer!»
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart
(Tarragona, Espanha)
Hoje é-nos recordado o juízo
final, «quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os
anjos» (Mt 25.31), e é-nos sublinhado que dar de comer, beber, vestir… resultam
obras de amor para um cristão, quando ao fazê-las se sabe ver nelas o próprio
Cristo.
Diz São João da Cruz: «À tarde
te examinarão no amor. Aprende a amar a Deus como Deus quer ser amado e deixa a
tua própria condição». Não fazer uma coisa que tem que ser feita, em serviço
dos outros filhos de Deus e nossos irmãos, supõe deixar Cristo sem estes
detalhes de amor devido: pecados de omissão.
O Concilio Vaticano II, e a
Gaudium et spes, ao explicar as exigências da caridade cristã, que dá sentido à
chamada assistência social, diz: «Sobretudo em nossos dias, urge a obrigação de
nos tornarmos o próximo de todo e qualquer homem, e de o servir efetivamente
quando vem ao nosso encontro, quer seja o ancião, abandonado de todos, ou o
operário estrangeiro injustamente desprezado, ou o exilado, ou o filho duma
união ilegítima que sofre injustamente por causa dum pecado que não cometeu, ou
o indigente que interpela a nossa consciência, recordando a palavra do Senhor:
«todas as vezes que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o
fizestes» (Mt 25,40)»
Recordemos que Cristo vive nos
cristãos… e diz-nos: «Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt
28,20).
O IV Concilio de Latrão define o
juízo final como verdade de fé: «Jesus Cristo há de vir no fim do mundo, para
julgar os vivos e os mortos, e para dar a cada um segundo as suas obras, tanto
aos condenados como aos eleitos (…) para receber segundo as suas obras, boas ou
más: aqueles com o diabo castigo eterno, e estes com Cristo glória eterna».
Peçamos a Maria que nos ajude
nas ações de serviço a seu Filho nos irmãos.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Imolamo-nos a Deus, entreguemo-nos a ele todos os dias com todas as nossas ações, subamos resolutamente a sua cruz» (S. Gregório Nazianzeno)
- «Por meio de obras corporais [de misericórdia] tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs que precisam ser alimentados, vestidos, abrigados, visitados. Precisamente tocando aquele que sofre a carne de Jesus crucificado, o pecador poderá receber como um dom a consciência de que ele mesmo é um pobre mendigo» (Francisco).
- «Jesus, desde a manjedoura até a cruz, partilha a vida dos pobres; ele conhece a fome, a sede e a privação. Mais ainda: identifica-se com os pobres de todas as classes e faz do amor ativo por eles a condição de entrada no seu Reino» (Catecismo da Igreja Católica, n. 544)
Reflexão
O Juízo como lugar de exercício da esperança
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, diante a imagem do Juízo final, a Quaresma nos renova a esperança Naquele que nos faz passar da morte à vida. O juízo é um “lugar de exercício da esperança”. A imagem do Juízo final não é uma imagem horripilante, senão uma imagem decisiva de esperança: Unicamente Deus pode criar justiça.
Deus revelou seu rosto precisamente na figura daquele que sofre e compartilha a condição do "homem abandonado" levando-a consigo Este Inocente que sofre converteu-se em esperança-certeza: Deus existe, e Deus sabe criar a justiça de um modo que nós não somos capazes de conceber e que, porém, podemos intuir na fé. Sim, existe a ressurreição da carne; existe uma justiça! Existe a “revogação" do sofrimento passado, a reparação que restabelece o Direito.
—A fé no Juízo final é, acima de tudo, esperança, cuja necessidade se fez evidente precisamente nas convulsões dos últimos séculos: a injustiça da história não terá a última palavra...
Recadinho
Ninguém gosta de ouvir, mas Jesus fala firme sobre o juízo final. Quem serão os escolhidos do Reino? - Uso de misericórdia para com meu próximo? - Ou faço parte do grupo daqueles que desviam o olhar diante de uma pessoa simples, humilde? - Quem não quer agradar a Deus? - Mas... tenho clareza de que Deus está presente nos humildes, nos desprezados deste mundo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 10/03/2014
Meditação
“Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” Mais de uma vez, Jesus lembra-nos que teremos de prestar conta de nossa vida ao Pai. Somos suas criaturas privilegiadas, somos seus filhos e filhas muito amados, nascemos em um ambiente que nos favoreceu muito. Na avaliação de nossa vida, Ele dá destaque ao amor que demos ou deixamos de dar aos nossos irmãos. Com isso leva-nos a deixar a teoria e a nos concentrar na prática.
