domingo, 16 de junho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/06/2019

ANO C


Mt 5,38-42

Comentário do Evangelho

Não pagar o mal com o mal. Não responder à violência com violência.

Trata-se, nesta quinta antítese, da superação da “lei do talião” (do latim, talis = tal): reparação exigida do criminoso que devia ser proporcional ao mal que ele causou. Esta antítese exemplifica, uma vez mais, a bem-aventurança da misericórdia, da operatividade da paz, da capacidade de perdão. A lei do talião visava pôr limites à sede de vingança do ser humano, impondo ao agressor o mesmo tratamento que ele tinha dado à vítima (cf. Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). “Não resistir ao malvado” significa não fazer frente a ele, não pagar com a mesma moeda, não pagar o mal com o mal. Não responder à violência com violência.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
Fonte: Paulinas em 17/06/2013

Vivendo a Palavra

A Lei de talião – olho por olho e dente por dente – era um avanço entre os povos vizinhos que cultivavam a vingança sem limites por qualquer ofensa recebida. Mas Jesus queria muito mais: o Amor que perdoa, que se oferece sem interesse de qualquer tipo de retribuição, nem mesmo o reconhecimento ou a gratidão.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Sermão da Montanha é o ‘manual do fabricante’ que o Criador nos entregou para seguir, se quisermos ser felizes. É o caminho da Vida Plena para a qual nós fomos destinados por Deus. Não se trata de ‘mandamentos’ impostos, mas de setas que indicam o caminho da alegria, da felicidade – do próprio Reino do Céu – que (embora ainda como uma sementinha) já está dentro de nós!

Reflexão

Os critérios humanos não são suficientes para resolver os problemas da própria humanidade, principalmente os que estão relacionados com a justiça, pois a justiça dos homens não tem como centro a pessoa humana, mas sim o que elas têm ou deixam de possuir. Os bens são comparáveis entre si, mas as pessoas não, pois cada uma é um ser único, incomparável na sua dignidade. Além disso, os elementos que estão presentes em um relacionamento são por demais complexos para serem abrangidos na sua totalidade a partir de categorias do conhecimento humano, uma vez que a própria razão é insuficiente para a compreensão do ser humano. Jesus nos mostra que somente o amor e a misericórdia possibilitam superar essas deficiências e construir um relacionamento justo e fraterno.
Fonte: CNBB em 17/06/2013

Reflexão

“Olho por olho, dente por dente”. Essa regra, na sua origem, era uma tentativa de pôr freio à onda de violência. Era a lei da vingança que estava presente não só no Antigo Testamento, mas predomina até hoje nas relações pessoais, sociais e políticas, onde o Evangelho ainda não penetrou profundamente. Mas o cristão segue uma lógica diferente: é chamado a quebrar a espiral do ódio, respondendo ao mal com o bem. O direito à vingança (lei antiga) cedeu lugar à lei da misericórdia. Para não responder com a mesma moeda, o discípulo de Cristo deve se dispor a fazer gestos radicais de tolerância e compreensão. Uma das bem-aventuranças reforça nosso anseio de criar um mundo novo, em que as relações humanas estejam de fato assentadas sobre o amor: “Felizes os mansos, porque herdarão a terra!”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

