terça-feira, 25 de outubro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 26/10/2022

ANO C


Lc 13,22-30

Comentário do Evangelho

O difícil desapego

Lucas faz uma segunda menção ao caminho de Jesus para Jerusalém, onde se consumará o seu ministério (cf. 9,51). Jesus vai ao encontro das multidões de peregrinos que acorrem à cidade para a celebração da Páscoa judaica.
A salvação é a comunhão de vida com Deus. Ela não resulta de nenhum mérito por observâncias religiosas ou legais, mas é alcançada na comunhão de amor com o próximo, principalmente o mais carente e necessitado.
Com o simbolismo da "porta estreita", Jesus refere-se à dificuldade que encontram para se converter aqueles que estão apegados à observância da Lei, com sua tradição de privilégios raciais e suas riquezas.
"Os últimos serão primeiros." Quem tomará lugar à mesa do Reino são todos aqueles que, em qualquer povo ou nação, se empenham em promover a vida neste mundo, sob o signo da paz.
José Raimundo Oliva
Orão
Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.
Fonte: Paulinas em 31/10/2012

Comentário do Evangelho

É por Jesus que se alcança a salvação.

A pergunta do anônimo é sobre o número dos que se salvam, com a consequente exclusão de outros. Aos discípulos, conscientes desse dom, de viverem essa graça por uma vida coerente com o dom recebido. A consciência desse dom se exprime pelo esforço de “entrar pela porta estreita”. Essa porta se opõe à iniquidade. No evangelho segundo João, Jesus se diz “a porta das ovelhas” (Jo 10,7.9). É por Jesus que se alcança a salvação. Toda a vida terrestre de Jesus, incluída sua paixão e morte, e sua vida gloriosa é que abrem para os fiéis a porta que dá acesso ao Reino de Deus. Os que praticam a iniquidade são aqueles que resistem em fazer a vontade de Deus; os que, pela dureza do coração, não reconhecem Jesus como enviado do Pai, rejeitam a sua mensagem e, por isso, perseguem Jesus. Deus não faz distinção de pessoas, por esse motivo, a humanidade inteira é destinatária da salvação oferecida por Deus em Jesus Cristo. Os que por primeiro foram chamados, uma referência aos membros do povo eleito de Deus, são os que resistem a participar do banquete do Cordeiro. Mas os últimos, referência aos pagãos, têm lugar assegurado, desde que aceitem a condição de que no Reino se entra pela porta estreita.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.
Fonte: Paulinas em 29/10/2014

Vivendo a Palavra

O seguimento de Jesus começa pela porta estreita e segue por caminho áspero da Justiça. É a história da nossa conversão, processo de toda a vida. O mundo tenta nos seduzir com portas largas e estradas convidativas de conforto, de acomodação, de egoísmo. O Reino de Deus exige nosso esforço para servir aos irmãos. A grande descoberta é que é um esforço prazeroso!
Fonte: Arquidiocese BH em 31/10/2012

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre não deixa dúvidas: o essencial não será termos comido ou bebido na sua Presença, ou mesmo termos ouvido seus ensinamentos (participando de cultos religiosos), mas será termos praticado a Justiça – que é o primeiro e necessário passo para chegarmos à compaixão, à misericórdia e à fraternidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2016

VIVENDO A PALAVRA

O seguimento de Jesus começa pela porta estreita do desapego e segue pelo caminho áspero da Justiça. É a história da nossa conversão, processo de toda a vida. O mundo tenta nos seduzir com portas largas e estradas convidativas de conforto, de acomodação e de egoísmo. O Reino de Deus exige nosso esforço para servir aos irmãos. A grande descoberta é que é um esforço prazeroso!
Fonte: Arquidiocese BH em 31/10/2018

Reflexão

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.
Fonte: CNBB em 31/10/201229/10/2014 e 26/10/2016