Oração
CONVERTEI-NOS, Ó DEUS, nosso Salvador, e, para que o esforço quaresmal nos seja proveitoso, instruí nossas mentes com a doutrina celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Comentário sobre o Evangelho
Anúncio do juízo final: «Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes!»
Hoje, escutamos o relato do “juízo final”. Bom tema para a Quaresma! Juízo? No fim? Sim!, no fim da vida cada um verá como aproveitou (ou desaproveitou) a sua própria vida. É inevitável! Não somos nem robots nem animaizinhos sem consciência: somos seres livres; livres para amar.
- Como é que se ama? Jesus Cristo concretizou-o nas obras de misericórdia: «Tive fome, e deste-me de comer; tive sede…». Deus sente (ou sofre) o nosso amor (ou desamor) com os irmãos.
Comentário do Evangelho
A MIM O FIZESTES!
Dentre os muitos desafios apresentados por Jesus aos seus discípulos, está o de identificá-lo com os sofredores deste mundo. Os famintos, os sedentos, os forasteiros, os carentes, os doentes e os encarcerados foram constituídos como mediadores do encontro com o Senhor. Que motivos teve Jesus para constituí-los em sinal de sua presença na história humana?
O ponto alto da encarnação de Jesus aconteceu, exatamente, quando ele desceu ao mais profundo do sofrimento humano. Quando, na paixão, Jesus sofreu os horrores da fome, da sede, da nudez, do encarceramento, sem contar os ultrajes e as humilhações de seus inimigos, a negação, a traição e o abandono de seus amigos, ele expressou, em grau eminente, sua condição de Filho de Deus, fiel até a morte. Por isso, escolheu a todos quantos se encontram em situação semelhante, para interpelarem os cristãos, exigindo deles uma resposta concreta de amor. Aquilo que os cristãos não fizeram pelo Senhor, quando padeceu as agruras da paixão, podem fazê-lo agora, servindo ao irmão sofredor. O próprio Jesus garante que quem serve ao sofredor está servindo a ele mesmo. O Evangelho não aponta outro caminho de servir a Jesus, pois o Senhor quis identificar-se com quem padece o que ele mesmo padeceu.
Confrontar-se com o irmão sofredor é confrontar-se com o próprio Jesus que sofre e nos desafia a sermos solidários com ele, em sua paixão.
Oração
Espírito de amor, ensina-me a descobrir, no irmão sofredor, o apelo de Jesus a quem devo servir.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Convertei-nos, ó Deus, nosso salvador, e, para que a celebração da Quaresma nos seja útil, iluminai-nos com a doutrina celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 10/03/2014
Meditando o evangelho
O ENCONTRO QUE SALVA
A descrição evangélica do juízo final é desconcertante. Jesus revolucionou os esquemas humanos ao colocar, como critério de salvação, o reconhecê-lo na pessoa daqueles cuja existência era totalmente vulnerável. A salvação, por conseguinte, não dependeria de experiências místicas elevadas, nem de títulos honoríficos ou funções de destaque na Igreja ou na sociedade e, muito menos, da nobreza de origem. Pelo contrário, a ela se chegaria por um caminho aparentemente simples: o encontro solidário com o irmão sofredor, no qual se reconhece a presença de Jesus.
A salvação, na perspectiva cristã, tem pressupostos claros. Tudo começa com a saída de si mesmo e do próprio comodismo, para se deixar interpelar pelo outro. Esta se dá no confronto com o sofrimento alheio. O sentir-se motivado a ir ao encontro do outro e a fazer um gesto concreto, que supere a ameaça à vida humana, é fruto da ação da graça salvífica de Deus no coração humano. Não-salvífico seria ficar chocado diante da situação e comovido até as lágrimas, ou então, ficar à procura de quem é o responsável pela situação, sem fazer um gesto concreto em defesa da vida e da dignidade ameaçadas. Importa, apenas, o gesto de partilhar, acolher e solidarizar-se. Dele é que decorre a salvação. Este é o caminho que se apresenta a cada cristão, para quem a salvação é um desafio.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer-te no rosto daqueles cuja existência e dignidade estão ameaçadas.