UM TREMENDO DESAFIO

Um dos desafios mais tremendos para os discípulos de Jesus consistia em "oferecer a outra face a quem lhes esbofeteasse a face direita". Receber um tapa no rosto é uma experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira diferente: jamais responder violência com violência.
As primeiras comunidades cristãs viam-se pressionadas pela violência de seus perseguidores. Quanto mais sem fundamento é a violência, tanto mais perversa e maligna ela é. A violência contra os cristãos era deste tipo. Se pagassem com a mesma moeda a violência sofrida, que moral teriam para proclamar a excelência do mandamento do amor e a urgência da reconciliação? Se se submetessem passivamente seriam dizimados dentro de pouco tempo. Se optassem por se dispersar ou por viver na clandestinidade, não poderiam realizar a missão de arautos do Evangelho que tinham recebido.
O gesto de oferecer a outra face era uma forma de resistência pacífica à fúria dos perseguidores. Significava que os discípulos de Jesus não temiam quem os perseguia; que recusavam a se rebaixar ao nível de seus adversários; que buscavam eliminar a violência no seu nascedouro; e que davam testemunho de um mundo novo onde a violência não tinha vez. Este testemunho inusitado poderia até mesmo levar os perseguidores à conversão.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, não permitas que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A VIOLÊNCIA SUPERADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O discípulo do Reino não pode contentar-se com a prática de retribuir olho por olho e dente por dente. Ele se caracteriza pela capacidade de, com firmeza, quebrar a espiral de violência através de atitudes chocantes, até mesmo, para seu agressor. Não é fácil imaginar alguém oferecendo a face esquerda para ser esbofeteada quando já se recebeu um bofetão na direita. Do mesmo modo, alguém que pretenda extorquir uma túnica, em juízo, e ver o lesado oferecer-lhe também o manto. Ou, então, quem é obrigado a fazer companhia a alguém, numa longa caminhada, para protegê-lo dos assaltos, mostrar-se disposto a caminhar o dobro.
Estas atitudes são, à primeira vista, insensatas e injustificáveis. Mas, são normas de conduta para o discípulo. Que finalidade teriam? Jesus não estava pregando uma espiritualidade da humilhação e do sofrimento.
Não lhe interessava ver o discípulo humilhado. O gesto proposto visava converter o agressor para o Reino. Mostrar-lhe que é possível viver sem violência. Abrir-lhe os olhos para a possibilidade de se relacionar com o próximo sem transformá-lo em objeto de seu ódio e estabelecer relações verdadeiramente fraternas e amistosas. A não-violência do discípulo do Reino, portanto, é vivida de forma positiva e construtiva. O Reino vai se construindo onde a violência dá lugar ao amor.
Oração
Senhor Jesus, dá-me força para quebrar a espiral da violência e transformar o ódio em amor.
Fonte: NPD Brasil em 17/06/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Novo Mandamento
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Todos os Cristãos têm plena consciência de que o Amor a Deus e ao próximo é a essência do cristianismo, afinal trata-se do Mandamento novo dado por Jesus. O problema está nos limites que colocamos no Amor e na intensidade do amor dependendo das pessoas. Amor que não é sem limites, não é cem por cento Cristão.
O Amor deixado por Jesus tem a característica do Amor Sacrifical, foi com esse amor que ele amou a Igreja e deu por ela a própria vida. É um amor onde vamos morrendo aos poucos pelas pessoas as quais amamos. Por isso no evangelho de hoje ele dá o esclarecimento sobre a prática desse amor, para que não paire dúvida e ninguém se sinta no direito de corromper o sentido e o significado do Amor Cristão.
Oferecer a outra face a quem feriu a primeira, ceder a capa a quem está pleiteando na Justiça a nossa túnica, andar dois mil passos a mais, dos quatro mil exigidos pela outra pessoa...são ações que estão dentro de um contexto social e religioso. Como entender e praticar esses valores do evangelho nos dias de hoje? “Se seguirmos ao pé da letra vamos fazer papel de trouxa”, poderá pensar alguém. O que está em jogo em todas essas ações é o Espírito de Vingança, muito forte no Antigo Testamento, como recomendava a Lei do Talião “Olho por olho por olho, dente por dente”.
Quando alguém nos faz um mal, pensamos em vingança, aliás, a imagem de um Deus vingativo é muito forte em nós, por conta de uma catequese mais antiga, principalmente quando acontece uma desgraça na vida de alguém que nos prejudicou, entendemos que foi uma ação divina para punir o sujeito, e assim nos sentimos vingados, porque o mal atingiu a vida do infeliz.
É aí que Jesus inverte esse quadro e orienta para que nossas ações com o próximo que nos prejudicou, não sejam maldosas ou vingativas, exatamente por que somos imagem e semelhança de Deus e o Amor e o perdão deve ser a nossa última palavra. Coisa dificílima de acontecer e de se por em prática, e até mesmo nas nossas comunidades cristãs vemos trocas de ofensas e pequenas vinganças. Nos meios familiares até agressões e mortes acontecem, refletindo uma sociedade violenta.
Os Cristãos são chamados a esse desafio, de irem além sendo capazes de manifestar perdão e misericórdia nos ambientes mais hostis. Deus conhece as nossas misérias e fraquezas, nossos instintos maldosos e vingativos, mas concede-nos a sua Graça, oferece o alimento da sua Palavra e da Eucaristia, para que sejamos realmente capazes de ir um pouco além no nosso jeito de amar as pessoas.

2. Dá a quem pedir
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O Sermão da Montanha do Evangelho de São Mateus ilumina o dia de hoje. “Olho por olho e dente por dente” parece expressar uma realidade muito espontânea entre os seres humanos. Por que não pagar com a mesma moeda o mal que me fizeram? Jesus ensina o contrário e um pouco mais. Não devemos pagar com a mesma moeda porque é preciso romper o ciclo de repetição, gerador de violência. Se devolvo a mesma moeda que recebi, se devolvo o mesmo tapa que recebi, repito o que fez o meu adversário. Ele começou e eu repeti o que ele fez. Vai um tapa daqui, vem um tapa de lá. Quem vai interromper esse mecanismo de repetição? Somente quem tiver força e coragem de introduzir algo novo no meio da repetição de atitudes velhas. Não há nada de novo na repetição do que já foi feito. Se o que já foi feito foi um ato de violência que provoca outro ato de violência, entramos num movimento gerador de violência que torna a vida impossível. É preciso interromper a violência com uma ação contrária. Alguém quer tirar a sua túnica? Dá-lhe também o manto. Seria isso premiar o mal? Seria isso incentivar a impunidade? A atitude gratuita desarma a atitude violenta. Ao tirar-me a túnica o adversário deu início a um movimento de violência. Entreguei-lhe a capa e interrompi o movimento. Sem reação direta, o adversário cai com seu próprio peso.

Oração Final
Pai Santo, lança em nossos corações a semente do perdão e nos dá força e coragem para cultivá-la e vivê-la nas relações com os irmãos. Só assim poderemos pedir-te, em nossa oração, que nos perdoe, assim como nós perdoamos... Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, a Palavra Encarnada que enviaste ao mundo nos leva hoje pelas trilhas do perdão, da generosidade, do desapego e da humildade – caminhos do teu Reino de Amor. Ajuda-nos, amado Pai, a vencer a sedução do ter, do poder e dos prazeres que degradam, para seguirmos Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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