Reflexão

Séria advertência de Jesus a seus conterrâneos, sobretudo aos dirigentes do povo de Israel. Apoiados nos inúmeros preceitos que eles procuravam cumprir à risca, estavam convencidos de que já possuíam o Reino dos Céus e a felicidade eterna. Esqueciam, porém, o essencial, ou seja, a prática da justiça e o constante exercício da misericórdia. Ao dizerem “comíamos e bebíamos na tua presença”, eles mentem; na verdade criticavam Jesus que fazia refeição com os pecadores (cf. Lc 15,2). Estes, sim, aceitaram Jesus em sua vida: “Há últimos que serão os primeiros”. Não basta saber quem é Jesus ou argumentar de modo brilhante sobre seus ensinamentos. É necessário aceitá-lo como Mestre e seguir com ele “no caminho para Jerusalém”. É para estes que o “dono da casa” abrirá a porta da salvação.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 31/10/2018

Reflexão

Séria advertência de Jesus a seus conterrâneos, sobretudo aos dirigentes do povo de Israel. Apoiados nos inúmeros preceitos que eles procuravam cumprir à risca, estavam convencidos de que já possuíam o Reino dos Céus e a felicidade eterna. Esqueciam, porém, o essencial, ou seja, a prática da justiça e o constante exercício da misericórdia. Ao dizerem “comíamos e bebíamos na tua presença”, eles mentem; na verdade criticavam Jesus, que fazia refeição com os pecadores (cf. Lc 15,2). Estes, sim, aceitaram Jesus em sua vida: “Há últimos que serão os primeiros”. Não basta saber quem é Jesus ou argumentar de modo brilhante sobre seus ensinamentos.
É necessário aceitá-lo como Mestre e seguir com ele “no caminho para Jerusalém”. É para estes que o “dono da casa” abrirá a porta da salvação.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Procuro ser o último, no sentido de ser simples e humilde como propõe Jesus? - Sinto a realidade de que o coração de Jesus não é “porta estreita”, mas ampla, aberta para acolher a todos? - A “porta se estreita” por causa das dificuldades dos judeus em se desapegarem das coisas deste mundo! Sou demasiadamente apegado às coisas deste mundo? - Como encaro os bens materiais? - Sirvo para poder viver ou vivo para ser servido?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 29/10/2014

Meditando o evangelho

OS PRIMEIROS NO REINO

A pergunta dirigida a Jesus – "São pouco os que se salvam?" – baseava-se em falsos pressupostos que Jesus se apressou a desmascarar. Entre eles, a idéia equivocada de que teriam precedência no Reino de Deus os parentes de Jesus, ou os que estivessem em contato com ele. Bastaria ter "comido ou bebido com ele" para que a salvação estivesse garantida.
O critério da salvação é bem outro: exige-se que o discípulo se disponha a entrar pela porta estreita da fé, cuja exigência é ser misericordioso com o próximo, sendo capaz de perdoar e viver reconciliado. Enfim, saber colocar-se a serviço do amor e da justiça. Estes são os sinais de que o Reino está produzindo frutos no coração do discípulo, já neste mundo. A salvação eterna será decorrência desta vivência do amor. Gozará da comunhão eterna com o Pai quem escolheu a misericórdia como projeto de vida.
Quanto a isto, os pagãos estão em pé de igualdade com os primeiros discípulos de Jesus. Basta que tenham aderido sincera e generosamente ao Reino, e se deixem guiar por ele para serem salvos. Não se descarta a possibilidade de ficar para trás quem já se considerava herdeiro do Reino. Muitos destes terão o desprazer de ouvir de Jesus a terrível sentença: "Afastem-se de mim, todos vocês que são malfeitores!" É que, infelizmente, procuraram herdar o Reino pelo caminho errado. Pensando serem os primeiros, acabarão sendo os últimos no Reino!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total )
Oração
Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.
Fonte: Dom Total em 26/10/2016

Meditando o evangelho

QUEM SE SALVARÁ?