Fonte: Dom Total em 19/02/2018, 02/03/2020 e 07/03/2022
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Viver a fé que celebramos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Os dois grupos de pessoas mencionados por São Mateus neste evangelho, embora de conduta tão diferente e destino também, tem algo em comum: o fator surpresa, manifestado na interrogação “Quando foi que te vimos? ”. Claro que para o primeiro grupo, foi uma surpresa agradável... para o segundo, nem tanto...
Certamente que, refletindo esse evangelho, todos nós tenhamos a tentação de olharmos para as pessoas que conhecemos, principalmente as da nossa comunidade, e já vamos apontando o dedo em riste “essa aí não vai ouvir o “Vinde, benditos do meu Pai”. E provavelmente façamos um esforço para relacionar nossas boas obras a favor dessas categorias de pessoas citadas no evangelho, justificando assim a nossa pertença ao primeiro grupo. Uma postura dessa ordem é a mais pura hipocrisia.
A verdade é que, ora somos do primeiro grupo, ora do segundo, senão vejamos... Quando vivemos a Fé que celebramos, e testemunhamos o evangelho, reconhecemos o Cristo no outro, principalmente nos mais carentes, ás vezes eles estão bem ao nosso lado, na família e na comunidade. Ninguém precisa sair procurando em lugares distantes, pois, senão vemos Cristo em quem está ao nosso lado, naqueles que estão longe, muito menos...
O ensinamento corrige a mentalidade Judaica, de que a Salvação era apenas para os Justos que tinham uma conduta irrepreensível no ambiente religioso, neles, e somente neles Deus estava presente, porque eram dignos de ter essa presença. Serve também, de alerta para todos nós que muitas vezes queremos restringir o Sagrado ao ambiente religioso de nossas igrejas e nos esquecemos de que Ele está primeiramente nas pessoas com quem nos relacionamos, principalmente nos pequenos, que manifestam alguma carência.
Portanto, ao andarmos por aí, no trânsito, no ônibus, no trabalho, na escola, na família, enfim, onde estivermos, sejamos capazes de perceber essa presença na Vida Humana, e o segredo para tanto é olhar para as pessoas e os acontecimentos, com os olhos de Deus.
Caso contrário, o nosso encontro definitivo com Deus, nos trará uma surpresa não muito desagradável, arrogantes iremos até querer retrucar, “Mas Senhor, eu não saia da Igreja, minha vida era a pastoral ou o movimento, tinha esse ou aquele ministério, fui ministro, catequista, padre, Bispo, Diácono”. Não adianta... Iremos dar com o “nariz na porta do céu” e ouviremos as palavras aterradoras “Afastai-vos de mim...”
2. Vinde, recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou - Mt 25,31-46
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Uma boa sugestão para o início e para todo o Tempo da Quaresma, senão para a vida toda, é praticar as obras de misericórdia. Elas tornam a nossa Quaresma mais autêntica e lhe dão mais significado, além de abrirem para nós as portas do céu. São obras corporais de misericórdia dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, auxiliar os enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. Obras espirituais de misericórdia são dar bom conselho, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e pelos falecidos. O que poderíamos fazer em favor dos moradores de rua, respeitando a sua liberdade? Num país como o nosso, no qual a educação é tão precária, como realizar a boa obra de ensinar os ignorantes? Ainda temos analfabetos que se tornam presa fácil de espertos e exploradores. Quais as obras de misericórdia que estão ao meu alcance e que eu posso começar a praticar hoje mesmo?
Fonte: NPD Brasil em 02/03/2020
HOMILIA
A CHAVE DA VIDA
Ao dizer chave da vida, quero me referir o grande segredo que Jesus revela para todos nós: O amor! No fundo Jesus revela uma verdade profunda, que quando o homem terminar sua jornada na terra e apresentar-se diante de Deus uma única coisa terá valor para Deus: o amor que ele dedicou ao seu irmão. Qualquer religião que não conduza a este amor é falsa e não tem nenhum valor diante de Deus. E aqueles que não são cristãos? E os que praticam outra religião? E os ateus? Estarão perdidos? A parábola fala de reunir os homens todas as nações, portanto todas as raças, culturas e mesmo religiões diferentes estarão diante de Jesus. O texto, como boa notícia diz nos que não! Todavia, aponta algo sem o qual ninguém vai ao céu.
Aquele que faz o bem ao irmão, mesmo sem reconhecer nele Jesus, mesmo sem aderir a comunidade cristã receberá a recompensa. Já os Santos Padres falavam das “Sementes do Verbo” que são as sementes da Palavra de Deus espalhadas na criação e nos homens que buscam de coração a verdade e o bem. São os cristãos implícitos, pois pelo seu comportamento de justiça, busca do bem comum e amor aos irmãos aderem ao essencial da mensagem de Jesus. E, portanto irão para a festa do Reino! O critério do exame final não será a ortodoxia de doutrina, mas a prática do amor fraterno. Já dizia São João da Cruz: “No entardecer da vida seremos examinados sobre o amor”. É o amor a todo ser humano, e quanto mais necessitado mais ele é nosso próximo!
Assim a chave para não perder a vida é o amor ao irmão! Não adianta só dizer “Senhor, Senhor” (Mt 7,21), mas é preciso amar concretamente. Jesus já dizia que o sinal que distingue seu discípulo é justamente o amor fraterno (Jo 13, 35). Seremos julgados conforme nossa aceitação a Cristo, que não vemos, mas que se identifica com os irmãos mais pequenos (1 Jo 4,20). O próximo é o vídeo onde verificamos nossa conduta, e a solidariedade aos que sofrem o termômetro de nossa vida cristã. Não é à toa que nossa liturgia de Cristo Rei, no ano C, coloca o Evangelho da Paixão neste dia (Lc 23,35-43). A mensagem é a mesma, Jesus Reina pelo amor! Jesus Reina do alto da cruz pela entrega de sua vida para gerar vida plena aos irmãos. É o pastor que dá a vida. É o pastor que cuida de modo especial das ovelhas doentes e mais débeis do rebanho.
Na sua entrega dolorosa, podemos experimentar o quanto o Senhor ama a cada um de nós. Ama e nos pede que amemo-nos como ele amou. Amar na prática do dia a dia deve ser o nosso valor maior. Mas não basta para nós uma ação caritativa apenas assistencialista. Há ocasiões que temos apenas que dar de comer, são situações extremas. Mas a caridade irá mais longe, na promoção da pessoa, na busca de uma melhor educação, na possibilidade de trabalho, e na transformação das estruturas sociais que diminuem o ser humano. Vivemos em sociedade, e todas as nossas ações, têm sempre repercussões sociais, por isto temos que investir nosso trabalho na área da verdadeira política. Não se trata de fazer política partidária, mas de amor ao bem comum. Ainda vale lembrar, mais uma vez, que Deus é justo não porque castiga e condena, mas por que é capaz de transformar as pessoas más em justas! E quem são as ovelhas e os cabritos? Os bons e os maus? Sem dúvida todos nós ás vezes nos comportamos como ovelhas e outras vezes como cabritos! Todos precisamos de uma continua conversão! Que esta Quaresma não seja mais uma e sim, o tempo e a hora de nos voltarmos completamente para Deus na prática do amor!
Pai, reforça minha disposição para amar e servir meus semelhantes, sobretudo, os mais pobres e marginalizados. Esta será a única forma de me preparar para o encontro com Jesus.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 10/03/2014
REFLEXÕES DE HOJE
SEGUNDA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 10/03/2014
HOMILIA DIÁRIA
A caridade é o princípio e o fim de todas as coisas!
Precisamos abrir o coração para vivermos uma caridade verdadeiramente evangélica, profunda, séria e comprometida com os mais necessitados.
”Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar.” (Mt 25, 42)
O Evangelho de hoje aponta para nós o julgamento final da humanidade, o dia em que todos nós compareceremos diante do tribunal de Deus. Seremos julgados por nossas obras, por aquilo que fizemos ou deixamos de fazer em nossa vida aqui na Terra. E alguém pode perguntar: qual é a base, qual é o critério e o julgamento final?