As exigências do Reino apresentadas por Jesus levou os discípulos a se perguntarem pelo número dos que seriam salvos. Imaginavam serem poucas as pessoas predispostas e fiéis ao projeto apregoado pelo Mestre. A dinâmica do Reino, como Jesus a entendia, rompia com os esquemas mundanos e só podia ser vivida por quem, de fato, se predispunha a enfrentar a cruz, como caminho necessário para a glória.
A questão levantada pelos discípulos pareceu ser irrelevante para Jesus. Era inútil saber se os salvos seriam poucos ou muitos. Importava, sim, empenhar-se continuamente para, com a graça de Deus, entrar no Reino, através da porta estreita. Portanto, era tempo de refletir e tomar uma decisão sábia, para evitar o risco de ser deixado do lado de fora.
A exclusão do Reino poderá ser uma experiência trágica. O choro e ranger de dentes expressam o desespero de quem desperdiçou a chance que lhe fora oferecida. A segurança fundada em elementos inconsistentes frustrar-se-á quando o cristão comparecer diante do Senhor. Ter comido e bebido na presença de Jesus e tê-lo visto ensinar nas praças não será suficiente para garantir a salvação. Jesus só reconhecerá como discípulo e salvará quem, como ele, tiver sido capaz de colocar-se a serviço do próximo, sem medo de perder tudo por causa do Reino.

Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Senhor Jesus, que eu me esforce sempre para entrar no Reino pela porta estreita do serviço ao próximo e da disposição de perder tudo por causa de ti.
Fonte: Dom Total em 29/10/2014 e 31/10/2018

Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 29/10/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Porta Estreita
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando medito este evangelho sempre me lembro do “Miudinho”, apelido de um amigo da minha adolescência, que era bem “robusto” para não dizer que ele era “gordinho”. Por conta da obesidade ganhou fama de ser o molenga da nossa turma onde era sempre o último nas brincadeiras ou aprontações que fazíamos. Certa ocasião ficou entalado em um tubo de concreto que ficava no final da rua, por onde entrávamos sorrateiramente por uma galeria em desuso, tendo acesso a um terreno que pertencia a Dona Assunta, e onde deliciávamos com a doçura das mangas e amoras.
O muro era alto e o portão antigo era inacessível, até o dia em que descobrimos a tubulação e passamos a utilizá-la sendo para nós uma aventura porque engatinhando, varávamos coisa de três ou quatro metros por baixo do muro. Ao ficar entalado na galeria, por causa de ser gordinho, e não saindo para frente e nem para trás, Miudinho armou o maior berreiro chamando a atenção da vizinhança e assim, fomos pegos em flagrante pela proprietária do terreno, enquanto que os moradores, com muito esforço conseguiram desentalar o coitado do Miudinho. Decidimos, a partir daquele dia, deixá-lo fora de nossas aventuras porque ele não conseguia ter agilidade para nos acompanhar. O reino do céu é meio parecido com aquele terreno baldio, palco das nossas aventuras e onde curtíamos a doçura da fruta madurinha á sombra de grandes árvores: o acesso é por uma passagem bem estreita...
A pergunta dos discípulos, feita a Jesus, se é verdade que poucos irão se salvar, deve-se ao fato de que a salvação, para eles, era uma espécie de troféu, com que Deus premiava os que faziam boas obras e observavam com rigor a lei e todos os demais preceitos religiosos. Nós cristãos, que pertencemos à igreja, devemos também pensar nisso e perguntar se iremos nos salvar... Jesus nos alerta que a passagem é bem estreita e requer certo esforço de quem se fez discípulo. Há uma porta larga do ritualismo e do seguimento da lei, há eventos religiosos que reúne milhares de pessoas, há igrejas cristãs de todas as denominações, cujos templos ficam lotados de fiéis nos finais de semana. Será que nesta religião sem compromisso, todos já têm o passaporte carimbado para entrar no reino?
Para passar pela porta estreita é preciso se fazer pequeno e ter no coração e na mente esta consciência de que a salvação é dom de Deus e não fruto das nossas obras ou práticas religiosas, quem pensa diferente disso é semelhante ao meu amigo Miudinho e vai acabar ficando “entalado” no seu egoísmo e orgulho. Mas ser pequeno também significa servir aos irmãos e irmãs, a palavra servir vem de servo, escravo, aquele que se rebaixa, que se curva diante do outro, Jesus fez isso no “Lava-pés”, fazendo uma tarefa que pertencia a um escravo, o que prefigurou o rebaixamento final que iria ocorrer em Jerusalém, para onde Jesus caminha decidido a entregar-se por todos.
Portanto, o amor que se rebaixa traduzindo-se em serviço é que faz de nós verdadeiros cristãos, Filhos do Pai, que nos vocaciona para o amor, irmãos de Jesus, servo maior com quem nos identificamos e por quem somos reconhecidos. Os que pensam que já estão salvos, com um pé na vaga do céu, só porque pertencem a esta ou aquela denominação religiosa, e são observantes zelosos de toda doutrina e preceito, irão certamente ficar bem desapontados porque o Senhor não os reconhecerá como diz o evangelho: “Nós não saíamos de sua casa, comíamos e bebíamos na tua presença...”. “Sumam”! Não sei quem são vocês! Não os conheço!”--- dirá o Senhor”.
Fachada e aparência de nada adiantarão, só serão acolhidos no banquete do reino, e reconhecidos pelo Senhor aqueles que o imitando, doarem-se inteiramente aos irmãos e irmãs, não importando qual igreja ou denominação religiosa. Os que estiverem “inchados” de orgulho e autossuficiência, achando-se os primeiros, porque já estão dentro, irão bater com o “nariz na porta” e verão cheios de espanto e surpresa, os que eram os últimos, adentrarem por primeiro no banquete.
Nunca mais vi meu amigo “Miudinho”, dizem que ele emagreceu eliminando a gordura que tanto o incomodava. Que a religião seja para todos nós um compromisso de vida com Deus e com os irmãos, caso contrário não conseguiremos entrar no reino dos céus, pois como meu amigo Miudinho, acabaremos entalados na soberba e no egoísmo, e não passaremos pela porta estreita! Daí haverá choro e ranger de dentes...