O julgamento de todos nós, no fim das contas, será baseado em um critério fundamental, que se chama ”caridade”. A caridade é o princípio e o fim de todas as coisas! Sabem, meus irmãos, nós não seremos julgados pela quantidade de terços e de novenas que rezamos nem pela quantidade de Santas Missas de que nós participamos. Afinal de contas, esses são meios de nos santificarmos, de crescermos na fé e de permanecermos firmes no Senhor. E quanto nós precisamos disso, pois esses meios devem abrir o nosso coração para vivermos uma caridade verdadeiramente evangélica, profunda, séria e comprometida com os mais necessitados.
Se nós temos uma fé que move montanhas e nós não fazemos nada pelos que mais sofrem, ela de nada adiantará. Essa fé, por mais poderosa que seja, não irá nos salvar! A fé que nos salva é profundamente caridosa e nos move a cuidarmos uns dos outros. E nesse ponto, nós não podemos fugir da nossa responsabilidade. O Evangelho, para nós, é muito preciso: a responsabilidade dos cristãos deste mundo é cuidar de quem passa fome, de quem não tem o que comer, de quem está nas prisões, de quem está nos hospitais, de quem está desamparado, de quem vive como um excluído da sociedade. Eles serão os nossos juízes no final das contas.
É o pobre que bate no vidro do nosso carro, o pobre que nos para nas ruas e avenidas da vida, aqueles a quem nós, muitas vezes, desprezamos e viramos o rosto serão eles os nossos juízes no dia no julgamento final. E tudo o que fizermos a eles, aos menores e aos sofredores, podemos ter certeza de que será ao Senhor que estaremos fazendo.
Muitas vezes, cuidamos tão bem das coisas de Deus, da Bíblia, sacrário; temos um grande zelo para com as coisas de Deus, o que é maravilhoso. No entanto, quem é zeloso com as coisas de Deus precisa ser também zeloso para com a presença de Deus no pobre e no excluído. O que fizermos ao menor dos nossos irmãos será o critério para a nossa salvação final!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/03/2014
HOMILIA DIÁRIA
Jesus nos dá de beber, vestir e comer
Jesus está sempre olhando para as nossas necessidades e dando de comer, beber e vestir
“Pois, Eu estava com fome e Me destes de comer; Eu estava com sede e Me destes de beber; Eu era estrangeiro e Me recebestes em casa; Eu estava nu e Me vestistes; Eu estava doente e cuidastes de Mim; Eu estava na prisão e fostes Me visitar.” (Mt 25, 31-46)
Onde está Jesus? Ele está no meio de nós; Ele está entre nós. Todos nós queremos encontrar, recepcionar e estar em comunhão com Jesus. Nós Precisamos ter uma comunhão profunda com Jesus, nada de comunhão superficial ou de comunhão com Jesus apenas no sentido espiritual.
A presença de Jesus no meio de nós é real e concreta. Onde está Jesus? Jesus está lá no Sacrário, na Eucaristia que recebemos, e na Palavra que nos alimenta. Contudo, não podemos negar e nem deixar passar despercebido que, Jesus, está na pessoa do próximo, principalmente, daquele próximo mais sofrido.
Quanto mais sofrida é a pessoa, mas ela configura-se com a pessoa de Cristo. E, não é que Jesus esteja nela, e sim, que ela seja Jesus para nós.
Aquele pobre que não tem o que comer, não tem o que beber, aquela pessoa que não tem roupa para vestir; o preso que está julgado e condenado e que, muitas vezes, zombamos ou fazemos pouco caso dele, esses são Jesus para mim. O doente, aquele enfermo sofrido, machucado, que por vezes são esquecidos, Jesus também está neles. Precisamos encontrar com Jesus que está nas praças públicas, que está jogado, abandonado e maltratado; precisamos encontrar Jesus no nosso irmão alcoólatra ou naquele que foi tomado pelo vício da droga.