2. Esforçai-vos por entrar pela porta estreita!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. É o início da terceira etapa na redação de São Lucas. Perguntaram a Jesus no caminho quantos são os que se salvam. Ele respondeu de forma indireta. Não basta dizer: “Comemos e bebemos na tua presença. Tu ensinaste nas nossas praças”. Atenção ao que fazemos. A porta é estreita e gente desconhecida entrará por ela e se sentará à mesa do Reino, e não entrarão os que praticam a iniquidade, ou os malfeitores, porque a fé que nos salva se vê no que fazemos. A salvação é gratuita e Deus é misericordioso, e também inteligente. Por isso um mínimo de esforço e coerência se requer daqueles que receberam a revelação da misericórdia de Deus. Há primeiros que serão últimos!
Fonte: NPD Brasil em 31/10/2018

HOMILIA DIÁRIA

Devemos nos empenhar em viver a própria existência cristã

Postado por: homilia
outubro 31st, 2012

No Evangelho de hoje, Jesus anuncia sua mensagem de salvação, ensinando de cidade em cidade, de povoado em povoado. Ao mesmo tempo, se aproxima de Jerusalém, onde alguém lhe pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” É a pergunta curiosa do devoto fiel, evidentemente, pondo-se no grupo dos salvos. É a tentação de sempre, a tentação dos que se julgam “proprietários da salvação”, especialmente dos fariseus; mas também é a nossa tentação: saber se levamos uma vida correta e se o nosso lugar no paraíso já está assegurado.
É a tentação que temos nós, discípulos, quando perdemos a dimensão da espera; quando acreditamos que os muros da nossa cidade interior são tão seguros a ponto de não precisarem de vigilância. É terrível para nós, discípulos, quando depois de uma bela experiência de Deus, sentimos imediatamente ter entrado num grupo à parte, e começamos a olhar com soberba aos outros, aqueles que “não entendem”, que “não conhecem”, que têm seguido outros caminhos diferentes do de Jesus.
Para mantermos a vida de fé, necessitamos fazer todo o esforço possível – diz o Senhor – para passar pela porta estreita. Com este símbolo, Jesus não tem intenção de dizer que devido ao monte de gente que quer a vida eterna, tenhamos que empurrar uns aos outros pra poder garantir nosso lugar. Não! Mas que devemos nos esforçar. Não basta querermos.
Certamente, é verdade que nós somos salvos e que não podemos nos salvar pelas nossas próprias forças, mas isto não acontece sem a nossa ação, com uma atitude de pura passividade. Deus nos salva, mas nos leva a sério como pessoas livres e responsáveis. Devemos nos esforçar e lutar, aproximando-se decididamente e conscientemente d’Ele, para superar os obstáculos e testemunhá-Lo com a nossa vida.
Com a afirmação sobre a porta que é fechada pelo dono da casa, Jesus quer dizer que devemos nos esforçar a tempo. Devemos levar em conta que o nosso tempo é curto. Não podemos adiar “pra não sei quando” o esforço para viver em comunhão com Deus. Com a nossa morte, a porta será fechada e será decidido o nosso destino. Então, será muito tarde para querer, chamar e bater.
Devemos levar em conta também que o nosso tempo, além de limitado, não temos controle sobre ele. Não podemos viver uma vida segundo o nosso bel-prazer e adiar para a velhice a preocupação pela salvação. Não somos nós a fechar a porta, mas o Senhor. Por isso, devemos estar sempre prontos.
Nas palavras do dono da casa, vemos uma ênfase na justiça, na orientação da vida segundo a vontade do Senhor. Não basta uma comunhão somente externa com Ele, tê-Lo conhecido, ter ouvido os Seus ensinamentos, conhecer o Evangelho e o Cristianismo. Pois, corremos o risco d’Ele nos dizer: “Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!”
Quem não se orienta pela vontade de Deus, quem rejeita conscientemente a comunhão com Deus, já excluiu a si mesmo da salvação. Esta sua decisão é respeitada e confirmada pelo Senhor. E seria triste chorar de desgosto e ranger os dentes de raiva por se dar conta do que foi perdido.