Pode parecer cansativo e que não conseguiremos, mas não podemos negar aquilo que a Palavra está nos dizendo. “Todas as vezes que fizermos “isso” a um “menor”, é a Jesus que estamos fazendo”. E, eles tornam-se menores para nós, não é por causa do tamanho, e sim pelo fato de que, quanto mais frágeis as criaturas humanas, mais desprezíveis elas se tornam.
Então, quanto mais desprezado for a pessoa, mais ela nos coloca em comunhão com Deus. Queremos abraçar a Jesus, cuidar d’Ele, amá-Lo, mas pode ser que, seja mais fácil ficar lá no Sacrário olhando para Ele, e Ele olhando para mim, porém, essa é uma forma muito egoísta de comunhão. Temos sim que olhar para Ele e Ele olhar para mim, mas devemos “sair” do olhar d’Ele, para olhar para os nossos irmãos mais pobres, sofridos, necessitados de amor, de cuidados e de ternura.
Nada de comunhão superficial com Deus, e sim, comunhão verdadeira e transformadora, cuidando dos mais pobres e necessitados.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/jesus-nos-da-de-beber-vestir-e-comer/?sDia=19&sMes=2&sAno=2018 (19/02/2018)
HOMILIA DIÁRIA
Abracemos Jesus que está no meio de nós
“Pois eu estava com fome e me deste de comer, estava com sede e me deste de beber, eu era estrangeiro e me recebeste em casa.” (Mateus 25, 35)
Se fôssemos perguntar a nós e aos outros também: “Qual é o grande anseio da sua alma?”. Encontrar Jesus, estar com Ele. Eu preciso dizer a você: Ele está no meio de nós! Ele veio para os que eram Seus, mas os Seus não O receberam. Ele veio e vem a nós, mas nós não O recebemos, nós não O acolhemos.
Eu sei que nós queremos encontrar Jesus, mas, muitas vezes, de uma forma fantasiosa, pois criamos um Jesus doce, que afaga o nosso ego, um Jesus que está brilhando… Jesus, no entanto, é real, Ele é o Senhor da vida e se faz presente em cada vida humana, sobretudo, na vida humana mais sofrida, mais machucada pelas condições da sociedade e da humanidade.
Nós precisamos encontrar o Jesus que está nas ruas, nas favelas, nos hospitais, nos que estão doentes em nossas casas; o Jesus que está encarcerado, faminto, sedento; o Jesus que não tem roupa para vestir. Cada vez que abraçamos um irmão que vive as pobrezas, as mazelas impostas pela vida, e cuidamos desse irmão, nós encontramos Jesus.
Papa Francisco nos recorda que a Igreja precisa ser uma Igreja samaritana, ou seja, nós precisamos ser o bom samaritano nos dias de hoje, acolher os nossos irmãos e cuidar deles, porque nós não estamos cuidando. Se o mundo está padecendo fome, miséria, sofrendo todas essas mazelas sociais, é porque nós não estamos cuidando; e aqui eu me refiro a nossa caridade cristã. As obrigações das autoridades governamentais precisam ser cumpridas, mas não podem impedir a nossa ação de caridade, a nossa ação fraterna para acolher e cuidar dos mais necessitados.
Nós precisamos encontrar o Jesus que está nas ruas, nas favelas, nos hospitais, naqueles que estão doentes
Os pobres existem para que nós nos convertamos. Os pobres existem para que cuidemos deles, e é nossa obrigação espiritual sairmos dessa espiritualidade onde nos prendermos em nossos problemas, em nossas aflições, em nossas dificuldades para irmos acolher necessidades maiores, sofrimentos terríveis.
Às vezes, a pessoa chorou, porque faltou alguma coisa em sua casa! Desculpe-me, mas há pessoas para as quais falta tudo nesta vida, e não podemos viver aquela visão cristã relativista quando a pessoa diz em seu interior: “Isso não é problema meu”. Todo irmão que sofre é problema nosso; toda pessoa que passa fome precisa tocar a nossa espiritualidade, a nossa humanidade mais profunda. Não podemos nos extasiar na presença de Jesus e, simplesmente, ignorar os que passam necessidades neste mundo.