A boa notícia de Jesus não diz coisas que nos agradam e não nos prometem uma vida fácil e sem esforços. Ela contém algumas verdades incômodas. Mas, justo porque não nos esconde nada e exatamente porque manifesta a verdade completa, nos indica a verdadeira via para a felicidade plena. Aquilo que conta, enfim, é o empenho com o qual se vive a própria existência cristã, testemunhando a pertença a Cristo.
Jesus nos interpela. Pois para chegarmos ao Reino, à vida plena, à felicidade eterna – dom de Deus oferecido a todos – é preciso renunciar a uma vida baseada naqueles valores que nos tornam orgulhosos, egoístas, prepotentes, autossuficientes, e seguir Jesus no seu caminho de amor, de entrega, de dom da vida.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 31/10/2012

HOMILIA DIÁRIA

Faça todo esforço possível para entrar pela porta estreita

Nós não podemos relaxar, nós precisamos com todo o nosso coração nos entregar, para valer, para que o Reino de Deus aconteça entre nós, para que possamos passar por essa porta, que é estreita, mas é a porta que nos salva!

“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13, 24).

A pergunta que foi feita hoje a Jesus é: Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lucas 13, 23), o Senhor não respondeu nem que “sim” nem que “não”, mas apenas deu a deixa e o recado: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita” (Lucas 13, 24).
Não é que no Reino do Céus caiba pouca gente. Lá cabe o mundo inteiro, o universo, mas a porta de entrada para esse Reino não é larga, não está aberta para todo o mundo passar! É preciso fazer um esforço para poder se encaixar, para não ficar preso na porta ou então ser barrado e ficar do lado de fora.
Deixe-me dizer a você: a primeira coisa é que a palavra “esforço” já nos diz muito bem o que nós precisamos, de fato, fazer. Esforço quer dizer: se esforçar, ter uma força de vontade muito grande. O esforço é o contrário da mediocridade, porque o medíocre simplesmente fica paralisado e é paralisado pela vida, não se esforça, para no que não dá conta, naquilo que não consegue e diz: “Ah, está bom! É assim mesmo! Eu não posso mais!”.
Não, meus irmãos, nós precisamos de pulso, de firmeza e, muitas vezes, apertar o cerco com nós mesmos. Primeiro com a nossa vontade. Como precisamos disciplinar a nossa vontade, e a primeira coisa para é não fazermos tudo o que temos vontade, porque, frequentemente, a nossa vontade é enganosa, é rebelde e nos conduz pelos maus caminhos da vida, nos conduz a dizermos o que não deveria ser dito, a fazer o que não deveria ser feito e deixar de fazer o que era necessário.
Precisamos, muitas vezes, contrariar a nossa vontade para que ela seja disciplinada, guiada e orientada para o bem. Não há dificuldade para entrar no Reino dos Céus. É preciso apenas que nos coloquemos à disposição de fazer bem todas as coisas, amar a Deus sobre todas as coisas. Assim, percebemos que: “amar a Deus sobre todas as coisas” não é uma coisa simples, é preciso dar o melhor de si, é preciso um esforço. Nós, muitas vezes, queremos que a igreja venha à nossa casa, mas não queremos ir até ela. Nós nos acomodamos, esperamos que Deus venha bater à nossa porta. Deus já bateu à porta, agora somos nós quem precisamos abrir as portas do nosso coração para que o Pai more nele!
É preciso penitência e sacrifícios; é preciso lutar contra nós mesmos para que as nossas pernas, para que o nosso coração e para que a nossa vontade caminhem em direção ao Reino dos Céus. Nós não podemos relaxar, nós precisamos, com todo o nosso coração, nos entregar, para valer, para que o Reino de Deus já aconteça entre nós e para que possamos passar por essa porta.
Apenas uma coisa: não permitamos que o mundo nos iluda, nos engane, nos seduza, nos tire da porta da vida e nos leve para as portas largas da vida perdida, mundana, da vida que não nos leva para Deus. É apertada, mas é a porta da vida, é a porta que nos salva!
Que por essa porta possamos passar a cada dia, até definitivamente entrarmos pela única porta que jamais cessará: a porta da eternidade!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Caão Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Vivamos a grandiosidade do Reino dos Céus