Vivamos uma conversão mais profunda ao Senhor, cuidemos dos nossos irmãos. Abracemos Jesus que está no meio de nós, pois, no entardecer da vida, nós seremos julgados pelo amor, pela forma como amamos os mais sofridos e necessitados, porque eles são Jesus para nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/03/2020
HOMILIA DIÁRIA
Aprenda a contemplar o rosto de Cristo
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então, o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’.” (Mateus 25,31-36)
Veja, esses elementos que aparecem aqui no Evangelho nos recordam diretamente do discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças. É o projeto de todo cristão, é a nossa vida que precisa tocar essas realidades.
Sabemos que existirá uma conclusão de toda a história: o fim dos tempos. O fim dos tempos não é a destruição do planeta Terra, destruição de todas as coisas que nós contemplamos na natureza. Não tem nada a ver com isso! Existirá uma conclusão da história, ou seja, tudo se encaminhará para o projeto do Criador. Mas também temos de ter consciência que existirá uma conclusão da minha história e da tua história.
É justamente sobre esse tema que nós tratamos no Evangelho. Por que? A luz de Deus vai brilhar um dia sobre todos nós, a luz de Deus vai brilhar sobre as nossas escolhas, sobre a forma como nós decidimos viver nesta vida que Deus nos deu. Por isso, bom seria se nós já, agora, acendêssemos essa luz de Cristo para enxergar o nosso coração. Eu diria ainda mais, não que acendêssemos, mas que permitíssemos que a luz de Deus brilhasse já nos nossos corações e nas nossas consciências.
Uma vez que nós veremos o nosso rosto verdadeiro, o rosto de Cristo também vai ficar visível a todos nós
Um dia, veremos o nosso rosto verdadeiro, então, é bom já irmos nos acostumando a nos enxergar, de fato, como nós somos. Por isso, a nossa consciência precisa de uma boa formação, precisamos cultivar sempre a verdade, o amor à verdade, o amor que nosso Senhor nos ensinou, para que a nossa consciência nos ajude sempre. A consciência é essa luz, que nos ajuda sempre a tomar consciência do que nós escolhemos de como vivemos a nossa vida.
E uma vez que nós veremos o nosso rosto verdadeiro, o rosto de Cristo também vai ficar visível a todos nós. Mas é engraçado que esse rosto de Cristo anda no nosso meio um pouco escondido, Ele está no nosso meio de uma forma escondida e precisamos já aprender a descobri-Lo. Se, um dia, queremos contemplar o rosto de Cristo na vida eterna, temos que aprender, desde já, a contemplar o rosto de Cristo. Onde? No faminto, no sedento, no estrangeiro, no migrante, naquele que está nu, naquele que está doente, naquele que está prisioneiro. Jesus se esconde aí! Ali está o rosto de Cristo e precisamos descobri-Lo! Para quê? Para que um dia nós também ouçamos a voz do Pai dizendo: “Vinde benditos. Porque eu estava nessas condições e fui acolhido”.
Vejam a identificação de Cristo com todas essas realidades que o padre disse, eu posso hoje encontrar Jesus Cristo nessas realidades e, um dia, encontrá-Lo definitivamente na vida eterna. Que nosso Senhor faça brilhar nos nossos corações e nas nossas consciências a sua luz bendita.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno Ferreira
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/aprenda-a-contemplar-o-rosto-de-cristo/?sDia=7&sMes=3&sAno=2022 (07/03/2022)
Oração Final
Pai Santo, livra-nos da tentação de imaginar-Te um Deus majestoso e distante. Faze-nos reconhecer-Te no irmão mais pequenino, mais humilde, necessitado, naqueles que a nossa sociedade humana tanto gosta de discriminar e deixar separados. Que sejamos sinal da fraternidade do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o teu Espírito que habita em nós dirija os nossos passos pelo caminho humilde das pequenas ações do amor eficaz. Ajuda-nos, Pai amado, para que o desejo de gestos grandiosos jamais nos iniba de conviver atenta e cuidadosamente o nosso cotidiano com os companheiros que Tu puseste perto de nós. Por Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/02/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos da tentação de imaginar-Te um Deus majestoso e distante. Faze-nos reconhecer-Te no irmão mais pequenino, mais humilde e mais necessitado, naqueles que a nossa sociedade humana tanto gosta de discriminar e deixar separados. Que sejamos sinal da fraternidade do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/03/2020
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