No Reino dos Céus é preciso deixar de lado todas as injustiças, ser reto, ser correto e, acima de tudo, não corromper a alma e o coração por qualquer vantagem

“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13, 24).

A reflexão do Evangelho de hoje começa com uma pergunta feita a Jesus enquanto Ele atravessava o caminho: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lucas 13, 23).
Jesus não diz se serão poucos ou muitos que se salvarão, mas indica qual é o caminho e o esforço necessário para se salvar, porque sem o esforço ninguém entra no Reino dos Céus!
A graça vem ao nosso encontro, e precisamos corresponder à ela. Essa graça, que vem do Reino dos Céus, é uma porta estreita.
Se há uma porta pequena e uma larga, todos vão querer entrar pela porta larga. É óbvio, porque a porta larga é mais fácil, mais acessível e não tem aperto. Para entrar numa porta ‘pequenininha’ temos que empurrar um ao outro, até dá para todos entrarem, mas não queremos saber de aperto e nem de dificuldades.
Vivemos no tempo das facilidades. Quanto mais fácil for o caminho, é por ele que vamos andar. Muitas vezes, não importa quais são os meios, o que é feito para se passar por essa via que parece ser mais fácil. O que importa é ir.
O Reino dos Céus é um dos meios mais importantes. No Reino de Deus é muito necessário aplicar, ver e rever quais são nossas posturas, nossos atos e atitudes. O que conta no Reino dos Céus é o esforço da alma e do coração!
E para que esse esforço? Esforço pelas virtudes, pela santidade e para viver o amor.
É fácil ser santo? Não é não! É difícil? Também digo que não, menos ainda impossível, porque a graça de Deus nos auxilia. O que torna difícil é o caminho que, muitas vezes, trilhamos. Porque querer ser santos e viver no mundo, querer viver no mundo e ser santo nem sempre é fácil. “Mas eu preciso viver no mundo do mesmo jeito!”. Sim, precisamos viver no mundo, o que não podemos é nos deixar enveredar por ele, deixar que nossa mente se corrompa pelas seduções dele.
O mundo tem a porta alargada, a porta aberta, em que todos entram com tanta facilidade para conseguir isso e aquilo. Eu fico olhando o meio como muitas pessoas, hoje, obtém dinheiro, lucros, vantagens… Muitas vezes, são meios fáceis que facilitam para uns e para outros, e não importa como isso foi conseguido, de que forma a coisa foi feita.
Vamos deixando que pequenas e grandes corrupções se apoderem da nossa alma e do nosso coração. Para entrarmos no Reino dos Céus é preciso deixar de lado todas as injustiças, ser reto, ser correto e, acima de tudo, não corromper a alma e o coração por qualquer vantagem, por qualquer lucro, por qualquer coisa que nos coloque melhor ou na frente dos outros.
É preciso nas pequenas coisas viver a grandiosidade do Reino dos Céus!
A porta de Cristo nos salva! A porta das facilidades do mundo abre os caminhos para a perdição, para o inferno, e não é por ela que queremos entrar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Caão Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Sejamos justos em todas as nossas ações

Se não nos convertermos nem buscarmos em Jesus um coração manso e humilde, nunca seremos justos

“Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça! Ali haverá choro e ranger de dentes’” (Lucas 13,26-28).

Talvez possamos nos gloriar de pertencermos à Igreja, de sermos cristãos e seguidores de Jesus. Você pode até dizer: “Eu sou batizado. Eu tenho a cruz. Eu trago a medalha, porque sou consagrado a Nossa Senhora. Trago símbolos em mim”. Isso não quer dizer nada, ao mesmo tempo, pode sinalizar alguma coisa. Pode sinalizar que estamos no caminho de conversão ou na hipocrisia.
As vestes não traduzem o que, de fato, a pessoa é; como eu afirmo, elas podem sinalizar sim, que você vive um caminho de adesão a Deus e assim por diante. O que sinaliza se alguém é de Deus mesmo é aquilo que o Evangelho está dizendo, é aquele que nas suas ações, nas suas obras, naquilo que ele faz, testemunha o amor de Deus na sua vida. E, acima de tudo, ele é justo nas suas obras e nas suas ações, jamais comunga com as injustiças da vida, do mundo e com o seu próximo; não acusa ninguém nem se coloca acima dos outros.
Uma pessoa justa é primeiro humilde. Quando vemos uma pessoa orgulhosa e soberba, a justiça de Deus não está nela, porque o orgulho cega toda a visão, ele faz justiça segundo a sua visão justiceira, mas nunca segundo a justiça de Deus. O que ele acha que é certo é segundo a sua visão fechada, e não segundo a visão humilde que vem do Evangelho.
Se não nos convertermos nem buscarmos em Jesus um coração manso e humilde, nunca seremos justos, e se não formos justos nunca seremos reconhecidos por Deus como da família d’Ele.
Alguns dizem: “Senhor, eu estava nas praças pregando o teu nome. Eu estava nas redes sociais brigando por causa de você, mas eu estava defendendo a sua causa, a sua Igreja”. Será duro ouvir: “Não vos conheço”.
Não basta falar em nome de Jesus, pregar em nome d’Ele ou defender a causa d’Ele. Se praticamos a injustiça naquilo que fazemos, o preço que pagaremos acima de qualquer coisa é muito duro.
É tempo de nos corrigirmos, queremos muito corrigir os outros, perdemos muito tempo com discussões tolas que não levam a nada. Aliás, levam a provocar a discórdia, as divisões e assim por diante. O nosso chamado é para revermos onde estamos sendo injustos na vida.
Você pode dizer: “Eu sou sempre justo”, mas você está sendo injusto com você mesmo, porque não é nem capaz de reconhecer a maior das injustiças que é o pecado.
Qualquer pecado é um atentado contra o Deus justo, soberano e misericordioso que nos deu a vida.
Voltemo-nos neste tempo que Deus nos dá para nos olharmos, para reconhecermos onde falhamos e erramos para que a injustiça não cresça e domine as nossas ações.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 31/10/2018

Oração Final
Pai Santo, que jamais nos mova o desejo de nos tornarmos primeiros no mundo, mas de servir a todos e cuidar dos companheiros peregrinos desta terra, especialmente dos mais pobres e discriminados pelos homens. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/10/2012

Oração Final
Pai Santo, faze-nos desapegar da nossa justiça legalista e miúda, que considera créditos e débitos para chegar a saldos, e nos ensina a tua Justiça, a Justiça Evangélica, baseada no Amor, na gratuidade e no desejo de servir ao próximo, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2016

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que jamais nos mova o desejo de nos tornarmos primeiros no mundo, mas o de servir a todos e cuidar dos companheiros peregrinos desta terra cheia de encantos, especialmente dos mais pobres e discriminados pelos homens. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/10/2018

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